3 METODOLOGIA
3.2 Diagnóstico socioambiental dos arranjos produtivos pesquisados
Através de pesquisa documental e entrevistas semiestruturadas, foi realizado o histórico de cada uma das tipologias definidas: Catadores e Quebradeiras de coco com relação comercial com a indústria; artesãs do Projeto Arte Norte e agricultores familiares do Assentamento Sete Barracas.
Foi realizado o contato com os representantes da Tobasa Bioindustrial, do Projeto Arte Norte/Sebrae e do Clube Agrícola Sete Barracas, para apresentar a pesquisa em questão, assim como seus objetivos e, dessa forma, obter a autorização e o apoio para o desenvolvimento dos trabalhos, e, assim, verificar vários modelos de aproveitamento do coco de babaçu praticados pelas as comunidades extrativistas da referida região, como informado anteriormente, onde os produtos advindos desse aproveitamento proporcionam a
comercialização do coco inteiro, amêndoas, óleo, mesocarpo, carvão e artesanato com alta qualidade.
Para obter informações relacionadas às atividades da Tobasa Bioindustrial de Babaçu S/A., um questionário estruturado e um roteiro de perguntas foi aplicado aos seus representantes, aos fornecedores de matéria prima, que negociam a compra dos produtos comercializados com os extrativistas, e aos membros das comunidades que realizam as atividades de:
Coleta do coco de babaçu; Produção de carvão; Óleo;
Amêndoas.
As perguntas-chave buscaram responder as questões relacionadas à comercialização, produção, fornecimento, relação com a indústria, relação com fornecedores e renda mensal, conforme abaixo descritas:
i) Quem são os componentes da cadeia produtiva do babaçu?
ii) Onde estão localizados ou residem?
iii) O que produzem por meio da extração do coco de babaçu?
iv) O quanto fornecem de matéria prima ou produtos para indústrias químicas,
siderúrgicas, cerâmicas (entre outros)?
v) Como é a relação dos fornecedores com a indústria ou outros segmentos de empresas
que comercializam?
vi) Como acontece a relação entre fornecedores e extrativistas?
vii) Qual a renda mensal advinda do extrativismo do babaçu?
Foram aplicados 155 questionários e realizadas 03 entrevistas estruturadas e semiestruturadas distribuídas, territorialmente, na zona rural de 10 municípios (Aguiarnópolis, Tocantinópolis, Nazaré, Luzinópolis, Riachinho, Carrasco Bonito, Buriti, São Miguel do
Tocantins e Ananás), junto aos membros das comunidades extrativistas e representantes de indústrias da mesorregião do Bico do Papagaio, para levantar as condições de vida dessa população, assim como a situação atual da cadeia produtiva do babaçu na região.
Quadro 02. Por tipologia, os questionários e entrevistas tiveram a seguinte distribuição. Tipologia Quantidade de questionários Quantidade de entrevistas Locais (Municípios) de Aplicação dos Instrumentos de Pesquisa Tamanho da População Catadores de coco com relação comercial indireta com a Indústria 49 02 Nazaré, Ananás e Luzinópolis/TO 1.500 Quebradeiras de coco com relação comercial indireta com a Indústria 48 03 Buriti e Carrasco Bonito/TO 500 Artesãs do Projeto Arte Norte 34 03 Aguiarnópolis, Tocantinópolis, Nazaré e Araguatins/TO 80 Agricultores familiares do Assentamento Sete Barracas 27 02 São Miguel/TO 50
Posteriormente, os dados foram tabulados, utilizando-se o pacote estatístico SPSS (Statistical Package for Social), versão 15.0, e os dados por tipologia estudados foram agrupados nas seguintes dimensões, com seus respectivos indicadores como demonstrado no quadro abaixo.
Quadro 03. Dimensões e indicadores do ICV
Dimensões Indicadores
Fatores que favorecem o desenvolvimento
(intitulamentos).
Relacionamento com os proprietários de fazendas por parte dos extratores Condições educacionais das famílias dos extratores de babaçu
Avaliação das condições educacionais por parte dos extratores Acesso a bens por parte dos extratores de babaçu
Avaliação das condições de moradia
Indicadores das condições de moradia
Políticas Públicas Avaliação das condições gerais de comercialização
Participação em programas do Governo Federal
Avaliação dos extratores em relação às regras de participação em programas do Governo
Avaliação dos extratores em relação à Assistência Técnica
Avaliação dos extratores e atuação das instituições na região Características do
Desenvolvimento (elementos de conversão)
Avaliação da quantidade de pessoas da família trabalhando com babaçu
Avaliação dos pesquisados sobre as fontes da renda familiar
Avaliação das condições gerais de trabalho por parte dos extratores Avaliação dos extratores em relação à sua renda
Avaliação dos entrevistados em relação às suas condições gerais de produção
Ambiental Avaliação da distância até aos babaçuais
Avaliação do acesso aos babaçuais
Avaliação das fontes de água por parte dos extratores
Avaliação da conservação da floresta por parte dos extratores
Efeitos do Desenvolvimento (capacitações e funcionamentos)
Avaliação dos extratores em relação às condições gerais de alimentação e nutrição
Avaliação dos extratores sobre danos da atividade com o babaçu sobre a saúde
Avaliação dos extratores sobre as condições gerais de saúde
Percepção dos extratores sobre a evolução de sua situação econômica nos últimos 5 anos
Percepção dos extratores sobre a evolução da situação ambiental vivenciada nos últimos 5 anos
Capital Social Avaliação dos extratores sobre sua participação em organizações associativas e comunitárias
Avaliação dos extratores sobre sua participação política
Avaliação dos extratores sobre sua participação em atividades culturais
Indicadores de capital social
Percepção dos extratores e aspectos de sua participação comunitária
Motivação dos extratores em continuarem filiados em organizações associativas e comunitárias
Motivação dos extratores para se tornarem filiados em organizações associativas e comunitárias
O interesse é conhecer a fundo as diversas experiências que as comunidades agroextrativistas têm com o babaçu, e avaliar as melhores formas de se conviver de forma sustentável com a biodiversidade existente.