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4.1. Qualidade da água e desempenho

Todos os parâmetros de qualidade de água se apresentaram ótimos para o cultivo do camarão marinho Litopenaeus vannamei (SÁ, 2012). Foi observado uma leve queda da média de temperatura na segunda rodada, mas que não apresentou diferença na digestibilidade, se comparado as dietas referências. Quando comparado com outros

Dieta HEM10 74,8% ± 30,7% 90,7% ± 8,5% a 67,8% ± 7,5% HEM30 84,3% ± 0,9% 87,9% ± 2,5% ab 84,7% ± 4,0% SAN10 85,4% ± 73,8% 57,0% ± 31,2% abcd 56,6% ± 44,3% SAN30 44,6% ± 5,3% 44,9% ± 4,9% d 44,9% ± 3,8% VISA10 34,8% ± 3,7% 57,4% ± 4,3% abcd 61,8% ± 0,0% VISA30 46,1% ± 7,7% 62,4% ± 3,5% abcd 74,7% ± 0,0% VISB10 72,4% ± 21,3% 83,3% ± 11,3% abc 68,5% ± 0,0% VISB30 65,6% ± 1,4% 78,6% ± 1,8% abcd 83,9% ± 0,7% PENA10 67,9% ± 38,5% 58,8% ± 20,2% abcd 86,2% ± 0,0% PENA30 51,8% ± 1,9% 52,8% ± 1,5% cd 54,5% ± 1,5% PENB10 65,2% ± 4,9% 55,0% ± 3,1% bcd 59,1% ± 7,6% PENB30 41,1% ± 5,8% 49,3% ± 4,4% cd 52,5% ± 4,4%

trabalhos de digestibilidade, percebe-se semelhança com os parâmetros encontrados por (Carvalho, 2013; Vieira, 2015; Davis, 2002).

4.2. Composição dos ingredientes

De forma geral os ingredientes apresentaram valores satisfatório em termos nutritivos condizentes com os demais trabalhos encontrados na literatura (Hertrampf e Piedad-Pascual, 2000; Rostagno, 2011; Tacon, 2009). A farinha de hemácias e a farinha de sangue por exemplo, obtiveram valores nutricionais muito parecidos com o encontrado por (Rostagno, 2011), com níveis de proteína bruta em torno de 86,29% e 83,5%, MS em torno de 90,21% e 92,90%, e EB em com 4981 e 5134, respectivamente.

Não há distinção na literatura sobre o que torna um ingrediente de alta ou baixa qualidade. Porém, ambos os ingredientes provindos de derivados de frango, farinha de penas hidrolisadas e farinha de vísceras (alta e baixa qualidade) apresentaram valores similares ao encontrados por outros autores, como 81,54% de PB e 3,35% de EE encontrados por (Carvalho, 2013) e 83,63% de PB, 91,06% de MS e 5225 de EB encontrados por (Rostagno, 2011) para farinha de penas hidrolisadas. E 91,40% de MS, 65,71% de PB e 5231 de EB e 58,37% de PB e 13,15% de EE para farinha de vísceras de frango encontrados por (Rostagno, 2011).

4.3. Digestibilidade das dietas

O objetivo da dieta referência nesse estudo era garantir um grupo controle, que resultasse digestibilidade e desempenho zootécnicos de alto rendimento similar a uma dieta comercial comparável a outros trabalhos a fim de obter a eficiência (aumento ou diminuição) das dietas testes. O coeficiente de digestibilidade da matéria-seca foi similar ao encontrado por vários autores quando estudado o L. vannamei: 76,1% e 71,6% (Carvalho, 2013), 71% (Cruz-Suarez et al., 2009), 78,46% (Foster et al., 2003), 70,2% (Rivas-Veja et al., 2006).

A DAPB encontrado na dieta referência nas duas rodadas não apresentaram diferença estatística significativamente entre si (82,2% e 82,4%) e próximas aos valores

encontrados de 81,3% (Carvalho, 2013), 84,2% e 83,7% (Vieira, 2015), 77,7% (Cruz- Suárez et al., 2009), 88,9% (Cruz-Suárez et al., 2007), 85,3% (Hernández et al, 2008). Do mesmo modo a DAPB a DAE não apresentou diferença estatística significativamente entre si nas duas rodadas na dieta referência (84,2% nas duas rodadas) e apresentou valores próximos ao encontrado por 83,5% e 81,2% (Carvalho, 2013).

