os espaços tornam-se mais confortáveis.
A sua colocação é simples e rápida, sem que em geral seja necessário a implementação de uma barreira de vapor. Graças à sua elevada resistência à humidade, o valor do isolamento inicial mantém-se inalterado no tempo. Tal como nos sistemas de isolamento pelo exterior, comentados anteriormente, o isolamento de paredes através do interior está especialmente indicado em processos de reabilitação energética de edifícios.
A inércia térmica é média, e as pontes térmicas podem ter uma forte incidên- cia pelo que é conveniente a sua análise, de forma a evitar condensações superficiais e formação de mofo/bolor.
Com certo tipo de isolamentos higrotérmicos (com elevada resistência ao vapor de água – factor µ), como é o caso do poliestireno extrudido, e para a maioria de condições climatéricas e usos dos edifícios, não se precisa da típica barreira laminar contra a passagem do vapor, nem é preciso prever ter uma câmara ventilada, podendo ir o isolamento totalmente emparedado entre os panos exterior e interior da parede, ocupando, portanto, a espessu- ra total da câmara em que se insere. Se for necessário, é fácil verificar – e quantificar -, o risco de condensações, por exemplo, através do método de cálculo da norma EN ISO 13788.
Tipologia de paredes com isolamento de XPS: » Isolamento pelo interior
» Isolamento em paredes duplas
Fachadas
Aplicações
57
Fachadas
Arquivo EDILTEC
Fachadas isoladas em câmara e pelo interior Espessura de isolante (e) e respectivo valor de U, em função do nível de qualidade e da zona climática
Paredes simples com isolamento pelo interior Zona climática l1 l2 l3 RA (l1) Composição e [mm] U [W/ (m2ºC)] e [mm] U [W/ (m2ºC)] e [mm] U [W/ (m2ºC)] e [mm] U [W/ (m2ºC)] Revestimento exterior Pano de alvenaria ou betão Revestimento interior
Espaço de ar não ventilado XPS
XPS
Revestimento interior
Revestimento exterior Pano de alvenaria ou betão
40 0,64 40 0,64 60 0,47 0 2,40
* Os valores de U foram calculados admitindo que, sem isolamento térmico, o valor de U seria de 2,4W/(m2·ºC),para l
isolante = 0,035 W (m·ºC) A solução de isolamento pelo interior elimina o contributo da parede para a inércia térmica útil do espaço interior, pelo que apenas é recomendável em reabilitação.
Os panos de alvenaria deverão ser convenien- temente travados e a sua espessura não deverá ser inferior a 0,22 m.
Em edifícios de maior higrometria pode ser necessário aplicar uma barreira pára-vapor (barreira pára-vapor: componente que oferece uma elevada resistência à passagem de vapor de água) pelo interior do isolante.
Não podem existir juntas abertas entre placas de isolamento térmico.
Memória descritiva
___ m2 isolamento térmico de parede vertical pelo interior, mediante placas rígidas de espuma de poliestireno extrudido (XPS), de ______ mm de espessura, com uma condutibilidade térmica declarada lD = ______ W/m·K; resistência térmica declarada RD = ______m2·K/W; classificação de reacção ao fogo Euroclasse E, segundo a norma EN 13501-1 e código de designação XPS-EN13164-T1-CS(10\Y)200- DS(TH), de acordo com as especificidades da norma EN 13164.
Arquivo CHOVA
Colocação em obra
Fachadas isoladas em câmara
Colocar o isolamento na caixa-de-ar da fachada é a insta- lação mais tradicional e frequente. No entanto, como não é aparente, uma vez fechada a parede não se pode com- provar facilmente como se fez a instalação e como tal, requer um controlo muito rigoroso. Além disso, a habitual construção de paredes em Portugal, começando pela pano exterior (ao contrário do resto da Europa), dificulta a instalação correcta, que deve manter a devida separação – e câmara – entre o isolamento e pano exterior. De facto, existem elementos auxiliares estandardizados (separado- res, chaves para atar) para garantir uma fixação e posição correcta do isolante dentro da caixa-de-ar.
