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A concepção de lazer dos deficientes mentais adultos, na categoria de percepções/significados, está relacionada com atividades de diversão tais como idas a parques, assistir televisão, ouvir música, a ficar dentro de casa e a prática de algum esporte. Notou-se que adultos com deficiência mental desconheciam a palavra lazer e seu significado.

Esta dificuldade não foi observada quando se indagava sobre citar as atividades de divertimento realizadas.

Outro ponto a ser observado é que alguns adultos com deficiência mental não fazem distinção do que sejam atividades de lazer e atividades profissionalizantes. A dificuldade de distinguir tais atividades pode indicar falhas na rotina estabelecida dentro da instituição que, ao cumprir com exigências da sociedade, dos familiares e dos próprios objetivos institucionais estabelece como padrões, modelos sociais mais aceitáveis das pessoas com deficiência e não permitem uma formação pessoal mais abrangente e individualizada dos sujeitos por ela atendidos. Neste sentido, Silva (1990) aponta para a necessidade de refletir sobre a atuação das instituições especializadas, clínicas ou escolas, de profissionais e educadores, voltados para o treino e a fixação de comportamentos ligados a uma modelagem social. O citado autor questiona qual é a visão de homem que essas instituições propõem e defendem com esse tipo de trabalho e para que tipo de sociedade preparam essas pessoas com deficiência.

O tempo de lazer dos adultos com deficiência mental ou é direcionado pela instituição ou pelos familiares, portanto, partir do lazer ou do trabalho, tanto faz para essas pessoas que não encontram, nem em um, nem em outros significados distintos e relevantes para suas vidas quanto escolhas, uma vez que se encontram limitados para determinar ou gerenciar suas vidas. Tanto para o trabalho quanto para o lazer, é necessário que essas atividades tenham um sentido, uma significação desse fazer. Considera-se que uma das formas de significação desse fazer possa ser alcançado através de um fazer criativo que permita a espontaneidade e a criatividade.

Para Castro e Silva (1990), criar significa tanto estruturar quanto comunicar-se; é integrar significados e transmiti-los. Toda atividade humana está inserida em uma realidade social, portanto, ao realizar uma atividade, o homem criador não está apenas exprimindo seus próprios sentimentos, mas projetando nela tudo aquilo que percebe como próprio dos homens

de sua época, do seu contexto cultural e que afetam sua experiência pessoal. Neste contexto de criação, De Masi (2000) aponta para a importância do ócio criativo, ou seja, a partir do momento da falta do que fazer, é que a criatividade pode se manifestar oferecendo significado e direções pessoais na trajetória da existência.

Abranges (2000) ao se referir do trabalho, expõe a necessidade da significação do fazer, sendo um processo comum ao homem, com necessidade especial ou não. Entretanto, para as pessoas com deficiência mental sempre foi dito para eles que o fazer não precisa ter um sentido e, muitas vezes, as atividades desenvolvidas pelos deficientes mentais são mecânicas e são justificadas pelas dificuldades dos mesmos em lidar com o abstrato.

Este tipo de entendimento que se faz em relação ao deficiente mental, contribui para que suas atitudes sejam de poucas iniciativas. Atividades mecânicas e direcionadas dificultam a expressão de vontades e podem carecer de sentido, além de impedir ou limitar o raciocínio.

Diante do exposto, tanto o trabalho como o lazer carecem de sentido na vida dessas pessoas que por não serem considerados seres ativos, participantes e desejantes, permanecem à margem da sociedade, com tomadas de decisões dos atos mais simples da vida cotidiana realizadas por outrem. É preciso estar atento ao fato de que as pessoas com deficiência mental constroem processos diferentes das pessoas consideradas normais.

O lazer, conceituado por diversos autores, é um tema de alta complexidade e percebido segundo valores pessoais, culturais, transmitidos por determinada sociedade. Diferente do trabalho que é caracterizado como uma obrigação, no lazer, o indivíduo pode fazer sua própria escolha e segundo a definição clássica de Dumazedier (1979), “é um conjunto de ações escolhidas pelos sujeitos para divertimento recreação e entretenimento dentro do seu processo pessoal”. Com esta definição, percebe-se a importância da escolha pessoal que pode favorecer a determinação das pessoas, conduzindo a uma existência de significados, atitudes e participação.

