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11 Grupos de Diagnósticos Homogéneos (GDH´s) 11.1 Enquadramento 

11.3 Desenvolvimento em Portugal 

O  processo  de  implementação  dos  GDH´s  em  Portugal  começou  em  1984,  quando  foi  estabelecido um acordo entre o Ministério da Saúde e a Universidade de Yale, donde resultou  um  projecto  de  trabalho  liderado  pelo  Prof.  Fetter  (principal  responsável  pelo  desenvolvimento dos DRGs) que conteve subjacentes os seguintes objectivos: 

 

• Testar  a  possibilidade  técnica  de  formar  GDH´s  a  partir  da  informação  contida  nos  resumos de alta hospitalar, bem como a sua consistência técnica; 

 

• Desenvolver um sistema (operacional) de informação e de custeio por GDH´s.   

Os resultados deste projecto foram encorajadores, de tal forma que em 1987 foram iniciados  os  estudos  referentes  ao  processo  de  utilização  dos  GDH´s,  como  base  de  pagamento  dos  hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), e, em Janeiro de 1989 iniciou‐se um período de  transição  para  a  sua  implementação  (Bentes,  A  utilização  dos  GDHs  como  instrumento  de  financiamento hospitalar, 1996). A sua operacionalização foi conseguida em 1990. Apesar de a  intenção  inicial  de  todo  este  processo  se  ter  baseado  num  sistema  de  pagamento  pela  produção,  para  todos  os  sectores  hospitalares  relacionados  com  tratamento  de  doentes,  foi  dada primazia ao internamento na sua dupla vertente de facturação a terceiros pagadores e de  pagamentos  de  serviços  no  âmbito  do  SNS  (Bentes,  Formas  de  pagamento  de  serviços  hospitalares:  resumo  da  comunicação,  1997).  Até  ao  momento,  foram  utilizadas  três  das  versões  produzidas  pela  Health  Care  Financing  Administration  (HCFA)  dos  Medicare  norte‐ americanos  a  6ª,  a  10ª  e  a  16ª18,  respectivamente  introduzidas  nos  anos  de  1990,  1996  e 

       18 

200119.  Embora  em  todos  os  anos  se  tenha  procedido  a  reajustamentos  nas  versões  norte‐ americanas,  sobretudo  por  motivos  comerciais,  Portugal  apenas  alterou  a  versão  utilizada  quando se verificaram modificações significativas. Ainda que seja manifesta a importância que  esta  nova  forma  de  financiamento  da  produção  do  internamento  hospitalar  detém  na  prossecução  dos  objectivos  macro  do  sistema  de  saúde  português,  (Lima,  2000)  refere  a  surpreendente  falta  de  estudos  publicados  em  Portugal  acerca  destas  matérias,  que  certamente  contribuiriam  para  um  melhor  conhecimento  e  esclarecimento  do  processo  de  implementação  dos  GDH´s.  Apenas  são  identificados  os  estudos  de  (Dismuke,  1996)  e  de  (Costa, Os DRGs e a gestão do hospital, 1994). Salienta‐se este último por ser o único, apesar  de  ser  não  empírico,  que  questiona  a  validade  dos  GDH´s  ao  nível  da  sua  efectividade  e  adequação.   

11.4 Implementação Prática 

Neste capítulo são detalhados ao pormenor todos os passos efectuados para a implementação  prática do sistema de BI aplicado à Saúde, mais concretamente, aos GDH´s. 

