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4.2.1 Tipo, obtenção e caracterização da amostra de água residuária gerada no tratamento de água da piscina (ARTP) da UFERSA-Mossoró

O tratamento da água da piscina da UFERSA pode gerar água residuária a partir da aspiração de material sedimentado no fundo, assim como da água de lavagem de filtros (ALAF). Neste trabalho, a água submetida a ensaios de tratabilidade se referiu à ALAF da piscina da universidade.

De acordo com o operador da piscina, a filtragem da água da piscina é feita diariamente e, a limpeza dos filtros, chamada por ele de retrolavagem dos filtros, é realizada semanalmente, geralmente, às segundas-feiras, no período vespertino. Foram coletadas 3 amostras do tipo simples, em três semanas diferentes, com um volume estimado de aproximadamente 80 L. A coleta foi realizada nos primeiros instantes do funcionamento da operação, em um tempo de aproximadamente 40 s, considerando uma vazão de operação das bombas, segundo Moura (2017) de, aproximadamente, 2 L/s.

Uma vista dos filtros, bem como do sistema hidráulico, está exibida na Figura 14(a). A Figura 14(b) mostra o encanamento de saída a partir do qual foi realizada a coleta da água bruta.

Figura 14 – Constituintes do sistema de filtração da água da piscina da UFERSA-Mossoró: filtros e tubulação (a) e ponto de coleta da ALAF (b)

Fonte: Autor (2019).

Durante a coleta da amostra de ALAF foram feitas medições in loco de temperatura, pH e cloro residual, e coletadas amostras para análises de coliformes totais e E. coli. Após a coleta, a amostra foi transportada para o Laboratório de Engenharia e Ciência Ambiental (LECA) da UFERSA-Mossoró e armazenada em uma bombona de plástico de 200 L, para os ensaios de tratabilidade. A Figura 15(a) mostra o momento de uma coleta de ALAF e a Figura 15(b), o seu armazenamento.

Figura 15 – Coleta (a) e armazenamento (b) da ALAF da piscina UFERSA campus Mossoró

Para caracterização da qualidade da água de lavagem de filtros foram determinados: (a) parâmetros físicos: temperatura, turbidez, condutividade elétrica (CE), sólidos totais (ST), sólidos em suspensão totais (SST), sólidos sedimentáveis (SSed); (b) parâmetros químicos: pH, alcalinidade a pH 4,5, nitrogênio total kjeldahl (NTK), demanda bioquímica de oxigênio (DBO), demanda química de oxigênio (DQO), sódio, cálcio, magnésio, razão de absorção de sódio (RAS), cloretos, carbonatos e bicarbonatos, alumínio total, cloro residual livre e cloro residual total; (c) parâmetros microbiológicos: coliformes totais e Escherichia coli (E. coli) e (d) parâmetro biológico: ovos de helmintos.

Os métodos analíticos utilizados em cada análise estão apresentados na Quadro 2.

Quadro 2 – Métodos analíticos utilizados para caracterização qualitativa da água de lavagem de filtros (ALAF) da piscina da UFERSA, campus Mossoró

Continua

Parâmetros Unidade Métodos analíticos

Físicos

Temperatura °C Eletrodo digital

Turbidez uT Nefelométrico(1) Condutividade elétrica (CE) µS/cm Condutivímetro (1) Sólidos totais (ST) mg/L Gravimétrico(1) Sólidos em suspensão total (SST)

Sólidos sedimentáveis mL/L Volumétrico: cone Imhoff(1)

Químicos

Potencial

hidrogeniônico (pH) - Eletrométrico

(1)

Alcalinidade a pH 4,5 mgCaCO3/L Titulação potenciométrica(1)

Nitrogênio total

kjeldahl (NTK) mg/L Kjeldahl semi-micro

(1)

Demanda bioquímica

de oxigênio (DBO) mg/L DBO de 5 dias

(1) Demanda química de oxigênio (DQO) mg/L Refluxo fechado, colorimético(1) Sódio mmolc/L Fotometria de chama(2)

Cálcio Método complexométrico

pelo EDTA(2)

Magnésio

Razão de absorção de

sódio (RAS) (mmolc

-1)1/2 Calculada(2)

Cloretos mmolc/L Método de Mohr(2)

Carbonato e

bicarbonato mmolc/L Método volumétrico

Quadro 2 (cont.) – Métodos analíticos utilizados para caracterização qualitativa da água de lavagem de filtros (ALAF) da piscina da UFERSA, campus Mossoró

Notas: (1De acordo com Clesceri, Greenberg e Eaton (1998). (2)Segundo Almeida (2010). (3)Kit da Hach

com disco colorimétrico padronizado para comparação visual e reagente DPD (N,N-Dietil-p- Fenilenediamina). (4)Conforme Ayres e Mara (1996), usando 20 litros de amostra.

