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A presente investigação propunha-se abordar algumas questões relevantes no que respeita à manifestação de episódios de atenção partilhada em bebés institucionalizados.

Se por um lado, era um objectivo, compreender se a evolução temporal no último trimestre de vida do bebé, é consistente com evoluções no que concerne à ocorrência de episódios de atenção partilhada, por outro lado, pretendia-se verificar o efeito do contexto, uma vez que se possuíam duas condições de avaliação da interacção (Jogo Livre e Jogo Semi-estruturado). Nestas duas questões, propôs-se também a verificação da ocorrência de diferenças não só ao nível da manifestação de episódios de atenção partilhada por parte do bebé, como ainda se procedeu à análise de comportamentos do cuidador de cada bebé em cada interacção, nos diferentes momentos temporais.

Os resultados obtidos apontaram para um papel relevante do momento no qual a interacção decorre, sendo que foram observados aumentos na Iniciação de

Comportamentos de Atenção Partilhada por parte do bebé, dos 9 para os 12 meses, tanto

na interacção de Jogo Livre como de Jogo Semi-estruturado, o que vai de encontro a afirmações já existentes na literatura, sugerindo que o desenvolvimento da atenção partilhada nos bebés tende a aumentar com a idade (Trevarthen & Hubley, 1978 in Martins, 2003).

Outro resultado que se verificou congruente aos 9 e aos 12 meses na interacção de Jogo Livre e Jogo Semi-estruturado relaciona-se com a manifestação do bebé de Resposta

a sugestões do adulto de Atenção Partilhada. Neste caso, observa-se um aumento da

ocorrência de episódios de Resposta a sugestões do adulto de Atenção Partilhada por parte do bebé na interacção de Jogo Livre comparativamente com o presenciado em Jogo Semi- estruturado. Este resultado pode ser explicado pelo facto de os cuidadores controlarem mais a interacção no Jogo Semi-estruturado do que acontece em Jogo Livre, em que apenas foi solicitado que brincassem como normalmente fazem com a criança. Por conseguinte, a instrução dada aos cuidadores antes de iniciar a tarefa Semi-estruturada, pode ter influenciado o seu comportamento durante a interacção, conduzindo-os à utilização de um maior número de estratégias com vista a incitar a atenção partilhada no bebé.

Ainda nesta linha observaram-se dois resultados interessantes, o primeiro, na interacção aos 9 meses em contexto de Jogo Livre, onde se verificou que um maior número de estratégias realizadas pelo cuidador na interacção, independentemente do seu carácter, estava associado ao número de episódios de Resposta a sugestões do adulto de Atenção

Partilhada, este resultado leva-nos a inferir que a realização de mais estratégias por parte

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adulto de Atenção Partilhada por parte do bebé. Outro resultado relevante prende-se com a

verificação de uma correlação também positiva entre a manifestação de Resposta a

sugestões do adulto de Atenção Partilhada e a Iniciação de comportamentos de Atenção Partilhada por parte do bebé, aos 12 meses, em contexto de Jogo Semi-estruturado,

levando a inferir que quando a ocorrência de Resposta a sugestões do adulto de Atenção

Partilhada é maior, isso poderá levar o bebé a iniciar mais comportamentos de atenção

partilhada. Uma explicação para este facto poderá estar relacionada com a consequência que advém do episódio de atenção partilhada, ou seja, o tipo e importância da recompensa que a criança recebe por partilhar a sua atenção com um adulto face a um ponto de referência comum (Mateus, 2011), que pode criar condições favoráveis à iniciação por parte do bebé de episódios de atenção partilhada.

Face ao exposto, com vista à caracterização das capacidades de Atenção Partilhada nos bebés, apesar das particularidades desenvolvimentais da amostra estudada, podemos destacar que, verifica-se uma evolução ao nível da manifestação de comportamentos de

Iniciação de Atenção Partilhada ao longo do tempo, independentemente do contexto de

interacção ser de Jogo Livre ou de Jogo Semi-estruturado, verificando-se contudo a existência de um efeito do contexto, na medida em que se observou maior ocorrência de

Resposta a sugestões do adulto de Atenção Partilhada e Iniciação de comportamentos de Atenção Partilhada na interacção de Jogo Livre aos 12 meses e, aos 9 meses, observou-se

também um efeito significativo do contexto de Jogo Livre no que concerne à manifestação de Resposta a sugestões do adulto de Atenção Partilhada por parte do bebé.