11.4.1 Work‐Flow de Implementação 

Todo  o  desenvolvimento  da  presente  tese  pode  traduzir‐se  numa  sequência  de  passos  que  traduzem  todas  as  etapas  ultrapassadas.  O  primeiro  passo,  consistiu  na  análise  dos  dados  fornecidos pela ACSS, que incluiu o estudo da sua estrutura, a forma como estão organizados,  o seu tipo e o seu significado. Seguidamente passou‐se para a modelação do DW que consistiu  numa primeira fase em definir:  • o número de dimensões do modelo,   • quais os campos/dados fonte que iriam corresponder a cada dimensão,   • quais os campos/dados que iriam fazer parte dos factos (métricas).   A fase seguinte da modelação consistiu em desenhar o modelo do DW propriamente dito, que  resultou na combinação de duas abordagens clássicas que são o modelo em estrela combinado  com  o  modelo  “snow‐flake”.  Ainda  na  fase  de  desenho  e  após  fechado  o  modelo  do  DW,  desenharam‐se os processos ETL em que se definiram as estratégias de extracção dos dados  fonte, quais as transformações necessárias a efectuar e a forma de carregamento nas tabelas  finais (dimensões e factos).          19  Nos EUA estas versões foram implementadas em 1988, 1992 e 1996. 

Após o desenho e a construção do modelo do DW, assim como a implementação e afinação,  em termos de performance, dos processos de ETL, iniciou‐se a última etapa de um sistema de  BI que consiste na componente de “reporting”. Começou‐se por construir um modelo lógico de  “reporting”  com  hierarquias  tendo  como  base  o  modelo  físico  do  DW  e  seguidamente  desenhou‐se  e  implementou‐se  um  conjunto  de  relatórios  e  “dashboards”  dinâmicos.  Contudo,  também  foi  disponibilizado  a  opção  de  ser  o  utilizador  a  construir  o  seu  próprio  relatório. A Figura 21 retrata as etapas deste desenvolvimento em termos de work‐flow.     Figura 21– Work‐Flow de implementação.   

11.4.2 Primeira Fase – Análise dos Requisitos 

Os dados foram gentilmente cedidos pela ACSS (em formato de CD‐ROM) e dizem respeito aos  GDH´s  relativos  ao  ano  de  2008.  No  sentido  de  reforçar  e  relembrar  o  conceito  de  GDH  explicitado no capítulo sobre os GDH’s, define‐se em linhas gerais como sendo um sistema de  classificação de doentes internados, em grupos clinicamente coerentes e similares do ponto de  vista do consumo de recursos. O agrupamento tem por base as características dos doentes que  recebem conjuntos similares de cuidados. A partir deste conceito resumido de GDH´s, iniciou‐ se  a  análise  de  conteúdo  do  CD‐ROM  que  consistia  em  quatro  ficheiros  (Figura  22)  com  a  extensão *.dbf que significa “Data Base File”(Maurer, 2000).    Figura 22 – Ficheiros de dados disponibilizados pela ACSS.    É nestes ficheiros que se encontra (em relação ao ano de 2008) a classificação de pacientes de  todos os hospitais nacionais em GDH´s. 

Para analisar‐se o conteúdo/estrutura dos ficheiros (e para ter maior poder de manipulação do  que  no  Microsoft  Excel)  criou‐se  uma  base  de  dados  (BD)  temporária,  designada  “teste”  na  plataforma Microsoft SQL Server 2008, que foi a adoptada para o desenvolvimento das base  de  dados  e  respectivos  processos  de  ETL.  Assim  sendo,  através  do  Microsoft  Management  Studio (ferramenta que está incluída no pacote Microsoft SQL Server 2008) criou‐se a base de  dados “teste” e uma tabela “tbl_teste” como destino de um dos ficheiros disponibilizados.  A  base  de  dados  “teste”  foi  criada  inicialmente  com  o  intuito  de  extrair  apenas  um  dos  ficheiros fonte fornecidos, por forma a compreender a sua estrutura dos dados e metadados.  Só  após  uma    análise  cuidada  dos  dados  fonte  é  que  é  possível  passar  para  uma  fase  de  implementação. 

No MS, começou‐se por analisar o número e tipo de colunas do ficheiro importado para uma  tabela teste (“tbl_teste”) da base de dados teste (Figura 23 e Figura 24). 

  Figura 23 – Estrutura e tipo de dados (parte 1).