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3. METODOLOGIA

3.1. Design e Método de Pesquisa

Para atender aos objetivos da pesquisa, a metodologia se dividirá em duas etapas, ou seja, seguirá um design multimétodo. A primeira etapa consiste de pesquisa qualitativa (exploratória), e a segunda de pesquisa quantitativa (descritiva). Este design justifica-se como forma de atender aos objetivos propostos para esta pesquisa, considerando-se que autores como Churchill (1995) consideram adequado a elaboração de fase exploratória anterior à fase descritiva.

3.1.1 - Pesquisa Exploratória

Segundo Malhotra (1999), define-se como pesquisa exploratória aquela cujo principal objetivo é fornecer compreensão e entendimento do problema com o qual o pesquisador está envolvido. Este modelo de pesquisa é utilizado nos casos em que o pesquisador precisa definir o problema mais precisamente, identificando cursos de ação. As informações necessárias são definidas em termos gerais e obtidas através de um processo de pesquisa flexível, com a utilização de amostras pequenas e não representativas da população. Os dados obtidos são analisados qualitativamente.

Churchill (1995) afirma que a pesquisa exploratória é particularmente útil quando se quer subdividir um problema vago e abrangente em subproblemas menores e mais precisos, de preferência na forma de hipóteses ou perguntas específicas. Para Malhotra (1999) a pesquisa exploratória pode ser utilizada com os seguintes propósitos:

ƒ formular um problema, ou definir um problema mais precisamente; ƒ identificar cursos de ação alternativos;

ƒ desenvolver hipóteses;

ƒ isolar variáveis chave e relacionamentos para análise posterior;

ƒ obter compreensão, para desenvolver uma abordagem para o problema; ƒ estabelecer prioridades para pesquisa posterior.

Alguns autores sugerem que seja realizada uma etapa qualitativa / exploratória preliminar à construção de uma escala de mensuração (CHURCHILL, 1979; ANDERSON; GERBING 1988; BEARDEN; NETEMEYER, 1998).

Na presente pesquisa, o método de obtenção de dados utilizado na fase exploratória foi a entrevista em profundidade. O objetivo deste procedimento foi conhecer a percepção dos entrevistados quanto ao seu relacionamento com a IES, além de itens como satisfação, valor percebido, qualidade percebida e intenções de

fidelidade, contribuindo assim para a construção das escalas quantitativas utilizadas na coleta de dados da etapa descritiva desta tese.

Segundo Churchill (1995), as entrevistas buscam captar o conhecimento e experiência daqueles que possuem familiaridade com o assunto sendo pesquisado. Ao utilizar este método de coleta de dados, o pesquisador deve criar cuidadosamente uma amostra de pessoas envolvidas na área de interesse da pesquisa. O objetivo é obter contribuições acerca do relacionamento entre variáveis, e não obter uma fotografia acurada de práticas usuais ou estatísticas. Portanto, este método não requer a utilização de uma amostra probabilística.

Foram realizadas entrevistas em profundidade com dez estudantes de cursos de graduação em Administração, todos de instituições privadas organizadas academicamente como Universidade ou Centro Universitário, e localizadas em Porto Alegre – RS ou municípios limítrofes, no período entre 24 de abril e 05 de junho de 2007. Não foi utilizado procedimento probabilístico para a seleção dos entrevistados, porém tomou-se o cuidado de diversificar as instituições de ensino superior onde os mesmos estavam matriculados, de forma a representar cinco instituições diferentes.

Para a coleta dos dados qualitativos, foi utilizado um roteiro de entrevista, construído com base na fundamentação teórica e disponível no apêndice 1. Devido ao grande número de informações coletadas, o método de contato utilizado foi o pessoal. Segundo Alreck e Settle (1995), as entrevistas pessoais fornecem o mais completo contato com os respondentes, porque a interação face a face permite comunicação tanto auditiva quanto visual. Os mesmos autores afirmam que “a flexibilidade deste método às vezes faz com que ele seja a única escolha para projetos que exigem contato direto, local específico ou seleção especial de respondentes qualificados para a pesquisa.” (ALRECK; SETTLE, 1995, p. 33).

