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II. Revisão da Literatura

2.5. Discussão da Metodologia

A Bateria de Testes realizada neste estudo consiste na avaliação de 17 movimentos específicos da Ginástica Rítmica, envolvendo articulações no tronco, membros superiores e inferiores. Esta foi dividida em duas partes: Avaliação da Flexibilidade e Força de Resistência e em seguida Avaliação da Força Explosiva.

Tivemos como base o Flexiteste (Araújo, 1987; Pavel e Araújo, 1980) e a Bateria de Testes proposta pela Academia FIG em 2010, para a organização e seleção dos testes, assim como para a criação dos critérios de avaliação. Os movimentos avaliados foram selecionados através da maior semelhança com os elementos utilizados em exercícios de competição, ou seja, a partir de gestos característicos da Ginástica Rítmica para garantir um resultado próximo à realidade. Isto implica na primeira parte, movimentos ou a manutenção de posições estáticas de grande amplitude, e na segunda parte, movimentos com repetições máximas, além da análise de dois saltos específicos da GR. Diferentemente do Flexiteste, as ginastas deveriam estar aquecidas para demonstrar seus melhores níveis de flexibilidade, além da realização dos movimentos com o lado direito e esquerdo para que pudéssemos comparar possíveis assimetrias. Determinados testes da Bateria de Testes da Academia FIG foram adaptados a realidade da Ginástica Rítmica de Portugal.

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2.5.1. Avaliação da Flexibilidade e Força de Resistência

Os Testes de Flexibilidade e Força de Resistência – compostos por 11 testes, correspondem a primeira parte da Bateria de Testes, que foi dividida em Testes de Barra e Testes de Solo. Os Testes de Barra visam aproximar os movimentos realizados nos testes à condição real de execução dos elementos corporais. Já os Testes de Solo, além de uma maior aproximação à realidade da Ginástica Rítmica, têm como finalidade a utilização do solo para controlar a postura e posição das articulações, já que apenas são validados os exercícios executados de forma correta.

Os testes avaliam a Flexibilidade passiva e ativa máxima além da Força de Resistência, através da comparação entre a amplitude articular obtida com os mapas de avaliação. Para cada movimento foram atribuídos 5 valores distintos de classificação, referentes aos possíveis arcos máximos, em uma escala crescente de 0 a 4 pontos, onde o maior alcance de movimento durante o teste é representado pelo maior número. Em que 0 = muito fraco, 1 = fraco, 2 = médio, 3 = bom e 4 = excelente. Somente números inteiros podem ser atribuídos aos resultados, deste modo, para os movimentos com amplitudes intermediárias entre dois pontos do mapa de avaliação, o valor imediatamente inferior será registrado.

Este método aplicado para a mensuração e avaliação da flexibilidade é considerado rápido, simples, de baixo custo e grande aplicabilidade. É categorizado como um teste Adimensional, por não existir uma unidade convencional de medida. Como foi referido anteriormente, os métodos de avaliação da flexibilidade podem ser divididos, de acordo com a escala que utilizam. Os testes lineares empregam escalas de distância (centímetro ou polegada); os testes angulares indicam seus resultados em graus ou radianos e os testes adimensionais classificam os movimentos articulares em função de um mapa de avaliação (Marins e Giannichi, 2003).

Além da Flexibilidade, os testes analisam a Força de Resistência, pela necessidade desta capacidade física para a realização de cada um dos movimentos avaliados com uma correta e adequada execução. Neste sentido,

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são realizadas tensões isométricas de diferentes magnitudes e duração para que a ginasta consiga manter as posições determinadas e cumprir os testes com eficiência.

Ainda relativamente aos Testes de Flexibilidade e Força de Resistência deste estudo, realizados com ambos os membros, optamos por também comparar os níveis gerais de assimetria das ginastas juniores portuguesas. Para obter o resultado geral do nível de flexibilidade da ginasta consideramos o valor médio alcançado em todos os Testes de Flexibilidade realizados com cada MI. E a partir destes valores conseguimos identificar o percentual de diferença de flexibilidade entre os membros (Índice de Assimetria).

