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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

4 CENÁRIO DE INVESTIGAÇÃO

4.3 Mensuração do Capital Social no APL de Tecnologia da Informação do

4.4.6 Dificuldades na Governança Local

Outro aspecto importante que merece ser muito investigado quando relacionado com a governança local trata-se das dificuldades encontradas no decorrer desse processo. Para tal, foi elaborada uma questão sobre se “a governança do APL é dotada de pessoas com capacidade para superar problemas e ou dificuldades que surgem no contexto do APL?".

Gráfico 14 – Capacidade para superar problemas e ou dificuldades no conjunto do APL. Fonte: Elaborado pelo Autor (2018).

Algumas das dificuldades da governança local podem estar relacionadas com a ausência de instrumentos de monitoramento; falta de planejamento e de objetivos; empresas líderes ou âncoras tentam dominar a coordenação causando prejuízos na participação de empresas menores nos processos de planejamento e de decisão. Também pode-se citar nesse amplo leque de situações a desconfiança gerada com base em relacionamento instável com os concorrentes. A falta de interesses em comuns proporcionam uma baixa participação nas reuniões da governança local que gera desmotivação. Ainda há a possibilidade da aproximação oportunista por parte de alguns atores, fato que repele maior participação (TAPIA, 2005; SUZIGAN; GARCIA; FURTADO, 2007; VILLELA; PINTO, 2009; CAMPOS et

al., 2009; AMARAL FILHO, 2011).

O presente questionamento aponta assim como nas respostas anteriores sobre a governança do APL que os agentes de apoio apresentam as notas médias mais baixas todos os pontos avaliados. Especialmente no que tange sobre se a governança local é dotada de pessoas com capacidade para superar problemas e ou dificuldades fica evidente pela avaliação dos agentes de apoio sua percepção quanto essa situação. Tais agentes de apoio demonstram reprovação em larga escala quanto a esse aspecto de abordagem. Por outro lado, os empresários em suas avaliações demonstram observarem a questão em um patamar intermediário, ao passo que os membros da governança local (7,33) apresentam-se com melhor rendimento nesse aspecto. Como resposta ao presente questionamento os dados aqui apresentados demonstram que é baixa a capacidade da governança local em superar e ou dificuldades no conjunto do APL.

Uma segunda e última questão foi solicitada aos três grupos de entrevistados por meio de uma pergunta aberta no qual solicitavam suas opiniões sobre “os maiores problemas que atingem a governança local do APL”. Na sequencia apresenta-se a análise das respostas, divididas pelos três grupos de entrevistados:

A governança local que é composta por um representante dos núcleos em cada um dos três municípios e apontaram os seguintes aspectos: Existe conforme B2 uma “crise de existência do APL frente aos demais núcleos locais". Outro aspecto capturado referenciava sobre a “baixa participação das empresas e entidades nas reuniões do APL”, conforme B1. Também se afirmou sobre a prática de “ações isoladas sem buscar o envolvimento de todos, bem como uma “falta de

novas lideranças com o pensamento associativista” para estarem presentes nas reuniões com maior protagonismo na governança do APL.

Quando o questionamento é direcionado para os empresários participantes do APL, as contribuições apresentam-se na seguinte maneira: Foi possível observar conforme destaca C19 que “houve uma desmobilização pela rixa entre Francisco Beltrão e Pato Branco. Em razão dessa situação perdeu-se a sinergia e as empresas âncoras afastaram-se totalmente do processo”. Outros empresários reafirmam que o “individualismo das cidades” e a “briga entre os municípios de Francisco Beltrão e Pato Branco" contribuem e muito para a “falta de união da classe”. Outros aspectos relevantes foram elencados, tais como: “o fato das três cidades estarem distantes dificulta a participação e ou presença, pois trata-se de um trabalho voluntário”. Ainda foi apontada como um problema para a governança local “a falta de um executivo dedicado ao APL”. Também foi elencado que a “falta de clareza no propósito do APL e objetivos comuns prejudica todo o conjunto”.

Em tratando-se das respostas dadas pelos agentes de apoio, as principais contribuições foram as seguintes: “O APL foi perdendo a conexão entre os atores com o passar do tempo. Faz-se necessário um processo de reconstrução e reorganização da governança” para recalibrar as ações do arranjo.

É perceptível a disputa entre os núcleos locais, o que causa “ausência de estratégia regional que gera baixa interação entre as pessoas e instituições na governança”. Neste sentido, “divisão de interesses, falta de esforço em comum e divisões dentro do próprio APL” acabam por minar as tentativas de aproximações existentes entre os membros. Destaca-se também que o “APL perdeu sua identidade, dividindo-se”. Inclusive um Agente de Apoio “não considera a existência de um APL de Tecnologia de Inovação na região”. A “falta de união e de pensamento coletivo do APL de TI” também é lembrado como algo a ser superado.

No aspecto geral que envolve a mensuração do aspecto da governança local, as médias atribuídas pelos agentes de apoio em todos os seis aspectos elencados foram sempre muito baixas: para a Capacidade de coordenar o arranjo (3,44), Capacidade de articulação da governança (3,44), Poder de influencia na resolução de conflitos (1,77) a mais baixa de todas, em Transparência na gestão (2,88), para Práticas Democráticas na tomada de decisão (2,11) e na avaliação se a governança do APL é dotada de pessoas com capacidade para superar problemas e ou dificuldades o total atribuído foi de 2,66.

Quanto aos membros da governança local e aos empresários existe harmonia na forma como ambos avaliaram os itens da governança local. Em todos os aspectos as médias atribuídas são próximas e sempre superiores as dos agentes de apoio.