A semelhança nos coeficientes de digestibilidade das dietas referências nas duas rodadas, podem comprovar a eficiência do sistema de digestibilidade utilizado neste trabalho, que mesmo apresentando diminuição no FCA e no crescimento semanal dos animais, assim como quedas de temperaturas, não diminuiu os coeficientes de digestibilidade aparente dos nutrientes estudados. Outros estudos, relatam que o tamanho do camarão pode influenciar os coeficientes de digestibilidade dos nutrientes (Siccardi et al., 2006; Carvalho, 2013), assim como outros estudos relatam que o coeficiente de digestibilidade apresentaram variações independentemente do tamanho dos animais (Smith et al., 1985).

Os resultados deste estudo mostram que o melhor aproveitamento da dieta para o L. vannamei se deu nas dietas referência, ou seja, sem inclusão de proteínas advindas de animais terrestres, mostrando a eficiência das dietas formuladas essencialmente com material proteico provindo do ambiente marinho, semelhante ao encontrado por (Vieira, 2015), porém, dependendo do nível de inclusão, pode-se substituir quantidades significativas destes ingredientes proteicos a fim da diminuição de custos sem diminuir a qualidade da ração, como por exemplo a similaridade das dietas com inclusão de HEM10, SAN10 e VISB10, que foi estatisticamente igual a dieta teste, em todos os coeficientes de digestibilidade.

Vale ressaltar que ingredientes tidos como de baixa qualidade como as farinhas de vísceras, farinha de sangue e farinhas de penas apresentaram valores inferiores de digestibilidade quando inclusos em quantidades maiores a 10% nas dietas referências, originando em sua maioria, perda de crescimento e de digestibilidade nos camarões estudados, exceto para a dieta com inclusão de PENA30 que obteve desempenho zootécnico melhor que a dieta PENA10.

4.4. Digestibilidade dos ingredientes

Os coeficientes de digestibilidade dos ingredientes aparente variaram de acordo com o ingrediente e o seu nível de inclusão, apresentando coerência na maioria dos ingredientes quando aumentado o nível de inclusão, diminui a digestibilidade dos mesmos. Essa tendência foi observada para os DAMS nos ingredientes SAN, VISB, PENA e PENB. Enquanto que houve melhora quando os ingredientes foram inclusos a 30% nos ingredientes HEM e VISA.

Quando comparado os níveis de inclusão em relação a DAPB observa-se que para todos os ingredientes, houve diminuição do coeficiente de digestibilidade aparente, exceto para o ingrediente VISA, que aumentou cerca de 5% do ingrediente incluso a 10%. Já o DAE apresentou resultados variados em seus coeficientes, como a HEM, VISA e VISB apresentaram aumento no coeficiente de digestibilidade aparente, enquanto que SAN, PENA e PENB apresentaram diminuição nos coeficientes de digestibilidade aparente para este nutriente.

A farinha de hemácias apresentou os melhores coeficientes de digestibilidade aparente para DAMS e DAPB, porém apresentou DAE inferior aos ingredientes PENA10 e VISB30. Supõe-se que a farinha de hemácias por possuir a maior quantidade de proteína possua efeito positivo na digestibilidade (Siccardi et al., 2006).

Os coeficientes de digestibilidade aparente da farinha de sangue apresentaram resultados distintos quando comparados os níveis de inclusão do ingrediente, diminuindo quando aumentado o nível de inclusão. Hertrampf e Piedad-Pascual (2000) relata que falhas no processamento do sangue como temperaturas elevadas na secagem ou demora no processamento pode ocasionar redução na qualidade do ingrediente.

Diferente do que era esperado, a VISB apresentou coeficientes de digestibilidade aparente superior aos ingredientes SAN, VISA, PENA e PENB. Hertrampf e Piedad- Pascual (2000) afirmam que a qualidade da farinha de vísceras de frango não depende somente do processamento da matéria-prima, mas também, se os frangos possuem grande quantidade de gordura abdominal. Segundo Carvalho (2013), a falta de padronização na produção deste subproduto afeta diretamente a qualidade do ingrediente produzido no Brasil. Apesar da utilização de cabeças, pescoços e pés na fabricação de farinha de

vísceras ser permitida, tal prática pode alterar negativamente a qualidade do produto, diminuindo a quantidade de proteína digerível (Tacon, 2009).

O coeficiente de digestibilidade aparente da PENA30, PENB10 e PENB30 apresentou resultados inferiores aos demais ingredientes testados, com exceção da SAN30. Segundo Sinhorini (2013) apesar da farinha de penas apresentar alto valor de proteína bruta, esta proteína é de baixa qualidade e pouco digerível. O mesmo foi observado por Carvalho (2013) onde foi atribuído coeficientes de digestibilidade aparente abaixo dos demais ingredientes a suposta presença de nitrogênio não-proteico.

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