Outro resultado interessante a salientar, prende-se com a utilização de estratégias comportamentais pelos cuidadores, onde se verificou que o modo de cativar a atenção do bebé varia conforme a sua idade. Neste caso, em interacção de Jogo Semi-estruturado, observou-se uma maior utilização de estratégias com vista a Entreter o bebé nas interacções avaliadas aos 9 meses e uma maior utilização de estratégias para Ensinar o bebés aos 12 meses. Estes resultados são interessantes na medida em que, podem sugerir um maior empenho dos cuidadores para ensinar os bebés a brincar com o brinquedo desenvolvimentalmente mais desafiante quando estes já estão mais avançados na idade, ao invés do que acontece aos 9 meses, em que possivelmente se preocupam mais em utilizar outro tipo de estratégias com vista a entreter o bebé de modo a mantê-lo mais envolvido na tarefa.

Por outro lado, ao analisar as possíveis diferenças entre a interacção de Jogo Livre e interacção de Jogo Semi-estruturado, verificou-se, ainda na linha da escolha das estratégias de envolvimento por parte do cuidador com o bebé, que, tanto aos 9 como aos 12 meses, os cuidadores investem em mais na utilização de estratégias com vista a Entreter o bebé na

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interacção de Jogo Livre e, por outro lado, realizam mais estratégias com o intuito de

Ensinar o bebé na interacção de Jogo Semi-estruturado. Assim, verifica-se que o modo

como os cuidadores tentam cativar a atenção do bebé varia também conforme o contexto de interacção em que estão inseridos.

Estes factos apontam para um papel relevante do contexto, uma vez que na interacção de Jogo Livre, que é uma interacção mais familiar para a díade e ocorre sem a “pressão” de ter de ensinar um bebé a brincar com um brinquedo específico, podendo utilizar diversos brinquedos fornecidos, o cuidador vai investir mais em estratégias para entreter o bebé, mais leves, animando brinquedos ou proporcionando o contacto físico entre o bebé e os brinquedos. Por outro lado, no contexto de Jogo Semi-estruturado, uma vez que é solicitado previamente ao cuidador que tente ensinar o bebé a brincar correctamente com o balde de encaixes, o cuidador revela isso mesmo, uma maior preocupação e investimento em estratégias com vista a ensinar o bebé, servindo-se da realização de demonstrações informativas para o bebé ou mesmo o apontar.

Uma outra questão deste estudo remete para variáveis distintas relativas ao cuidador, neste caso, a sua Sensibilidade e Cooperação com o bebé.

A este nível, aos 9 meses, os resultados demonstram que se verifica uma associação negativa entre os episódios de Resposta a sugestões do adulto de Atenção

Partilhada e o nível de Cooperação do cuidador com o bebé em contexto de Jogo Livre.

Este resultado aparentemente contraditório pode ser explicado se tivermos em conta outro resultado obtido que sugere que, um maior número de estratégias utilizadas pelo cuidador é sinónimo de mais Resposta a sugestões do adulto de Atenção Partilhada, contudo, observamos que, nem sempre um maior número de estratégias utilizado é sinal de maior envolvimento do cuidador com o bebé, senão vejamos: o contexto de Jogo Livre é o mais aproximado da realidade de brincadeiras que são susceptíveis de o bebé se envolver no dia- a-dia, este facto leva-nos a inferir que os cuidadores poderão ser menos cooperantes com os bebés com quem interagem, uma vez que podem, de certa forma, conferir menor importância ao carácter desenvolvimental da tarefa, outra questão ainda já discutida, relaciona-se com o momento de avaliação, neste caso, aos 9 meses, o bebé é ainda um ser frágil e dotado de um desenvolvimento intelectual um pouco mais delicado do que ao completar um ano de idade, o que pode também ser um factor de influência no que diz respeito ao nível de Cooperação que o cuidador vai evidenciar com o bebé.