4.2.2 Condicionamento químico

O condicionamento químico da ALAF da piscina da UFERSA foi realizado com coagulante natural à base de sementes de tamarindo (Tamarindos indica). A preparação da suspensão de semente de tamarindo seguiu, com algumas adaptações, os procedimentos adotados por Hernandez et al. (2013), Suazo (2016) e Pereira (2018). O roteiro utilizado para o preparo da suspensão de sementes de tamarindo a 0,1% foi:

• PASSO 1: Separar as sementes de tamarindo da casca e da polpa (ver Figura 16), já que a primeira pode adicionar matéria orgânica (HERNÁNDEZ et al., 2013, SUAZO, 2016);

• PASSO 2: submeter as sementes a um processo de hidratação por 48 horas;

• PASSO 3: colocar as sementes em um recipiente com água fervente por cerca de 40 minutos, a fim de remover a película que cobre a semente (SUAZO, 2016);

• PASSO 4: remover a película marrom (ver Figura 16) para a obtenção dos cotilédones brancos (HERNÁNDEZ et al., 2013, SUAZO, 2016);

• PASSO 5: secar os cotilédones em estufa de circulação forçada a uma temperatura de 65°C até peso constante, no caso, 48 horas;

• PASSO 6: triturar os cotilédones com o auxílio de um moinho laboratorial (marca Marconi, modelo MA048, tela em aço inoxidável AISI 304, mesh=0,85 mm) até a obtenção de um pó esbranquiçado (HERNÁNDEZ et al., 2013, SUAZO, 2016). Utilizar o pó (ver Figura 16) dentro de um prazo máximo de 15 dias.

Parâmetros Unidade Métodos analíticos

Alumínio total mg/L

Espectrometria de absorção atômica de chama com digestão preliminar com ácido nítrico – ácido perclórico(1)

Cloro residual livre e

Cloro residual total mg/L Colorimétrico

(1) do DPD (3) Microbioló- gicos Coliformes totais e Escherichia coli NMP/100mL Teste de coliformes do substrato enzimático(1) Biológico Ovos de helmintos Ovo/L Bailenger modificado(4)

• PASSO 7: pesar 0,1g do pó obtido e colocar em um béquer contendo 100 ml de água destilada colocando-a em uma placa de agitação e aquecimento até atingir uma temperatura de 65°C, obtendo-se assim uma mistura viscosa que deverá ser deixada em repouso à temperatura ambiente (HERNÁNDEZ et al., 2013, SUAZO, 2016), separando-se em duas fases: uma aquosa e uma viscosa (HERNÁDEZ et al., 2013); • PASSO 8: estimar o sedimento no béquer para obter a concentração da solução de

sementes de tamarindo. Para isso, após o tempo de repouso, pipetar 75% do sobrenadante da suspensão. Secar o sedimento a 100°C em estufa de esterilização e secagem, por 24 horas, colocar em dessecador até alcance da temperatura ambiente e pesar em balança analítica. Com isso, estimar a massa do sedimento que, neste estudo variou entre 79 e 86% da massa de semente de tamarindo utilizada. Então, para cada suspensão preparada, foi aplicado o respectivo fator de correção durante a dosagem de sementes de tamarindo nos ensaios de tratabilidade;

• PASSO 9: após a extração do sobrenadante (fase aquosa), aplicar em diferentes dosagens para as amostras de água.

• Figura 16 – Vistas do fruto e de sementes de tamarindo em diferentes estágios de processamento até a obtenção do pó de semente de tamarindo

• Fonte: Autor (2019).

• (a)Fruto Tamarindus indica com casca; (b)Fruto Tamarindus indica com vista da polpa; (c)Sementes do Tamarindus indica; (d)Cotilédones após secagem; (e)Cotilédones do fruto

tamarindo após secagem e moagem.

