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DIFICULDADE RESPIRATÓRIA

No documento Manual de Socorrismo UFCD (páginas 46-54)

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Verificando-se que podem existir diversas causas na origem de uma crise de falta de ar, os procedimentos a adotar podem ser diversos, no entanto, deve ser adotado um conjunto de medidas que tentem evitar o agravamento da situação nomeadamente:

 Manter um ambiente calmo em redor do doente;  Acalmar o doente;

 Manter o doente sentado sem que este faça qualquer esforço;  Ajudar o doente a respirar;

 Identificar doenças anteriores e a medicação do doente;  Ligar 112 e transmitir a informação recolhida;

 Seguir as instruções dadas pelo operador de central;  Aguardar pelo socorro.

Asma

 A asma é uma afeção do aparelho respiratório, caracterizada por um aumento da resposta das vias aéreas que se manifesta por uma obstrução variável, que pode ser desencadeada por vários estímulos, como uma reação alérgica ou uma infeção, surgindo por crises de um modo súbito;

 Os brônquios são as estruturas mais afetadas durante este processo uma vez que são de pequeno calibre. Assim quando sujeitos a um estímulo (alérgico, infecioso) reagem contraindo a sua estrutura muscular, o que provoca uma diminuição do seu lúmen interno com a consequente dificuldade á passagem do ar.

 A asma constitui assim uma verdadeira emergência médica, uma vez que há comprometimento da oxigenação dos órgãos nobres: pulmões, coração, cérebro.

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Sinais e sintomas

 Dispneia (dificuldade em respirar);  Aumento da frequência ventilatória;  Pieira (expiração sibilante, ruidosa);  Cianose (pele de cor roxa);

 Ansiedade;  Tosse;

 Incapacidade de completar uma frase sem interrupção.

Atuação (cuidados de emergência)

 Manter uma atitude calma e segura;

 Procurar retirar o doente do ambiente onde poderá estar a origem das crises (tintas, vernizes, gasolinas, etc…);

 Proporcionar á vítima uma posição cómoda e confortável de modo a facilitar- lhe a ventilação (a posição sentada ou semi-sentado facilita a ventilação, por proporcionar uma maior expansão e utilização dos músculos respiratórios);  Ligar 112;

 Prosseguir com o exame da vítima.

Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC)

 A DPOC é uma situação em que existe uma obstrução permanente á passagem do ar ao nível dos brônquios, devido a inflamação permanente dos brônquios;  Esta dificuldade só adquire características de uma emergência médica quando

existe agudização da situação, ou seja quando a obstrução se agrava;

 O tabagismo, a poluição, certas doenças profissionais e as doenças bronco- pulmonares da infância são as principais causas de DPOC.

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Sinais e sintomas

 Dispneia (dificuldade em respirar);

 Cianose acentuada (coloração da pele roxa);  Tosse persistente;

 Expetoração;

 Agitação e ansiedade;  Alteração da consciência.

Atuação (cuidados de emergência)

 Manter uma atitude calma e segura;

 Procurar retirar o doente do ambiente onde poderá estar a origem das crises;  Proporcionar á vítima uma posição cómoda e confortável de modo a facilitar-

lhe a ventilação;  Ligar 112;

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As intoxicações são situações frequentes. A evolução tecnológica deu origem a variados produtos que antigamente não passavam de um pequeno grupo de substâncias que normalmente estavam associadas a plantas ou a animais;

A existência de uma grande variedade de substâncias químicas trouxe consigo a incapacidade de se definir um único procedimento para todo o tipo de intoxicações. Por este motivo foi criado o Centro de Informação Anti-Venenos (CIAV);

Este centro de informação funciona em permanência (durante 24 horas dia) e dispõe de uma equipa médica especializada em casos de intoxicação, também em permanência. Assim, é possível, com base na informação recolhida, aconselhar qual a atuação mais adequada a cada caso;

A afirmação de Paracelso «Tudo é veneno e nada é veneno, a dose é que faz o veneno» é elucidativa do tipo de abordagem que se deve ter da intoxicação e ação do tóxico no organismo.

