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Diferenças gerais entre as campanhas de Outono de 2005 e

50 4.2.3 Enquadramento sintaxonómico dos tipos de vegetação

4.3 Monitorização dos Quadrados permanentes 1 Quadrados Permanentes em

4.3.3 Diferenças gerais entre as campanhas de Outono de 2005 e

Com o objectivo de verificar as alterações entre as duas campanhas de Outono dos dois anos contíguos comparou-se o número de espécies presentes (Figura 4.17) e a variação na frequência de cada espécie ao longo do tempo (Figura 4.18). 0 2 4 6 8 10 12 T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8 T9 T10 T11 T12 T13 Transecto N º de e s c ie s Campanha de 2005 Campanha de 2006

Figura 4.17 - Número de espécies registadas nas campanhas de Outono de 2005 e 2006 nos 13 transectos.

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Observa-se, pela análise da Figura 4.17, que na maioria dos transectos a diversidade aumentou, com a excepção dos transectos 4, 6 e 10 onde diminuiu e dos transectos 2 e 3 onde manteve. A manutenção do número de espécies não significa que sejam as mesmas espécies, uma vez que o desaparecimento de uma espécie pode ser contrabalançado com o aparecimento de outra.

As diferenças mais significativas correspondem aos transectos 5 e 7, mas a vegetação desses transectos foi destruída num incêndio no Verão de 2005 o que comprometeu a amostragem de Outono de 2005.

Analisando a figura 4.18, podemos observar que as espécies dominantes são: Juncus maritimus (77 QP em 2005 e 74 QP em 2006), Phragmites australis (41 QP em 2005 e 39 QP em 2006), Spartina versicolor (24 QP em 2005 e 29 QP em 2006), Halimione portulacoides (24 QP em 2005 e 2006), Aster tripolium (23 QP em 2005 e 2006). De destacar em 2006 um aumento considerável de Bolboschoenus maritimus (12 QP em 2005 e 28 QP em 2006) e de Aster squamatus (2 QP em 2005 e 16 QP em 2006).

60 0 10 20 30 40 50 60 70 80 Juncus maritimus Phragmites australis Halimione portulacoides Spartina versicolor Aster tripolium sub sp. pannonicus Paspalum vaginatum Atriplex patula Bolb oschoenus maritimus Sonchus maritimus Agrostis stolonifera Triglochin maritima Salicornia ramosissima Sarcocornia perennis Elymus farctus Ruppia cirrhosa Aster squamatus Conyza canadensis Plantago coronopus Centaurium erythraea Limonium vulgare Triglochin striata Cotula coronopifolia Sonchus oleraceus Polygonum equisetiforme Senecio lividus Puccinellia maritima Cerastium glomeratum Juncus effusus Trifolium repens Gladiolus undulatus Galium divaricatum E s p é c ie s Frequência Campanha de 2005 Campanha de 2006

Figura 2.18 - Frequência de todas as espécies presentes nas campanhas de amostragem de Outono 2005 e 2006.

No ANEXO IX podemos observar as alterações da composição florística dos quadrados permanentes em cada transecto.

Nos transectos 1 e 2 (grupo c) observa-se um aumento das espécies halófitas Aster tripolium subsp. pannonicus, Salicornia ramosissima e Halimione portulacoides ao longo dos quadrados permanentes. Juncus maritimus

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manteve-se presente na maioria dos quadrados. Outro dado a registar é que nos últimos quadrados de ambos os transectos aparece Spartina versicolor. Nos transectos do grupo b, transectos já sob a protecção contra as marés (3, 5, 7 e 9), o transecto 3 é o único que apresenta um aumento de espécies halófitas (Salicornia ramosissima), De salientar que o transecto 3, embora interior ao dique, localiza-se junto ao Rio Velho encontrando-se sobre a influência directa das marés. Em geral, na preia-mar o rio Velho transborda pelas margens fazendo com que nas imediações o solo fique coberto pela água da maré

Os restantes transectos do grupo são muito semelhantes entre si, em todos é possível ver o aparecimento de várias espécies menos tolerantes à salinidade, assim como o aparecimento de espécies ruderais (por exemplo Plantago coronopus, Conyza canadensis). Observa-se também que para além de Juncus maritimus, presença quase constante em todos os quadrados, Phragmites australis também se encontra amplamente distribuída e em alguns casos onde não se encontrava em 2005, apareceu em 2006.

