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Em:setembro:de:2012:foi:“aprovado”:o:novo:Estatuto:do:.luno:e:Ética:Escolar:(Lei: Nº51/2012, de 5 de setembro), documento que estabelece os direitos e deveres do aluno dos ensinos básico e secundário, mas que também esclarece o compromisso dos pais ou encarregados de educação, para além dos restantes membros da comunidade educativa.

No artigo 41º, que se refere ao papel dos professores quanto às suas responsabilidades, lê-se que o diretor de turma é o principal responsável pela adoção de estratégias que visem a melhoria das condições de aprendizagem e que promovam um:bom:ambiente:educativo:Cabe:ainda:ao:diretor:de:turma:“articular:a:intervenção: dos professores da turma e dos pais ou encarregados de educação e colaborar com estes no sentido de prevenir e resolver problemas comportamentais ou de aprendiagem”

No que diz respeito ao papel dos pais ou encarregados de educação, o Estatuto parece-nos estar claro. No artigo 43º, é possível ler-se que é da responsabilidade dos progenitores ou encarregados de educação acompanhar ativamente a vida escolar do seu: educando: e: também: “promover: a: articulação: entre: a: educação: na: família: e: o: ensino:na:escola”:

Outras alíneas são de sublinhar. Por exemplo, a alínea d) do mesmo artigo diz que os pais ou encarregados de educação deverão contribuir para a criação e execução do projeto educativo e do regulamento interno da escola, bem como participar na vida da escola. Deverão, ainda, colaborar com os professores no desempenho da sua missão pedagógica. A alínea j) refere que deverão comparecer na escola sempre que tal seja necessário ou seja solicitado.

8.2 Regulamento Interno do Agrupamento de Escolas José

Silvestre Ribeiro, Idanha-a-Nova

Em fevereiro de 2013, foi aprovado o novo Regulamento Interno do Agrupamento de Escolas de Idanha-a-Nova. Analisando este documento e o anterior, salientam-se algumas diferenças as quais passaremos a explanar, as quais decorrem da alteração da lei. Comecemos pela composição do conselho pedagógico. No Regulamento Interno anterior (2007), verifica-se que fazem parte integrante do conselho pedagógico representantes da Associação de Pais e encarregados de educação (Artigo 23º, alínea n). No documento atual, na composição do conselho pedagógico (artigo 25º) constata- se uma diminuição de elementos que o compõem, nomeadamente a exclusão dos representantes mencionados. Esta variação resulta de uma alteração legislativa, em que o decreto-lei 115-A/2008 que determinava a participação dos encarregados de educação no conselho pedagógico e a qual é mantida pelo decreto-lei 75/2008, é

revogado pelo decreto-lei 137/2013 o qual impede a representação dos pais/encarregados de educação no conselho pedagógico. No artigo 52º do documento anterior: constam: como: competências: do: conselho: de: turma: “promover: ações: que: estimulem o envolvimento dos pais e encarregados de educação no percurso escolar do: aluno”: No: documento: atual: para: o: conselho: de: turma: encontramos: somente: o: artigo 64º o qual:refere:“O:conselho:de:turma:é:o:órgão:que:assegura:a:articulação:da: atividade pedagógica, visando o desenvolvimento integral do aluno e rege-se pelo regimento:de:funcionamento:aprovado:em:conselho:pedagógico”:

Quanto às competências do diretor de turma, tanto num documento como no outro não se verificam alíneas relacionadas com a promoção do envolvimento parental na vida escolar dos educandos. Tais competências constam nos deveres do pessoal docente em ambos os documentos. Nos Regulamentos Internos anterior e atual, relativamente a este assunto e respetivamente, nos artigos 126º e 127º, existe uma: alínea: (c): que: refere: que: o: docente: deverá: “colaborar: com: todos: os: intervenientes no processo educativo, favorecendo a criação de laços de cooperação e o desenvolvimento de relações de respeito e reconhecimento mútuo, em especial entre: docentes: alunos: encarregados: de: educação: e: pessoal: não: docente”: Mais: especificamente, o artigo 129º dita os deveres dos docentes para com os pais e encarregados de educação. São cinco as alíneas que o constituem, mas apenas referiremos as que nos parecem mais importantes. O docente tem o dever de estabelecer uma relação de diálogo e de cooperação com os pais ou encarregados de educação, partilhando também a responsabilidade pela educação e formação do aluno; deverá ainda promover a participação ativa dos pais ou encarregados de educação na vida escolar dos alunos; incentivar a sua participação nas atividades da escola; facultar informação regularmente acerca do percurso escolar dos filhos.

Os deveres dos pais e encarregados de educação no Regulamento Interno (2013) são os mesmos que se encontram no Estatuto do Aluno (Lei Nº51/2012, de 5 de setembro).

Na legislação atual, está consignado o direito do encarregado de educação em poder acompanhar a vida escolar do seu educando (reuniões com diretor de turma, por exemplo), em horário laboral. Este direito consta no decreto-lei nº59/2008, de 11 de setembro (artigo nº185, nº2, alínea h)) e, também, no Código do Trabalho (capítulo II, subsecção XI, artigo nº249). Em ambos os documentos lê-se que, é considerada falta justificada a deslocação do encarregado de educação ao estabelecimento de ensino do menor, pelo tempo estritamente necessário, num período não superior a quatro horas, uma vez por trimestre. Consideramos que, tal constitui-se como mais um obstáculo à colaboração escola-família, sobretudo, para situações em que os alunos exigem uma presença mais assídua dos pais na escola, por exemplo, aqueles que manifestam dificuldades maiores de aprendizagem, de comportamento, entre outros. Uma ida trimestral do encarregado de educação à escola, não nos parece suficiente quer, para resolver situações que acontecem

frequentemente quer, para se criar e estabelecer uma relação de confiança entre encarregado de educação e diretor de turma.

Se considerarmos as dificuldades que muitos pais têm em compreender a estrutura e funcionamento da escola, em perceber a linguagem utilizada pelos professores e o seu nível sociocultural, podemos concluir que algumas responsabilidades que constam no Estatuto do Aluno e no Regulamento Interno para os pais e encarregados de educação, afastam ainda mais os pais de difícil acesso. Os pais/encarregados de educação que possuem poucas habilitações escolares, que não comparecem na escola, que não confiam na escola/professores, que não se sintam bem-vindos no espaço escolar e, que sejam pouco incentivados pela escola/professores a colaborar e a participar, dificilmente o farão na elaboração do projeto educativo e/ou do regulamento interno da escola. Como salienta Zenhas (2006), tais medidas constituem-se mais como intimidatórias do que convidativas, acabando por excluir mais aqueles que já se sentem excluídos, daí a importância do papel do diretor de turma.