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4.1 - Introdução

Nos capítulos anteriores foram apresentadas as considerações relativas ao cálculo das cargas e dos esforços solicitantes nas lajes maciças dos edifícios. Após o cálculo dos esforços, o dimensionamento é feito conforme indicado no Volume 1. Por último, deve-se fazer o detalhamento das armaduras.

De um modo geral, o projeto não pode se limitar a um cálculo preciso das solicitações e das dimensões dos elementos estruturais. Além disso, devem ser tomadas algumas medidas que facilitem a execução, possibilitando uma maior uniformidade na concretagem da estrutura e uma adequada proteção das armaduras contra a corrosão. Assim, o detalhamento das armaduras torna-se uma etapa de fundamental importância no projeto estrutural. De um correto detalhamento, dependerá o sucesso ou o fracasso do projeto.

Neste capítulo, são apresentadas as considerações relativas ao detalhamento das lajes maciças de concreto armado. O detalhamento é feito atendendo as disposições construtivas da NBR-6118. O cálculo de flechas também é apresentado, apesar de este assunto ser tratado em detalhes no capítulo 6.

4.2 - Espessura mínima das lajes maciças

As lajes devem ser projetadas com uma espessura mínima suficiente para limitar suas deformações, além de evitar vibrações que causem desconforto aos usuários da edificação. Além disso, do ponto de vista construtivo, é conveniente que as lajes sejam projetadas com armadura simples, para evitar o uso de armadura superior ao longo dos vãos. Assim, a espessura adotada deve ser tal que o dimensionamento recaia no caso de armadura simples, conforme os critérios indicados no Volume 1.

permeabilidade. Além disso, as aberturas das fissuras devem ser limitadas a valores compatíveis com a agressividade do meio. Por último, as armaduras devem estar protegidas por uma camada de cobrimento de concreto com uma espessura adequada.

Os cobrimentos nominais exigidos pela NBR-6118 são dados em função da classe de agressividade ambiental (ver capítulo 1, Volume 1). No caso das lajes, os cobrimentos nominais exigidos são indicados na tabela 4.5.1.

Tabela 4.5.1 - Cobrimentos nominais para lajes Classe de agressividade I II III IV Cobrimento nominal (cm) 2,0 2,5 3,5 4,5

Para garantir o cobrimento previsto no projeto, devem ser usados dispositivos especiais, denominados espaçadores de forma, os quais podem ser de plástico, de argamassa, ou outros materiais. A não observância do cobrimento mínimo pode comprometer a durabilidade da estrutura, sendo este um dos grandes problemas verificados nas estruturas de concreto aparente situadas próximas à orla marítima.

Na fig. 4.5.1, apresentam-se dois tipos de espaçadores de formas, dentre as várias opções disponíveis no mercado.

Fig. 4.5.1 – Espaçadores de formas

4.6 - Outras prescrições da NBR-6118

Segundo a NBR-6118, o diâmetro das barras da armadura não deve ultrapassar 1/8 da espessura da laje.

Nas lajes armadas numa só direção, a armadura de distribuição por metro de largura da laje, deve ter seção transversal de área igual

Detalhamento das lajes maciças 169 ou superior a 1/5 da área da armadura principal, com um mínimo de 0,9 cm2. O espaçamento máximo dessas barras é de 33 cm.

Além disso, a NBR-6118 permite que se adote apenas a metade da armadura mínima para as armaduras de distribuição. Esse procedimento não é o mais indicado, como se comprova no estudo apresentado na ref. [19]. Assim, os valores recomendados neste livro são os indicados na fig. fig. 4.6.1.

De acordo com a NBR-6118, na região dos maiores momentos fletores das lajes, o espaçamento das barras da armadura principal não deve ser maior que 20 cm nem maior que 2h. Esses limites são indicados na fig. 4.6.2.

Asx mínimo: a) Asy/5

c) As,min

d) 3 barras por metro Asx

Asy

lx>2ly ly

b) 0,9 cm2/m

Fig. 4.6.1 - Armadura de distribuição

sx

sy sx < smax sy < smax laje armada em cruz

s s < smax laje armada em

uma direção

smax= menor valor entre 20cm e 2h

Fig. 4.6.2 - Espaçamentos máximos das armaduras principais A princípio, o espaçamento máximo indicado na fig. 4.6.2 deve ser obedecido para as armaduras positivas no meio do vão e para as armaduras negativas nos lados engastados. Entretanto, para

inferior nos cantos simplesmente apoiados, pois ela deve ter seção pelo menos igual à da maior armadura no centro da laje.

Deve-se ter um cuidado especial com as ancoragens das armaduras positivas das lajes contínuas apoiadas em vigas flexíveis. Dependendo da rigidez das vigas e de suas condições de apoio, podem surgir momentos positivos nos apoios internos das lajes. Essa situação é indicada na fig. 4.7.5.

Fig. 4.7.5 – Ancoragem da armadura positiva nos apoios internos

Se as vigas V1 e V2 não forem rígidas o bastante, o momento negativo da laje, sobre a viga V4, sofrerá uma grande redução em valor absoluto, podendo até ficar positivo, como está indicado na fig. 4.7.5. Neste caso, as armaduras positivas das duas lajes devem ser ancoradas além do eixo da viga V4, para garantir uma emenda por traspasse das barras. Dependendo das dimensões das lajes, pode ser conveniente passar a maior armadura corrida, da viga V3 até a viga V5. Nos apoios de extremidade, vigas V3 e V5, consideram-se os comprimentos de ancoragem em apoios de extremidade.

Curso de Concreto Armado 188

a armadura longitudinal possui diâmetro

φ

l

=5

mm e espaçamento cm. A área da armadura transversal dessa tela é de 65 mm

10

=

l

S

2 /m=0,65cm2/m, sendo

φ

t

=5

mm e espaçamento

S

t

=30

cm. Os comprimentos de ancoragem das telas soldadas são calculados conforme o capítulo 7 do Volume 1, considerando ancoragem reta. Havendo barras transversais soldadas dentro do trecho da ancoragem, pode-se considerar o fator de redução

7

,

0

2

=

α

, como indicado na tabela 7.6.1. Para fazer a ancoragem nas vigas de borda, é necessário realizar alguns cortes no último fio da tela, como é ilustrado na fig. 4.8.11.

Fig. 4.8.11 – Ancoragem das telas nas vigas de apoio

As emendas por traspasse das telas soldadas podem ser feitas por sobreposição, como indicado na fig. 4.8.12.

Fig. 4.8.12 – Emendas das telas soldadas

Nos desenhos de armação das lajes, os painéis de telas soldadas são representados como retângulos ou quadrados. As diagonais servem para identificar o painel, o tipo, a largura e o comprimento da tela. Um desenho típico é mostrado na fig. 4.8.13, onde duas telas iguais são emendadas.

N1-L1 96-2, 45x6, 00 N1 30 emenda

Capítulo 5

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