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3 COMPREENDENDO O PARADIGMA DA COMPLEXIDADE

5.2 DIMENSÃO AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL

A Dimensão Avaliação Institucional tem por objetivo apresentar a percepção dos sujeitos participantes selecionados para este estudo quanto à avaliação para e no contexto da educação superior. A análise estrutura-se apresentando, num primeiro momento, o histórico da avaliação institucional nas universidades, a relevância da avaliação e a importância/relevância do Sinaes como sistema avaliativo para a melhoria da qualidade da educação nas universidades brasileiras.

5.2.1 Universidade A

Foi no início da década de 1990 que a Universidade A concebeu e implantou a cultura da avaliação, centrada, naquele momento, na avaliação interna com foco nos cursos de graduação, buscando a autoavaliação. Os trabalhos foram coordenados pela Coordenadoria Interdisciplinar de Apoio ao Ensino Universitário (Ciaeu), criada pela Pró-Reitoria de Graduação (Prograd). A Ciaeu foi responsável pela elaboração do documento Elementos para Organização do Programa de

Avaliação da Universidade – ênfase na graduação, que viria posteriormente, a se

constituir na base do Programa Próprio de Avaliação da Universidade A. Este documento também contribuiu para uma primeira versão do Paiub92.

Seguindo as concepções gerais do Paiub, o Programa Próprio de Avaliação da Universidade A elaborou cinco princípios norteadores de avaliação para a

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Universidade A: democratização (a avaliação é pensada e executada como um

projeto coletivo, cujo objetivo é tornar socialmente visíveis as ações da universidade de ensino, pesquisa e extensão); autonomia (ênfase no autoconhecimento da realidade universitária para estabelecer prioridades e gerenciar os recursos em direção a objetivos determinados); qualidade formal (focada nas ações) e qualidade política (foco na influência da instituição como formadora de opiniões e de ações de intervenção na sociedade); comparabilidade interna (ênfase no interior de cada curso/unidade, podendo, ao analisar-se no âmbito histórico em relação a si próprios, os cursos/unidades enxergar-se e redefinir-se); legitimidade/ autoadesão (compromisso, possibilidade e o desafio de usar a avaliação como instrumento de sua transformação na persecução de seu projeto pedagógico rumo ao futuro)93.

O Programa Próprio de Avaliação da Universidade A, metodologicamente, organizou-se em três momentos: o primeiro destacando a autoavaliação, o segundo enfatizando a avaliação externa e o terceiro evidenciando a importância da reavaliação. O grande destaque é para a criação dos Núcleos de Avaliação das Unidades (NAUs), responsáveis pela condução do processo de avaliação nas comunidades acadêmicas.

É com o Programa Próprio de Avaliação da Universidade A que surgiu o 1º Ciclo Avaliativo da Universidade A, que envolveu praticamente todas as unidades de ensino e a administração central da universidade. Paralelamente a este momento, também foram realizadas a avaliação interna e a avaliação externa previstas no programa. Após a coleta dos dados, organizaram-se seminários em que as discussões envolveram questões relacionadas à universidade, aos currículos, cursos e à própria questão da avaliação. Nos debates e análises coletivas foram detectados problemas, identificadas soluções e desenvolvidas possíveis políticas. Posteriormente, tendo por referência os relatórios e informações discutidas com os diversos segmentos da comunidade acadêmica em reuniões e encontros foram definidos e traçados objetivos, metas, compromissos e ações para a instituição relacionadas ao presente e futuro94.

Nos anos subsequentes, a Universidade A acompanharia as novas legislações que nortearam o sistema de avaliação da educação brasileira. No entanto, manteve e adaptou o seu próprio projeto de avaliação, o Programa Próprio

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Informações disponíveis no site/portal da Universidade A.

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de Avaliação da Universidade A, e em novembro de 2000 criou a Secretaria de Avaliação Institucional (SAI), com o propósito de sistematizar a avaliação institucional.

