• Nenhum resultado encontrado

Desenvolvimento de competências musicais e extramusicais

5. OS JOGOS

5.4. Desenvolvimento de competências musicais e extramusicais

As competências musicais e extramusicais diretamente envolvidas nos jogos propostos, e a seguir elencadas, são acompanhadas de alguns exemplos. Algumas competências podem estar presentes nas duas categorias.

48

Audição – Esta competência está presente em todos os jogos menos no nº15, “Ritmo no ombro”, em que não está presente qualquer som, sendo que o ritmo é transmitido somente com o bater da ponta dos dedos do aluno no ombro do colega. Sentido rítmico – Esta competência está prioritariamente presente nos jogos que

tem como principal objetivo o desenvolvimento rítmico, como o nº 2, “Marcha ao som da canção, ou o nº17,“Ritmo da canção”.

Identificação – De um padrão rítmico ou de onde vem um som. Presente, por exemplo, no jogo nº16, “Imitação rítmica” ou, no caso de ser necessário identificar o timbre de um instrumento, no jogo nº20, “Quem sou eu?” ou, ainda, quando é necessário identificar a dinâmica utilizada pelos alunos, como no caso do jogo nº14, “O objeto escondido”.

Reprodução – Quando é pedido aos alunos para ouvir e imitar sequências rítmicas. Esta competência está presente em jogos como “Imitação rítmica”, nº16, ou “Eco no corpo”, nº3.

Classificação – Esta competência está presente tanto dum ponto de vista musical como extramusical. Temos um exemplo de classificação em contexto musical através do jogo “Os sons à nossa volta”, nº1.

Deslocação espaço/temporal – O exemplo mais claro advém do jogo nº2, “Marcha ao som da canção” em que os alunos se movimentam mantendo a relação entre o espaço percorrido e o ritmo sugerido.

Cantar em conjunto – Esta competência pode envolver só alguns alunos de cada vez como, por exemplo, no jogo nº8,”interferência na canção 1” ou todos, menos o aluno vendado, como no jogo nº26, “Cego mas não surdo”.

Improvisação – Esta competência não tem no contexto deste Projeto a pretensão de ensinar regras sobre a improvisação mas somente deixar que os alunos toquem livremente e da forma que acharem mais eficaz para conseguir o objetivo do jogo que, no nº 18, “O sino infiltrado”, se resume em dificultar a tarefa do colega vendado, no centro do grupo, que deve captar a proveniência do som do sino que a professora toca.

Proprioceção – Como definido no capítulo 3, a proprioceção informa-nos, «em tempo real sobre a posição do nosso corpo no espaço e por isso guia continuadamente os nossos movimentos […]» (Freschi, 2006, p. 204). Neste

49

sentido temos um exemplo no jogo nº6, “Ouvido alerta” na extensão do braço do arco na posição vertical seguindo as ordens em resposta aos sons produzidos pelo violino da professora.

Coordenação motora fina – Esta competência envolve os micro-movimentos

diretamente envolvidos para a realização de técnicas especificas do instrumento, por exemplo, dos dedos da mão direita e, como no jogo “Manda e apanha o arco”, nº23, em particular do mindinho. Foi considerada somente como competência técnico-musical mesmo quando, como no jogo nº15, “Ritmo no ombro” não era aplicada diretamente a uma competência técnica mas a um treino indireto para a mesma competência.

5.4.2. Competências Extramusicais

Atenção e concentração – Apesar de se tratarem de competências indivisíveis e imprescindíveis em contexto musical, decidiu-se inclui-las somente nesta categoria por se considerar que estas estão sempre presentes em jogos organizados especificamente quando didáticos. Fazem parte da lista de todos os jogos sendo elas, por vezes, as únicas mencionadas.

Criatividade – Esta competência, como no caso da improvisação, não pretende ser implementada do ponto de vista didático mas como livre aplicação por parte dos alunos, estando presente, por exemplo, no jogo “Os sons à nossa volta”, nº1, na reprodução e imitação dos sons catalogados.

Reflexos – Esta competência envolve a velocidade de reação dos alunos a, por exemplo, uma mudança de tempo como no jogo nº 2, “Marcha ao som da canção” ou a uma alteração de registro que deve ser executada através da mudança de posição do corpo, como no jogo “Ouvido alerta”, nº6.

Proprioceção – Num contexto extramusical, a proprioceção encontra-se, por exemplo, no jogo “O cego”, nº4, em que o corpo do aluno vendado segue o som produzido pela voz dos colegas evitando, assim, chocar neles.

Cooperação - Esta competência foi desenvolvida pelos alunos de duas formas contrastantes. A primeira inclui a cooperação por parte de todos os alunos para

50

ajudar o colega a alcançar o objetivo, como no jogo “O objeto escondido”, nº29, em que todos mudam a intensidade do som produzido com os seus instrumentos para que o colega consiga encontrar o sítio onde o objeto foi escondido. A segunda forma servia para dificultar a tarefa ao colega vendado, como no jogo nº4, “O cego”, em que a cooperação está presente entre os colegas criando, estes, “barreiras” à passagem do aluno vendado.

Estratégia – Esta competência envolve o criar de estratagemas para conseguir os objetivos, como no jogo “O sino atrás das costas”, nº13, em que os alunos deviam conseguir passar o sino entre eles da forma mais silenciosa possível.

Observação – Esta competência encontra-se nos jogos “Interferência na canção 1” e “Interferência na canção 2” em que o grupo de alunos que deve adivinhar qual é a canção cantada por outro grupo encontra uma ajuda, para o conseguimento do objetivo, seguindo o movimento dos lábios, assim como, quando a professora toca uma música conhecida por todos, o grupo de alunos que deve adivinhar qual á canção pode observar os movimentos do arco que, sugerindo o ritmo, facilitam a tarefa.

Classificação - No jogo nº10, “Famílias de animais”, esta competência está

presente através da classificação dos animais por meio do som onomatopeico. Perceção táctil – Como no jogo nº15, “Ritmo no ombro”, e nº 13, “O sino atrás das

costas”, os alunos desenvolvem esta competência captando os movimentos dos dedos do colega no próprio ombro e através do toque, passando o sino atrás das próprias costas.

Exercício de memorização e verbalização de termos específicos – Estamos a desenvolver esta competência quando são utilizados termos novos. Quando um jogo desenvolve esta competência, na aula seguinte, o professor pode verificar se os conceitos ficaram claros e se os alunos memorizaram os “termos específicos” como no jogo nº18, “O sino infiltrado”.

51