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CAPÍTULO III Estimativa do ganho de massa corporal de frangos de corte na fase

3.3 Resultados e discussões

3.3.2 Determinação do ganho de massa corporal dos animais

Os resultados do ganho de peso médio corporal dos frangos e do aumento da contagem média de pixels de uma ave nas imagens, referentes à primeira, segunda e terceira semanas de criação em função do ambiente térmico estudado estão apresentados na Figura 3.14. O ganho médio de peso corporal das aves representa a média de ganho de peso de 120 frangos enquanto que o aumento médio da contagem de pixels dos frangos corresponde à média de 30 imagens analisadas.

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Figura 3.14 – Comparação entre o ganho de peso médio corporal (kg) dos frangos e o aumento da área de superfície corporal, baseada no aumento no número de pixels de um frango nas imagens, na primeira, segunda e terceira semana de vida das aves nas condições de Conforto Térmico, Frio Moderado e Frio Acentuado.

Observa-se, pela análise da Figura 3.14, que tanto o ganho de peso corporal quanto a variação na área de superfície corporal dos animais, apresentaram um comportamento crescente ao longo das semanas em todos os ambientes térmicos estudados. Esses resultados encontram-se dentro do esperado, uma vez que, segundo Abreu et al. (2012), há uma relação positiva crescente entre o aumento de massa e a área de superfície corporal das aves.

Com base na relação entre o aumento da área de superfície corporal dos animais e de sua idade, foi proposto o seguinte modelo não linear, para estimar o ganho de peso das aves nas três primeiras semanas de vida, apresentado na Figura 3.15.

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Figura 3.15 – Modelo ajustado para a estimativa do ganho de massa corporal das aves em função de sua idade e do seu aumento de área de superfície corporal.

A equação, o coeficiente de determinação e os parâmetros obtidos pelo modelo ajustado apresentado na Figura 3.15 estão descritos na Tabela 3.3.

Tabela 3.3 – Equação, coeficiente de determinação e parâmetros obtidos para o modelo de estimativa do ganho de peso dos animais.

Variável

estimada Equação R² Parâmetros CV (%)

Ganho de peso 2 2 0,5794 166, 7248 2,1117 1 1 29,5388 1, 4476 est GP n pixels idade                     [*] 0,9995 x0 = 166,7248* 0,51 y0 = 2,1117* 6,25 a = 0,5794* 14,37 b = 29,5388* 17,55 c = 1,4476* 9,22

[*] – Regressão significativa ao nível de 5% de significância; * - Parâmetros da regressão significativos ao nível de 5% de significância

Observa-se que o modelo para a estimativa do ganho de massa corporal das aves com base na sua idade e no aumento de sua área de superfície corporal, mostrou-se confiável, apresentando um coeficiente de determinação significativo, com R² igual a 0,9995, além disso, a análise de variância da regressão e a avaliação dos parâmetros da regressão foram significativas com (p<0,05).

Pode-se verificar a eficiência do modelo de estimativa do ganho de massa corporal das aves em função do aumento de sua área de superfície

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corporal, por meio da comparação entre os obtidos através da pesagem manual dos animais e os dados estimados pelo modelo (Tabela 3.4).

Tabela 3.4 – Relação entre o ganho de peso corporal médio mensurado (kg) e o ganho de peso corporal médio estimado (kg), de frangos de corte nos diferentes ambientes térmicos estudados

Idade (semanas) Tratamento Ganho de peso corporal médio mensurado (kg) Ganho de peso corporal médio estimado (kg) Erro percentual 1 Conforto Térmico 0,166 0,166 0 Frio Moderado 0,172 0,174 1,16 Frio Acentuado 0,165 0,163 1,21 2 Conforto Térmico 0,269 0,271 0,74 Frio Moderado 0,290 0,286 1,38 Frio Acentuado 0,272 0,274 0,74 3 Conforto Térmico 0,414 0,414 0 Frio Moderado 0,394 0,396 0,51 Frio Acentuado 0,386 0,384 0,52 Média 0,70

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O modelo proposto mostra-se confiável apresentando um baixo erro percentual, em média 0,7%, entre os dados obtidos pelo modelo e pela pesagem manual. Além desse baixo erro percentual verifica-se também uma fortíssima correlação entre os dados estimados pelo modelo e os dados mensurados pela pesagem manual das aves, com um coeficiente de correlação de Pearson de 0,9998, como pode ser visto na Figura 3.16.

Figura 3.16 – Correlação entre os dados mensurados pela pesagem manual das aves e estimados pelo modelo proposto.

3.4 Conclusões

A partir dos resultados obtidos na presente pesquisa, pode-se concluir que:

 O modelo proposto para a estimativa do ganho de massa corporal de frangos de corte pode ser utilizado como uma importante ferramenta no gerenciamento da produção avícola, ajudando a verificar desenvolvimento dos animais, expresse em termos de ganho de peso corporal, evitando procedimentos de manejo estressante aos animais, como o processo de pesagem para verificar o ganho de peso corporal médio do lote.

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 A área de superfície corporal e o ganho de peso médio dos frangos apresentaram um comportamento crescente ao longo das semanas de criação independente do ambiente térmico de criação;

 O modelo de estimativa do ganho de massa corporal de frangos de corte em função do aumento de sua área de superfície corporal e de sua idade mostrou-se adequado, apresentando um coeficiente de determinação significativo, com R² igual a 0,9995.

 O ganho de peso médio corporal das aves mensurado por meio de pesagem variou entre 0,165 kg à 0,414 kg, enquanto que o ganho de peso médio estimado através do modelo proposto variou entre 0,163 kg e 0,414 kg, verificando um erro médio percentual entre os dados mensurados e estimados de 0,7% e uma forte correlação com coeficiente de correlação de Pearson de 0,9998.

3.5 Referências Bibliográficas

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