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O Desenvolvimento Sustentável caracteriza a melhora no nível do bem-estar das pessoas, o incremento dos níveis de vida e da educação, da saúde, e a promoção da igualdade de oportunidades, que são componentes essenciais do desenvolvimento econômico. O Desenvolvimento Sustentável é a possibilidade de manter os processos produtivos e sociais durante lapsos gerais, obtendo dos mesmos iguais ou mais recursos e resultados que os que são implicados. As distribuições destes resultados alcançam um desenvolvimento equipotencial da humanidade em termos de melhora nos níveis de vida.

O desenvolvimento e o meio ambiente estão ligados de forma indissolúvel e devem ser tratados conforme a alteração dos conteúdos, das modalidades e dos usos do crescimento, sendo necessário observar simultaneamente três critérios fundamentais: eqüidade social, prudência ecológica e eficiência econômica (SACHS, 1993). Ressalta-se que o conceito de Desenvolvimento Sustentável vem sendo continuamente aprimorado.

Carvalho e Viana (1998), abordando o tema sob uma visão ecológica, esclarecem que, além da necessidade de existência de uma interação entre as vertentes do crescimento econômico, eqüidade social e equilíbrio ecológico, é necessário considerar também a inclusão da noção de responsabilidade comum, que pode ser representada como o processo no qual a exploração dos recursos materiais, os investimentos financeiros e o desenvolvimento tecnológico ajudam de melhor forma à ecologia, assumindo o sentido de continuidade e

harmonia, de forma que as transformações socioeconômicas não constituam uma dinâmica destrutiva, nem limitem as condições de vida das gerações futuras.

Em resumo, segundo Donaire (1995), o Desenvolvimento Sustentável é a busca simultânea de eficiência econômica, justiça social e harmonia ecológica. Além disso,

o conceito de Desenvolvimento Sustentável implica em limites – não limites absolutos, mas limitações impostas pelo estado presente da organização tecnológica e social dos recursos naturais e pela capacidade da atmosfera de absorver os efeitos das atividades humanas (CMMAD, 1991, p. 08).

Segundo a CMMAD (Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento), o Desenvolvimento Sustentável caracteriza-se não como um estado fixo de harmonia, mas sim como um processo de mudança, no qual a exploração de recursos, o gerenciamento dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e as mudanças institucionais são compatíveis com o futuro, e com as necessidades do presente.

Por fim, pode-se dizer que o grande passo na solução da problemática ambiental já foi dado, através da consciência da sua existência. Resta agora à sociedade organizar-se para buscar, juntamente com o estado e as indústrias, formas de maximizar a eficiência dos recursos naturais, criar tecnologias ambientalmente limpas e que contribuam para efetivamente aumentar a produtividade destes mesmos recursos naturais. A partir disso, pode- se no futuro desfrutar de uma sociedade planetária sustentável, onde impere a eqüidade ecológica.

2.2.1 Contextualização histórica sobre Desenvolvimento Sustentável

Historicamente, de acordo com Munasinghe (1993), o desenvolvimento do mundo industrializado concentrou seus interesses na produção econômica, predominando, então, o modelo de crescimento dos países em desenvolvimento no período pós-guerra. Apenas a partir da década de 1980 é que se difundiu a idéia de que os estragos causados ao meio ambiente poderiam ser reduzidos com o emprego de práticas ecologicamente adequadas. De acordo com Callenbach et al. (1993), inicialmente, empresários alemães debatiam as questões ambientais preocupando-se principalmente com três vertentes políticas: conscientização ambiental e conseqüente movimento ecológico, influenciando o comportamento do consumidor; protestos ecológicos contra a energia nuclear e outras mega tecnologias; e, como reação politicamente organizada, a ascensão do Partido Verde, com seu poder de influência através do discurso ecológico.

Porém, embora tenha havido alguns avanços na economia atual, ela ainda se caracteriza pelo enfoque reducionista e fragmentado, como salienta Capra (1999), numa forma comum das ciências sociais. Os economistas, em sua maioria, consideram a economia como um aspecto isolado e dissociado de todo contexto ecológico e social.

Diversos foram os esforços no sentido de conscientizar ao mundo sobre os problemas ambientais, como a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano realizada em Estocolmo, em 1972. Esta conferência, segundo Sanches (1997, p. 57), já evidenciava que “os problemas ambientais têm um caráter relevante para a sociedade moderna e envolvem a participação de todos os agentes econômicos”. A autora cita também um fator relevante para a conscientização, o Relatório de Brundtland, de 1987, que, fundamentando-se em estudos realizados durante quatro anos, cunhou as bases e o conceito de Desenvolvimento Sustentável.

Constata-se, entre os problemas globais que assolam o planeta Terra, o acelerado e descontrolado crescimento das grandes cidades, que tem desencadeado situações como vulnerabilidade a desastres, sejam eles de causa humana ou natural. Nesse sentido, Tolba (1992) considera que os desastres naturais são resultados de interações geofísicas da atmosfera, hidrosfera e litosfera, sendo que qualquer mudança nestas interações pode modificar a freqüência e a magnitude destas catástrofes.

2.2.2 Abordagem sobre Desenvolvimento Sustentável

A noção de sustentabilidade na ecologia argumenta Montibeller (1997), diz respeito ao equilíbrio de um ecossistema. O conceito de Desenvolvimento Sustentável tem como premissa o reordenamento dos valores sociais, para atender necessidades básicas da sociedade. Com esse objetivo, atualmente vêm surgindo preocupações com a limitação do consumo material, com vistas ao que restará às gerações futuras, em termos de recursos naturais.

Sobre esta perspectiva, Ely (1990) afirma que a Terra e seus ecossistemas, regidos por grande complexidade, guardam uma perfeita integração. As mudanças tecnológicas desencadeiam um número crescente de novas necessidades a uma população que cresce vertiginosamente, imputando um novo comportamento de consumo e aumentando o volume de resíduos. Sendo assim, reitera Ely (1990), é premente que a visão do sistema global se faça presente para que a qualidade de vida não seja depreciada.

Trazer essa visão para a pauta de discussões sobre os problemas ambientais futuros e os já instalados, certamente significa trilhar por um caminho mais curto na busca de soluções. A percepção mais profunda de problemas globais que assolam o mundo, como a poluição, exaustão dos recursos naturais, a degradação ambiental, social, política e econômica, desencadeará ações mais efetivas na redução ou mesmo na eliminação desses problemas. Certamente isso não acontecerá de forma instantânea, pois as variáveis incidentes têm um espectro muito amplo. Porém, é possível vislumbrar um horizonte de perspectivas otimistas quanto à sensibilização de todos os segmentos da sociedade para essa problemática. Tendo em vista esta possibilidade, o homem deve fazer algo pela natureza, dentro das empresas e dos governos, fazendo, assim, surgirem as tecnologias limpas.

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