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1 – Dificuldades de aprendizagem e alguns contributos como propostas para uma actualização na hierarquia de saberes nos conteúdos

didácticos curriculares da 9.ª unidade lectiva da disciplina de Economia

A do 11.º ano

1.1. As dificuldades de aprendizagem na 9.ª unidade lectiva da disciplina de

Economia A do 11.º ano

1.2. Alguns contributos para a ultrapassagem de dificuldades no processo

ensino-aprendizagem da 9.ª unidade lectiva da disciplina de Economia A do

11.º ano

1.1. As dificuldades de aprendizagem na 9.ª unidade lectiva da disciplina de

Economia A do 11.º ano

Constatou-se (conforme o referido da página 124 e do quadro nº 2 dos anexos – página 173) que a unidade lectiva onde os alunos afirmaram que sentiram mais dificuldades de aprendizagem era a da Contabilidade Nacional. Por esse facto, será esta a unidade o objecto de estudo, especificamente, a ser observado.

Mas afinal o que é a Contabilidade Nacional? Não é mais do que um modo de apresentar as grandezas mais representativas de uma economia no seu território nacional bem como da actividade económica dos seus residentes. Constitui por isso uma técnica de descrição da realidade económica.

Actualmente a 9.ª unidade lectiva da Contabilidade Nacional faz parte integrante do programa de “Economia A” do 11.º ano do Curso Geral de Ciências Sócio-

Económicas

Formação Específica164

que consta dos anexos deste estudo(ver pp.

175-179).

Nesta unidade, como objectivos principais a cumprir, para além da aquisição necessária de certos conceitos chave, elege-se a sensibilização dos alunos para a compreensão de que as unidades institucionais, residentes ou não, num país, estabelecem, sistematicamente, relações reais e monetárias entre elas, que a Contabilidade Nacional centra-se numa complexa teia de relações que se estabelecem entre as unidades institucionais, que os alunos têm de aprender a conhecer e a quantificar e, finalmente, ressalta que da sua própria natureza, a Contabilidade Nacional apresenta falhas e insuficiências que os mesmos devem aprender a reconhecer.

Daí que o programa da disciplina tenha por objectivo conduzir os alunos a165:

a) Conhecer os conceitos necessários à Contabilidade Nacional;

b) Compreender as diferentes perspectivas do cálculo do valor da produção; c) Compreender as limitações e insuficiências da Contabilidade Nacional e, d) Conhecer as Contas Nacionais portuguesas.

164 Retirado do Programa de Economia A – 10.º e 11.º Anos, homologação ocorrida em Fevereiro de 2001 para o 10.º ano e

Março de 2002 para o 11.º ano e fornecido pelo Ministério da Educação, Departamento do Ensino Secundário, cujos autores foram: PASTORINHO, António; SILVA, Elsa (Coordenadora), LOPES, Lúcia, SILVESTRE, Manuela MOINHOS, Rosa.

Registe-se que no domínio das orientações metodológicas que o Ministério da Educação traçou, é sugerido na grelha fornecida pelo próprio Ministério, que no campo das Contas Nacionais saia reforçada a “necessidade permanente de

adequação da sua didáctica à versão mais recente do sistema de contas em uso (Sistema Europeu de Contas Nacionais e Regionais

SEC 95 e eventuais actualizações)” (ver anexo p. 176).

Esta metodologia vem ao encontro do exposto no início deste estudo, nomeadamente, o enfoque dado na I parte do capítulo I, onde se realçou o papel de relevo que a Didáctica vem assumindo neste contexto, particularmente, o manifestado através das didácticas específicas no processo de ensino-aprendizagem e, especificamente, para neste nível etário (ver Parte I, Capítulo 1, p. 5).

Concluiu-se, portanto, que é urgente encontrar-se uma alternativa no campo da Didáctica Específica da Economia, para que resulte uma melhor apresentação dos conteúdos desta unidade, por parte dos professores, de forma a que os alunos possam melhorar o desempenho da sua aprendizagem tanto mais que foi esta a unidade onde estes referiram sentirem maiores dificuldades na sua aprendizagem.

1.2. Alguns contributos para a ultrapassagem de dificuldades no processo

ensino-aprendizagem da 9.ª unidade lectiva da disciplina de Economia A do

11.º ano

Através de uma leitura mais cuidada quer ao programa da disciplina, quer à correspondente grelha fornecidos pelo Ministério da Educação, constata-se que não são aí sugeridas quaisquer visitas de estudo, que possam ser organizadas e realizadas a Instituições específicas, como forma de potenciar a aprendizagem desta unidade pelos alunos.

Neste contexto pensa-se que a indicação, como exemplo, duma visita de estudo ao Banco de Portugal, ou a um qualquer Banco Comercial e mesmo ao INE – Instituto Nacional de Estatística – pode facilitar a aprendizagem e desenvolver as atitudes necessárias para que as dificuldades surgidas possam ser, mais facilmente, ultrapassadas.