O uso do tempo livre é um dos fundamentos do lazer, é aquele ao qual o sujeito pode entregar-se após livrar-se das obrigações; é, portanto, desvinculado do trabalho, assim como aponta Magnani (2000), referindo que umas das principais características do lazer é o interesse pessoal.

De acordo com esses fundamentos considera-se que, tanto para o lazer quanto para o trabalho, os adultos com deficiência mental precisam ser orientados e conscientizados para fazerem suas escolhas. Neste sentido, a educação pelo e para o lazer é algo a ser construído, incentivado e valorizado. A dificuldade de elaboração mental não deve se constituir num elemento inibidor para que essas pessoas possam exercer seus direitos e descobrir seus próprios interesses.

A respeito deste assunto, os familiares relataram suas percepções e concepções de lazer como o uso de tempo livre, após a execução de obrigações rotineiras e consideram a prática do lazer como algo importante, porém não tão fundamental, para si mesmo e para seus filhos. As concepções familiares sobre o lazer e atividades de divertimento são importantes, pois a família é o grande impulsor para a inclusão da pessoa com deficiência. Desta forma, se a família não considerar ou não valorizar o lazer como um dos pilares do desenvolvimento humano, é pouco provável que incentive seus filhos à prática do mesmo.

Segundo Chacon (1995) a criança, desde o nascimento, se envolve e participa de relações sociais e o fato de tornar-se menos ou mais incluída é o resultado deste processo que se inicia primeiramente na família; portanto, a integração e a inclusão da pessoa está relacionada com sua história social e com as condições presentes e atuantes em sua vida.

Em relação à categoria que trata das atividades desenvolvidas pelos adultos com deficiência mental, notou-se que as atividades de lazer realizadas não parecem se diferenciar do cotidiano das pessoas consideradas “normais”, podendo o mesmo ser dito com relação às atividades desenvolvidas esporadicamente, como passear no shopping, ir à praia e ao parque

de diversão. Os relatos evidenciaram que o lazer ocupa uma parte do tempo na vida dessas pessoas, ou seja, os adultos com deficiência mental realizam atividades de divertimento; entretanto, a preocupação, ou a grande questão, se refere ao sentido dessas atividades: se foram escolhidas, como, onde e com quem são desenvolvidas.

Um dado importante para a literatura é que a identificação das atividades de lazer foi coletada através dos próprios relatos dos adultos com deficiência mental, portanto, são dados que representam o lazer no universo da vida dessas pessoas. A compreensão deste universo é importante a fim de se estabelecer novos benefícios e oportunidades para que essas pessoas possam ter consciência de suas possibilidades no contexto social.

A oportunidade para as pessoas com deficiência expressarem seus desejos, tanto verbalmente como através de atividades, são condições que auxiliam essas pessoas no entendimento de suas necessidades na busca de melhores condições para suas vidas. Pode-se dizer que os movimentos sociais das pessoas com deficiência surgiram a partir da sua própria constatação de interesses, necessidades e direitos.

Deste modo, a conscientização e mobilização das pessoas com deficiência exerceram grandes contribuições para mudar o quadro geral de exclusão passando estas, a se organizar na luta por direitos. Neste processo de luta por direitos, os movimentos sociais surgiram como a mobilização estabelecida pelas pessoas com deficiência, enquanto grupo oprimido na luta pelo estabelecimento de uma cidadania plena para garantir a igualdade de oportunidades (NEVES e MENDES, 2006).

A opinião da família na identificação das atividades de lazer dos adultos com deficiência mental foi de fundamental importância, pois acrescentou informações, que não foram mencionados pelos mesmos, enriquecendo a compreensão do dia-a-dia dessas pessoas. Além deste aspecto, ouvir a família com relação às atividades de lazer desenvolvidas pelos

adultos com deficiência mental, permitiu identificar que mecanismos estão presentes para a facilitação ou impedimento na realização destas atividades.

