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Analisando as figuras 19 a 32 que representam os fluxos de veículos em função do horário, é notório observar que os maiores fluxos são nos conhecidos “horários de pico” (das 07h00min às 09h00min, das 12h00min às 14h00min e das 16h00min às 19h00min), nestes períodos obtém-se os maiores níveis de pressão sonora.

Ainda examinando o volume de tráfego nas vias, observa-se que cada uma apresenta um padrão de comportamento. Verificam-se em todas elas diferenças no volume de tráfego diário.

Essa afirmação valida a metodologia de modelagem que o software SoundPlan utiliza para construir o modelo de comportamento para cada via.

O apêndice A identifica que o número de veículos leves em todas as vias estudadas supera 90%. Notamos que a única via com percentual de veículos pesados superior a 3% é a EPIA, fato que pode ser explicado pelo importante papel desempenhado por ela em conectar o Distrito Federal às suas respectivas saídas. Nas demais, o número de veículos pesados varia entre 1 e 3%.

No apêndice B apresentam-se os histogramas temporais do volume de tráfego, discriminando o número de veículos leves e pesados da avenida W9 no sentido norte - sul e os referentes às vias (EPAA, EPIA, STN, W4 e W5) que circundam o setor.

Analisado os resultados obtidos nos mapas (figuras 34 a 39), observa-se que as edificações residenciais próximas às vias de circulação de veículos receberão níveis de pressão sonora entre 65 a 75 dB (A). Constata-se a influência da localização das edificações na propagação do ruído gerado pelo tráfego rodoviário nas principais vias do bairro.

Identificou-se na tabela 3 que 9% da população estará exposta a níveis de pressão sonora entre 65 a 75 dB (A).

Isso acontece devido estarem mais expostas ao ruído gerado pelo tráfego rodoviário que, segundo Calixto (2002), é o deslocamento de diferentes veículos, a diferentes velocidades e distâncias uns dos outros, onde cada veículo é uma fonte sonora pontual, porém em condições de tráfego contínuo, foi aproximado a uma fonte sonora linear constante.

As vias EPAA, EPIA, STN, W4 e W5 que circundam o setor exercem influência direta no aumento dos níveis de pressão sonora no bairro.

A figura 48 destaca o comportamento de duas quadras do setor quando o ruído emitido pelas vias EPAA, EPIA, STN, W4 e W5 é retirado. Considerando apenas o fluxo nas vias urbanas, observa-se a diminuição nas projeções residenciais para níveis de pressão sonora entre 45 e 55 dB (A).

Figura 48 – Detalhe de uma quadra sem a influência das avenidas que circundam o setor Noroeste Fonte: O autor.

É importante destacar que de acordo com a Organização Mundial de Saúde (O.M.S), um nível equivalente de ruído de até 50 dB(A) pode perturbar mas o organismo se adapta facilmente a ele. A partir de 55 dB(A) pode haver a ocorrência de estresse leve acompanhado de desconforto. O nível de 70 dB(A) é tido como o nível inicial do desgaste do organismo, aumentando o risco de infarto, derrame cerebral, infecções, hipertensão arterial e outras patologias (WHO, 1995).

As figuras 44 a 47 apresentam mapas de conformidade, onde através de um gradiente de cores é possível identificar as diferenças na confrontação entre os níveis de pressão sonora estimados para cada região e os níveis de referência explicitados pela NBR 10.151.

A figura 43 mostra os resultados da simulação de instalação de barreiras acústicas de concreto, com 4 metros de altura circundando um trecho da EPIA.

Pôde-se comprovar sua eficiência, pela redução de 10 dB nas margens da via.

As barreiras acústicas são equipamentos que desempenham importante função nas ações de gestão e controle da propagação do ruído nas grandes cidades.

Segundo Calixto (2002), para que se ocorra uma avaliação quantitativa desta redução dos níveis do ruído, é necessário se calcular as diferenças entre os níveis sonoros sem as barreiras e com as barreiras, em cada ponto da área considerada.

As figuras 43 e 45 simulam o efeito da redução nos níveis de pressão sonora em áreas residenciais e comerciais pela implantação de uma barreira acústica em certo trecho que circunda a EPIA.

As diferenças nos níveis obtidas, vinculadas a seus respectivos pontos, permitiram ao software SoundPlan a geração de um mapa conformidade .

Mapas de conformidade são ferramentas utilizadas para analisar a compatibilização entre níveis de pressão sonora detectados com as normas vigentes.

Segundo o mapa de conformidade apresentado na figura 44, no período das 07h00min às 19h00min, durante o dia, existe a necessidade de redução de valores em torno de 6 dB(A) nas zonas residenciais e 5 dB(A) nas zonas comerciais para adequação à NBR 10.151.

A implantação das barreiras acústicas diminui na parte interna das quadras áreas de vulnerabilidade acústica, a despeito das edificações situadas às margens das vias, ainda sofrerem ação direta do ruído provocado pelo tráfego.

Durante o período noturno, das 23h00min às 07h00min, na parte interna das quadras nota-se a quase inexistência regiões incompatíveis (figura 45), porém, as edificações que localizam-se próximas às vias permanecem afetadas por níveis de pressão sonora fora da conformidade.

Os mapas de ruído são ferramentas que permitem eficientemente a predição de níveis de pressão sonora em regiões edificadas e em processo de implantação.

Estes conseguem subsidiar significativamente profissionais das áreas de planejamento urbano, engenharia, arquitetura e construção civil com informações que contribuam para a melhoria das condições de conforto acústico dos habitantes de novos setores habitacionais.

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