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Direitos Inerentes aos Seres Humanos – Aspectos Históricos

No documento UNIVERSIDAD SAN LORENZO (páginas 30-32)

Os direitos Humanos são direitos básicos inerentes a todo ser humano para uma condição de vida digna e igualitária. Dentre eles estão os direitos civis, e políticos, tais como direito a vida, a liberdade e a igualdade. O artigo 1º da Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada em 10 de dezembro de 1948 pela Assembleia Geral das Organizações das Nações Unidas, expressa que “Todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotadas de razão e consciência e devem agir em relação umas às outras com espírito de fraternidade” (DUDH, 1948). Portanto, regras mínimas para a sobrevivência do homem. Esta ideia tem origem no conceito filosófico de Direitos Naturais, nascendo em conjunto com o homem atribuídos a Deus. Para Tomás de Aquino – Suma Teológica I. QU. 91. Art II, o Direito Natural é uma lei eterna presente na mente de todos os homens compreendido como norma superior e com senso de justiça entre os povos.

E tal participação da lei eterna na criatura racional se chama lei natural. [...] como se a luz da razão natural, pela qual discernimos o que é o bem e o mal, que pertence à lei natural, nada mais seja que a impressão da luz divina em nós. Daí se evidencia que a lei natural nada mais é que a participação da lei eterna na criatura racional.

Neste contexto, os Direitos Naturais também fazem parte da conjuntura sobre Direitos Humanos garantindo o poder de escolha do indivíduo. Estes poderes

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existem pelo simples fato de seres humanos existirem. “A expressão Direitos Humanos é uma forma abreviada de mencionar os direitos fundamentais da pessoa humana” (DALLARI, 2004, p. 12).

Um dos primeiros registros que se tem sobre Direitos Humanos foi o Cilindro de Ciro datado em 539 a. C. Neste, continha a declaração do Rei persa Ciro II depois de sua conquista à Babilônia, na qual seus escritos tendiam ao homem livre para decidir sua própria religião, independente de grupos, a libertação dos escravos e a igualdade racial. Eram escrituras cuneiforme em um cilindro de argila na língua acádica1 (KUHRT, 2007).

Estes Direitos são históricos e mudam através do tempo. Surgiram com uma nova aparência a partir da Revolução Francesa (1789 – 1799)2 com a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão em 17893. Esta Carta estabelece a igualdade jurídica dos homens limitando o poder do monarca no berço da além de proporcionar o florescimento dos princípios norteadores dos direitos humanos, como mostra Comparato apud Costa (2016),

Ela está intimamente relacionada com a Revolução Francesa. Para ter uma ideia da importância que os revolucionários atribuíam ao tema dos direitos, basta constatar que os deputados passaram cerca de 10 dias reunidos na Assembléia Nacional francesa debatendo os artigos que compõem o texto

1 O acádico ou assírio-babilônio,era uma língua semita,da família linguística Afro-Asiática, falada na

antiga Mesopotâmia,especialmente pelos assírios e babilônios. É considerada a mais antiga língua semita registrada e utilizava a escrita cuneiforme. DI. Acádico. Disponível em: <http://www.dicionarioinformal.com.br/ac%C3%A1dico/>. Acesso em: 13 mar 2018.

2[...] a Revolução Francesa é reconhecida como o nascimento dademocracia moderna, pois enquanto

a sociedade do Antigo Regime se fundamentavana desigualdade entre os homens, surgiu pela primeira vez na história uma revoluçãoque tinha como bandeira a igualdade, a soberania do povo, a liberdade, a ideia deDireitos do Homem. Segundo François Furet e Mona Ozouf, essa ruptura já exprimea natureza ao mesmo tempo política e filosófica do movimento. E não é por acaso

que a Revolução Francesa é considerada o marco da transição da Idade Modernapara a Idade Contemporânea.[...] a Revolução Francesafoi uma revolução política da burguesia. E essa classe, economicamente pujante noséculo xviii, mas politicamente excluída no Antigo Regime, teria assumido o poderpolítico formal pela revolução e, por meio dela, construído uma nova sociedade baseadana ideologia liberal. Nesse sentido, a Revolução Francesa teria posto fim às estruturasdo Absolutismo e do Feudalismo e inaugurado a nova ordem capitalista. Essa definiçãoapóia a tese marxista de que a burguesia havia feito a sua revolução, e o passo seguinteseria o proletariado fazer também a sua. SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. Dicionário de conceitos históricos.2ed.ISBN 978- 85-7244-298-5. São Paulo: Contexto, 2009. p. 367.

3 DUDH. Disponível em: <http://www.direitoshumanos.usp.br/index.php/Documentos-anteriores-

%C3%A0-cria%C3%A7%C3%A3o-da-Sociedade-das-Na%C3%A7%C3%B5es-at%C3%A9- 1919/declaracao-de-direitos-do-homem-e-do-cidadao-1789.html>. Acesso em: 15 jul. 2019.

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da declaração. Isso com o país ainda a ferro e a fogo após a tomada da Bastilha em 14 de julho do mesmo ano.

Nesta época, a França foi berço do fortalecimento dos direitos inerentes ao homem. Já desgastada pelos abusos do regime absolutista, a população pleiteava pela busca de sua liberdade, direitos e garantias.

Na época contemporânea, o primeiro documento sobre Direitos Humanos adveio da Declaração de Direitos da Virgínia datada de 12 de junho de 1776, escrita por George Mason. Esta foi tão significativa que foi influenciada na declaração da independência dos Estados Unidos da América em 4 de julho de 1776. Esta Carta Política foi extremamente necessária para o regramento dos Direitos Humanos pois se dedicava ao sistema democrático com limitações de poderes do monarca e um norte para o surgimento dos Direitos Fundamentais (SILVA, 2000, p. 158).

Mais tarde, em 1948, se tem a universalização destes direitos humanos através da Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada pela Assembleia das Nações Unidas, organização internacional com objetivo de impedir novas guerras, já em resposta ao terror provocado pela 2ª Guerra Mundial. Neste diploma elencava-se a declaração de todos direitos inerentes ao homem com ênfase à liberdade, dignidade e igualdade do homem (DUDH, 1948).

1.3 A Segunda Grande Guerra e o fortalecimento dos Direitos

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