A SAI está, diretamente, ligada ao gabinete do vice-reitor, que é também o pró-reitor de Coordenação Acadêmica (Procad) e tem por competências: coordenar, juntamente com a CPA, e articular com as unidades acadêmicas e os diversos setores da administração central o desenvolvimento do Projeto Permanente de Avaliação Institucional da Universidade A/Sinaes; subsidiar as unidades acadêmicas e escolares com dados e informações necessários e pertinentes para a execução do Programa Próprio de Avaliação da Universidade A/Sinaes; organizar e desenvolver seminários e outros eventos que se fizerem necessários para ancorar o desenvolvimento das atividades do Programa Próprio de Avaliação Institucional da

Universidade A/Sinaes; auxiliar as unidades acadêmicas e escolares na realização

de seus eventos internos; sistematizar os processos e os resultados das ações de avaliação em relatórios parciais e em publicação final, em comum acordo com a CPA, e encaminhá-los aos devidos fins95.

Tendo por base as orientações determinadas pelo Plano de Gestão da

Universidade A 2000-2004, de fevereiro de 2003 até setembro de 2004 realizou-se

o 2º Ciclo Avaliativo da Universidade, cujo objetivo foi dar maior visibilidade a seus feitos e, também, àquilo que falta fazer, de maneira contínua, com características de processo, transformando seus resultados em instrumentos de planejamento e de gestão96. O foco central desse ciclo privilegiou a avaliação interna buscando o autoconhecimento. Desse modo, a avaliação interna é reconhecida como um meio privilegiado para fomentar o florescimento e a coexistência das distintas atividades e áreas do conhecimento, com suas peculiaridades e idiossincrasias e, sem prejuízo do rigor acadêmico e metodológico, busca o estímulo à atividade criativa97.

Em 2003 a instituição completou dez anos de Avaliação Institucional

Permanente, que compreende a avaliação como um instrumento de gestão, que

permite o acompanhamento constante, com reavaliação, para manter ou redirecionar as decisões e ações implementadas, na persecução da garantia de uma educação pública, gratuita e de qualidade, estabelecendo, desse modo, uma cultura própria de

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Informações disponíveis no site/portal da Universidade A.

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Informações disponíveis no site/portal da Universidade A.

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avaliação98. Em decorrência dessa cultura de avaliação, ao longo desses dez anos várias decisões foram implementadas, dentre as quais a inserção do tema avaliação nos planos de gestão da instituição, a institucionalização da SAI, o incremento da participação autônoma das unidades acadêmicas e a transformação dos resultados e questionamentos advindos da avaliação em instrumentos de gestão para aperfeiçoar ou redirecionar as ações desenvolvidas pela Universidade A99.

O projeto do 2º Ciclo foi ampliado para dar lugar ao Projeto Permanente de

Avaliação Institucional da Universidade A, considerando os preceitos do Sinaes,

o qual se intitulou Programa Próprio de Avaliação da Universidade A/Sinaes 3º ciclo, concluído em outubro de 2005, que se tornou mais complexo em razão da criação da CPA100. A CPA tem como principal função responder às dez dimensões do Sinaes numa perspectiva macro.

Conforme o secretário de Avaliação Institucional,

[...] na realidade, a Universidade A foi um pouco precurssora de toda a proposta de avaliação da educação superior, mas o que acontece é que a Universidade A tem uma carga, talvez, de visualização da questão da avaliação que não é exatamente a que está instalada em outras instituições, que buscam se amoldar as essas necessidades imediatas que são provocadas pelo surgimento da avaliação proposta pelo MEC.

O caminho trilhado pela avaliação na Universidade A, conforme os documentos oficiais on-line, assim como a fala do secretário, seguiu as orientações dos programas institucionalizados pelo governo federal para a avaliação da educação superior no Brasil, no entanto não se deteve somente neles, visto que, por iniciativa, criou e institucionalizou o seu próprio programa de avaliação. A concepção de avaliação para a Universidade A apresenta evidências de alguns elementos característicos da gestão organizacional, presentes nas expressões instrumento de

gestão, tomar ou redirecionar decisões e implementar ações. Percebe-se que se

antecipou aos preceitos que, posteriormente, iriam nortear o Sinaes, aliando a questão da gestão organizacional a preceitos da avaliação, como, por exemplo, a

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Informações disponíveis no site/portal da Universidade A.

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Informações disponíveis no site/portal da Universidade A.

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definição do PDI101, tendo por objetivo buscar a melhoria da qualidade para a educação superior no Brasil.

