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Discussão e Conclusão 1 Discussão

No documento UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA (páginas 32-41)

Como devem estes resultados ser interpretados? Em primeiro lugar, a Global Alliance é

a única empresa que apresenta ganhos de produtividade no período. Esta pequena

empresa privada Sul Africa mostra um comportamento distintivo no mercado angolano,

caracterizado por apresentar elevados ganhos de produtividade média no período, sendo

por conseguinte a empresa com melhor performance no período. Em segundo lugar, na

decomposição do índice de Malmquist em variação na eficiência e variação tecnológica

duas empresas apresentam variação positiva na eficiência técnica (Global Alliance e

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tecnológica. Logo, a primeira conclusão que se retira é que os ganhos de produtividade

nas empresas de seguro angolanas são variados, com as empresas mais pequenas a

apresentarem melhor performance. Em terceiro lugar verifica-se que não existe uma

tendência de produtividade ao longo do tempo. Em quarto lugar verifica-se que existem

muitas empresas com variação nula na produtividade configurando um mercado onde

nada se passa, e este é o aspecto mais distintivo deste estudo. Finalmente, verifica-se

que ganhos de quotas de mercado no período estão a ser obtidos apenas pela Gobal

Alliance.

Nestas condições a política pública deve promover a promoção da produtividade nas

empresas de seguros de Angola, como forma de descer os preços dos seguros. Um

exemplo de política para superar a falta de eficiência, começa com uma análise de

escala da actividade e adopção de uma estratégia competitiva, em que as causas

principais da falta de eficiência são as condições que prevalecem no mercado.

6.2 Conclusão

Esta dissertação aplica a metodologia não-parametrica DEA- Malmquist, Fare e al

(1994), para medir a produtividade total das empresas seguradoras no mercado

angolano. Esta técnica tem a grande vantagem de calcular o índice de produtividade de

Malmquist, e desagregá-lo em dois sub-indices: Variações das mudanças tecnológicas e

de variações de eficiência técnica, permitindo obter uma visão integrada da

problemática da produtividade e identificar as causas que explicam o contexto estimado,

Simar e Wilson (1999). No entanto, a literatura aponta que a fronteira construída com

essa técnica não-Parametrica é determinística, a partir das unidades produtivas

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calcula são as estimativas a partir da amostra. E para obtê-las necessita-se de um aparato

matemático como o ìndice de Malmquist.

A partir do conjunto de resultados obtidos, é possível concluir que de 2004 a 2008,

houve uma variação neutra das variações tecnológicas enquanto quanto a variações de

eficiência nos ganhos de PTF as médias nacionais não são muito animadoras com um

desvio face à fronteira de 5%. Verifica-se que os índice de cálculos evidenciaram que

2004, 2005 e 2007, a PTF apresenta variação negativa o PTF teve crescimento em 2006

e 2008, com ganho de 30%, nota-se que o índice foi baixo em 2005 em todo período

analisado. Observou-se que este decréscimo de produtividade se deu em decorrência

principalmente das perdas na variação de eficiência técnica e na variação e na variação

de escala.

Realçar que estes resultados a nível da empresa podem ser comparados com indicadores

de produtividade do trabalho, do produto por trabalhador e da relação capital- trabalho,

permitindo contextualizar as mudanças através de um panorama económico,

identificando em que ambiente se deram as variações de produtividade. Por falta alguns

dados (material de pesquisa) que não nos foram disponibilizados não nos é possível

fazer uma análise mais profunda. A análise por seguradoras permite o estudo das

características de cada um frente aos de mais, comparativamente, assim podemos

observar que foi a seguradora Global Alliance (G.A) que obteve os melhores

desempenhos de modo geral, se destacou pela eficiência técnica, que apresentou taxas

relativas de progresso tecnológico, e os outros estão em baixo das taxas ou neutros dos

equilíbrios tecnológicos assim como em produtividade.

Como é que esses resultados se comparam com os resultados de estudos semelhantes

que foram aplicadas em outros países? Cummins, Tennyson, e Weiss (1999) estimaram

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Estados Unidos, durante o período 1991-1994. Cummins, Weiss, e Zi (1999) não

encontraram praticamente nenhum crescimento na indústria de seguro de de propriedade

dos Estados Unidos durante o período 1981-1990. Fukuyama (1997) encontrou ganhos

de produtividade de aproximadamente 19 % nos seguros de vida japoneses durante o

período 1988-1993. Cummins, Turchetti, e Weiss (1996) encontraram ganhos de

produtividade de 19 % no mercado de seguro italiano durante o período 1986 - 1993.

Cummins, Rubio-Misas e Zi (2004) concluiram que os seguradores espanhóis haviam

melhorado a sua produtividade em 3 % anualmente durante o período 1989-1996.

Finalmente, Barros et al. (2005) estimaram um crescimento de produtividade anual de

11.3 % na indústria de seguro portuguesa. Nestas condições o não crescimento da banca

Angolana contrasta negativamente com estes resultados. No entanto estes resultados não

podem ser considerados definitivos, quer por o período de análise ser pequeno, quer

pela amostra ser também pequena. Assim novos estudos são necessários para confirmar

os resultados obtidos e portanto mais investigação deve ser feita sobre o mercado

angolano, comparando-o com outros mercados africanos.

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