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3. A REDEMOCRATIZAÇÃO DO BRASIL EM SIMETRIA COM A

3.4. Proteção dos direitos personalíssimos elencados no texto constitucional

3.4.4. Direito à honra

Consiste num bem tipicamente imaterial, vinculado a noção de dignidade da pessoa humana, pois diz respeito ao bom nome e a reputação dos indivíduos, o direito a honra, na condição de direito fundamental positivado no ordenamento jurídico, não compôs, durante muito tempo figura nos catálogos constitucionais de direitos, mas, se fez presente no plano internacional na Declaração Universal da Organização das Nações Unidas e no Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos, nem sempre fez presente haja vista, ser comum nos textos constitucionais e documentos internacionais quando se referirem ao direito ao bom nome e a reputação. Então quando se fala em honra se está falando em é o direito ao bom nome e a reputação (SARLET et al, 2012).

O direito a honra, “é a soma das qualidades que os terceiros atribuem a uma pessoa e que são necessárias ao cumprimento dos papéis específicos que ela exerce na sociedade (CASTRO, 2002, p. 19)”.

Além de ser um direito fundamental a honra é amparada como um direito da personalidade uma vez que a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, é inócua a licença o direito à honra foi o nascedouro, o alicerce dos demais direitos à privacidade, hoje concebidos autonomamente pela Constituição Federal de 1988.

Podemos ressaltar que a honra surgiu na posse dos direitos civis, tutelados inicialmente pela Acto Injuriariarum130.Como se pode constatar, a honra abarcava os demais direitos à

130 A honra e a vida se equiparam, nesta equipolência verificamos quão importante e precisa deve ser a proteção jurídica da honra e quanta porfia já redeu a julgadores e estudiosos. E essa preocupação de proteção aos bens da pessoa humana. O direito é o respeito espontaneamente experimentado e reciprocamente garantido da dignidade humana, de qualquer pessoa, em qualquer circunstância a que se encontre sujeita e a qualquer risco que se exponha a sua defesa. Como a evolução dos tempos, iremos encontrar no direito romano a fonte de proteção legal do direito,

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privacidade, estes, portanto, não eram considerados individualmente, mas como sendo pertencentes ao direito à honra. (RAMOS, 2008).

A esse respeito, sem dúvida entre várias categorias de bens da personalidade, é fundamental e a honra, o bem jurídico de maior apreciação da personalidade humana, dada a importância no campo moral e social. De modo geral podemos nos referir além do respeito da integridade física da pessoa, deve haver o respeito à integridade moral (AMARANTE, 2001).

Assim sendo, com a evolução da noção de dignidade da pessoa humana não se deve esquecer que especialmente no período clássico, dignidade e honra como valor social do indivíduo era a versão prevalente, e sua definição como atributo de todos os seres humanos, o direito a honra foi universalizado e passou a ser considerado como elemento importante da igual dignidade de todas as pessoas, afastando-se, na quadra atual do Estado Constitucional, toda e qualquer interpretação reducionista e de cunho nobiliárquico, que restrinja o direito a honra aos que são mais dignos do que outros. A vinculação com a dignidade da pessoa humana, por outro lado, não afasta a dificuldade de se definir com alguma precisão e em abstrato o conteúdo do direito a honra, já que se cuida de uma noção marcada por forte dose de subjetividade (SARLET et al, 2012, p.421/422).

O direito a honra, a defesa do bom nome e reputação, insere-se no âmbito da integridade e inviolabilidade moral. Se em um sentido objetivo, o bem jurídico protegido pelo direito a honra e o apreço social, a boa fama e a reputação do indivíduo, ou seja, seu merecimento aos olhos dos demais, o que se costuma designar de honra objetiva, o conceito social sobre o indivíduo, de um ponto de vista subjetivo que, a evidencia, guarda relação com a face objetiva, a honra guarda relação com o sentimento pessoal de autoestima, ou seja, do respeito de cada um por si próprio e por seus atributos físicos, morais e intelectuais.131

A honra segundo Sarlet, possui vertente subjetiva ou objetiva que é considerada socialmente com o gozo de uma pessoa ao privilegiar um conceito normativo-pessoal cuja pretensão diz respeito a personalidade de cada indivíduo. O direito a honra na perspectiva subjetiva que corresponde o elemento da autoestima corolário da reputação da pessoa ao considerar sua integridade como ser humano por terceiros e pelo próprio titular do direito, destinando-se a salvaguardar o indivíduo de expressões ou outras formas de intervenção no direito que possam afetar o credito e o sentimento de estima e inserção social de alguém.