Segundo Bairwa (2016), a solução de sementes de tamarindo tem um problema de efeito de envelhecimento com o tempo, portanto, toda vez antes do experimento, é necessário a preparação de uma "solução fresca" e, portanto, foi preparado a suspensão diariamente, sempre conservando em geladeira nos intervalos que não foram usados. A Figura 16 mostra as

etapas passadas para se chegar ao pó de tamarindo. 4.2.3 Planejamento experimental

Levando em conta a previsão de três coletas e a qualidade diferente da água de lavagem de filtros da piscina da UFERSA, o planejamento experimental foi feito no delineamento em blocos completamente aleatorizado, com três repetições. Os tratamentos foram relativos às 12 dosagens de coagulante aplicadas para clarificação da água estudada (0, 2, 3, 5, 6, 7, 9, 10, 11, 13, 14 e 15 g/kg SST).

Para avaliação do desempenho dos ensaios de tratabilidade, foram consideradas as concentrações de SST e turbidez do sobrenadante e de SST do lodo, assim como, de eficiência de remoção de turbidez e de SST.

O software R (R CORE TEAM, 2016) foi utilizado para a análise de variância e testes de comparação de médias com um nível de 5% de significância. Devido à falta de normalidade nos resíduos, foi utilizado também o teste não paramétrico de Friedman, sendo este utilizado para informar se existiu ou não diferença entre as dosagens.

4.2.4 Estudo da tratabilidade

Para o estudo da tratabilidade da água de ALAF da piscina da UFERSA – Mossoró, foi utilizado um equipamento Jartest (Figura 17) para a realização da mistura do coagulante natural e, em seguida, foram utilizadas provetas graduadas de 2 L para proceder com a sedimentação, visando a clarificação por gravidade.

Figura 17 – Utilização do equipamento Jartest para realização da mistura do coagulante natural à ALAF da piscina da UFERSA

O procedimento utilizado para execução dos ensaios de tratabilidade a nível de bancada, foi daptado de SCALIZE, 1997. REALI; PATRIZZI, 1999. DI BERNARDO, 2003. BASTOS; FREITAS; OLIVEIRA, 2005):

• homogenizou-se a ALAF que estava armazenada na bombona plástica e transferiu-a para um balde de 20 L, deixando-a separada para que houvesse a sedimentação e posterior análise de Ovos de Helmintos (etapa feita uma única vez para cada coleta).

• homogenizou-se novamente a ALAF que estava armazenada na bombona plástica e transferiu-a para um balde de 10 L;

• a ALAF contida no balde de 10 L foi homogeneizada mais uma vez e coletou-se uma amostra representativa para sua caracterização (temperatura, pH, SST e turbidez);

• mediu-se 2 L da ALAF utilizando um béquer e proveta graduada e transferiu-a para cada jarro do equipamento Jartest;

• acertou-se a rotação dos agitadores do Jartest de maneira que proporcionasse o gradiente médio de velocidade da mistura (Gm) pré-estabelecido (300 s-1);

• com o auxílio de pipetas, foram medidos os volumes das dosagens de coagulante que foram previamente calculadas baseadas na quantidade de SST presente na amostra de ALAF, transferindo os respectivos volumes para os frascos dosadores do equipamento Jartest; • os agitadores do equipamento Jartest foram ligados e em seguida as dosagens contidas nos

frascos dosadores foram transferidas para os jarros, cronometrando, a partir desse momento, o tempo de mistura (Tm) pré-definido para todos os ensaios, de 3 minutos; • após o término do tempo de mistura (Tm), os agitadores do Jartest foram desligados e

transferiu-se o conteúdo de cada jarro (o mais rápido possível, mas com devido cuidado para evitar a quebra dos flocos formados) para provetas graduadas de 2 L e então deu-se início a cronometragem do tempo de sedimentação (Ts), correspondente a 60 minutos; • decorridos os 60 minutos referentes ao tempo de sedimentação (Ts), utilizou-se uma

mangueira de silicone cuja extremidade foi fixada em torno do meio do líquido da proveta para a realização do sifonamento para coleta da amostra do sobrenadante. Os primeiros 20 mL do sifonamento foram descartados (para retirada da água de torneira que foi utilizada para encher a mangueira de silicone) e logo após foi coletada uma amostra com cerca de 30 mL para medição de temperatura, pH e turbidez do sobrenadante. Em seguida, foi coletada uma amostra (com cerca de 1 L) do sobrenadante de cada proveta;