Uma outra metodologia poderá passar pela utilização de trabalhos de grupo em contexto de leccionação dos conteúdos desta unidade, onde a avaliação final individual de cada aluno possa passar, também, pela intervenção entre pares, ou seja, que para além da componente reservada ao professor exista uma outra que os

próprios elementos dos grupos aplicam onde se possam auto avaliar mutuamente através duma ponderação previamente definida pelo professor e pelos interessados. Julga-se que esta metodologia poderá habilitar mais os alunos para uma pedagogia de auto responsabilização que permitirá, a cada momento, auscultar as principais

dificuldades sentidas pelos visados durante o seu próprio processo de ensino

aprendizagem.

Esta 9.ª unidade lectiva da disciplina de “Economia A” do 11.º ano, pelos conteúdos específicos que abarca, requer que, simultaneamente, os alunos possam recorrer a certas habilidades individuais, designadamente a maior abstracção pessoal, a memorização de fórmulas matemáticas e a certos conhecimentos da prática contabilística recorrendo, também, a cálculos matemáticos com um grau de dificuldade de nível médio.

Para a superação das dificuldades dos conteúdos desta unidade em contexto de sala de aula, poderá o professor apelar a diversas estratégias pedagógicas utilizando para o efeito, acetatos, slides, filmes e, sobretudo, recorrer à Informática que atendendo-se aos conteúdos da unidade, poderá atenuar consideravelmente as dificuldades que os alunos sentem na leccionação nesta unidade, conforme referiram nas respostas ao inquérito passado.

O uso da Informática poderá, particularmente, responsabilizar mais o aluno na execução dos trabalhos práticos, já que cada vez mais, existem programas informáticos específicos, facilmente adaptáveis à unidade a leccionar, que permitem uma melhor identificação dos utilizadores aos conteúdos leccionados nesta unidade. A importância que a Informática assume, neste campo, é acentuada porquanto, a utilização de computadores, em contexto de sala de aula, permite que com o acesso frequente a informação actualizada, desde que haja ligação contínua à Internet, se possam intercambiar conhecimentos, quer entre os utilizadores, quer entre estes e o professor, de forma célere.

Sobre a aplicação da Informática em contexto de sala de aula assume particular

relevo o Relatório global realizado por Russell166 (subdividido em 13 relatórios

parcelares) intitulado “Uso, Sustentação e Efeitos de um Estudo Instrucional Tecnológico”, (doravante USEIT), onde foi tratado um estudo que visou obter um melhor conhecimento sobre: a) Como é que as tecnologias educacionais estão a ser aplicadas pelos professores e alunos em contexto de sala de aula; b) Quais os factores

166 RUSSELL, Michael; BEBELL, Damian e O´DWYER, Laura – Use, Support and Effect of Instructional Technology Study – Boston

College. Published TASC, 2003. (Obtido do site www.bc.edu/research/intasc/publications/shtml. Acesso em: 16 de Outubro de 2004).

que influenciam estes usos; c) Quais as competências que os alunos adquirem com o uso da tecnologia que utilizam.

Deste relatório aplicado na região de Bóston, estado de Massachusetts (Estados Unidos da América), foi obtida diversificada informação, destacando-se a que diz respeito ao Ensino Secundário pelo interesse que reveste para o estudo que se realizou, designadamente, sobre o papel que a Informática tem vindo a desempenhar em contexto de sala de aula.

Neste desenvolvimento, pela importância que se salientou, destacam-se as seguintes conclusões: a) 22% dos estudantes do Ensino Secundário usam computadores na escola entre 15 a 60 minutos; b) 63% dos estudantes do Ensino Secundário acreditam que sempre que utilizam os computadores em vez do uso tradicional de papel e lápis melhoram a qualidade dos trabalhos que realizam; c) 35% dos estudantes do Ensino Secundário acreditam que sempre que utilizam os computadores é melhor a qualidade da sua forma própria de escrita e de exposição nos trabalhos que realizam do que quando fazem uso do tradicional papel e lápis; d) 32% dos professores do Ensino Secundário admitem que melhoram a sua pesquisa e planificação de aulas quando usam a Internet várias vezes durante a semana.

A forma de leccionação escolhida pelo professor em contexto de sala de aula

assume, cada vez mais, uma importância fundamental no processo de ensino –

aprendizagem do aluno.

Qualquer metodologia empregue na apresentação de conteúdos será sempre mais ou menos válida, mas julga-se que se será de evitar, nomeadamente em conteúdos lectivos como os constantes da 9.ª unidade da disciplina de Economia A do 11.º ano, uma postura que valorize, quase em exclusividade, de aulas orais e expositivas. Será isso, no mínimo, o que os alunos pretendem.

PARTE III

CAPÍTULO VI