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MDBT MET

05. RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1. Caracterização dos Suportes

5.1.3. Discussão dos Resultados

Nos resultados de análise química, viu-se que a relação Si/Al para os suportes de zeólita Beta foram praticamente os mesmos. Fazendo um comparativo destes resultados com os obtidos por RMN, constatou-se a presença de espécies de alumínio fora da rede apenas para o suporte de Beta comercial (HBC), pois, a razão Si/Al global (AQ) foi menor que a razão Si/Al de rede (RMN).

Os resultados de área específica e volume de poros dos suportes de zeólita Beta HB e HBC e do SAPO-5 estão dentro dos valores esperados para esses

suportes, de acordo com a literatura. A partir desses resultados observou-se uma maior área e microporosidade para o suporte HB em relação ao HBC.

Os resultados de difração de raios-X dos suportes calcinados mostram a presença de picos nas regiões características da zeólita Beta e SAPO-5, semelhantemente aos difratogramas encontrados na literatura (CAMBLOR et al., 1998; OLIVEIRA et al., 2004a; WANG et al., 2003). A análise de DRX evidenciou modificações na intensidade relativa do pico principal no ângulo 2θ=23º para o suporte HBC, entretanto, a amostra apresentou-se cristalina.

As características cristalinas das fases dos suportes microporosos de zeólita Beta e SAPO-5 foram observadas também por difração de elétrons e através das imagens de microscopia eletrônica de transmissão foi possível observar a manutenção da fase cristalina do suporte HBC, embora tenha sido identificado por DRX o comprometimento da cristalinidade através da diminuição de intensidade dos picos.

Para o SAPO-5, os resultados de MET identificaram alterações na morfologia do suporte, e ainda observou-se uma fase distinta característica dos domínios zeolíticos, comumente encontrados em alguns SAPO’s. Uma representação hipotética da distribuição dos átomos presentes num cristal de SAPO-5 com domínios zeolíticos (SA), e domínios SAPO (que apresentam Si, Al e P) foi ilustrada por MARTENS et al., (1990b) e é apresentada na Figura 50. Nos domínios SA não há presença de átomos de P.

Figura 50: Representação esquemática dos ambientes de Si, AI, e P nos domínios SA e SAPO do cristal do SAPO-n. Os elementos circulados indicam os sítios ácidos de Brönsted

Os suportes foram caracterizados também por IV de piridina adsorvida. A adsorção de piridina na região do infravermelho permitiu identificar e quantificar a presença de sítios ácidos de Brönsted e de Lewis, possibilitando avaliar a influência da acidez na reação proposta neste trabalho. Assim, os resultados de IV confirmaram que a zeólita HB apresentou maior número de sítios ácidos tanto de Brönsted como de Lewis.

Os resultados de infravermelho na região de OH confirmaram que, além da presença dos grupos silanóis, há a presença das hidroxilas ácidas – sítios de Brönsted, na superfície dos suportes, que segundo CORMA et al., (1998), algumas vezes têm a função de isomerização secundária dos produtos que são primeiramente formados cataliticamente dentro da estrutura zeolítica com uma distribuição de produtos descrita por seletividade de forma geométrica.

Os resultados de 29Si MAS RMN dos suportes de zeólita Beta HB e HBC mostraram cinco picos razoavelmente bem resolvidos correspondentes às distribuições dos átomos de Si e Al em torno do núcleo de Si num centro tetraédrico SiO4: Si (0Al); Si(1Al, 3Si) e Si(0Al, 1OH); Si(2Al, 2Si); Si(3Al, 1Si) e a última Si(4Al),

na segunda esfera de coordenação. A partir da integração das áreas desses espectros foi possível conhecer a distribuição Si/Al da rede cristalina, que mostrou que a razão Si/Al foi menor para o suporte HB.

Os resultados de 27Al MAS RMN nas amostras de zeólita HB e HBC

mostraram que a maioria dos átomos de Al está em ambientes tetraédricos. Para o suporte HB viu-se que todos os átomos de Al fazem parte da rede cristalina. Entretanto, os resultados de análise química e IV mostram uma pequena quantidade de Al fora da rede, provavelmente gerados durante os processos de pré-tratamento dessas análises. Quanto ao suporte HBC, foi observado também um pico referente à presença de espécies de Al fora da rede cristalina. Estes resultados sugerem que durante a calcinação uma parte dos Al migrou para posições extra-reticulares, gerando um aumento da Si/Al da rede e, por conseqüência, uma diminuição do número de sítios ácidos do tipo Brönsted associados com os alumínios em posições tetraédricas.

Para o SAPO-5, os resultados de 29Si MAS RMN mostra que além da

presença de espécies de Si (4Al), responsáveis pela geração dos sítios ácidos de Brönsted, outros ambientes de Si podem ocorrer nos conhecidos domínios

zeolíticos, ou aluminosilicatos (SA), incluindo Si (1Al, 3Si), Si (2Al, 2Si) e Si (4Si) e também gerar acidez de Brönsted. Isto é possível, pois, o SAPO é considerado um derivado da estrutura do AlPO4, com uma alternância dos átomos de AI e P, em que

parte dos átomos de P é substituído por Si. Assim cada átomo do Si nos domínios de SAPO (Figura 42) aparece no ambiente do Si (4Al) e gera um sítio ácido de Brönsted. Cada átomo Al introduz uma carga negativa líquida nos domínios SA correspondente ao sítio ácido de Brönsted. Nesse material ainda é possível observar locais ácidos nas fronteiras entre esses dois diferentes domínios. Tais domínios também foram observados nos resultados de MET/ EDX.

Os resultados do 27Al MAS RMN indicaram que a maioria dos Al presentes na

amostra de SAPO-5 estão incorporados na estrutura no estado tetra-coordenado. O deslocamento químico do 31P da amostra de SAPO-5 foi definitivamente atribuído ao P em coordenação tetraédrica, indicando um ambiente relativamente uniforme dos átomos de P na amostra.

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