Tipos de Intoxicação

As intoxicações podem essencialmente ter três origens: acidental, voluntária ou profissional, sendo a mais frequente a intoxicação acidental e normalmente por uso ou acondicionamento incorreto dos produtos.

O agente tóxico pode entrar no organismo humano por uma das seguintes vias:  Via digestiva;  Via respiratória;  Via cutânea;  Via ocular;  Por injeção;

INTOXICAÇÕES

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 Por picada de animal;  Via rectal ou vaginal.

Sendo a intoxicação uma das emergências mais graves, torna-se fundamental adotar medidas de prevenção que evitem que esta ocorra:

 No caso de alimentos, ter em atenção o prazo de validade e o estado de acondicionamento e conservação dos mesmos;

 No caso de medicamentos, utilizar somente os indicados pelo médico ou pelo farmacêutico. Colocar os medicamentos nas respetivas embalagens e em locais de difícil acesso a crianças;

 No caso de agentes químicos de limpeza doméstica ou de uso profissional, os acidentes mais frequentes resultam da associação de produtos ou da não adoção de equipamento de proteção.

Quando se estiver perante uma intoxicação importa lembrar que, em muitos casos, o melhor socorro é não intervir, devendo ter sempre presente que, em caso de dúvida, deve ser contactado o Centro de Intoxicação Anti – Veneno (CIAV – 808 250 143) ou ligar para o número europeu de socorro 112.

No contacto com o CIAV ou com o 112 indicar: Em relação ao tóxico:  Identificar o tóxico;  Nome do produto;  Cor;  Cheiro;  Tipo de embalagem;  Fim a que se destina.

Página 52 Em relação á vítima:  Idade;  Sexo;  Peso;  Doenças anteriores.

Atuação (cuidados de emergência):

As embalagens devem acompanhar o doente á unidade de saúde, para facilitar a identificação do agente tóxico e assim permitir uma intervenção no tempo mais curto possível.

Intoxicação via respiratória

 Antes de atuar verificar se o local é seguro e arejado. Caso seja possível abordar o doente em segurança, retirá-lo do local para uma zona arejada, se possível administrar oxigénio e contactar os meios de socorro.

Intoxicações por via digestiva

 Muitas das intoxicações por via digestiva são de fácil resolução pela remoção do conteúdo gástrico através da indução do vómito, no entanto, a sua realização está dependente do tempo decorrido e do produto em causa. Assim, somente deve ser efetuada quando lhe for dada indicação pelo CIAV ou pelo operador da central 112.

Intoxicações via cutânea

 Nestes casos, remover as peças do vestuário que estiverem em contacto com o tóxico e lavar a zona atingida durante pelo menos 15 minutos. Logo que possível contactar o CIAV.

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Intoxicação via ocular

 Lavar o olho atingido, com recurso a água. A lavagem deve ser efetuada do canto interno do olho para o canto externo e deve ser mantida durante 15 minutos. Assim que possível contactar o CIAV – 112.

Os restantes casos, devido á sua especificidade, poderão apenas ser socorridos com intervenção médica. Assim, devem ser acionados os meios de socorro o mais precocemente possível.

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As infeções continuam a ter um papel relevante em todo o mundo, não só pela morbilidade que representam ao nível das populações, como também pelos gastos exorbitantes que determinam no sistema de saúde.

Deve-se recorrer a métodos e técnicas de trabalho que visem impedir o circuito da contaminação cruzada. Isto consegue-se pela adoção de normas e regras de trabalho que tenham por objetivo eliminar o risco de contaminação como também, pelo manuseio adequado de equipamentos e materiais, sua limpeza e desinfeção.

A contaminação pode definir-se como a presença de microrganismos patogénicos ou potencialmente nocivos sobre pessoas e/ou animais.

Da descontaminação fazem parte essencialmente três processos:  Limpeza;

 Desinfeção;

No documento Manual de Socorrismo UFCD (páginas 46-54)

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