• após a coleta do volume de sobrenadante, posicionou-se a ponta da mangueira no interior da proveta na altura da interface “camada de lodo/água clarificada” e continuou-se o

sifonamento do sobrenadante de modo a descartar o conteúdo acima desta altura;

• agitou-se cada proveta para o desprendimento do sedimento, caso estivesse aderido às paredes da proveta, e coletou-se o mesmo para análises (SST e alumínio total);

• foram realizadas análises de ST e SST para as amostras de todos os sobrenadantes e SST para todas as amostras dos sedimentos coletados. Após a execução dessas análises, foram feitos gráficos de dispersão com o SST do sobrenadante e do sedimento e a turbidez do sobrenadante. Por convenção, escolheram-se as dosagens 0 e 15 g/kg de SST (sem dosagem de coagulante e com maior dosagem de coagulante de tamarindo) e mais duas dosagens que, supostamente, apresentaram melhores resultados (maior remoção de turbidez, menor quantidade de SST presente na amostra de sobrenadante e maior quantidade de SST na amostra do sedimento) para prosseguir com as demais análises;

• após a escolha das 4 dosagens (0 e 15 g/kg de SST como dosagens de referência, e as duas dosagens que apresentaram os melhores resultados), foram realizadas outras análises (CE, alcalinidade, NTK, DQO, RAS, alumínio total, Na, Ca, Mg, Cl-) para as amostras de sobrenadante. Já, para o sedimento, fez-se a determinação de alumínio total.

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1 Resultados obtidos em ensaios de clarificação, por gravidade, da água de lavagem de filtros (ALAF) da piscina da UFERSA, campus Mossoró

Na Tabela 13 estão dispostos os resultados observados de pH e temperatura da ALAF submetida ao condicionamento químico com semente de tamarindo e posterior clarificação por sedimentação, referentes às três coletas. Considerando as três coletas realizadas, foram observados valores de pH da ALAF da piscina da UFERSA após dosagens de tamarindo de 0 a 15 g/kgSST, entre 7,03 e 7,62 e, temperatura de 25,6 a 29,7 °C.

Para a primeira coleta, foram observados valores de pH oscilando de 7,33 a 7,64 e temperatura, entre 28 e 29°C, em cada um dos jarros correspondentes às 12 dosagens de tamarindo, conforme apresentado na Tabela 13. Nos ensaios referentes à segunda coleta da ALAF, com a aplicação de tamarindo para condicionamento químico, foram observados valores de pH entre 7,03 e 7,72 e temperatura, entre 25,6 e 29°C. Já, para a terceira coleta, o condicionamento químico com tamarindo resultou em valores de pH de 6,92 a 7,67 e temperatura, entre 28,8 e 29,7°C.

De um modo geral, os resultados de pH da ALAF após o condicionamento indicaram uma discreta tendência de aumento de seu valor com o aumento da dosagem de tamarindo, nos ensaios referentes às três coletas (Tabela 13).

Tabela 13 – Resultados de pH e temperatura observados durante os ensaios de condicionamento da ALAF da piscina da UFERSA-Mossoró, referentes às três coletas. Condições dos ensaios: dosagem de tamarindo = 0 a 15 g/kg SST; Tm = 3 min; Gm = 300 s-1 e TS = 60 min Dosagem de tamarindo (g/kgSST) Primeira coleta ALAF1: pH = 6,97 e T = 29,7 °C Segunda coleta ALAF1: pH = 7,19 e T = 29,8 °C Terceira coleta ALAF1: pH = 7,53 e T = 30,4 °C pH Temperatura (˚C) pH Temperatura (˚C) pH Temperatura (˚C)

0 7,33 29,0 7,03 28,8 6,93 29,6 2 7,38 28,7 7,08 29,0 7,06 29,7 3 7,40 28,3 7,31 28,9 7,23 29,6 5 7,39 28,5 7,34 28,9 7,25 29,5 6 7,56 28,3 7,38 28,7 7,23 29,5 7 7,63 28,3 7,38 28,7 7,26 29,6 9 7,64 28,2 7,69 26,0 7,51 29,0 10 7,64 28,0 7,63 26,0 7,57 29,1 11 7,55 28,3 7,63 26,0 7,67 29,0 13 7,55 28,2 7,67 25,8 7,66 28,8 14 7,54 28,2 7,67 25,7 7,61 28,8 15 7,55 28,1 7,72 25,6 7,56 28,8 Fonte: Autor (2019).