Outro resultado ainda neste patamar, também associa negativamente a Cooperação do cuidador com o número total de estratégias utilizadas por ele, neste caso, em contexto de Jogo Semi-estruturado, aos 9 meses. A observação desta associação permite-nos deduzir que a quantidade de estratégias desenvolvidas pelo cuidador durante a interacção não está

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relacionada com um nível mais elevado de cooperação deste com o bebé, o que faz sentido, uma vez que, o cuidador muitas vezes empenhado na realização de várias estratégias para atrair o bebé, inconscientemente não fornece espaço entre cada estratégia e não respeita o

timing de resposta do bebé. A tarefa de Jogo Semi-estruturado, devido à utilização de um

brinquedo complexo e acima do nível desenvolvimental do bebé, pode ainda suscitar alguns estados emocionais negativos neste, como a frustração quando o bebé não consegue executar com sucesso os pedidos do adulto ou, quando por imposição do adulto, se vê condicionado na sua exploração do brinquedo, podendo ocorrer desinteresse (Mateus, 2011). Um aspecto a ter em conta quando esta situação se verifica é a forma como o adulto procura regular essas emoções negativas e direccionar a atenção da criança novamente para a tarefa. Deste modo, estratégias de regulação emocional mais adaptativas por parte do adulto facilitarão a reorganização do comportamento do bebé, e a expressão de emocionalidade positiva e/ou neutra bem como a focalização da sua atenção na actividade novamente (Martins, 2007).

Um último resultado nesta linha, também no contexto de Jogo Semi-estruturado, mas aos 12 meses, permite observar a existência de um efeito da Cooperação do cuidador na manifestação episódios de Iniciação de Atenção Partilhada pelo bebé, sendo que, quando os cuidadores revelaram um maior nível de Cooperação, os bebés também iniciaram mais vezes comportamentos de atenção partilhada. Um estudo de Gaffan e colaboradores (2010), consolida as ideias de alguns autores e conclui que a criança experiencia consequências agradáveis e interessantes quando atende a um mesmo foco atencional que o adulto, assim sendo, as acções que o cuidador leva a cabo com o bebé, se forem cooperantes incentivam à iniciação de comportamentos de atenção partilhada. Se o bebé sentir que o seu envolvimento na interacção tem impacto no cuidador, irá empenhar-se e envolver-se mais em episódios de atenção conjunta.

É importante salientar que não foi encontrada nesta investigação qualquer associação no que concerne à Sensibilidade do cuidador. De facto, a análise exploratória dos valores cotados nas várias interacções para a Sensibilidade do cuidador resultaram numa media de 3.70 (DP = 1.31) (9 meses) e 3.41 (DP = 1.37) (12 meses), sendo que estes valores se situam entre a pontuação mais baixa, 1, que corresponde a um adulto altamente

insensível e a pontuação 5 que equivale a um adulto sensível inconsistente, com base nas

escalas de avaliação Maternal Sensitivity Scales de Ainsworth et al. (1974).

É provável que este resultado esteja associado a um tema já abordado neste estudo, que se prende com o facto de os cuidadores neste tipo de contextos diminuírem o seu envolvimento emocional com os bebés, na medida em que sabem de antemão que o seu percurso na instituição poderá ser curto. Esta questão poderá ainda ser entendida se

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prestarmos atenção ao facto de, muitas vezes neste tipo de instituições existir falta de cuidadores para o elevado número de bebés que elas suportam, o que faz com que cada cuidador tenha de prestar cuidados a muitos bebés e que leva à necessidade de existência de regras rígidas de comportamento, o que pode levar à diminuição da sua sensibilidade com cada um deles.

O último ponto deste estudo centra-se no desenvolvimento da linguagem aos 18 meses. A este nível, verificou-se a existência de uma associação entre a manifestação de episódios de Iniciação de comportamentos de Atenção Partilhada por parte do bebé, aos 9 meses, em contexto de Jogo Semi-estruturado e, aos 12 meses, em contexto de Jogo Livre, com o desenvolvimento da Linguagem na avaliação realizada aos 18 meses. Assim, podemos considerar que as capacidades de manifestação de episódios de atenção partilhada estão relacionadas com o desenvolvimento da Linguagem no bebé, facto que vem corroborar afirmações já elaboradas por outros investigadores (Carpenter et al., 1998, Morales et al., 2000, Mundy et al., 2007, Tomasello & Farrar, 1986, Tomasello e Todd, 1983, Van Hecke et al., 2007).

Face ao exposto, a ocorrência de interacções sociais entre o adulto e o bebé, mediadas por um objecto, como é o caso de interacções de atenção partilhada, podem, de facto, ajudar os bebés a identificar o pretendido na linguagem dos pais, ao utilizarem a experiência conjunta a que estão a vivenciar, com vista a compreender a linguagem utilizada pelo adulto.