A referência do secretário no sentido de dizer que a Universidade A foi precursora da proposta de avaliação para a educação superior brasileira deve-se ao fato de que são docentes da instituição alguns dos principais professores pesquisadores e pensadores do tema avaliação do país. Esses participaram ativamente das primeiras discussões em nível governamental sobre as propostas e planos de avaliação para as universidades, bem como foram, e ainda são, membros integrantes das comissões e do próprio MEC, atuando diretamente em questões que se relacionam à avaliação institucional.

O secretário, no entanto, explica que o processo de avaliação realizado pelos discentes em relação ao corpo docente, disciplinas e conteúdos é, na atualidade, o único sistema de avaliação que efetivamente é feito na instituição. Salienta: “[...] o que se tem, porém, é que os efeitos dessa avaliação não se fazem sentir. Isso é uma grande queixa da comunidade acadêmica e, particularmente, dos estudantes [...].”

Ramos e Sampaio (1998) relatam que em muitas universidades as experiências com os processos avaliativos fracassaram em razão de não terem sido incorporados/internalizados pelo corpo docente, corpo discente e técnico- administrativo, questão esta que pode ter ocorrido com a Universidade A.

Sobre a questão da avaliação nas unidades acadêmicas, o secretário de Avaliação Institucional destaca o corporativismo, característica da instituição pública em defesa do docente. Isso significa, conforme o entrevistado, que é preciso “[...] tirar de dentro das unidades acadêmicas o gerenciamento de problemas que envolvem docentes [...]”, porque a “[...] experiência mostrou que os processos acabam sendo arquivados pela própria unidade [...]”, enfatizando que existem muitas queixas com relação a esse tipo de procedimento. Destaca que:

[...] é preciso fazer isso inclusive em nome da manutenção da credibilidade da avaliação, porque os estudantes começam a se queixar e não querem mais participar do processo que não gera naturalmente efeitos. Quando o reitor me convidou para assumir esse cargo, na realidade, a primeira coisa que ele levantou era

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exatamente essa, que a avaliação na Universidade A não trazia resultados [...].

Para que o processo de avaliação possa obter resultados positivos, torna-se premente a necessidade de comprometimento e envolvimento de toda a comunidade universitária com a avaliação, assim como com as mudanças que dela poderão ocorrer. (RAMOS; SAMPAIO, 1998).

A SAIdispõe de uma página com informações sobre: a equipe; o histórico da secretaria; a evolução histórica da avaliação e as publicações da avaliação; as avaliações externas dos cursos de graduação de 1997 a 2006; informações sobre o Enade e as notas obtidas pelos cursos de graduação nas prova de 2004 a 2007; o desempenho dos cursos de pós-graduação e o histórico da avaliação na Capes nos períodos de 1979 a 2003; as notas dos cursos de graduação que realizaram o ENC no período de 1996 a 2003; a legislação que rege o Sinaes, o Enade e a Conaes; a regulamentação do Sistema de Avaliação do Desempenho Docente com vistas à atribuição da Gratificação de Estímulo à Docência do Magistério Superior (GED); o Sistema de Avaliação do Desempenho Docente com vistas à atribuição da Gratificação de Incentivo à Docência da Carreira de Professor de 1º e 2º graus (GID); a Avaliação Docente que é realizada pelos alunos nas unidades acadêmicas ao final de cada semestre e que desde 2001 está on-line, sendo possível acessar o instrumento de pesquisa; a homologação da produção intelectual da universidade; a legislação sobre avaliação no Brasil anterior ao período de 2003 e a legislação do Sinaes; todos os eventos organizados pela SAI (incluindo textos, transcrições e gravação em vídeo das palestras e seminários e os materiais utilizados pelos palestrantes) e os eventos em que houve a participação da SAI; link de acesso ao MEC, SESu, Inep, Capes, CNPq, Andifes, Crub; a portaria nº. 1.751, de 27 de outubro de 2006, que regula a relação nominal dos avaliadores de instituições de educação superior102.

Assim, percebe-se que a universidade estabelece comunicação com a comunidade interna e externa de caráter informativo quanto às questões relacionadas à avaliação institucional.

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Informações disponíveis no site/portal da Universidade A no link Acesso Direto/Secretaria de Avaliação Institucional.