Na categoria interesses, os resultados apontaram para a importância da oportunidade oferecida para essas pessoas manifestarem desejos, fazerem escolhas, comprometendo-se com suas vidas e direcionando perspectivas em relação ao que pretendem ou vislumbram. Como já dito anteriormente, os movimentos sociais contribuíram para que as pessoas com deficiência se organizassem em busca da igualdade de direitos. Entretanto, historicamente, o início da organização desses movimentos foi liderado pelas pessoas com deficiência física, visual e auditiva e o grupo das pessoas com deficiência mental foi considerado não apto a participar das discussões e, portanto, continuaram com serviços sendo oferecidos em instituições segregacionistas limitando a oportunidade dessas pessoas de expor suas idéias, suas vontades suas expectativas permanecendo como objetos e não sujeitos do seu próprio destino (NEVES, 2000).

Este fato demonstra que as pessoas com deficiência mental passaram por uma exclusão de participação até por pessoas de outra deficiência, o que sem dúvida contribuiu na dificuldade para se organizarem, posteriormente, para expor suas idéias, suas vontades e suas expectativas.

Pesquisas internacionais como os de Browder e Cooper (1994) mostraram que um dos seis tipos de desafios que impedem a inclusão em atividades de lazer é a falta de oportunidade de fazer escolhas por parte dos adultos mais velhos com deficiência mental. A importância de fazer escolhas e direcioná-las dentro de programas de lazer é algo que tem ganhado reconhecimento principalmente em estudos internacionais.

A oportunidade de fazer escolhas para adultos com deficiência mental é importante para encorajar a independência, a dignidade estabelecendo assim o próprio controle sobre suas vidas.

Rogers, Hawkins e Eklund (1998), constataram a falta de determinações pessoais destas pessoas no lazer; seus dados apontaram que deficientes mentais adultos tem pouca oportunidade para escolher livremente o lazer em qualquer momento de suas vidas.

Os estudos acima mencionados enfatizam a importância de fazer escolhas como um das habilidades para promover a independência e autodeterminação das pessoas com deficiência. Acredita-se que umas das formas de se desenvolver a independência e a autonomia possam ser alcançadas por meio de atuação e intervenção de um profissional que tenha como características profissionais desenvolver tais habilidades.

Uma das funções do profissional terapeuta ocupacional é estimular através de atividades, a independência e a autonomia de pessoas que por motivos, sociais, físicos e/ou psicológicos encontram barreiras para este exercício. Dentro da relação estabelecida pelo Terapeuta Ocupacional e as pessoas por ele atendidas são oferecidas oportunidades para fazer escolhas e construir significados no processo de desenvolvimento das atividades.

Segundo Feriotti (1997), os processos terapêuticos ocupacionais apresentam diferentes objetivos e formas de abordagem dependendo da área, das necessidades da pessoa e do contexto onde se desenvolve o processo e um dos princípios básicos de sustentação e construção da terapia ocupacional é: a busca de autonomia, desenvolvimento de potencialidades, exercício da cidadania, utilização de atividades como instrumento de tratamento e/ou transformação do homem e do seu ambiente através do uso da atividade como forma de expressão e comunicação.

Além do Terapeuta Ocupacional, enfatiza-se a importância da conscientização de todo profissional quanto às possibilidades das pessoas com deficiência mental em fazerem suas próprias escolhas e sendo assim, considera-se importante um olhar que priorize o ser humano enquanto pessoa, com capacidades e desvantagens e não apenas com uma deficiência. Acredita-se que essa nova forma de olhar as pessoas com deficiência mental pode conduzir os

profissionais a desempenharem suas intervenções de modo mais contextualizado, não sendo apenas executores e direcionadores de atividades de lazer.

Desta forma, educar pelo lazer significa aproveitar o potencial oferecido pelas atividades para trabalhar valores, atitudes e comportamentos. O profissional deve atentar para não se tornar um moralista, pregador de posturas supostamente consideradas “adequadas”, sejam estas progressivas ou conservadoras. Ao contrário, deve permitir e construir um espaço, onde as pessoas possam elaborar e reelaborar pontos de vista acerca da realidade, através de dados que surgem espontaneamente no decorrer das atividades e também na programação de atividades que despertem discussões, conscientização e posicionamento (MELLO e ALVES, 2003).

