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Capitulo 6 Conclusão e Desenvolvimentos Futuros 163

6.2 Desenvolvimentos futuros 166

O reforço estrutural de edifícios antigos é uma área que exige ainda investigação para que se conheça com precisão o desempenho (quantitativo) das soluções a adoptar.

Não obstante já terem sido realizados trabalhos de investigação, alguns dos quais foram referidos no Capítulo 4, para caracterização das soluções de consolidação e reforço de paredes resistentes, constatou-se que ainda há um conjunto de aspectos de interesse prático a desenvolver e aprofundar.

Tendo como base o trabalho desenvolvido e apresentado ao longo desta dissertação, sugerem-se de seguida algumas linhas para possíveis estudos futuros:

ƒ a caracterização experimental do desempenho de diferentes soluções de reforço: pregagens costura (nas ligações entre paredes), tirantes (nas ligações entre paredes), e confinamento global com lintel de betão armado e perfis metálicos (nas ligações entre paredes e pavimentos);

ƒ a durabilidade a longo prazo e a aderência às alvenarias antigas dos materiais compósitos, tanto em soluções de confinamento superficial das paredes, como no transversal (conectores e pregagens);

ƒ análise comparativa da eficácia do confinamento das paredes com pregagens com e sem manga de tecido;

ƒ análise comparativa da eficácia na ligação entre paredes dos tirantes, perfis metálicos (cantoneiras metálicas com pregagens) e lintéis de coroamento em betão armado;

ƒ análise técnico-económica benefícios/custos de diferentes técnicas de consolidação e reforço;

ƒ monitorização das soluções de reforço de edifícios antigos aplicadas nos exemplos descritos.

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Glossário

De seguida enunciam-se os principais termos relacionados com as intervenções em edificado antigo ou histórico, pretendendo clarificar alguns conceitos, não dispensando, contudo, o aprofundar dos mesmos.

Edifício antigo é aquele que possui materiais tradicionais, isto é, naturais pouco

transformados - pedra, barro, cal e madeira. Neste trabalho são considerados os construídos antes de 1930, data, aproximada, da generalização do betão armado como material de construção predominante.

Conservação refere-se ao conjunto de todas as acções que tenham por fim

prolongar o tempo de vida de uma edificação histórica. Esta designação poderá englobar um ou mais dos seguintes conceitos: manutenção, reparação, reabilitação, reconstrução. A conservação deve ser entendida como uma actividade cultural com implicações técnicas e não o oposto [28, 30].

Manutenção define as operações preventivas destinadas a manter em bom

funcionamento uma edificação, ou qualquer das suas partes integrantes. Neste conceito incluem-se por exemplo inspecções de rotina, acções de limpeza e aplicação de pinturas novas, constituindo acções programadas e geralmente efectuadas em ciclos regulares. Através destas impede-se a ocorrência de grandes anomalias nas edificações [19, 28].

Reparação é o conjunto de operações que visam corrigir anomalias existentes, para

manter o edificado como se encontrava antes da ocorrência destas. Consolidação é o termo usado muitas vezes para traduzir a ideia de reparação no sentido de manutenção da integridade da estrutura [28].

Reabilitação traduz o conjunto de operações destinado a aumentar os níveis de

qualidade de um edifício. O objectivo é atingir a conformidade com padrões de exigência superiores, ou mais severos do que aquelas para as quais o edifício foi inicialmente concebido. Sempre que se pretenda adaptar a edificação a novos usos, diferentes dos que motivaram a sua concepção ou torná-lo utilizável de acordo com os padrões actuais dever-se-á empregar este conceito [28].

Reconstrução é a acção de voltar a construir uma edificação, ou parte dela que se

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Reforço é a acção que envolve a melhoria da capacidade resistente de uma estrutura ou parte dela. Visa o aumento da capacidade de carga dessa estrutura, eliminando eventuais insuficiências [19].

Restauro aplica-se exclusivamente para acções em património móvel, tal como o

restabelecimento dos materiais, forma e aparência, com referência a uma determinada época construtiva. Trata-se de um termo utilizado com frequência e associado erradamente aos edifícios históricos ou antigos [19, 28].

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