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GRUPO 4 (G4): os neonatos deste grupo não receberam colostro de cabra ou de vaca, sendo

5.1 ATIVIDADE FUNCIONAL DE NEUTRÓFILOS POLIMORFONUCLEARES (PMNS) DO SANGUE DE CABRITOS NEONATOS “IN VITRO”

5.2.4 Determinação das imunoglobulinas G ( IgG) e M ( IgM)

Nas tabelas 34 e 35 e gráficos 49 e 50 estão apresentados os valores das médias das taxas séricas das imunoglobulinas G (IgG) e M (IgM) respectivamente. Verificou-se que antes da ingestão do colostro (tempo zero) não houve diferença significativa entre os valores das médias das imunoglobulinas G, apresentando-se com baixas taxas nos quatro grupos experimentais.

Os animais dos grupos que ingeriram colostro tanto de cabra “in natura” (G1) ou aquecido a 56º C por 60 minutos (G2), como de vaca “in natura” (G3) apresentaram aumento nos valores de IgG a um máximo após a ingestão do colostro (Tabela 34). Este aumento foi mais pronunciado e precoce nos grupos 1 e 2, sendo de menor magnitude e mais tardio no grupo 3. A seguir os valores mantiveram-se momentaneamente e/ou caíram até t4. Os animais que ingeriram apenas leite (G4) apresentaram valores baixos de IgG por todo o período experimental (Tabela 34 e Gráfico 49), sendo significativamente menores que os dos grupos de animais que mamaram colostro (G1, G2 e G3) entre t1 e t4. Não ocorreram diferenças entre os valores dos grupos G1, G2 e G3 nos tempos avaliados.

Os valores de IgM foram mínimos nos quatro grupos experimentais estudados antes da ingestão do colostro ou leite (Tabela 35). Os animais do grupo 1 apresentaram aumento nos valores de IgM após a ingestão do colostro, sendo máximo no tempo t1 e a seguir foram caindo até o tempo t4, o mesmo sendo observado, só que em menores proporções, nos animais do grupo 2, entretanto neste grupo os valores se mantiveram em uma constante. Os animais do grupo 3 apresentaram valores baixos de IgM por todo o período do estudo. Comportamento diverso foi observado naqueles que ingeriram apenas leite (G4) que iniciaram (t0) com valor baixo que se manteve, e em t3 apresentaram um aumento significativo e mantido em t4. Na comparação entre os grupos, em cada faixa etária, observou-se valores significativamente maiores nos tempos t1e t2 dos grupos 1 e 2 em relação aos dos grupos 3 e 4. No tempo t3 notou-se que os valores de G1 e G2 foram maiores em relação aos dos animais do grupo 3, e em contraposição no grupo 4 sofreu aumento, igualando-se em t3 com aqueles de G1 e G2, e em t4 com aquele de G2 (Tabela 35 e Gráfico 50).

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Tabela 34 - Valores séricos médios e desvios – padrão da concentração de IgG (mg/dl) no sangue de cabritos neonatos segundo a idade e o tipo de colostro ingerido (colostro de cabra “in natura” - G1, colostro de cabra aquecido a 56º C por 60 minutos – G2, colostro de vaca “in natura” - G3 e Leite – G4) - São Paulo- 2008 a 2009

Concentração de IgG (mg/ dl) Momentos

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4

T0

(antes da ingestão do colostro) 0,18 ±0,05aA* 0,25 ±0,10aA 0,21 ±0,08aA 0,87±0,73aA T1

(até 48 hs p.n.) 3.120,19±2.279,21bA 2.806,28±840,00bA 1.509,21±1.103,85bA 157,57±201,04aB T2

(72h-96hs p.n.) 2.428,58±2.057,49bA 2.314,97±907,29bA 1.635,82±1.679,93bA 93,64 ±118,27aB T3

(168-192hs p.n.) 1.545,89 ±705,23bA 2.041,44±1.084,24bA 1.433,59±1.933,01bA 86,76 ±129,93aB T4