Para as famílias, dentre as atividades que gostariam que seus filhos executassem, o lazer é visto como um estímulo para desenvolver novas habilidades e expectativas quanto à sociabilidade. Desta forma, a família não estabelece o lazer enquanto uma opção pessoal dos adultos com deficiência mental, mas sim, enquanto meio para desenvolver ou alcançar competências. Estas convicções, por parte da família, podem demonstrar a busca contínua por algo a ser habilitado ou reabilitado, não percebendo os adultos com deficiência mental enquanto pessoas, independentemente de alguma limitação.

A dificuldade da elaboração mental, da capacidade de raciocínio e lentidão para a tomada de decisões é algo ainda que incomoda as pessoas que convivem diretamente com as pessoas com deficiência mental. Perante a lei, as pessoas com deficiência mental são limitadas no exercício dos seus direitos, necessitando de outrem, como através de seus representantes legais que determinam suas vontades e decisões. Isto se tornou evidente na elaboração do consentimento livre esclarecido (anexo IV), que para ser aprovado pelo comitê de ética da Universidade, foi exigida a assinatura do representante legal para a realização desta pesquisa como já apontado nos aspectos éticos.

A categoria quanto aos locais de participação social indicou que a instituição ocupa o local de maior freqüência dos adultos com deficiência mental; isto evidencia as poucas oportunidades de convívio com pessoas sem deficiência. Com respeito às instituições especializadas, Marques (1998) revela que as instituições assistenciais reproduzem relações sociais de poder, sendo que a instituição de amparo à deficiência nada mais gera do que o fortalecimento do preconceito e da discriminação.

Além do fortalecimento do preconceito e da discriminação essas instituições preservam práticas do assistencialismo e excluem as pessoas com deficiência de contatos e contextos sociais. Segundo Batista (2006) essa atitude de exclusão em instituições especializadas visando a assistência e tratamento, limitou a participação e a autonomia dessas pessoas da sociedade em geral, favorecendo a segregação e a convivência apenas com grupos de “iguais”. Este cenário de segregação e institucionalização corre em sentido oposto da proposta inclusiva, que estabelece a convivência com a diversidade, sendo assim, é a sociedade que precisa mudar para se adaptar a este movimento que prioriza a interação entre diferentes na busca de oportunidades iguais para todos.

Além do aspecto da segregação as pessoas institucionalizadas seguem o modelo de funcionamento institucional que ditam normas e modos de comportamentos a serem seguidos (MARQUES, 1998). As atitudes das instituições especializadas limitam as possibilidades de autonomia e independência das pessoas com deficiência e são muitas vezes refletidas, em suas ações, caracterizadas como atitudes passivas, muitas vezes conduzidas por profissionais e suas famílias.

Além deste modo particular de funcionamento, as instituições especiais ao angariar fundos junto à sociedade com campanhas promocionais e pelas empresas privadas que se sustenta nos pilares da filantropia, do assistencialismo e da caridade, mantém uma concepção

de deficiência mental como aquela que depende do outro para as questões mais básicas da vida (MELLETI, 2006).

Em concordância com as idéias de Marques (1997) de que não se podem negar as contribuições destas instituições em acolher essas pessoas, principalmente as mais necessitadas economicamente, sem condições de atendimento especializado em outros equipamentos públicos e que não basta apenas aos profissionais do meio científico criticar este tipo de instituição, reafirma-se que é preciso propor alternativas.

Considera-se que as famílias e a sociedade, em geral, devam ser parceiras, buscar soluções, não sendo apenas espectadoras e atribuindo a instituição especial uma condição de depositário e como única alternativa das pessoas com deficiência. A sociedade precisa se mobilizar para propor mudanças tanto na concepção das deficiências como na construção de equipamentos públicos que priorizem o contato e o convívio com as diversas populações.

Desta forma, mudanças sociais no tipo de assistência oferecido pelas instituições especializadas devem ser pensadas e revisadas. Soluções e estratégias como a que tem acontecido na escola, devem também ser estabelecidas nestes outros espaços, visando a inclusão social.

