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3. METODOLOGIA

4.2 APLICAÇÃO DA MATRIZ DE INDICADORES DE SUSTENTABILIDADE DE

4.2.1 DIMENSÃO AMBIENTAL

O primeiro indicador analisado intitulado de Indicador 01 foi relacionado a massa per

capita anual recuperada (kg/hab/ano). Assim, de acordo com o SNIS (2017), Aracaju obteve um indicador de 3,64 kg/hab/dia de massa reciclável per capita recuperada. Esta massa é referente a quantidade de material que é aproveitado da coleta domiciliar com potencialidades para reciclagem, como papel, plástico, vidro e alumínio por exemplo.

Já o indicador 02 analisou a massa per capita que é coletada de forma seletiva (kg/hab/ano). De acordo com a Emsurb (2018), as cooperativas de Aracaju recuperaram cerca de 420 toneladas de material reciclável, logo, considerando uma projeção do IBGE para 2018, a população do Município gira em torno de 649000 habitantes, o que resulta em um indicador de 1,08 kg de massa reciclável per capita reciclada coletivamente por habitante ao ano. Este material é diretamente direcionado a reciclagem por meio das ações de coleta seletiva. A taxa de rejeitos também foi levada em consideração e analisada no indicador 3, entretanto o Município não soube informar que taxa atual de rejeitos é efetivamente destinada aos aterros sanitários.

Outro ponto importante analisado na pesquisa foi a taxa do material recolhido nos PEV em relação à massa coletada seletivamente (%). De acordo com o Emsurb (2018) foi recolhido em torno de 59500 quilos de material, com isto o percentual de material recolhido nos PEV em relação ao total de material coletado é de 12,02%. O PEV é uma importante ferramenta para captação de materiais recicláveis pois permite a participação parte da população que não é atendida pela coleta seletiva porta a porta.

Por fim, foi analisado o indicador 05 que verificou a taxa de recuperação de materiais recicláveis em relação à quantidade total (RDO+RPU) coletada (%). De acordo com o SNIS (2016) o indicador para Aracaju foi de 0,70%. Desta maneira, os indicadores para dimensão ambiental permitiram compreender como a coleta seletiva se comporta no que diz respeito a sua eficiência e minimização de impactos ambientais. Como é observado no quadro 11, os indicadores ambientais para o Município de Aracaju apresentam 1 como nota média para seus indicadores.

53 Quadro 11: Tabulação de dados da dimensão ambiental para Aracaju

Ind. Descrição Fonte Resultado Tendência Nota

01 Massa per capita anual recuperada

(kg/hab/ano) SNIS (2017) 3,64 T3 1

02 Massa per capita coletada seletivamente

(kg/hab/ano) SNIS (2017) 2,8 T3 1

03 Taxa de rejeitos (%) Sem Fonte Desconhecido T3 1

04 Taxa do material recolhido nos PEV em relação à massa coletada seletivamente (%)

Emsurb

(2018) 12,02 T3 1

05

Taxa de recuperação de materiais recicláveis em relação à quantidade total (RDO+RPU) coletada (%):

SNIS (2017) 1,08 T3 1

Total 5

Fonte: Adaptado de Fechine (2014)

O indicador 1 é muito importante para mensurar o quanto de material potencialmente reciclável está efetivamente sendo recuperado da coleta domiciliar de resíduos sólidos. Diante disto, uma análise com outras capitais Brasileiras foi realizadas a fim de comparar os mesmos indicadores ambientais. Por exemplo, ao analisar e a massa per capita recuperada no Município, quando comparado às outras capitais Brasileiras, Aracaju apresenta valores de massa recuperada próxima a cidades como São Paulo e Curitiba, e melhor índice comparado a capitais nordestinas como Maceió e Recife (Quadro 12).

Quadro 12: Massa per capita de recicláveis recuperadas em 2017 (Kg/ (hab. x ano))

CIDADE VALOR Aracaju 3,64 Curitiba 5,04 Maceió 0,82 Recife 1,35 Salvador 1,08 São Paulo 3,19 Fonte: SNIS, 2017.

54 Por outro lado, ao analisar a massa per capita coletada seletivamente em 2017, Aracaju está abaixo de Curitiba o que é justificado pela taxa de cobertura que em Curitiba é de 100% enquanto Aracaju apresenta apenas 40% de taxa de cobertura. Apesar disso, Aracaju apresenta valores melhores comparados a capitais como Recife, Salvador e Maceió.

