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Determinação dos valores energéticos pelo método de coleta

CAPÍTULO 2. VALORES ENERGÉTICOS DO MILHETO, DO GRÃO

2. MATERIAL E MÉTODOS

2.1. Determinação dos valores energéticos pelo método de coleta

As aves foram criadas em galpão de alvenaria no Setor de Avicultura do DZO, até a idade de 14 dias, período no qual receberam uma ração inicial de frangos de corte baseada em milho e farelo de soja, apresentando peso médio de 348,1 ± 1,8 g aos 14 dias. As aves foram então transferidas para baterias dispostas em uma sala de 80 m2, com 4,0 m de pé direito e janelas de vidro, e distribuídas aleatoriamente aos boxes das baterias, onde receberam as rações com os alimentos a serem testados e luz natural e, ou, artificial por 24 horas.

Foram utilizados 540 pintos machos da linhagem Hubbard, que receberam as rações experimentais com os 11 alimentos e uma ração referência (Quadro 1), na qual os alimentos, com exceção do farelo de glúten 60, substituíram em 40%. O farelo de glúten 60, pelo seu elevado conteúdo de PB, substituiu a ração referência em 30%. Determinaram-se, para cada alimento, as EMA, EMAn, EMV e EMVn em quatro repetições de 10 aves cada, sendo a ração referência fornecida a seis repetições de 10 aves, por ser fundamental nos cálculos dos valores energéticos. As temperaturas mínima e máxima médias registradas foram 22,6 ± 1,1oC e 28,7 ± 1,5oC.

Rações e água foram fornecidas à vontade por um período de 12 dias, sendo sete dias de adaptação e cinco de coleta total de excretas em cada unidade experimental, a qual foi realizada duas vezes ao dia (8 e 16 h), para evitar fermentações. No período de coleta (22 a 26 dias de idade), as bandejas foram revestidas com plástico sob o piso de cada gaiola, a fim de evitar perdas. Simultaneamente, foram mantidas em jejum quatro repetições de 10 aves, por um período de 24 horas, para limpar o trato digestivo, e por mais 48 horas, para determinação das perdas endógenas e metabólicas, cujos valores foram corrigidos para o período de cinco dias, equivalente ao período de coleta de excretas, para se determinarem as EMV e EMVn.

O consumo de ração de cada unidade experimental, durante o período de coleta, foi registrado e as excretas coletadas, colocadas em sacos plásticos devidamente identificados e armazenadas em freezer até o final do período de coleta. Então, as amostras foram pesadas, homogeneizadas e retiradas as alíquotas devidas para as análises de MS, N e EB, após pré-secagem em estufa ventilada a 55oC, por um período de 72 horas. Os valores de EMA foram determinados pela fórmula de MATTERSON et al. (1965) e ajustados para a retenção de nitrogênio e a repetibilidade média, conforme fórmula citada por ALBINO (1991).

Quadro 1 - Composição centesimal e calculada da ração referência

Ingredientes (%)

Milho 63,240

Farelo de soja 28,545

Farinha de carne e ossos 3,000

Gordura de aves 2,500 Fosfato bicálcico 0,700 Calcário 0,500 Sal 0,350 DL-Metionina 0,200 L-Lisina HCL 0,060 Premix vitamínico1 0,100 Premix mineral2 0,050 Cloreto de colina 0,060 Anticoccidiano3 0,070 Promotor de crescimento4 0,015 Inerte 0,600 Antioxidante5 0,010 Total 100 Composição calculada

Energia metabolizável (kcal/kg) 3085

Proteína bruta 19,75 Metionina + cistina 0,822 Lisina 1,050 Cálcio 0,889 Fósforo disponível 0,440 Sódio 0,200 1

Contendo: Vit. A - 15.000.000 UI; Vit. D3 - 1.500.000 UI; Vit E - 15.000 UI; Vit B1 - 2,0 g; Vit B2

- 4,0 g; Vit B6 - 3,0 g; Vit B12 - 0,015 g; Ácido nicotínico - 25,0 g; Ác. Pantotênico - 10,0 g; Vit.

K3 - 3,0 g; Ác. Fólico -1,0 g; Bacitracina de zinco - 10,0 g; Selênio - 0,25 g; antioxidante - 10,0

g e veículo q.s.p. - 1000 g.