Em todos os transectos completamente sujeitos à acção das marés (grupo a), transectos 4, 6, 8 e 10 as espécies halófitas são predominantes. Bolboschoenus maritimus foi a espécie que apareceu em mais quadrados deste grupo. Phragmites australis foi a espécie que desapareceu em mais quadrados entre as duas campanhas, restando, para além de Phragmites australis, apenas as três espécies não halófitas tolerantes Spartina versicolor, Elymus farctus e Paspalum vaginatum presentes em, respectivamente, 5, 3 e 1 quadrados permanentes dos 32 existentes neste grupo.

O grupo d, (transectos 11, 12 e 13), é o que apresenta maior diversidade. Atriplex patula e Sonchus maritimus subsp. maritimus foram as espécies que desapareceram em mais quadrados permanentes, embora não tenham desaparecido totalmente do grupo. Apareceram algumas espécies halófitas como Aster tripolium subsp. pannonicus, no transecto 12 mas que já se encontravam no transecto 11. O número de quadrados com Agrostis stolonifera também aumentou neste grupo. Phragmites australis, Paspalum vaginatum e Spartina versicolor, para além de Juncus maritimus, são espécies predominantes neste grupo.

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No Quadro VI, podemos observar o resultado da aplicação do Coeficiente de similaridade da Jaccard (SJ %) para os quadrados permanentes nos 13

transectos entre as duas campanhas de Outono de 2005 e 2006.

Quadro VI - Coeficiente de similaridade da Jaccard (SJ %) entre as duas campanhas de

Outono de 2005 e 2006.

Coeficiente de Similaridade de Jaccard (SJ %)

T1 T2 T3 T4 T5 T6 T7 T8 T9 T10 T11 T12 T13 50 100 71 100 33 50 20 33 60 20 75 60 100 75 100 50 100 25 80 20 100 50 67 50 60 75 33 100 50 0 0 75 20 100 40 100 40 60 75 50 67 33 100 33 67 100 67 22 50 60 20 67 67 67 33 50 40 100 100 100 67 40 50 100 50 100 80 50 100 100 100 33 50 40 100 100 67 67 100 67 67 67 20 50 100 33 100 50 67 67 100 50 50 60 17 75 100 80 40 67 75 75 75 75 60 80 Média 54 92 52 70 30 80 66 76 43 59 61 54 77

De um modo geral, verifica-se que os transectos exteriores ao dique não sofreram tantas alterações como os transectos correspondentes interiores ao dique.

No transecto 9 as alterações foram aumentando com o afastamento deste ao troço médio do dique. A mesma correlação já não é observada para os restantes transectos.

No transecto 7 exibe uma mudança brusca, os primeiros 3 quadrados apresentam coeficientes de similaridade extremamente baixos enquanto que os últimos demonstram que não houve nenhuma mudança na composição florística.

O transecto 2 é o que possui menores alterações, registando-se apenas em 2 quadrados uma ligeira modificação. Em contrapartida o transecto 5 é o que apresenta maiores alterações.

O transecto 4 e o transecto 5 possuem ambos um quadrado que foi completamente alterado, exibindo 0 % de similaridade entre os 2 anos. No entanto as razões são contrárias. O quadrado do transecto 4 no último ano

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perdeu por completo toda a vegetação, enquanto que o quadrado do transecto 5 que não continha vegetação, ganhou-a.

No entanto, o coeficiente de Jaccard é qualitativo, ou seja, analisa a presença/ausência de espécies não tendo em conta a frequência com que estas surgem nos quadrados. Por essa razão torna-se necessário analisar as frequências e abundância de cada espécie nos 13 transectos para os dois anos de amostragem pelo método dos quadrados permanentes.

4.3.4 Diferenças por transecto entre as campanhas