(336-360hs p.n.) 1.087,65 ±505,60bA 1.689,02±1.033,87bA 853,37 ±271,95bA 131,35 ±151,77aB *letras maiúsculas diferentes na mesma linha, indicam resultados com diferenças significativas (p<0,05),

letras minúsculas diferentes na mesma coluna, indicam resultados com diferenças significativas (p<0,05)

Concentração de IgG - 500 1.000 1.500 2.000 2.500 3.000 3.500 T0 T1 T2 T3 T4 Mom entos m g /d l Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4

Gráfico 49 – Valores séricos médios de IgG (mg/dl) no sangue de cabritos dos diferentes grupos experimentais, observados antes da ingestão do colostro ou leite (t0) e após a mamada (t1 a t4) - São Paulo- 2008 a 2009

Tabela 35- Valores séricos médios e desvios –padrão da concentração de IgM (mg/dl) no sangue de cabritos neonatos segundo a idade e o tipo de colostro ingerido (colostro de cabra “in natura” - G1, colostro de cabra aquecido a 56º C por 60 minutos – G2, colostro de vaca “in natura”- G3 e Leite – G4) - São Paulo- 2008 a 2009

Concentração de IgM (mg/dl) Momentos

Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4

T0

(antes da ingestão do colostro) 1,84 ±0,51aA* 2,48 ±1,37aA 13,08 ±26,68aA 17,05 ±21,94aA T1

(até 48 hs p.n.) 469,58±169,15bA 341,82±235,07bA 94,54 ±57,36bB 9,53 ±3,26aC T2

(72h-96hs p.n.) 421,60±323,96bcA 290,33±170,62bcA 63,86 ±31,56bcB 33,16 ±34,29bC T3

(168-192hs p.n.) 257,69 ±163,39cA 179,54±176,65bcA 35,52 ±37,23cB 235,77 ±190,12cA T4

(336-360hs p.n.) 86,69 ±75,23dA 210,08±315,94cAC 6,87 ±5,24aB 243,18±220,10cC *letras maiúsculas diferentes na mesma linha, indicam resultados com diferenças significativas (p<0,05);

letras minúsculas diferentes na mesma coluna, indicam resultados com diferenças significativas (p<0,05)

Concentração de IgM - 50 100 150 200 250 300 350 400 450 500 T0 T1 T2 T3 T4 Mom entos m g /d l Grupo 1 Grupo 2 Grupo 3 Grupo 4

Gráfico 50 – Valores séricos médios de IgM (mg/dl) no sangue de cabritos dos diferentes grupos experimentais, observados antes da ingestão do colostro ou leite (t0) e após a mamada (t1 a t4) - São Paulo- 2008 a 2009

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6 DISCUSSÃO

A importância do fornecimento do colostro ao neonato tem sido foco de estudos de muitos pesquisadores, pois apesar de parecer uma prática simples, muitos recém nascidos morrem em decorrência de falhas na transferência de imunidade passiva colostral. Estudos em relação ao comportamento imunológico de bezerros neonatos estão mais avançados em razão do maior significado econômico e preocupação com as criações de bovinos. Os conhecimentos adquiridos através dos estudos realizados na espécie bovina acabam muitas vezes sendo extrapolados para os outros ruminantes, apesar de apresentarem particularidades bem definidas.

A avaliação da imunidade inata por meio de estudos da função dos leucócitos polimorfonucleares (PMNs) no sangue de caprinos neonatos e do papel de opsoninas como anticorpos e fatores do complemento são escassos, e ainda não se encontra completamente estabelecido.

Assim sendo, neste trabalho avaliou-se a função de PMNs do sangue de cabritos neonatos, analisando a produção espontânea e provocada de peróxido de hidrogênio e a fagocitose em animais com até 15 dias de vida que receberam diferentes manejos de colostro ao nascimento.