Para D’Almeida e Vilhena (2000), o objetivo principal de um programa de coleta seletiva é redução do envio de materiais potencialmente recicláveis para aterros sanitários em forma de rejeito. O indicador para coleta de materiais reciclados, os provenientes da coleta porta a porta e PEV está baixo comparado ao material reciclado recuperado no processo de triagem da coleta domiciliar não seletiva como pode ser observado no quadro 13.

Quadro 13: Massa per capita de coleta seletiva em 2017 (Kg/ (hab. x ano))

CIDADE VALOR Aracaju 4,18 Curitiba 11,38 Maceió 0,83 Recife 1,51 Salvador 1,46 São Paulo 7,33 Fonte: SNIS, 2017.

Outro ponto destacado é com relação à taxa de recuperação de materiais em comparação a coleta domiciliar para o Município, que é menor que 1%. Além da taxa de rejeito que não é mensurada em dados oficiais. Este dado é de extrema importância para entender quanto de material realmente está sendo direcionado para disposição final no aterro sanitário.

Portanto, a gestão municipal de Aracaju deve focar seus esforços em tentar melhorar estes índices. A baixa sustentabilidade para dimensão acarreta prejuízos ambientais, impactos negativos como o envio de materiais potencialmente recicláveis a aterros sanitários. Para evitar esta situação, o Município deve utilizar estratégias diferentes para públicos diferentes, seja aumentando o número de campanhas sobre educação ambiental para a população, aumentando o número de PEV, ao até mesmo aplicando multas e encargos aos poluidores, seguindo o princípio do poluidor pagador como estabelece a PNRS.

55 4.2.1DIMENSÃOSOCIAL

Para análise dos indicadores da dimensão social a pesquisa utilizou como primeiro indicador a adesão da população (%), Para o Município de Aracaju de acordo com o SNIS (2017) 40% da população é atendida, logo nem todos os bairros são beneficiados com a coleta seletiva porta a porta, para suprir esta carência a Prefeitura Municipal de Aracaju, disponibiliza 60 PEV distribuídos pela cidade, a fim de proporcionar a disposição de recicláveis de forma adequada. Entretanto a disponibilização dos PEV não garante a adesão total da população.

O segundo indicador avaliado na dimensão social analisou os programas de educação e divulgação. Neste indicador a pesquisa identificou que a prefeitura de Aracaju apresenta uma agenda diversificada com relação as atividades de educação ambiental. Entre seus projetos destacam-se: Programa Amigos do meio ambiente; Programa Ajucará, Programa A3P, Campanhas #Eufaçoadiferença #Biodiversidadeaju #Ecosema, e semanas comemorativas como Semana do Meio Ambiente, Praia Limpa, Consumo Consciente, Dia da Biodiversidade.

A inclusão de catadores avulsos inseridos em um programa de coleta seletiva também é importante indicador para analisar o grau de sustentabilidade para coleta seletiva. Estes agentes trabalham como parceiros para otimização do processo de recolhimento de recicláveis, ainda assim o Município de Aracaju não possui dados públicos a respeito do quantitativo de catadores que atuam de forma avulsa na coleta seletiva municipal.

De acordo com o IBGE (2010), a renda média mensal dos catadores no Nordeste é de R$510,00 (Quinhentos e dez reais), sendo a região que apresenta a menor renda do país. Não existem dados referentes a renda média dos catadores de Aracaju, desta forma para validação da pesquisa utilizou-se a renda média da região nordeste.

Com relação a existência de cooperativas ou associações no Município, de acordo com a Emsurb (2018), atualmente existem oficialmente duas cooperativas atuando no Município de Aracaju, a Cooperativa de Agentes Autônomos de Aracaju (CARE) e a Cooperativa de Reciclagem do Bairro Santa Maria (COORES). As cooperativas são instituições, entretanto não existe acordo de parceria e suporte para investimento, desenvolvimento e engajamento da participação dos catadores cooperados junto ao Município. Assim, os valores encontrados para os indicadores da dimensão social são apresentados no quadro 14:

56 Quadro 14: Tabulação de dados da dimensão social para Aracaju

Ind. Descrição Fonte Resultado Tendência Nota

06 Adesão da população em % SNIS

(2017) 20% T3 1

07 Programas de educação e divulgação Emsurb (2018)

Programas bi ou

trimestrais T2 1

08 Renda média mensal nas cooperativas (R$) IBGE

(2010) R$ 510,00 T3 1

09 Participação de catadores nas ações de coleta seletiva

Emsurb (2018)

