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4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

4.1 Estudo de caso 1 Parque em fase de implantação

4.1.2 Relatório do estudo de caso 1

4.1.2.1 Diálogo face a face

Com relação a esse primeiro constructo teórico, percebe-se, por meio das respostas às entrevistas realizadas, que existe um diálogo forte entre a instituição e o governo estadual, por meio da SECTES, mas ainda é incipiente no que tange às empresas que têm potencial de se instalar no parque e com o poder público municipal.

De acordo com E1, a universidade exerce a liderança, mas o parque não estaria em implantação sem o apoio do governo federal e estadual.

Pelo fato de o Parque 1 ainda estar em fase de implantação, esse diálogo, atualmente, tem ocorrido mais entre a instituição e o governo estadual (SECTES). E1 destacou que o SEBRAE tem sido um ator que tem facilitado muito esse diálogo: a gente observa as facilidades que se tem, hoje, de conversar com o SEBRAE.

De acordo com E1, pretende-se investir em ações de comunicação,“...muito” em ações para o desenvolvimento de relações externas pelos membros e promoção de eventos visando aumentar a rede de contatos internos e externos.

(...) hoje tem-se a Diretoria de Relações Internacionais que permite a Universidade fazer parcerias fantásticas com universidades fora do Brasil... Isso é muito importante porque são parcerias com instituições que estão à frente das áreas do conhecimento... Você tem celeridade... Isso é fundamental (E1, Relato de entrevista).

Com relação às empresas âncoras, constatou-se que existem negociações bastante avançadas, mas nenhum contrato ainda foi firmado. Ressalta-se que o Parque 1 está em fase de implantação, portanto, ainda não

tem empresas residentes, somente empresas com potenciais para se instalarem. A Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da Instituição, conta, hoje, com nove empresas incubadas, quase todas com potencial para se instalarem no Parque, além de vários outras parcerias com empresas não residentes que desenvolvem projetos e pesquisas, por meio de convênios com a própria instituição.

Na opinião de E2, percebe-se uma expectativa grande por parte dessas empresas incubadas, mas, até o momento, essas empresas não têm conhecimento de como será a política de atratividade do Parque 1, no que tange ao uso de salas e terrenos e outras estruturas da Universidade 1:

não tem nada definido ainda... Não nos passaram nada... A princípio, é só promessas... não tem nada de concreto. Está tudo muito obscuro (E2, Relato de entrevista).

De acordo com E3, um dos principais benefícios que o Parque pretende oferecer às empresas é a possibilidade de interação com a Universidade.

O principal benefício é a criação de ambiente para interação entre elas e a Universidade 1 (E3, Relato de entrevista).

Com relação ao poder público municipal, importante destacar que houve uma mudança da gestão no fim deste ano, o que pode dificultar o engajamento com a equipe de implantação do parque. Esse é um desafio para a gestão do Parque 1 que poderá ocorrer sempre que houver mudança na política do município. Importante ressaltar que esse desafio já é percebido por E1.

(...) nem sempre tem-se à frente do município alguém que tenha sensibilidade para a área de pesquisa e inovação. A cada quatro anos, quase sempre muda a política do município, e tem-se que recomeçar o trabalho. Nem sempre tem um secretário de uma área diretamente ligada para dar continuidade ao trabalho (E1, Relato de entrevista).

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Importante salientar que, de acordo com dados secundários coletados no site da prefeitura do Município 1, a atual gestão está formulando, neste momento, o seu planejamento no qual serão tomadas as decisões e novas atitudes para que a cidade possa se desenvolver. Constata-se, também, nesses dados coletados, que foram realizados alguns eventos, tais como seminários, encontros com associações diversas e empresários do município e da região, com o propósito de discutirem ações envolvendo o desenvolvimento econômico do município e para reforçarem a parceria com a Universidade 1. Portanto, ações de diálogo entre o poder público local, a Universidade 1 e os empresários já estão acontecendo.

Para que o diálogo ocorra, é necessária a sensibilidade dos atores envolvidos, sejam eles do poder público federal, estadual, municipal ou, mesmo, da própria instituição. E, muitas vezes, por não haver sensibilidade natural dos gestores, demanda um novo trabalho de convencimento da importância dessa parceria para o desenvolvimento endógeno.

No entanto, percebe-se, ao longo de todas as entrevistas realizadas e dos dados coletados no site da prefeitura do Município 1, que o diálogo face a face é considerado importante por todos os atores envolvidos (ou que pretendem se envolver) com o Parque 1 e que está sendo trabalhado e valorizado como um elemento importante para o sucesso do empreendimento. A falta dele também é percebida por E2: nenhuma informação concreta ainda....

No Quadro 20 encontra-se a síntese das respostas às perguntas relacionadas com o primeiro constructo teórico identificado por Ansell e Gash (2007) como essencial para uma boa governança colaborativa: diálogo face a face.

Quadro 20 Síntese das respostas das perguntas relacionadas com o primeiro constructo teórico identificado por Ansell e Gash (2007): diálogo face a face

SÍNTESE DAS RESPOSTAS DAS ENTREVISTAS (PARTE 2) COM ATORES DO PARQUE TECNOLÓGICO 1

Constructo teórico: diálogo face a face

- Algum ator institucional específico exerce liderança no processo de colaboração que contribui para a existência do parque? Ela está sendo realizada de forma plena?

- Como você avalia as condições de comunicação e diálogo atualmente existentes entre os atores? São satisfatórias? Há um processo contínuo de busca de consenso em torno das decisões que afetam a todos?

E1 - A universidade que tem ido atrás dos recursos. Mas, o Parque não sairia sem o apoio do governo federal e estadual. - Já começamos e teremos muitas ações de comunicação. Hoje temos uma facilidade muito grande para comunicar com o SEBRAE e o governo do estado (SECTES).

- Na verdade, a gente percebe que, quando uma empresa âncora percebe o grande potencial do Parque próximo a Universidade, acaba atraindo outras empresas.

E2 - A princípio, é só ideias e promessas. A princípio, foi apresentada somente uma proposta... nada de concreto ainda... E3 - Sendo trabalhado Dados coletados no site da prefeitura do Município 1

- Participação em seminário promovido pela Universidade 1. - Realização de encontro com representantes da Assessoria Especial de Desenvolvimento Econômico do Município, do Instituto de Desenvolvimento Integrado do Estado de Minas Gerais (INDI), da Universidade 1, do SEBRAE/MG e de empresários locais para discutir, junto aos empresários, empreendedores, órgãos e instituições, possíveis metas de incremento econômico para o município.

- Realização de reunião para apresentação de estudo sobre o município e sobre a possibilidade de o município usufruir melhor da Universidade 1 e do Parque 1.

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