Conforme o secretário da SAI, a secretaria poderá vir a fazer a análise de informações, de indicadores e de indicadores gerenciais, em razão da própria lógica do relatório da CPA, que também trabalha com indicadores e analisa informações. Destaca a probabilidade de a SAI incorporar as análises de informação para outros setores da universidade, incluindo a própria SAI.

O secretário acrescenta que a SAI será a condutora do processo de elaboração do PDI, que deve nortear o estatuto e regimento da universidade e também o plano de gestão. Tais atribuições, conforme a percepção do secretário, dá-se em razão de que a “[...] avaliação só pode partir de algo que foi planejado, pois faz pouco sentido avaliar uma situação que não tenha sido planejada anteriormente [...]”, destacando a importância da institucionalização do planejamento. Para tanto, a SAI está adotando a lógica do planejamento estruturado no nível estratégico, tático e operacional transposto para o ambiente acadêmico e a lógica do Ciclo PDCA103.

A Universidade A, desde o início do ano de 2009, se prepara para receber a visita da Comissão de Avaliação, prevista para maio do corrente ano, cujo objetivo é o recredenciamento da instituição. Para tanto, foram organizadas diversas comissões, cada qual incumbida da coleta de informações referentes a cada uma das dez dimensões avaliativas do Sinaes.

Quando questionado a respeito da importância do Sinaes para o ensino superior, o secretário de Avaliação Institucional enfatizou que o Sinaes tem um papel importantíssimo, pois permite que se crie o “[...] paradigma da qualidade da educação superior no Brasil [...]” ao focar elementos que devem ser avaliados na instituição. O entrevistado entende que é esse parâmetro que norteará a política educacional para a educação superior no país através do qual se possa vir a estabelecer “[...] com clareza o que é mais importante, para que as instituições possam se pautar neles.”

De acordo com o secretário, é pela comparação entre as universidades congêneres, considerando os elementos da avaliação, que ao longo do tempo

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O Ciclo PDCA foi idealizado por Shewhart na década de 1920, sendo efetivamente divulgado e aplicado por Deming em 1950 no Japão pós-guerra. Tem por princípio tornar mais claros e ágeis os processos envolvidos na execução da gestão organizacional, seja em empresas industriais, seja em bens ou serviços. Estrutura-se em quatro etapas: Plan (Planejamento), Do (Execução), Check (Verificação) e Act (Ação). (FEIGEBAUM, 1994).

surgirá o conceito de qualidade e do que não é qualidade para a educação superior. Argumenta, no entanto, que

[...] a divulgação dos conceitos de cursos, dos conceitos de pós- graduação e agora dos conceitos da avaliação das universidades gera um stress bastante grande nas instituições. As pessoas realmente ficam preocupadas, não é uma figura de retórica. Hoje, realmente, o Sinaes traz um elemento fundamental para ser considerado no planejamento das instituições. Toda a instituição pensa antes no Sinaes, no que está bem e o que precisa melhorar, no que é preciso focar para ter um resultado melhor no Enade, para ter melhor resultado na avaliação da Capes, para ter uma melhor avaliação nas visitas de curso. Tornou-se um paradigma com certeza, não há dúvida.

O secretário enfatizou a importância que a universidade atribui à posição que ocupa/ocupará quando os resultados das avaliações forem publicizados pela mídia externa. Percebe-se que existe toda uma movimentação da universidade no sentido de atender às normas e os requisitos estabelecidos pelo Sinaes, buscando identificar os pontos que precisam ser melhorados, evidenciando, assim, a tensão no interior do sistema. Castro (2005) alerta que as avaliações in loco não podem representar/gerar ameaças para o grupo ou para a instituição, uma vez que o medo leva a comportamentos dissimulados, vindo a prejudicar a qualidade da avaliação.

Ressaltou também que se não existisse o Sinaes, as instituições de ensino superior não estariam tão preocupadas com as questões relacionadas à qualidade. Outro ponto destacado é que o Sinaes criou regras próprias, baseadas na realidade da educação superior do país. O Sinaes “[...] colocou com clareza que a formação da cultura do povo e a formação da identidade nacional precisam ser consideradas no processo de amadurecimento da educação superior e que isso tem que ser visualizado como um bem em si.”