Não existe uma parceria estabelecida entre o Município e as Cooperativas T3 1 10

Existência de cooperativas ou associações no Município (Número de Cooperativas / Habitantes x 10⁶)

Emsurb

(2018) 3 T3 1

Total 5

Fonte: Adaptado de Fechine (2014)

A adesão da população Aracajuana de apenas 20% ainda é muito baixa comparada a outras cidades, como por exemplo a cidade de Londrina, que de acordo com o Programa Cidade Sustentáveis (2019) possui adesão de 75% da população envolvidas com a coleta seletiva. Outro ponto bastante relevante é o número baixo de cooperativas atuantes na cidade, apenas 2 (duas) cooperativas são oficialmente reconhecidas pelo Município.

As cooperativas são instituições que atuam de forma solidária, e a sua boa estruturação e desenvolvimento depende do engajamento da gestão municipal por meio de parceria de capacitação, apoio logístico e financeiro. Assim, Aracaju precisa priorizar ações que proporcionem o crescimento de suas cooperativas, pois estas são responsáveis pelo atual aporte de recicláveis potenciais do Município.

4.2.3DIMENSÃOECONÔMICA

A dimensão econômica é um forte indicador para sustentabilidade de um programa de coleta seletiva, os valores de despesas e investimentos indicam a priorização ou desleixo quanto ao financiamento e desenvolvimento do processo. O primeiro indicador analisado para

57 o Município foi o custo total do programa em relação à quantidade coletada seletivamente (R$/t). De acordo com a Emsurb (2018), o custo anual com a coleta seletiva girou em torno de R$176.000,00 no Município de Aracaju, levando em consideração que a quantidade coletada no ano em torno de 495 toneladas, o resultado para o indicador é de que o Município teve um custo de cerca de R$ 357,00 (trezentos e cinquenta e sete reais) por tonelada reciclada.

Outro indicador analisado, é em relação ao percentual de autofinanciamento da coleta seletiva. Deste modo, de acordo a Prefeitura Municipal de Aracaju (2017), a arrecadação de IPTU total de 2017 foi de 70 milhões de reais, considerando que a destinação para limpeza urbana é proporcional aos custos do serviço que é R$6.000.000,00 e que o custo total da coleta seletiva é de R$176.000,00, a relação entre despesa da coleta seletiva e a destinação do IPTU para limpeza urbana é de 2,93% para o Município. Todavia, o Município não soube informar qual o custo da coleta seletiva em relação à coleta regular e a disposição final adequada, assim a tendência para sustentabilidade para o indicador é mínima. Pois, o controle orçamentário é de extrema importância e faz-se necessário para verificação da eficiência das ações adotadas.

Assim, a forma como os recursos financeiros são aplicados para coleta seletiva também foram analisados. De acordo com Emsurb (2018), ainda não existe um acordo para destinação de recursos para cooperativas e/ou catadores autônomos. Contudo, o que é arrecadado ajuda custear as cooperativas e consequentemente o serviço de limpeza urbana. Dessa maneira a tendência para o indicador sinaliza que o lucro da reciclagem é utilizado para autofinanciamento. Pois os indicadores para a dimensão econômica estão apresentados no quadro 15

Quadro 15: Tabulação de dados da dimensão econômica para Aracaju

Ind. Descrição Fonte Resultado Tendência Nota

11 Custo total da coleta seletiva em relação a quantidade coletada seletivamente

Emsurb

(2018) R$357,00 T2 2

12 Percentual de autofinanciamento da coleta seletiva (%)

Emsurb

(2018) 2,93% T2 1

13 Custo da coleta seletiva em relação à coleta

regular e disposição final Sem Fonte

Tendência mínima por

não haver resultado

T3 1

14 Custo da coleta seletiva em relação aos

58 resíduos sólidos

15 Forma de aplicação dos recursos

financeiros provenientes da coleta seletiva Emsurb

Manutenção

própria T1 5

Total 10

Fonte: Adaptado de Fechine (2014)

De acordo com a CEMPRE (2018), o custo médio da coleta seletiva no Brasil é em média de R$445,00, enquanto Aracaju apresenta uma média de R$357,00, tendo uma coleta mais barata com relação à média Brasileira. Sendo que 2,93% da arrecadação municipal é destinada a práticas da coleta seletiva. Os custos para coleta podem ser ainda mais reduzidos se boas práticas forem implementadas, como uma melhor segregação e correta armazenagem. Para auxiliar nestes processos algumas cidades adotaram o “IPTU Verde” como ferramenta de motivação. De acordo com Oliveira et al (2017), esta prática iniciou-se na cidade de Belo Horizonte em 1980, visando estimular a população do Município a ter maior participação na iniciativa de programas que buscam a sustentabilidade.