A partir daí também se percebe a razão pela qual o direito a honra não se sobrepõe ao direito a intimidade ou mesmos aos direitos mais próximos a imagem a ao nome, pois a violação da intimidade (que assegura um âmbito reservado ao indivíduo e o direito a não intromissão por terceiros) nem sempre implica ofensa a honra, a imagem e ao nome, nem a ofensa a honra constitui sempre uma violação do direito ao nome e a imagem (SARLET et al, 2012, p. 423).

que ora pesquisamos, mas, inserido no campo dos denominados Direitos da Personalidade (AMARANTE, 2001, p. 25).

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“A honra objetiva, abrange a reputação da pessoa, a fama que esta tem em seu ambiente perante a coletividade. Já a honra subjetiva, que se caracteriza pelo sentimento que a pessoa tem de si própria, de sua dignidade (BITTAR, 2008, p. 133)”.

Aparecida Amarante, se preocupou com a honra como valor interno do homem, distinguindo a honra da consideração social a seguir:

A honra é um sentimento que nos dá a estima de nós mesmos, pela consciência do cumprimento do dever; a consideração é uma homenagem prestada por aqueles que cercam, em virtude de nossa posição social. Um homem considerado pode ser sem honra, um homem honrado pode ser sem consideração. Contestar a probidade de uma pessoa é atacar sua honra; contestar seu crédito é atacar sua consideração (AMARANTE, 2001, p. 72/73).

A honra é um direito da personalidade igualmente previsto constitucionalmente. Por ele se procura proteger a dignidade pessoal do indivíduo, sua reputação diante de si próprio e do meio social no qual está inserido. De forma geral, a legislação, a doutrina e a jurisprudência estabelecem que o direito à honra é limitado pela circunstância de ser verdadeiro o fato imputado ao indivíduo; nessa hipótese, não se poderia opor a honra pessoal à verdade.132

A liberdade de expressão e informação, como vimos, abrange a liberdade de externar ideias, pensamentos e opiniões que, por sua própria natureza abstrata, não são susceptíveis de comprovação e o direito de comunicar e receber informações sobre fatos ocorridos na sociedade susceptíveis à prova da verdade. Portanto, o direito à informação tem como limite interno a veracidade dos fatos divulgados. Todavia, essa veracidade refere-se à verdade subjetiva e não à verdade objetiva. Vale dizer, o que se exige é um dever de diligência ou apreço pela verdade no sentido de que o comunicador entre em contato com a fonte dos fatos para verificar a seriedade da notícia antes de qualquer divulgação (FARIAS, 2001).

Assim, o limite à liberdade de expressão é justamente a ideia de que o direito à liberdade acaba quando entra na esfera de outro direito. Ou seja, a liberdade de expressão é ilimitada a menos que interfira em direitos de terceiros, sejam eles os demais direitos garantidos no rol de direitos fundamentais quando houver conflito, os estipulados em legislações esparsas ou a garantia da ordem pública e social que venha a ser ameaçada. Exemplos: proteção à difamação, calúnia ou injúria, da ordem e segurança nacional e do público, da saúde, moral, imagem, família, intimidade, privacidade, etc.133

132 BARROS0, LUÍS ROBERTO. Colisão entre liberdade de expressão e direitos da personalidade. Critérios de ponderação. Interpretação constitucionalmente adequada do código civil e da lei de imprensa. Revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, Jan./Mar. 2004, p. 13/14. Disponível em: <http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rda/article/view/45123>. Acesso em: 10 de junho de 2016.

133 YABUTA, Luciana Izumi; FERRAZ Olívia Delábio; TASSI Vanessa LESSA P. A liberdade de expressão na

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Qualquer outra forma de limitação ao direito de liberdade de expressão deve ser entendida como aniquilação ao direito fundamental, sendo que dessa forma estaríamos rasgando nossa Carta Magna (YABUTA, et. al.,2009).

<http://intertemas.unitoledo.br/revista/index.php/ETIC/article/viewFile/1258/1200>. Acesso em 20 de junho de 2016.

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4. A COMUNICAÇÃO SOCIAL NA VISÃO JURISPRUDENCIAL NO