2

Contendo: Manganês - 80 g; Ferro - 80 g; Zinco - 50 g; Cobre - 10 g; Cobalto - 2 g; Iodo - 1 g; e veículo q.s.p. - 500 g. 3 Monensina sódica 20%. 4 Virginiamicina 2%. 5

As fórmulas utilizadas no cálculo dos valores energéticos e da repetibilidade foram:

EB ingerida - EB excretada EMA da ração teste (RT) e, ou, referência (RR) =

MS ingerida EMART - EMARR

EMA do alimento = EMARR +

g/g de substituição

EB ingerida - (EB excretada + 8,22* BN) EMAn da RT ou RR =

MS ingerida BN = Balanço de nitrogênio = N ingerido - N excretado

EMART - EMARR EMAn do alimento (kcal/kg de MS) = EMARR +

g/g de substituição

EB ingerida - (EB excretada - EB do endógeno) EMV da RT e RR =

MS ingerida

EMVRT - EMVRR EMV do alimento (kcal/kg de MS) = EMVRR +

g/g de substituição

EB ingerida - (EB excretada - EB do endógeno + 8,22 * BNV) EMVn da RT e RR =

MS ingerida

BNV = BN verdadeiro = (N ingerido - (N excretado - N endógeno)) EMVnRT - EMVnRR EMVn do alimento (kcal/kg de MS) = EMVnRR +

g/g de substituição QM do tratamento - QM do resíduo

Repetibilidade = ; J = número de repetições. QM Trat. - QM Res. + J (QMRes.)

Determinaram-se, de cada alimento, matéria seca (MS), proteína bruta (PB), nitrogênio (N), extrato etéreo (EE), energia bruta (EB), fibra bruta (FB), fibras em detergente ácido e neutro (FDA e FDN), matéria mineral (MM), cálcio (Ca), fósforo (P), sódio (Na), potássio (K), magnésio (Mg), ferro (Fe), cobre (Cu), manganês (Mn) e

zinco (Zn), conforme as técnicas descritas por SILVA (1990). O amido foi determinado pelo método colorimétrico de Somogy-Nelson, descrito por NELSON (1944), e o selênio (Se), por intermédio da metodologia descrita por AMERLIN et al. (1998). Também foram realizadas análises físicas para se determinar o diâmetro geométrico médio - DGM (adaptado da metodologia de Zanotto e Bellaver, 1996, citados por ZANOTTO e MONTICELLI, 1998). A densidade dos alimentos foi realizada conforme o procedimento descrito no Apêndice B.

2.2. Determinação dos valores energéticos pelo método da alimentação forçada

Foi utilizado o método de alimentação forçada, também conhecido como alimentação precisa (SIBBALD, 1976a), utilizando-se galos Leghorne adultos, com 18 meses de idade e peso médio de 2352 ± 205 g. O método foi modificado para o período de adaptação e coleta de excretas, utilizando-se galos adultos intactos. Cada um dos 11 alimentos descritos no ensaio I foi fornecido a seis galos, repetidos três vezes no tempo, sendo dois galos por unidade experimental, observando-se que cada galo não deveria receber o mesmo alimento duas vezes. Simultaneamente, foram mantidas em jejum três repetições de dois galos, para determinação das perdas endógenas. Foi utilizado um intervalo de quatro dias entre cada repetição, para descanso dos galos, os quais receberam uma ração de terminação de frangos de corte, visando melhor recuperação.

Antes do período experimental, os galos foram alojados nas baterias e passaram por um período de adaptação, no qual receberam alimentação em dois turnos de 1 hora, às 8 e 16 h, visando à dilatação do papo. Em seguida, foram mantidos em jejum por 24 horas, com o objetivo de esvaziar o trato digestivo, e, então, forçados a ingerir 30 g do alimento teste, por meio de um funil-sonda introduzido via esôfago até o papo. Foram fornecidos 15 g dos alimentos às 8 h e 15 g às 16 h, para evitar regurgitações.

As bandejas sob o piso das gaiolas foram revestidas com plástico, semelhante ao ensaio I, e a coleta de excretas, realizada duas vezes ao dia (8 e 16 h),

dos alimentos. As excretas foram acondicionadas e analisadas conforme descrito para o ensaio I. Os valores energéticos foram calculados pelas fórmulas:

EB ingerida - EB excretada EMA (kcal/kg de MS) =

MS ingerida

EB ingerida - (EB excretada + 8,22* BN) EMAn do alimento =

MS ingerida

EB ingerida - (EB excretada - EB do endógeno) EMV (kcal/kg de MS) =

MS ingerida

EB ingerida - (EB excretada - EB do endógeno + 8,22 * BNV) EMVn do alimento =

MS ingerida

2.3. Predição dos valores energéticos em função da composição

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