Os recursos provenientes da coleta seletiva no Município de Aracaju hoje são destinados ao autofinanciamento pois não geram arrecadação expressiva para permitir lucro. De acordo com o estudo realizado por Conke e Nascimento (2018) a distribuição da gravimetria dos resíduos coletados de forma seletiva no Brasil. Para tanto foi elaborado o quadro 16 para comparar o percentual gravimétrico e o preço médio do material reciclado em Aracaju em comparação a cidade São Paulo, que é a maior produtora de matérias recicláveis do Brasil (CEMPRE, 2019):

Quadro 16: Distribuição gravimétrica dos resíduos da coleta seletiva no Brasil

MATERIAL GRAVIMÉTRICA DISTRIBUIÇÃO VALOR DE MERCADO ARACAJU (R$/tonelada)

VALOR DE MERCADO SÃO PAULO (R$/tonelada)

Papel / Papelão 50% R$ 550 PL (Papel Branco) R$250 PL (Papelão)

R$ 600 PL (Papel Branco) R$ 580 PL (Papelão) Plástico 29% R$ 600 (Plástico Rigido)

R$ 700 (PET) R$ 600 (Plástico Rigido) R$ 1400 (PET) Metais 11% R$ 3500 (Aluminio) R$ 100 (Latas de Aço) R$ 3500 (Aluminio) R$ 280 (Latas de Aço) Vidro 10% Sem valores estabelecidos R$ 150 (Vidro Incolor) P = Prensado e L= Limpo

59 De acordo com o quadro 16 observa-se que papel e o papelão representam maior parte do recolhimento no Município e que os valores pagos aos materiais está próximo ao de grandes cidades como São Paulo. Destaque paro o preço do PET que em São Paulo é o dobro de Sergipe, o que pode ser resultado do desenvolvimento do comércio local para compra do material estimulando a sua valorização.

Com relação à aplicação dos recursos o Município apresenta maior pontuação, pois a receita gerada com a coleta é destinada a manutenção da própria coleta. Entretanto com melhorias na gestão e otimização dos recursos futuros podem ser convertidos em investimentos.

4.2.4DIMENSÃOINSTITUCIONAL

A participação da comunidade é um dos principais indicadores para verificar a gestão compartilhada. De acordo com a Emsurb (2018), esta participação é primordial para a Coleta Seletiva em Aracaju. Mas, essa participação não é total o que prejudica o projeto, tendo em vista que a segregação inicial dos materiais é fator determinante para otimização da coleta seletiva, sendo outro indicador relevante em relação ao marco legal da cidade. Todavia, Aracaju não possui um Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos, o que existe é o Plano Municipal de Saneamento Básico, que ainda está em fase de implementação até o momento desta pesquisa.

Para avaliar a sustentabilidade desta dimensão, esta pesquisa também analisou os instrumentos legais na relação com as organizações de catadores. De acordo com a Emsurb (2018), atualmente existem 2 Cooperativas oficialmente reconhecidas em Aracaju. Entretanto ainda não existe nenhum convênio de repasse financeiro firmado entre as cooperativas e o Município, conforme descrito no quadro 17.

60 Quadro 17: Tabulação de dados da dimensão institucional para Aracaju

Ind. Descrição Fonte Resultado Tendência Nota

16 Adesão da população (%) SNIS (2018) 20% T2 1

17 Gestão compartilhada Emsurb

(2018) Existe, mas não funciona ou funciona de forma inadequada T1 1

18 Marco legal Emsurb

(2018) Não possui T1 1

19

Percentual de pessoas atendidas pela coleta

seletiva SNIS (2018) 40% T1 1

20 Área de abrangência do serviço de coleta seletiva Emsurb (2018) Em partes da área urbana T3 1 Total 5

Fonte: Adaptado de Fechine (2014)

4.3 MATRIZ GERAL

Assim, com base na pontuação obtida pelos indicadores nas dimensões ambiental, social, econômica e institucional o quadro 18 apresenta o somatório de todas as notas obtidas através das tendências à sustentabilidade de cada indicador analisado.