Por fim, importa ressaltar que, segundo Marchetti (2009), de modo geral, considera-se MI dominante aquele que efetivamente realiza a tarefa e o membro que tem a função de suporte (postural ou de estabilização) como não dominante.

2.5.2. Avaliação da Força Explosiva

A avaliação da Força Explosiva corresponde a segunda parte da Bateria de Testes deste estudo. Dividimos esta avaliação em duas outras partes: Testes de Força Explosiva e Força de Resistência em exercícios determinados (Testes de Repetições) e posteriormente, avaliação da altura de dois saltos específicos da Ginástica Rítmica – Potência de MI (Testes no Ergojump).

Os exercícios avaliados nesta primeira parte de testes são caracterizados pela realização de movimentos enérgicos, velozes e contínuos, através da execução do número máximo de repetições em um determinado tempo. Portanto, exigem das ginastas, um bom nível de Força de Resistência e Força Explosiva. A Força de Resistência resulta da exigência de repetições de potência máxima, ou seja, com um ritmo máximo, conservando a máxima amplitude dos movimentos com curtos períodos de descanso.

A segunda parte da Avaliação da Força Explosiva é composta pela análise de dois tipos de saltos básicos e específicos da Ginástica Rítmica: Salto de Corça e Salto Cossaco. A seleção dos saltos teve como principal objetivo, a

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aproximação da avaliação da Força Explosiva com elementos simples e próprios deste desporto, para garantir mais uma vez, um resultado próximo à realidade. Analisamos a altura do salto de Corça com chamada a dois pés e do salto Cossaco realizado com impulsão com o MI dominante e em seguida com impulsão com MI não dominante, com o intuito de também comparar a altura deste salto executado com membros inferiores distintos.

Como os saltos selecionados devem ser executados da mesma forma que em um exercício de competição, o movimento dos braços foi autorizado, levando em consideração que esta ação poderia alterar o resultado dos testes. Geralmente os testes de saltos são avaliados com mãos na anca ou braços acima da cabeça com a finalidade de isolar os músculos dos MI e reduzir o efeito de variações na coordenação dos movimentos os braços.

Segundo Lisitskaya (1995), na Ginástica Rítmica a particularidade dos saltos constitui o alcance da maior altura possível, de modo associado a execução deste movimento com extrema facilidade e leveza. Quanto mais elevado e maior o tempo de voo no salto, maiores são as possibilidades de conseguir fixar com eficácia a forma pretendida. Neste sentido, consideramos como critério da qualidade dos saltos, a duração do tempo de voo e altura dos saltos. Os saltos avaliados foram realizados sobre a plataforma de contacto –

Ergojump, que determina o tempo de voo, e a partir deste parâmetro é

calculada a altura do salto pelo equipamento. Os resultados são registrados em centímetros e armazenados no computador – valor da altura e valor do tempo de voo do salto. São realizadas três repetições, no qual o resultado final é representado pelo melhor valor alcançado.

Os saltos foram executados de acordo com as características principais do

Counter Movement Jump (CMJ), que é uma técnica de salto vertical com um

movimento preparatório (contramovimento) em que é permitida à ginasta realizar a fase excêntrica seguida da fase concêntrica do movimento. Na técnica padrão, o indivíduo inicia em pé, com as mãos fixas à anca e os pés separados paralelamente à largura dos ombros, deste modo, flexiona a articulação dos joelhos, movimentando-se para baixo e em seguida realiza uma

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extensão o mais rápido possível. O contramovimento ativa o ciclo de alongamento-encurtamento dos músculos, resultando em maior produção de energia nos membros inferiores. Em nosso estudo, o movimento dos braços foi autorizado e a posição inicial dos MI é determinada pelas características próprias de preparação de cada salto analisado (Galdino, et al., 2005).

Este tipo de avaliação, segundo Szmuchrowski e Vidigal (1999), pode ser empregada no diagnóstico e controlo de cargas de treino em diferentes desportos. No caso do nosso estudo, utilizamos esta avaliação para a determinação do nível de Força Explosiva dos MI (impulsão vertical).

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