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Desenvolvimento de uma Infraestrutura de Dados Espaciais para uma Plataforma Integrada e

3. Infraestrutura de Dados Espaciais do Ambiente Marinho

3.8. Desenvolvimento de uma Infraestrutura de Dados Espaciais para uma Plataforma Integrada e

Todas as iniciativas atrás descritas partilham objetivos e métodos semelhantes para alcançar as suas pretensões. Cada uma delas descreve a necessidade de melhorar a partilha de dados espaciais costeiros e marítimos, e em resposta a isso, cada uma delas desenvolve uma IDE ou iniciativa semelhante de partilha de dados espaciais. Cada iniciativa debate a ideia de estender a sua IDE Nacional para incluir o ambiente marinho, ou para desenvolver uma IDE a partir dos princípios fundamentais. A principal diferença entre todas estas iniciativas, é que algumas incluem a zona costeira como parte da IDE Marítima, e algumas apenas se centram no ambiente marinho e ainda não consideraram a inclusão da zona costeira. A pretensão geral para todas estas iniciativas, é desenvolver um mecanismo para diferentes utilizadores, trabalhando em diferentes

Por esse motivo, alguns países começam a considerar estender os seus sistemas de gestão terrestre para incluir o ambiente marinho, enquanto outros estão a estudar o desenvolvimento de um sistema diferente para gerir separadamente a sua área marítima (Strain et al., 2004). Contudo, a maior parte dos países separa o seu sistema de administração terrestre do seu sistema administrativo marítimo emergente, impedindo a gestão da zona costeira. Se um país não consegue gerir a sua zona costeira de forma eficaz, a gestão terrestre bem como a gestão marítima não irão funcionar. Isto verifica-se mais em países formados por arquipélagos ou cujos litorais são extensos comparativamente à sua massa de terra.

Como resultado, os países tendem a produzir diversos “silos base” e geralmente sistemas de gestão marítima insatisfatórios, e consequentemente informação marítima insuficiente e descoordenada, ou seja, cada uma das categorias de dados fica em “silos” separados. Cada um dos “silos” está em conformidade com cada conjunto de políticas e considerações, que podem diferir de outros “silos”. Portanto, a necessidade de expansão ou criação de novos modelos para incluir o ambiente terrestre, bem como os ambientes costeiros e marinhos tem sido reconhecida. Existe a necessidade de tornar as infraestruturas marítima e terrestre interoperáveis de modo que o planeamento, gestão e soluções possam ser identificados de uma forma contínua e global. A substituição dos dois sistemas separados por uma plataforma contínua e integrada, iria permitir a administração consistente dos recursos costeiros e offshore, e garantir o máximo de retorno sobre o investimento em dados espaciais e sistemas de gestão. Idealmente, isto iria resultar numa partilha e acesso universal e harmonizado, e integração de conjuntos de dados espaciais terrestre, costeiro e marítimo entre as regiões e as disciplinas. A ideia de um sistema de administração contínua e integrada, que abrange o ambiente terrestre e marinho é geralmente aceite e não controverso. Uma IDE contínua e integrada, que consiga conjugar dados marítimos e terrestres é uma estratégia de implementação essencial, que permite uma gestão espacial integrada de dados interoperáveis de ambos os ambientes. Esta IDE deve proporcionar um modelo contínuo e integrado, que facilita a criação de uma interface espacialmente habilitada para o ambiente terrestre e marítimo, e ainda estabelecer a ponte entre estes dois ambientes (Figura 3.25).

Neste sentido, a Organização das Nações Unidas (ONU) recomendou que os países com uma jurisdição marítima extensa e responsabilidades administrativas, deveriam ser incentivados a desenvolver uma componente de administração marítima, como parte de uma IDE contínua e integrada, cobrindo ambas as jurisdições terrestre e marítima, para garantir uma continuidade ao longo da zona costeira (Vaez et al., 2007).

A criação da IDE como uma plataforma facilitadora, permite e facilita o rápido acesso e utilização de dados espaciais, não só ao governo e à comunidade em geral, mas em particular à indústria de informação espacial. Uma plataforma permissiva e facilitadora, fornece uma estrutura legal, técnica e de governação para ligar dados, serviços e produtos. Se as barreiras forem minimizadas, os utilizadores podem prosseguir os seus objetivos centrais de negócio com elevada eficiência e eficácia. A redução dos custos da informação, incentiva as indústrias a investir na capacidade de gerar e fornecer uma vasta gama de produtos de serviços e informação espacial para mercados em expansão. O projeto de uma plataforma de integração requer o desenvolvimento de um conjunto de conceitos e princípios que facilitem a interoperabilidade.

3.9. Conclusões

A informação e consequentemente as infraestruturas de informação são uma necessidade de elevada importância e urgência, na nova era, onde os dados e a informação desempenham um papel significativo na vida e nos negócios. A informação espacial permite uma boa governação e eficiência nos negócios. Como resultado, a informação espacial deve estar acessível para análises e utilização por parte dos decisores. As IDE são interpretadas de forma diferente, pois podem ter diferentes significados e componentes, e utilizadas e desenvolvidas por diferentes comunidades. No entanto, algumas componentes e objetivos críticos têm a mesma aparência. As IDE pretendem facilitar a partilha, troca e integração de informação espacial terrestre e marítima, através da disponibilização de normas, plataformas de trabalho, políticas, acessos e o estabelecimento de parcerias e colaborações entre as partes interessadas.

Este capítulo examinou os conceitos e a conceção de IDE Marítimas, a nível nacional e internacional, e mostrou que diversas iniciativas de IDE Marítimas estão a ser desenvolvidas em vários países, tendo todas o mesmo objetivo de facilitar a partilha de informação espacial costeira e marítima, para melhorar a tomada de decisão e a gestão do ambiente marinho e costeiro. Muitos países com ambientes marinhos e costeiros estão atualmente a examinar as diferentes abordagens para uma melhor gestão das suas jurisdições marítimas, utilizando frequentemente tecnologias espaciais ou ferramentas de gestão de dados espaciais. Contudo, verificou-se que em alguns países existe a necessidade de uma plataforma de dados e informação espacial contínua, para facilitar a utilização e administração destas iniciativas de uma forma mais global e sustentável. Este capítulo proporcionou uma visão geral de alguns dos exemplos mais proeminentes de IDE ou de outras iniciativas de informação espacial, que se centram no ambiente costeiro ou marinho e destacou a necessidade de uma plataforma integrada e contínua em todos os países (interface da terra e mar). Tem ainda sido reconhecido que existe a necessidade de uma forma mais abrangente e melhor para ligar diferentes iniciativas offshore, que proporcionam uma

muito próxima entre a terra e as áreas costeira e marítimas. Estas conclusões fortalecem o pressuposto de que uma IDE Costeira não pode e não deve ser desenvolvida isoladamente a partir da mais ampla IDE Nacional de qualquer jurisdição.

O próximo capítulo investiga o software livre de código aberto, as vantagens e desvantagens entre software livre de código aberto e o software proprietário, e ainda a situação atual do software livre de código aberto no mundo dos SIG.

4. O Software Livre e de Código Aberto e os Sistemas de Informação Geográfica