Onde o somatório máximo para todos os indicadores analisador é de 100 pontos. Assim a pontuação encontrada foi de 25 pontos, onde 5 pontos referente à dimensão ambiental, 5 pontos referentes à dimensão social, 10 pontos referentes à dimensão econômica, e 5 pontos referentes à dimensão institucional. O somatório encontrado foi dividido pela pontuação máxima e multiplicado por 10, como proposto por Fechine (2014).

61 Quadro 18: Matriz geral dos indicadores para coleta seletiva em Aracaju

DIMENSÃO INDICADOR PONTUAÇÃO

AMBIENTAL 1 1 2 1 3 1 4 1 5 1 SOCIAL 6 1 7 1 8 1 9 1 10 1 ECONOMICA 11 2 12 1 13 1 14 1 15 5 INSTITUCIONAL 16 1 17 1 18 1 19 1 20 1 TOTAL 25

Fonte: Adaptado de Fechine (2014)

Desta forma, o valor encontrado para sustentabilidade da coleta seletiva em Aracaju foi de 2,5. Este valor representa uma sustentabilidade baixa dentro dos parâmetros estabelecidos para alta ou baixa sustentabilidade. Destaca-se como valor positivo o indicador 15, único indicador a alcançar tendência máxima, que trata sobre a aplicação dos recursos financeiros provenientes da coleta seletiva que é destinado à sua manutenção própria. Contudo, a maioria dos indicadores apresentou tendência mínima para sustentabilidade indicando que uma nova abordagem deve ser tomada proporcionar a melhora deste índice.

62 5. CONCLUSÃO

Após cinco anos de lançamento da Política Nacional de Resíduos Sólidos os problemas relacionados à gestão de RSU ainda é um dilema para muitos Municípios Brasileiros, principalmente ao tratarmos sobre os resíduos que apresentam potencialidades para reciclagem. Para minimizar esta problemática a PNRS estabelece a coleta seletiva como principal ferramenta para gestão adequada dos materiais recicláveis. Entretanto muitos Municípios ainda não implementaram esta prática em sua gestão.

Durante a construção bibliográfica observou-se que a gestão eficaz para os resíduos sólidos e consequentemente para coleta seletiva deve começar pela adoção de boas práticas de gestão pública, seguidas de investimentos para cooperativas e sensibilização da população.

Uma das grandes dificuldades da pesquisa, diz respeito à obtenção de dados públicos, tendo em vista que os dados sobre a gestão de recicláveis em Aracaju são poucos ou insuficientes e em partes não acessíveis para população por parte da administração pública, bem como a disponibilidade de materiais tecnocientíficos sobre coleta seletiva no Município de Aracaju.

Entretanto, apesar das dificuldades esta pesquisa constatou que o Município de Aracaju apesar de apresentar propostas positivas para a melhoria dos serviços de coleta seletiva como, por exemplo, a adoção de PEV, campanhas e eventos ambientais e uma rota de coleta seletiva domiciliar que abrange apenas uma parte da população, caminhando mesmo que a passos lentos rumo a uma melhor eficiência para coleta seletiva.

Portanto, este estudo destaca que a falta de um plano municipal estabelecendo diretrizes locais apresenta-se como principal problema para obtenção de uma pontuação mais elevada para o índice de sustentabilidade. A não adoção de um plano municipal dificulta o apoio institucional e financeiro que deveria ser firmado entre as cooperativas de catadores de material reciclável para melhorias do sistema, bem como serve de estímulo econômico para indústria da reciclagem.

Assim, este estudo recomenda que o Município de Aracaju crie o plano municipal de coleta seletiva, em que sejam contemplados todos os agentes participantes desse processo, tais como: órgãos públicos, cooperativas, catadores autônomos e a população. E que estudos

63 utilizando indicadores sejam realizados com frequência para avaliar efetividade das ações que vêm e virão a ser realizadas no Município.

64 REFERÊNCIAS

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ARACAJU, Prefeitura Municipal de Aracaju. “IPTU: 80% dos contribuintes pagaram em cota única”. Disponível em https://www.aracaju.se.gov.br/index.php?act=leitura&codigo=71005. Acesso em 15/10/2018.

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BRASIL. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (BRASIL). Estimativa Demográfica 2016. Rio de Janeiro, 2016. Rio de Janeiro.

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