Cada um dos entrevistados concedeu entrevista de aproximadamente uma hora e vinte minutos. As entrevistas foram gravadas e posteriormente transcritas para realização de análise de conteúdo.

3.1.2 - Pesquisa Descritiva

Churchill (1995) salienta que uma pesquisa descritiva está baseada em uma ou mais perguntas, capazes de guiar a pesquisa em direções específicas. Malhotra (1999) diz que o maior objetivo das pesquisas descritivas é descrever algo, normalmente características ou funções de mercado.

Segundo Churchill (1995), um estudo descritivo requer especificações claras de quem, o quê, quando, onde, por quê e como. Para tomar estas decisões, o pesquisador precisa primeiro refletir muito sobre o tema, ou fazer uma pequena pesquisa piloto, ou ainda desenvolver um estudo exploratório preliminar. A coleta de dados definitiva, bem como sua análise, deve ser adiada até que o pesquisador tenha respostas às perguntas quem, o quê, quando, onde, por quê e como. Além disso, também deve ser planejado como os dados coletados serão analisados, e quais testes estatísticos serão aplicados aos mesmos.

Portanto, para definir as questões e escalas necessárias para a coleta de dados nesta pesquisa, foi realizada primeiramente a pesquisa exploratória descrita no item 3.1.1, aliada à revisão bibliográfica. Em seguida, foi utilizado o método de levantamento de dados, com a aplicação de um questionário (instrumento de coleta de dados). O método de levantamento de dados é baseado no questionamento de respondentes. É feita uma série de questões aos respondentes, abordando seu comportamento, intenções, atitudes, motivações, bem como características demográficas e demais informações. É utilizado um questionário estruturado como instrumento de coleta de dados, uma vez que este tipo de pesquisa exige um alto grau de padronização das informações obtidas (MALHOTRA, 1999).

Ainda segundo Malhotra (1999), é necessário realizar um pré-teste, ou seja, aplicar o questionário em uma pequena amostra de respondentes, para identificar e eliminar potenciais problemas no instrumento de coleta de dados. Todos os aspectos do questionário devem ser testados: palavras utilizadas, conteúdo e dificuldade das questões, seqüência, forma, layout e instruções. Os respondentes do pré-teste e do levantamento definitivo dos dados devem ser selecionados a partir da mesma população. O pré-teste foi realizado com vinte alunos do curso de Administração da ULBRA – Universidade Luterana do Brasil, campus Canoas – RS, no dia 14 de junho

de 2007. Os erros e problemas encontrados foram corrigidos antes das coletas de dados seguintes.

Foram realizadas duas coletas de dados quantitativas. A primeira teve caráter preparatório, pois tinha como objetivo refinar as escalas e eliminar itens com pouca contribuição para a mensuração dos construtos do modelo em teste. O instrumento de coleta de dados disponível no apêndice 3 foi aplicado para uma amostra de 133 respondentes, alunos de cursos de graduação em Administração de três instituições de ensino privadas, duas localizadas em Canoas – RS e uma em Porto Alegre – RS, obtendo-se 118 questionários válidos. A coleta de dados ocorreu entre os dias 18 e 27 de junho de 2007.

A segunda coleta de dados ocorreu entre os dias 15 de agosto e 04 de setembro do mesmo ano, utilizando-se o questionário disponível no apêndice 4 – devidamente adaptado após as alterações surgidas a partir da análise dos dados coletados na amostra piloto, descritas detalhadamente no capítulo 4 desta tese. Esta coleta objetivou efetivamente o teste do modelo proposto, constituindo a base de dados utilizada para a verificação de relações entre as variáveis e construtos. A amostra para a coleta definitiva de dados foi de 569 respondentes, também alunos do curso de Administração nas mesmas instituições de ensino superior da primeira coleta de dados quantitativa, obtendo-se 535 questionários válidos.

A caracterização de cada uma das amostras coletadas, bem como as justificativas referentes às suas configurações e quantidade de respondentes, são apresentadas no item 3.4 deste capítulo.

3.2. Definições Constitutivas e Operacionais dos Construtos do Modelo

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