Com placas de XPS podem-se produzir juntas abertas por má colocação, havendo o risco da formação de de ponte térmica e a falta de estanquidade do ar (correntes de convecção na câmara, comunicando o lado quente e o frio das placas isolantes e degradando, por conseguinte, as prestações térmicas do parede). Pode-se minimizar com juntas macho-fêmea entre as placas, que alguns produtos (por exemplo, os de XPS) trazem desde a fábri- ca. Também se deve verificar se as placas cobrem a altura toda da câmara, quer seja através de placas com dimensões adequadas, quer seja através de recortes de placas caso seja necessário. Todos os isolamentos Espessura de isolante (e) e respectivo valor de U, em função do nível de qualidade e da zona climática
Paredes duplas Zona climática
l1 l2 l3 RA (l1) Composição e [mm] U [W/ (m2ºC)] e [mm] U [W/ (m2ºC)] e [mm] U [W/ (m2ºC)] e [mm] U [W/ (m2ºC)] Revestimento exterior Pano exterior Espaço de ar (e 15 mm) ≥ XPS Revestimento interior Pano interior Revestimento interior XPS Pano interior Revestimento exterior Pano exterior 30 0,57 30 0,57 40 0,49 0 1,10 Memória descritiva
___ m2 isolamento térmico de parede vertical dupla, mediante placas rígidas de espuma de poliestireno extrudido (XPS), de ______ mm de espessura, com uma condutibilidade térmica declarada lD = ___ W/m·K; resistência térmica declarada RD = ____ m2·K/W; classificação de reacção ao fogo Euroclasse E, segundo a norma EN 13501-1 e código de designação XPS-EN13164-T1-CS(10\Y)200- DS(TH), de acordo com as especificidades da norma EN 13164.
Aplicações
59
Fachadas isoladas em câmara e pelo interior orgânicos ficam protegidos pelo pano interior de qualquer
fogo originado no interior do edifício, com o qual não há nenhum risco especial quanto à exposição ao fogo.
Fachadas isoladas pelo interior
Com uma aplicação relativamente simples à primeira vista, especialmente apta para reabilitação (embora interferindo com o utilizador do edifício ou habitação) dá-se uma rápida resposta térmica do local, especial- mente adequada para habitações de uso intermitente (fim-de-semana). Nestes casos o aquecimento dá-se directamento no ambiente interior, dada a mínima inér- cia térmica do revestimento do isolamento. No entanto, tal inércia térmica débil, vantajosa em tais casos, pode ser uma desvantagem em habitações de uso permanen- te, que necessitam de maior estabilidade térmica propor- cionada por uma elevada inércia térmica.
Quanto às pontes térmicas estas têm uma incidência extrema, já que o isolamento se encontra pelo interior do edifício, não corrigindo as mesmas.
No que respeita à instalação, quando se aplicar o gesso directamente sobre o isolamento, este deverá apresentar uma superfície apta para uma boa fixação do gesso.
Fachadas
Existe alguma experiência desta solução especialmente com placas rígidas de poliestireno extrudido. De qualquer maneira coloca-se a capa de gesso com malhas de rebo- co de modo a evitar problemas de fissuras, por exemplo, coincidentes com as juntas entre placas.
A placa de isolamento também deverá apresentar uma superfície apta para poder ser colada ao suporte com os habituais cimentos cola. Outra possibilidade cada vez mais frequente é utilizar placas isolantes de XPS e pla- cas de gesso laminado.
Pontes térmicas
Normalmente serve uma espessura relativamente peque- na de isolamento, 3 cm, para poder alcançar um controlo efectivo da ponte térmica, de modo a evitar o risco de mofo/bolor, condensações superficiais e um excesso de perda de calor. Costumam-se usar XPS, altamente resis- tentes à compressão, e com elevada aderência à superfí- cie do betão, por forma a funcionarem como cofragem perdida.
Na aplicação do isolamento da ponte térmica deve dar-se especial atenção à compatibilidade dimensional de todos os elementos construtivos que estão implicados.