O exame físico dos animais, utilizado para seleção e acompanhamento da higidez dos neonatos durante o período experimental considerou a análise do estado geral (grau de depressão clínica) podendo-se verificar que o variado manejo de colostro não influenciou praticamente está característica. No entanto, os resultados do escore fecal caracterizaram quadro de diarréia mais freqüente nos cabritos do G3, que mamaram colostro de vaca, e mais intenso e precoce nos neonatos do G4, que não mamaram colostro. O estado de hidratação sofreu alterações discretas evidenciando leve desidratação, detectada em menor número de neonatos do que aqueles com quadro de diarréia em cada grupo. Tais constatações confirmam as recomendações quanto à necessidade de volume e qualidade adequados do colostro fornecido aos neonatos (BENESI, 1996; BOHLAND, 2008). Quanto ao fato da falha de transferência de imunidade passiva colostral determinar maior morbidade e gravidade das enfermidades nos neonatos este pode ser confirmado pela intensidade e precocidade do quadro de diarréia no G4, alimentado só com leite, e pelo maior número (cinco) de animais descartados, por morte ou doença grave, nesse mesmo

grupo experimental. Esses resultados corroboram com aqueles destacados por Benesi (1996), Borges (1997) e Bohland (2008) em bezerros neonatos.

Na avaliação da temperatura corporal dos animais dos quatro grupos estudados não se observou diferenças significativas em relação à idade e nem na comparação entre os grupos. Os valores da temperatura corporal em média variaram de 38,9± 0,99 a 39,7±0,32. Apesar dos animais do grupo 4 terem apresentado valores com variações significativas os mesmos encontravam-se dentro dos intervalos fisiológicos descritos como referência na literatura especializada (BIRGEL; BENESI; ARAÚJO, 1990; PUGH, 2004). Os resultados deste trabalho também concordaram com aqueles descritos por Pereira et al. (2001) no qual destacaram temperatura corporal obtidas para animais desmamados e adultos com variação entre 38,5 a 40,3 graus Celsius.

A freqüência dos batimentos cardíacos dos animais dos quatro grupos experimentais não apresentou diferenças significativas em relação à evolução da idade. Os valores médios dos batimentos cardíacos encontrados variaram entre 129,00±37,63 e 224,50±30,94 sendo inferiores àqueles encontrados na literatura como referência para animais de mesma idade (209,00±6,00 a 255,00±15,00) (SMITH; SHERMAN, 1994). A comparação entre os grupos mostrou que no tempo t0 que os animais do grupo 2 apresentaram uma freqüência dos batimentos cardíacos menor que a do grupo 4, e no tempo t2 menor que as dos grupos 1 e 3. No tempo t3 o grupo 4 evidenciou freqüência dos batimentos cardíacos mais elevada quando comparada àquelas dos demais grupos. No entanto essas variações não puderam ser relacionadas diretamente ao manejo do colostro usado para os diferentes grupos.

A freqüência dos movimentos respiratórios não apresentou diferenças significativas influenciada pela evolução da idade. Os valores médios encontrados variaram entre 39,5±7,54 a 63,0±22,90 movimentos por minuto. A comparação entre os grupos não mostrou diferenças. Os valores das freqüências respiratórias foram semelhantes aos observados para cabritos com idade entre o nascimento e seis meses de vida (33,40±12,70mpm) (BIRGEL; BENESI; ARAÚJO, 1990) e superiores àqueles encontrados na literatura para animais adultos (15 a 30 mpm) (SMITH e SHERMAN, 1994; PUGH, 2004) e para animais em fase de desmame (PEREIRA et al., 2001). Esse comportamento com valores da freqüência respiratória mais elevados em cabritos é concordante com aquele observado em caprinos por Birgel; Benesi e Araújo, 1990 e em bezerros neonatos por Benesi, 1992; Lisboa et al., 2003; Bohland, 2008.

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6.1 ATIVIDADE FUNCIONAL DE PMNS NO SANGUE DE CABRITOS NEONATOS –