Para as três coletas, respectivamente, nos Gráfico 1,Gráfico 2 e Gráfico 3 são apresentados os resultados de turbidez e SST remanescentes no sobrenadante, assim como, de SST no lodo, em relação às dosagens de tamarindo pesquisadas.

Os ensaios de condicionamento químico com tamarindo e posterior sedimentação da ALAF da piscina da UFERSA referente à primeira coleta (Gráfico 1), proporcionaram resultados de turbidez no sobrenadante de resultados de 12,3 a 14,6 uT, com valor médio de 13,3 uT. O valor máximo (14,6 uT) foi observado para a dosagem de 15 g/kgSST. Estes resultados sugeriram um discreto aumento da turbidez no sobrenadante com o aumento da dosagem a partir da dosagem de 6 g/kgSST, ou seja, uma piora da qualidade da água quanto a este parâmetro.

Com relação aos resultados de SST no sobrenadante, observou-se variação de 25 a 39 mg/L, sendo o último verificado para a dosagem de 7 g/kgSST. Quanto aos resultados de SST no lodo, os valores variaram de 2.586 a 5.100 mg/L. De um modo geral, tanto para turbidez e SST no sobrenadante, quanto para SST no lodo, não se observou uma tendência bem definida de alteração das concentrações em função das dosagens aplicadas de tamarindo.

Gráfico 1 – Resultados de turbidez e SST do sobrenadante e SST do lodo verificados nos ensaios de tratabilidade da ALAF da piscina da UFERSA – Mossoró, referentes à primeira coleta. Água bruta: turbidez = 136 uT e SST = 357 mg/L. Condições de ensaios: Tm = 3 min; Gm = 300/s, TS = 60 min

Fonte: Autor (2019).

clarificação por sedimentação) da ALAF relativa à segunda coleta resultaram em valores de turbidez no sobrenadante de 19,0 a 21,5 uT. Para SST no sobrenadante, foram observadas concentrações entre 30 e 38 mg/L. Quanto aos resultados de SST no lodo, os valores foram de 95 a 180 mg/L. Da mesma forma como verificado nos ensaios com a ALAF da primeira coleta, os ensaios com a água da segunda coleta (Gráfico 2) não evidenciaram influência da dosagem de tamarindo nos valores de turbidez no sobrenadante e SST no sobrenadante e no lodo. Gráfico 2 Resultados de Turbidez e SST do sobrenadante e SST do lodo verificados nos ensaios

de tratabilidade da ALAF da piscina da UFERSA – Mossoró, referentes à segunda coleta. Água bruta: turbidez= 24 uT e SST= 37 mg/L. Condições de ensaios: Tm = 3 min; Gm = 300 s-1, TS=60 min

Fonte: Autor (2019).

Para a ALAF relativa à terceira coleta, os ensaios de tratabilidade resultaram em valores de turbidez no sobrenadante de 18,1 a 58,5 uT, apresentando uma tendência de diminuição de turbidez com o aumento da dosagem de tamarindo (Gráfico 3). O maior valor de turbidez (58,5 uT) foi verificado para dosagem de 0 g/kgSST e, o menor (18,1 uT) para a dosagem de 15 g/kgSST. Quanto aos valores de SST no sobrenadante, os resultados variaram de 49 a 189 mg/L para as dosagens de 14 e 0 g/kgSST, respectivamente.

Para SST no lodo, as concentrações foram de 1.750 a 4.840 mg/L, respectivas às dosagens de 0 e 15 g/kgSST. De um modo geral, com o aumento da dosagem de tamarindo, observou-se uma tendência de diminuição dos valores de turbidez e SST no sobrenadante e aumento de SST no lodo, sendo este comportamento, distinto do observado para as amostras da primeira e segunda coleta. Tais resultados sugerem uma relevante variação da qualidade da

ALAF da piscina da UFERSA. Disto, ressalta-se a importância de realização de ensaios de tratabilidade para distintas amostras, de modo a obter-se uma melhor caracterização desta água e avaliação de seu tratamento.

Gráfico 3 – Resultados de Turbidez e SST do sobrenadante e SST do lodo observados nos ensaios de tratabilidade da ALAF da piscina da UFERSA – Mossoró, referentes à terceira coleta. Água bruta: turbidez= 94 uT e SST= 302 mg/L. Condições de ensaios: Tm = 3 min, Gm = 300/s, TS=60 min

Fonte: Autor (2019).

