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4. CIVIL

4.3 Lei de Direitos Autorais

4.3.1 DIREITOS DE PERSONALIDADE

4.3.2 DIREITOS AUTORAIS

Os direitos de personalidade decorrem da própria condição humana, existindo a partir do nascimento com vida. Dividem-se em cinco campos principais: vida/integridade física, honra, imagem, nome e intimidade.

Para o campo de atuação do segmento audiovisual, o principal direito de per- sonalidade a ser considerado é o direito à imagem, que abrange não só a forma física como os elementos identificadores do indivíduo, ou seja, rosto, olhos, busto, voz, nome e outras características que individualizam a pessoa no meio social. Os direitos são absolutos, irrenunciáveis, imprescritíveis, extrapatrimoniais e vitalícios, sendo possível aos seus titulares, a possibilidade de dispor relativa- mente dos mesmos, por meio de autorizações de uso temporárias dentro dos limites legais desde que não afetem a integridade e dignidade humanas.

Os direitos autorais tratam de um conjunto de normas legais e prerrogativas morais e patrimoniais para proteção das criações de espírito, expressas por quaisquer meios ou fixadas em quaisquer suportes, tangíveis ou intangíveis, conhecidas.

São obras protegidas, segundo o art. 7º:

As criações do espírito, expressas por qualquer meio ou fixadas em qualquer suporte, tangível ou intangível, conhecido ou que se invente no futuro, tais como:

I - os textos de obras literárias, artísticas ou científicas;

II - as conferências, alocuções, sermões e outras obras da mesma natureza; III - as obras dramáticas e dramático-musicais;

IV - as obras coreográficas e pantomímicas, cuja execução cênica se fixe por escrito ou por outra qualquer forma;

V - as composições musicais, tenham ou não letra;

VI - as obras audiovisuais, sonorizadas ou não, inclusive as cinematográficas;

VII - as obras fotográficas e as produzidas por qualquer processo análogo ao da fotografia; VIII - as obras de desenho, pintura, gravura, escultura, litografia e arte cinética;

IX - as ilustrações, cartas geográficas e outras obras da mesma natureza;

X - os projetos, esboços e obras plásticas concernentes à geografia, engenharia, topografia, arquitetura, paisagismo, cenografia e ciência;

XI - as adaptações, traduções e outras transformações de obras originais, apresentadas como criação intelectual nova;

XII - os programas de computador;

XIII - as coletâneas ou compilações, antologias, enciclopédias, dicionários, bases de dados e outras obras, que, por sua seleção, organização ou disposição de seu conteúdo, constituam uma criação intelectual.

§ 1º Os programas de computador são objeto de legislação específica, observadas as disposições desta Lei que lhes sejam aplicáveis.

§ 2º A proteção concedida no inciso XIII não abarca os dados ou materiais em si mesmos e se entende sem prejuízo de quaisquer direitos autorais que subsistam a respeito dos dados ou materiais contidos nas obras.

§ 3º No domínio das ciências, a proteção recairá sobre a forma literária ou artística, não abrangendo o seu conteúdo científico ou técnico, sem prejuízo dos direitos que protegem os demais campos da propriedade imaterial.

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Não são obras protegidas, segundo o art. 8º:

I - as ideias, procedimentos normativos, sistemas, métodos, projetos ou conceitos matemáticos como tais;

II - os esquemas, planos ou regras para realizar atos mentais, jogos ou negócios;

III - os formulários em branco para serem preenchidos por qualquer tipo de informação, científica ou não, e suas instruções;

IV - os textos de tratados ou convenções, leis, decretos, regulamentos, decisões judiciais e demais atos oficiais;

V - as informações de uso comum tais como calendários, agendas, cadastros ou legendas; VI - os nomes e títulos isolados;

VII - o aproveitamento industrial ou comercial das ideias contidas nas obras.

Fonte: Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em: 12 set. 2014.

4.3.3 DIREITOS DE AUTOR E DIREITOS CONEXOS

O sistema atua na proteção aos criadores de obras intelectuais e compreende os direitos de autor e os que lhe são conexos (direitos dos artistas, intérpretes ou músicos executantes aos produtores audiovisuais).

ATENÇÃO

Tendo em vista a Lei nº 6.533/1978, os direitos de Artistas e Técnicos de espetáculos de diversão, deverão ser concedidos e não cedidos, uma vez que

a cessão definitiva é vedada pela referida lei.

4.3.4 AUTORIA VERSUS TITULARIDADE

É importante mencionar que autoria e titularidade são conceitos distintos no campo de atuação dos direitos autorais e tratam de institutos diferentes, conforme destaca a Figura 4.3.

FIGURA 4.3

Diferenças entre autoria e titularidade.

Nesse sentido, a lei estabelece que nenhuma obra autoral pode ser utilizada publicamente por terceiros sem o prévio e expresso consentimento do respectivo titular (que não precisa ser necessariamente o autor).