Este estudo apresenta duas limitações principais. Por um lado, uma vez que as interacções bebé-cuidador não foram originalmente filmadas para avaliar a atenção partilhada, não foi possível cotar a duração dos episódios em que a criança e o progenitor partilham o mesmo foco atencional. Assim, foi excluída desta análise, uma medida relevante no estudo da atenção partilhada e que poderia acrescentar ainda mais riqueza aos resultados encontrados. Outra limitação prende-se com o tempo de duração das interacções, mais uma vez, devido ao facto destas interacções não terem sido idealizadas para a avaliação da emergência da atenção partilhada, possuindo apenas uma duração de 3 minutos. Tendo em conta o Sistema de Cotação utilizado (Martins, 2003), que foi inicialmente estruturado para interacções mais longas (10 minutos), poderíamos eventualmente ter desenvolvido um maior número de resultados, uma vez que os primeiros minutos de interacção são muitas vezes de reconhecimento da situação para o bebé e, caso a duração se alargasse, provavelmente se verificaria a ocorrência de um número mais abrangente e variado de estratégias, tanto no que diz respeito ao bebé, como ao cuidador.

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Por outro lado, este estudo é ao mesmo tempo, um contributo pioneiro para a compreensão da ocorrência dos comportamentos da atenção partilhada em bebés, uma vez que recorre à observação de duas condições de jogo distintas, num contexto ainda muito pouco explorado nesta área, o contexto institucional, que nos permite avaliar o progresso desenvolvimental de bebés expostos a privação e aos mesmo tempo, verificar até que ponto o seu desenvolvimento difere de uma amostra normativa.

Outro ponto forte deste estudo, que não pode deixar de ser referido é, sem dúvida, o facto de estas interacções terem sido recolhidas em ambiente naturalista ao invés de experimentações em laboratório. Alguns autores sugerem que as diferenças nos episódios de manifestação de atenção partilhada poderão estar relacionadas com influências de factores ambientais, especialmente a sensibilidade e a capacidade do cuidador em funcionar como um suporte para a atenção partilhada, mediante comportamentos como seguir o olhar do bebé, mostrar ou demonstrar acções no objecto no decorrer da interacção com este (Adamson & Bakeman, 1985; Tomasello & Farrar, 1986, in Vaughan, Mundy, Block, Burnette, Delgado, Gomez, Meyer, Neal, & Pomares, 2003). Deste modo, nesta investigação, o bebé permaneceu no seu ambiente natural e as observações foram realizadas no seu próprio meio, permitindo observar de que forma as interacções recíprocas que estabelece com os cuidadores significativos e os objectos que o rodeiam influenciam o seu desenvolvimento.

Investigações futuras poderão beneficiar da combinação de paradigmas de avaliação, para uma melhor compreensão das contribuições relativas especificamente ao bebé e ao cuidador (Vaughan et al., 2003, in Mundy et al., 2007). Desta forma, seria ainda interessante que outros estudos nesta linha de investigação analisassem alguns factores, como o temperamento dos bebés, características psicológicas de ambos os elementos da díade, bem como padrões de vinculação. Seria também interessante a realização de análises dos contrastes entre amostras institucionalizadas e normativas de forma a enriquecer o conhecimento científico na área de desenvolvimento da atenção partilhada.

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Conclusão

Desde que o ser humano nasce, o seu percurso desenvolvimental revela-se como um desafio para os investigadores. As questões que estes se propõem responder, bem como os métodos utilizados com vista a esse fim, são muito diferentes hoje do que há uns anos atrás, o que reflecte o progresso na compreensão à medida que novas investigações se desenvolvem e vão desafiando as anteriores (Papalia, Olds & Feldman, 2001).

Nesta investigação, propusemo-nos a explorar o desenvolvimento da atenção partilhada de bebés institucionalizados, uma vez que são sobejamente conhecidas as privações inerentes a este tipo de cuidados. Os resultados revelaram a existência de diferenças ao nível da manifestação de Resposta do bebé a sugestões de Atenção

Partilhada por parte do adulto e Iniciação de comportamentos de Atenção Partilhada, bem

como diferenças ao nível dos comportamentos dos cuidadores, ao longo do tempo e com base na condição da interacção. Não foram contudo verificados efeitos significativos relacionados com a sensibilidade dos cuidadores. Concluiu-se ainda que a manifestação de

Iniciação de Comportamentos de Atenção Partilhada aos 9 e 12 meses pode funcionar como

um precursor do desenvolvimento da linguagem aos 18 meses.

Para finalizar, fica a sugestão que deverão ser conduzidas mais investigações nesta linha, com vista a uma mais clara interpretação e compreensão do impacto das diferenças individuais na emergência de outros marcos desenvolvimentais nos bebés.

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