5.1.1 Avaliação da influência da clarificação da ALAF da piscina da UFERSA-Mossoró por sedimentação, com utilização de semente de tamarindo para condicionamento prévio

Considerando os ensaios de tratabilidade da ALAF da piscina da UFERSA-Mossoró (condicionamento químico com semente de tamarindo e posterior clarificação por sedimentação), os resultados obtidos de SST no lodo foram submetidos à análise de variância, sendo o teste não paramétrico de Friedman utilizado para os resultados de turbidez no sobrenadante, SST no sobrenadante, remoção de turbidez e remoção de SST.

O Gráfico 4 do tipo boxplot apresenta resultados de estatística descritiva relacionados à turbidez no sobrenadante da ALAF da piscina da UFERSA, observados em ensaios de clarificação por sedimentação, com aplicação de tamarindo para condicionamento preliminar, executados com 3 amostras. O teste de Friedman indicou que não houve diferença entre os tratamentos (p = 0,85073).

Gráfico 4 – Estatística descritiva referente aos resultados da turbidez do sobrenadante da ALAF da piscina da UFERSA, obtidos em testes para clarificação por sedimentação, com aplicação de tamarindo para condicionamento químico preliminar

Fonte: Autor (2019).

Os resultados de estatística descritiva relacionados a SST no sobrenadante da ALAF da piscina da UFERSA (após clarificação por sedimentação, com aplicação de tamarindo para condicionamento preliminar) são apresentados no Gráfico 5 do tipo boxplot. Como observado para os resultados de turbidez no sobrenadante, para os resultados de SST no sobrenadante, o teste de Friedman indicou que não houve diferença entre os tratamentos (p = 0,74693).

Gráfico 5 – Estatística descritiva referente aos resultados do SST do sobrenadante da ALAF da piscina da UFERSA, obtidos em testes para clarificação por sedimentação, com aplicação de tamarindo para condicionamento químico preliminar

Fonte: Autor (2019).

O Gráfico 6 apresenta resultados de estatística descritiva quanto a SST no lodo, obtidos em ensaios de clarificação por sedimentação, com aplicação de tamarindo para condicionamento preliminar, executados com 3 amostras. A análise de variância destes resultados (SST no lodo) indicou que não houve diferença entre as dosagens (p = 0,0999).

Nos Gráfico 7 e Gráfico 8 são apresentados resultados de estatística descritiva para remoção de turbidez e remoção de SST, respectivamente. O teste não paramétrico de Friedman indicou que não houve diferença entre as dosagens tanto para remoção de turbidez (p = 0,43575), quanto para remoção de SST (p = 0,75666).

Gráfico 6 – Estatística descritiva referente aos resultados do SST do lodo da ALAF da piscina da UFERSA, obtidos em testes para clarificação por sedimentação, com aplicação de tamarindo para condicionamento químico preliminar.

Fonte: Autor (2019).

Gráfico 7 – Estatística descritiva referente a eficiência da remoção da turbidez do sobrenadante da ALAF da piscina da UFERSA, obtidos em testes para clarificação por sedimentação, com aplicação de tamarindo para condicionamento químico preliminar.

Gráfico 8 – Estatística descritiva referente a eficiência da remoção do SST do sobrenadante da ALAF da piscina da UFERSA, obtidos em testes para clarificação por sedimentação, com aplicação de tamarindo para condicionamento químico preliminar

Fonte: Autor (2019).

Para as condições dos ensaios executados (condicionamento químico da ALAF da piscina da UFERSA e posterior clarificação por sedimentação), a análise estatística indicou que não houve diferença entre as dosagens em relação aos resultados obtidos de turbidez no sobrenadante, SST no sobrenadante, SST no lodo, remoção de turbidez e remoção de SST. Assim, entende-se que outras dosagens de tamarindo, assim como, outros coagulantes, devem ser pesquisados para clarificação da ALAF gerada na piscina da UFERSA-Mossoró e, avaliada a possibilidade de reúso da fase clarificada. Ressalte-se também, que um número maior de amostras pode contribuir para uma melhor avaliação do desempenho do processo de tratabilidade em estudo.

5.2 Avaliação da qualidade da água clarificada visando reúso agrícola

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