As informações sobre a elaboração de contratos envolvendo a transferência de direitos patrimoniais são tratadas com detalhes, no Volume 7 – Contratos, do Módulo 2 – Legislação.

Autor = criador

original Titular = proprietário da obra

Autoria refere-se à criação da obra.

Exploração comercial pode ser

atribuída de forma:

Originária: autor e titular são a

mesma pessoa;

Derivada: autor transfere,

mediante contrato, os direitos de exploração sobre a obra para outra pessoa.

Titularidade é o poder de exercer

determinados direitos sobre a obra, em especial a exploração comercial.

4.3.5 VIOLAÇÕES AO DIREITO DE AUTOR

4.3.5.1 ESFERA CIVIL

4.3.5.2 ESFERA PENAL

O sistema de proteção contra violações dos direitos autorais encontra fundamento básico na Constituição Federal e opera nas esferas Civil e Penal.

Na esfera Civil, o art. 186 do Código Civil e o art. 402 estabelecem (</www. planalto.gov.br>):

Ilícito civil - Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.

Ressarcimento - Art. 402. Salvo as exceções expressamente previstas em lei, as perdas e danos devidos ao credor abrangem, além do que ele efetivamente perdeu, o que razoavelmente deixou de lucrar.

Quanto à esfera Penal, o crime (violação do direito moral) é fundamentado pelos arts. 184 e 186 do Código Penal, que estabelecem:

Violação de direitos de Autor - Art. 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos:

Pena - detenção de 3 meses a 1 ano ou multa.

§ 1º Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito de lucro direto ou indireto, por qualquer meio ou processo, de obra intelectual, interpretação, execução ou fonograma, sem autorização expressa do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor, conforme o caso, ou de quem os represente:

Pena - detenção de 3 meses a 1 ano ou multa.

§ 2º Na mesma pena do § 1º incorre quem, com o intuito de lucro direto ou indireto, distribui, vende, expõe à venda, aluga, introduz no País, adquire, oculta, tem em depósito, original ou cópia de obra intelectual ou fonograma reproduzido com violação do direito de autor, do direito de artista intérprete ou executante ou do direito do produtor de fonograma, ou, ainda, aluga original ou cópia de obra intelectual ou fonograma, sem a expressa autorização dos titulares dos direitos ou de quem os represente.

§ 3º Se a violação consistir no oferecimento ao público, mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas ou qualquer outro sistema que permita ao usuário realizar a seleção da obra ou produção para recebê- la em um tempo e lugar previamente determinados por quem formula a demanda, com intuito de lucro, direto ou indireto, sem autorização expressa, conforme o caso, do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor de fonograma, ou de quem os represente:

Pena - reclusão de 2 a 4 anos e multa.

§ 4º O disposto nos §§ 1º, 2º e 3º não se aplica quando se tratar de exceção ou limitação ao direito de autor ou os que lhe são conexos, em conformidade com o previsto na Lei nº 9.610/1998, nem a cópia de obra intelectual ou fonograma, em um só exemplar, para uso privado do copista, sem intuito de lucro direto ou indireto.

Fonte: Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em: 12 set. 2014.

Ou seja, o direito moral na esfera Civil será ressarcido, quando culposo ou doloso e punível na esfera Penal, quando houver dolo.

Já quanto ao direito patrimonial, cabe ressaltar que a Lei de Direitos autorais (Lei nº 9.610/1998), também, define contrafação, utilizando, todavia a expressão “fraudulentamente reproduzida, divulgada ou de qualquer forma utilizada” que, por sua vez, utilizadas sem alteração podem ser considerados ilícitos civis ou penais. Exemplo: pirataria.

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Lei de Direitos Autorais - Lei nº 9.610/1998

Condutas violadoras:

Art. 102. O titular cuja obra seja fraudulentamente reproduzida, divulgada ou de qualquer forma

utilizada, pode requerer a apreensão dos exemplares reproduzidos ou a suspensão da divulgação, sem prejuízo da indenização cabível.

Art. 103. Quem editar obra literária, artística ou científica, sem autorização do titular, perderá

para este os exemplares que se apreenderem e lhe pagará o preço dos que tiver vendido.

Art. 104. Quem vender, expuser a venda, ocultar, adquirir, distribuir, tiver em depósito ou utilizar obra

ou fonograma reproduzidos com fraude, com a finalidade de vender, obter ganho, vantagem, proveito, lucro direto ou indireto, para si ou para outrem, será solidariamente responsável com o contra fator, nos termos dos artigos precedentes, respondendo como contra fatores o importador e o distribuidor em caso de reprodução no exterior.

Fonte: Disponível em: <www.planalto.gov.br>. Acesso em: 12 set. 2014.

Existem outras formas de violações de direitos patrimoniais, todas relacionados à utilização sem autorização, dentre elas a tradução não autorizada e a inclusão de fonograma ou fotografia em obra audiovisual sem autorização do autor etc., devendo ser estudadas, caso a caso.

4.4 DIREITOS AUTORAIS - OBRA AUDIOVISUAL

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