O entrevistado acredita que o Sinaes ocupou um espaço muito importante para a evolução e a melhoria do sistema educacional superior. No entanto, alerta para o fato de que “[...] todo o sistema é orgânico e que precisa acompanhar a evolução do próprio objeto de avaliação e, se for o caso, ser repensado.” Dias Sobrinho (2003) aponta como característica da avaliação de caráter emancipatório a capacidade de flexibilidade e adaptabilidade dos procedimentos metodológicos uma

vez que sua aplicação ocorre num ambiente dinâmico e mutável, prevendo que alterações no decorrer do processo, provavelmente, venham a ocorrer.

O secretário destacou algumas ações que estão sendo planejadas no sentido de mobilizar a comunidade acadêmica para a importância do processo de avaliação, por exemplo, um conjunto de cinco módulos de 20h cada, que trata de questões didático-pedagógicas; a discussão do projeto pedagógico dos cursos de graduação; o que é o instrumento de avaliação, quais são as dimensões e o que significa avaliar. Conclui que, “[...] fatalmente, nós vamos ter que passar por uma capacitação de toda a comunidade acadêmica para chegar ao nível de poder discutir a avaliação como ela tem que ser.”

Reiterou, ainda a preocupação no sentido de legitimar o processo de avaliação na universidade, buscando atender a uma das prerrogativas determinadas pela atual gestão da universidade. Para tanto, percebe-se que a SAI está desenvolvendo um projeto que envolve os segmentos docentes e técnico- administrativos para discutir a avaliação e, assim, efetivamente, institucionalizá-la. Se considerado o histórico da avaliação na instituição, ratificado nos documentos oficais on-line, bem como, as primeiras falas do secretário em contraposição as demais falas, percebe-se as contradições entre a evolução histórica da avaliação na instituição, ratificadas pelos documentos oficiais on line versus os resultados efetivos da avaliação no âmbito acadêmico da universidade, isto é, a pressuposta cultura de avaliação na instituição.

O secretário de Comunicação da Universidade A, de maneira sucinta, declara que é a favor de qualquer tipo de avaliação e também do Sinaes, pois, “[...] se a universidade não estiver cumprindo o seu papel, atingindo suas metas e sendo avaliada, entrará num processo de marasmo, ficando estagnada.”

Cabe reiterar que, para Dias Sobrinho (2003), uma das características da avaliação institucional de caráter emancipatório é a continuidade do processo de avaliação como fonte sistemática de produção de sentidos e de questionamentos, em que se articulam as reflexões e as práticas universitárias.

A fala do secretário de Avaliação Institucional ratifica a importância de tornar efetivo o processo de avaliação na Universidade A, cujo principal problema se constitui nos efeitos que não são percebidos/sentidos pela comunidade acadêmica.

Para essa nova gestão da universidade, a perspectiva é de que a SAI desenvolva um trabalho de integração entre a gestão estratégica universitária e a avaliação institucional.

Nesse sentido, as dimensões avaliativas do Sinaes necessitam estar contempladas no planejamento da instituição, que hoje trabalha no sentido reativo para atender aos requisitos solicitados. Por mais que o caminho percorrido, isto é, a história da avaliação institucional, na Universidade A seja de longa data, a instituição está (re)estruturando todo o seu processo avaliativo, objetivando (re)criar uma nova cultura de avaliação; buscando, para tanto, o comprometimento da comunidade acadêmica através de ações pontuais de interação pessoal.

O secretário destacou que o Sinaes se tornou um paradigma para a qualidade da educação superior brasileira, podendo gerar políticas educacionais que atendam às reais necessidades e características nacionais.

5.2.2 Universidade B

O histórico da avaliação institucional na Universidade B está intimamente atrelado à definição e implementação do Plano Estratégico da universidade; denominado de Missão e Perspectivas, implantado a partir do ano 1994, momento também em que foi institucionalizada a primeira comissão de avaliação da universidade. Para a concepção deste plano, a gestão da universidade recorreu aos conceitos do Planejamento Estratégico, partindo da ideia de que para planejar o futuro era preciso conhecer o passado, as dificuldades, os pontos fracos, estando todo ele apoiado em avaliação. Elaborado com perspectiva de atuação para dez anos, o Plano Estratégico da universidade definiu cinco objetivos que deveriam ser priorizados, dentre os quais promover a avaliação institucional no âmbito da pesquisa, da extensão, em todos os níveis de produtos, da infraestrutura, isto é, em