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Discussão dos resultados

No documento Dissertação Joana Ribeiro (páginas 120-124)

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Capítulo 5- Discussão dos resultados

A maioria dos inquiridos nestes questionários, quer dos pais, quer os educadores/professores são do sexo feminino.

Quando questionados os professores sobre quem costuma contactar com o docente assumem ser a mãe (52%) ou o pai e mãe (48%).

Podemos dizer, relativamente a estas duas amostras, que o contacto que se estabelece entre casa/escola é feito normalmente entre pessoas do sexo feminino. Montandon (1996:15) aborda a questão dos contactos entre a família e a escola, apontando

a mãe como sendo “aquela que assume a maior parte dos contactos com os professores” e

acrescenta ainda que apesar de as mães cada vez mais terem uma atividade profissional fora da família, isto não as impede de estar sempre mais presentes na vida da escola dos seus filhos do que o pai.

No que concerne às habilitações literárias dos pais, 75% destes têm habilitações iguais ou inferiores ao 3º ciclo. Já os educadores/professores 80% têm licenciatura e 20% têm mestrado. Cabe salientar que 60% têm especialização em educação especial assim sendo, há uma parte significativa deste grupo que têm conhecimentos mais aprofundados no âmbito da Educação Especial. Por sua vez, 83% dos pais de crianças com NEE assumem que o seu filho tem professor de educação especial.

As idades dos dois grupos centram-se essencialmente entre os 30 e os 39 anos e nos intervalos etários adjacentes.

Estas questões serviram para uma melhor caracterização dos dois grupos inquiridos, seguidamente iremos conhecer a confrontação dos dados que tentam dar respostas à nossa questão de investigação.

Montandon (1994:190) refere um estudo feito em Genebra, aponta que “os professores mantêm vários tipos de contactos com os pais desde individuais e coletivos,

uns formais e outros informais, por iniciativa dos pais ou dos professores.”

Neste estudo, os pais de crianças com NEE assumem que costumam ir à escola quando solicitados pelo professor ou pelo educador para reuniões (média: 4,4), festas ou outras atividades (média:4,10), ou então pretendem falar sobre o seu filho (média: 3,90). Os pais apresentam-se menos solícitos em ir à escola se for para colaborar nas atividades escolares/extraescolares (média: 3,50) ou para saberem do comportamento dos seus filhos (média: 3,73).

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Os educadores/professores assumem por seu lado, que os pais preferem ir à escola quando solicitados (média: 4,12) do que por iniciativa própria (média: 3,32). Por isto, podemos dizer que os pais e professores apresentam ideias semelhantes sobre a iniciativa do para o contacto família/escola. Tanto docentes como pais assumem que estes, em último referidos, se deslocam mais à escola quando esta os solicita.

Relativamente à importância que a escola tem na opinião dos pais de crianças com NEE apontam com mais relevância a socialização (média: 4,44), a autonomia (média:4,00) e as aprendizagens (média: 4,40) e com menor importância o apoio à família (média: 2,54). Num estudo feito Helena Águeda Marujo e outros (2002:148) que aborda a questão das relações entre a escola e a família diz que, “a maior parte dos pais quer envolver-se na vida escolar dos filhos, mas muitos pais não sabem como fazê-lo, têm pouco tempo

disponível ou estão perante uma escola que não estimula o envolvimento”.

Neste sentido, a ideia que obtivemos com maior concordância da parte dos professores, sobre o envolvimento dos pais nas atividades da escola é que os pais gostariam de ajudar mas não sabem como faze-lo (média: 3,96). A ideia seguinte que mais docentes assumem é que os pais acompanham o desenvolvimento do filho mas não se envolvem nas atividades da escola (média: 3,64). A ideia que gera menor concordância é que os pais se envolvem nas atividades (média: 3,59).

Os professores acham na sua maioria que a classe social dos pais influencia o envolvimento dos mesmos na escola (72%). Quando tentamos percecionar qual a classe mais/melhor colabora com a escola os dados não são muito conclusivos. A opinião expressa mais claramente pelos docentes é que não acham que sejam os pais de social mais baixa os que colaboram melhor (média: 2,52).

Jorge Ávila de Lima (2002:147) concebe o envolvimento dos pais na educação escolar dos filhos em três patamares: mera receção da informação, presença nos órgãos da escola e envolvimento significativo na vida da sala de aula.

Neste sentido, relativamente à relação escola/família, os pais demonstraram que esta relação passa por assistir às festas (média: 4,36) e em saber o trabalho que é efetuado com os seus filhos (média: 3,75). Mas não acham tão fundamental neste relacionamento o fato de apresentarem propostas e/ou sugestões colaborando com os órgãos da escola (média: 3,04) ou colaborar na preparação de festas e outras atividades (média:3,36).

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No que respeita à opinião dos docentes há uma concordância geral sobre que devem ouvir os pais e recolher informações sobre as necessidades da criança. Todos docentes responderam concordar totalmente. As situações às quais não atribuem tanto relevo são as reuniões no início e no final de ano (média: 4,32) e à participação dos pais nas atividades extraescolares (média: 4,51).

No que concerne, ao conhecimento do D.L.n.º3/2008, 13% dos pais afirmam que o conhecem para 43% dos docentes. A opção de conhecer este D.L. em parte, foi assumida por 19% dos pais e 57% dos docentes. Nenhum dos docentes assume não conhecer o D.L. enquanto 67% dos pais o afirma. Os docentes mostram-se muito mais elucidados sobre a legislação que rege a Educação Especial do que os pais.

Para finalizar, as opiniões que os pais têm sobre o docente que acompanha o seu filho dão indicações positivas sobre os mesmos. Uma vez que as quatro afirmações feitas sobre os docentes são no sentido de valorização dos mesmos e do seu trabalho e obtiveram todas, a nível estático, moda:4 (concordo parcialmente). A que demonstra uma média mais elevada, ou seja, a que os pais assumem que mais concordam, é que o professor é capaz de ouvi-lo e permitir que dê informações acerca do filho (média: 3,88) e a que tem menor concordância é quando se afirma que o docente procura a participação na construção do PEI (média: 3,36).

Liliana Sousa (1998:131) citando Herbert e Wolfendale, diz-nos que “o tipo de intervenção a adotar com as crianças deve partir de uma avaliação das necessidades da família, o que, desta forma, faz variar os objetivos.”

Quando questionados os educadores/professores sobre a participação dos pais na elaboração do PEI, eles assumem com maior concordância as seguintes ideias: reúnem logo com os pais tentando recolher o máximo de informações (média: 4,15) e/ou que elaboram o PEI com os pais esperando que estes colaborem e ajudem a definir os objetivos prioritários (média: 3,81).

As afirmações que menos atraem a concordância dos docentes são: que se observe primeiro a criança e só depois é que se fala com os pais (média: 3,62) e que se elabore o programa que entende ser adequado reunindo depois com os pais para lhe dar conhecimento do que pretende fazer (média: 3,01).

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No documento Dissertação Joana Ribeiro (páginas 120-124)