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Foram selecionados três dicionários de língua portuguesa por meio dos quais se pretendeu aferir o grau de dicionarização das lexias cartografadas nessa pesquisa, são eles:

(a) Dicionário Eletrônico Houaiss da Língua Portuguesa (versão 1.0 de dezembro de 2001)

(b) Novo Dicionário Eletrônico Aurélio (versão 6.0, 2009), 4ª Edição de O Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa de 7 de maio de 2008.

(c) Dicionário on line Priberam (2008, disponível em: http://www.priberam.pt)

A seleção desses três dicionários seguiu os seguintes parâmetros: os dicionários Houaiss e Aurélio foram escolhidos tendo em vista a sua larga utilização no meio acadêmico/escolar nas últimas décadas. Essa versão do dicionário Aurélio já está atualizada conforme o Acordo Ortográfico Internacional da Língua Portuguesa (AOILP), e assinala o verbete que sofreu alteração em virtude do AOILP no momento da consulta, apresentando a norma infringida. O dicionário on line Priberam foi escolhido por estar também atualizado com o novo AOILP, sendo possível optar por fazer a consulta de acordo com a norma anterior. Além disso, o Priberam dispõe, dentre os outros recursos, da possibilidade de verificação de uso dos verbetes no português do Brasil e no Português Europeu, e isso foi decisivo, no sentido de que pretendemos apresentar o processo de variação das lexias registradas no Estado do Pará em relação ao português usado em Portugal. Na página do dicionário Priberam na internet o mesmo é definido da seguinte forma:

O Dicionário Priberam da Língua Portuguesa (DPLP) é um dicionário de português contemporâneo, cuja nomenclatura compreende o vocabulário geral, bem como os termos mais comuns das principais áreas científicas e técnicas. O DPLP contém, sempre que pertinente, informação sobre as diferenças ortográficas e de uso entre o português europeu e o português do Brasil no final de cada verbete. [...]

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O DPLP tem por base o Novo Dicionário Lello da Língua Portuguesa (Porto, Lello Editores, 1996 e 1999), licenciado pela Priberam em 2008, no que diz respeito à informação lexicográfica para o português. A obra foi adaptada para formato adequado à disponibilização eletrônica pela Priberam e revista pela sua equipe de linguistas, estando em constante atualização e melhoramento.

Os três dicionários selecionados podem ser considerados como poderosas e ágeis ferramentas de consulta ao léxico da língua portuguesa, possibilitando, com apenas dois cliques sobre qualquer verbete aparente na tela do computador, a consulta imediata de seu registro no banco de dados do dicionário. A agilidade de consulta proporcionada pelos dicionários eletrônicos e a inserção dessas novas tecnologias no fazer das pesquisas nas áreas de Dialetologia e Geolinguística foram aspectos decisivos que levaram à escolha dos referidos dicionários, que objetivou aferir do grau de dicionarização das lexias cartografadas nesta pesquisa.

A apresentação dos resultados oriundos dessa aferição se deu em tabelas como a que segue:

A primeira coluna apresenta as lexias cartografas nas cartas. As formas lexicais são apresentadas como estão dicionarizadas, optou-se por esse método para dar mais clareza à leitura dos quadros. As siglas MA, AO e ND significam MESMA ACEPÇÃO, OUTRA ACEPÇÃO e NÃO DICIONARIZADA, respectivamente, e identificam se as lexias estão ou não registradas nos três dicionários consultados na mesma acepção que a da questão do QSL a que a carta correspondente se refere. Ao dicionário Priberam são destinadas duas seções, a primeira apresenta o registro das lexias como próprias do português do Brasil e a segunda do português europeu.

Q1: Modelo de Quadro de

Dicionarização de Lexias Houaiss Aurélio

Priberam

Português do Brasil Português Europeu Lexias Registradas MA OA ND MA OA ND MA OA ND MA OA ND redemoinho x x x x funil x x x x remanso x x x x rebojo x x x x correnteza x x x x

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4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

As cartas lexicais confeccionadas representam amostras de cada um dos campos semânticos do Questionário Semântico-Lexical do ALIPA. Nesta seção apresentamos: uma carta explicativa, que objetiva nortear a leitura das demais cartas lexicais; uma seleção das trinta cartas mais produtivas em termos de variação lexical, que são analisadas do ponto de vista da sua multidimensionalidade e do registro das lexias cartografadas em outros trabalhos dialetológicos e nos três dicionários de língua portuguesa supracitados.

A carta explicativa (ver Figura 31) a seguir foi elaborada tendo em vista possibilitar a leitura clara e objetiva das demais cartas que compõe este trabalho. Por meio dela é possível entender a metodologia adotada para a apresentação dos dados nos pontos de inquérito selecionados para esta pesquisa.

No lado direito da carta, foi inserida uma caixa de legendas em forma de coluna na qual são apresentadas as variantes lexicais registradas. A coluna identificada pela abreviatura “Ocor.” registra os números de ocorrências das lexias na pesquisa realizada. Cada uma das lexias registradas possui um ícone (símbolo) diferente que a ela corresponde no corpo da carta. O total de variantes lexicais é indicado na primeira linha do quadro. Na parte superior da carta, há uma caixa de legendas horizontal na qual são apresentados: o número que identifica a carta; as informações sobre as questões do Questionário Semântico-Lexical aplicado; e as respostas esperadas para cada uma delas.

A cruz na parte inferior à direita da carta distribui de forma sistemática a estratificação social dos informantes, como se pode ver na figura a seguir:

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Figura 28: Carta Explicativa

Fonte: IBGE – IBAMA (Piera Amora) (Alterado)

As cartas lexicais selecionadas para análise nesta pesquisa estão dispostas a seguir, apresentadas na ordem numérica crescente das questões do QSL utilizado na coleta de dados.

Tendo em vista verificar o processo de dicionarização das lexias registradas nas cartas elaboradas nesta pesquisa23, cada uma das cartas é acompanhada de um quadro no qual estão assinaladas as lexias dicionarizadas ou não entre as que foram cartografadas.

As discussões são feitas objetivando dar conta da multidimensionalidade dos dados, isto é, observando a variação nas dimensões diatópica, diagenérica e diageracional. Para tanto, as cartas estão acompanhadas de gráficos que apresentam uma quantificação de ocorrências das lexias mais recorrentes em cada carta, permitindo assim uma leitura mais clara da variação nas dimensões sociais: sexo e idade.

23 Procedimentos semelhantes foram realizados por Rodrigues (2007), Razky, Costa e Oliveira (2010) e Aguilera

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