Os estudos de Goffman (1978, 1987) também demonstraram como as instituições contribuíram para excluir e estigmatizar as pessoas ditas como “diferentes”. A sociedade avançou muito, principalmente, com o movimento de desinstitucionalização ocorrido na saúde mental e através de leis que estabeleceram os direitos e oportunidades igualitárias para o exercício da cidadania. Porém, questiona-se se o movimento observado tem atingido a população com deficiências e como falar da inclusão social se ainda o que se vê são práticas segregativas como as instituições especializadas e também escolas que não oferecem oportunidades das pessoas com deficiência de realizar atividades sociais com a comunidade. Quanto a este aspecto, Marques (1998) refere que não se trata de entrar no mérito do que é

desenvolvido e válido dentro destas instituições, mas, sim demonstrar a conseqüência social quanto ao fortalecimento do preconceito e da discriminação por meio destas medidas exclusivas.

Contrapondo-se a esta constatação de Marques (1998), acredita-se que são necessárias estratégias que visem investigar e avaliar o que é, e como se desenvolve as atividades no âmbito institucional, no intuito de não preservar concepções antigas que promovam apenas a manutenção de práticas e condutas preconceituosas e excludentes. As instituições especializadas precisam rever os seus papéis e adequar-se a uma nova realidade que determina mudanças de valores e concepções em relação às pessoas com deficiência, buscando melhores oportunidades, com propostas mais condizentes com o paradigma da inclusão.

Por permanecerem boa parte do tempo de suas vidas dentro da instituição, não foi surpresa constatar que os adultos deficientes mentais, desconheciam locais fora do espaço institucional para a prática do lazer e quando se referiam a locais conhecidos indicaram a vizinhança, os bairros e o próprio contexto familiar, como ficar em casa e visitar parentes. A indicação da vizinhança e os bairros sugerem a necessidade de programas nestes espaços familiarizados que possam envolver a participação de amigos locais e os próprios familiares.

Neste contexto de ampliação de oportunidades para as pessoas com deficiência, a Organização Mundial do Trabalho, a Organização das Nações Unidas para a Educação a Ciência e a Cultura e a Organização Mundial de Saúde elaboraram em 1994 um documento de posição conjunta sobre a Reabilitação Baseada na Comunidade (RBC). A RBC consiste de uma estratégia, de apontar as necessidades das pessoas com deficiências em sua comunidade, promovendo a liderança comunitária e a plena participação das mesmas (OPAS, 2004).

Nesta direção, com uma proposta para integrar pessoas excluídas do convívio social, os Centros de Convivência e Cooperativas (CECCos) implantados em 1992 no município de

São Paulo ocupam um espaço diferenciado na comunidade. Os CECCos se apresentam fora do caráter assistencial e habilitador e caracterizam-se pelas possibilidades e oportunidades de trocas, aprendizagem de tarefas, buscando promover a universalidade e a eqüidade a grupos populacionais discriminados e sem acesso aos vários serviços municipais, não só de saúde, mas também de educação, cultura e lazer (SÃO PAULO, 1992).

Tanto a RBC como os Centros de Convivência e Cooperativas apontam para a importância de propostas para o ministério público quanto a equipamentos que priorizem ações de convívio dessas pessoas em ambientes que tenham como meta o exercício de práticas na diversidade, contribuindo para o processo inclusivo.

A categoria de autonomia de locomoção foi a que mais evidenciou os aspectos da restrição familiar com relação ao lazer dos seus filhos. Os familiares enfatizaram que os locais freqüentados pelos adultos com deficiência mental fora da instituição estão diretamente vinculados com a participação ou restrição familiar.

Diante deste fato considera-se aceitável a criança ser acompanhada por familiares ou pessoas responsáveis, como uma forma de segurança e até mesmo como um exercício de experiência até o momento em que pais ou responsáveis se sentem seguros e adquirem confiança para que esta independência se concretize, de fato.

Segundo Buscaglia (1997), as crianças, desde cedo sentem a necessidade de separação e se lhes for concedida a oportunidade para vivenciar a separação e a independência, um senso de identidade pessoal emergirá. No caso dos adultos com deficiência mental esta condição de independência encontra-se muito limitada e restrita às condições impostas pelos

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