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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.4. PROPRIEDADES MECÂNICAS

4.4.2. Desgaste abrasivo

O desgaste por abrasão é determinado pela norma NBR 12042 (2012), esta é utilizada para determinar o desgaste de qualquer material inorgânico, fora do escopo das rochas ornamentais. É a norma adotada atualmente para caracterizar a usabilidade do material em revestimentos, de acordo com a NBR 15844 (2015).

0,0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0 10 20 30 40 50 60

Te

nsã

o (

MPa)

Deformação (%)

RN Qzt RAQ-EP RAQ-PUV RC NBR

Chiodi Filho e Rodrigues (2009) no guia de aplicação de rochas em revestimentos, estabelece parâmetros de classificação da qualidade do material quanto ao desgaste abrasivo em 1000 metros. Com base no resultado do ensaio (Tabela 12), os materiais artificiais são caracterizados como de alta qualidade quanto ao trafego. Já a norma NBR 15844 (2015), estabelece que o material rochoso utilizado em revestimento submetido ao tráfego, sem indicação de intensidade, não deve possuir um desgaste superior à 1mm/1000m, sendo esse valor classificado por Chiodi Filho e Rodrigues (2009) como sendo de um material de alta qualidade (1,5 – 0,7mm) no quesito trafegabilidade.

No entanto, a rocha natural de quartzito, teve 0,35mm de desgaste no mesmo percurso, sendo classificada, como de muito alta qualidade (< 0,7mm). Isso se deve pela presença de grandes cristais do mineral quartzo na rocha. Entre as rochas ornamentais é um dos minerais mais duros encontrados (Mohs = 7).

Na Tabela 12 temos observados os resultados dos ensaios de abrasão. Tabela 12 - Resultado do ensaio de abrasão do tipo AMSLER.

Material Desgaste abrasivo (mm) 500m 1000m RAQ Epóxi 0,58 1,20 RAQ PUV 0,60 1,21 RAC Branca 0,50 1,13 RN Quartzito 0,15 0,35

Carvalho et al (2018), utilizando resíduos de material granítico oriundos de usina de britagem e matriz de resina epóxi, produziu em sua pesquisa uma rocha artificial que obteve um desgaste abrasivo de 1,37mm sob a mesma norma utilizada, diferença de 0,17mm da rocha produzida com a mesma matriz e uma diferença muito próxima (0,16mm) da confeccionada utilizando matriz de resina poliuretana vegetal.

Essa diferença constante mostra a influência do tipo da carga presente no material em sua resistência ao desgaste abrasivo. Segundo a Tabela 7, o mineral quartzo está presente em 99,4% da carga. Este é um mineral comum encontrado em rochas ornamentais, por ser muito resistente à abrasão (Mohs= 7) é possivelmente o

principal responsável pela diferença de desgaste entre as pesquisas. Observa-se ainda que haja uma baixíssima influência da mudança da matriz para a de resina poliuretana vegetal de mamona sob mesmos parâmetros de produção no desgaste abrasivo do material.

Contudo, Ribeiro (2011) produziu um material artificial utilizando uma matriz de poliéster instaurado e carga de mármore dolomítico. Este quando submetido ao desgaste, teve uma perda de espessura de 5,7mm, quase 5 vezes o valor encontrado nesse estudo. Esse valor se deve, segundo o autor, à presença de poros causados na reação da resina com o solvente e a não adesão das partículas da carga à resina.

4.4.3. Resistência ao impacto de corpo duro

Neste ensaio, foram aferidas as capacidades dos materiais de absorver a energia de impacto de um projétil em queda livre, e também a sua coesão. Dessa forma, esse ensaio se faz necessário para qualificar um material, quanto a esse tipo de solicitação, para ser empregado em locais de trafego aonde possa estar sujeito a quedas de objetos, como em pisos de aeroportos, estabelecimentos comerciais, entre outros.

Para este ensaio, foram produzidas placas de RAQ de 10 mm de espessura, por limitações do molde, placas de RAC de 30 mm de espessura e RN Quartzito de espessura 30 mm. Seguem os valores encontrados na Tabela 13.

Tabela 13 - Valores encontrados no ensaio de impacto de corpo duro.

Materiais Altura de ruptura média (m) Energia de Ruptura (J) RAQ Epóxi 0,393 3,856 RAQ PUV 1,725 16,915 RAC Branca >2,0 >19,612 RN Quartzito 0,2 1,961

É importante salientar que as placas que foram ensaiadas possuíam a espessura em que são comercializadas para o uso. A norma ABNT NBR 15.845-8 (2015) não utiliza a variável espessura nos cálculos de energia de ruptura. Pode-se

dizer que esse dado é relativo à espessura do material no ensaio, sendo variável conforme a espessura.

Chiodi Filho e Rodrigues (2009), propuseram qualificar as rochas segundo sua resistência ao impacto em intervalos de altura de ruptura, sendo de qualidade muito baixa alturas de ruptura inferiores à 0,30m, de baixa para alturas que variem de 0,30m a 0,50m, de média de 0,50m a 0,70m, de alta de 0,70m a 0,95m e muito alta qualidade para alturas de ruptura superiores a 0,95m. A norma ABNT NBR 15844 (2015) estabelece um mínimo de 0,30m de altura de resistência ao impacto para um material rochoso ser utilizado como revestimento.

A Tabela 13 apresenta a altura média de ruptura dos materiais utilizados na pesquisa. Para o caso do material confeccionado com matriz de epóxi, a altura de ruptura caracteriza o material como de baixa qualidade com relação à resistência ao impacto. Deve-se levar em consideração que a espessura de uso do material é de 10mm. Para o caso do material confeccionado com a matriz de resina poliuretana vegetal de mamona, nota-se que a altura mínima, com a mesma espessura de 10 mm, obteve uma resistência de 1,725m de altura, 4,4 vezes maior do que a confeccionada com epóxi. Tal fato ocorre pela característica da matriz de não vitrificar em seu interior, tendo assim uma camada interna que se apresenta na fazer borrachosa, absorvendo a energia do impacto. O material comercial não rompeu mesmo com a altura máxima do equipamento normatizado, portanto teve altura indefinida, porém para parâmetro de classificação de sua qualidade, sabe-se que teve mais de 2,0m de altura de resistência ao impacto.

Já a rocha natural de quartzito, rompeu na altura mínima estabelecida pela NBR 15.845-8 (2015), que é de 0,20m, sendo caracterizada por Chiodi e Rodrigues (2009) como de qualidade muito baixa e pela NBR 15.844 (2015) como imprópria para uso.

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