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Os indivíduos produzem teorias sobre a realidade social com o objetivo de construírem um mundo significante. Esta produção é feita em interação social e através da comunicação quotidiana, acontecendo em contextos sociais distintos., pelo que se pode dizer que se trata de um conhecimento social ou pensamento social (Castro & Vala, 2013; Andrade et al., 2016).

As representações sociais de diferentes atores da comunidade desportiva – dirigentes, treinadores e atletas – resultarão de construções realizadas enquanto indivíduos, mas também enquanto elementos desta comunidade ou deste contexto. Neste sentido, este estudo teve como objetivo identificar as representações sociais sobre o abuso sexual, as características dos agressores, fatores de risco e sinais que as vítimas apresentam, no contexto desportivo.

No que se entende por Abuso Sexual na comunidade desportiva, os resultados revelaram que os participantes têm uma representação sobre esta problemática bastante alargada, tendo em conta que os mesmos fazem referência ao consentimento, i.e., à falta dele, não se cingindo apenas a comportamentos específicos como “penetração”, “sexo oral”, “masturbação”, mas contemplando comportamentos abusivos que referem ser de natureza emocional. Apesar da literatura mencionar que o abuso sexual pode ser considerado um ato sexual ou uma atividade de natureza sexual (Bates et al., 1978; Hartill, 2009; Leahy et al., 2002), com contato físico (Agulhas &Alexandre, 2018; Fazenda, 2015), sendo muitas vezes reportado que existe força física e relações sexuais (Fazenda, 2010), estes resultados sugerem que os participantes têm um conhecimento limitado sobre o que é o abuso sexual, tendo em conta que este também pode implicar comportamentos que não envolvem contato físico como voyeurismo, o exibicionismo, a exposição a pornografia, chamadas obscenas, exibicionismo, favorecer, facilitar ou fomentar a prática da prostituição, ou forçar a criança a presenciar atos sexuais de terceiros (art.º 171º, CPP). A referência a comportamentos abusivos de cariz emocional ou verbal parecem denotar uma confusão com outras formas de violência, como por exemplo a violência doméstica que engloba diferentes tipos de abuso, um deles a violência emocional, ou com o próprio conceito de assédio sexual, que remete para uma atenção indesejada de natureza sexual e de género, linguagem desagradável, ameaças, toques não consentidos pela vítima (Brackenridge & Fasting, 2005; Kirby, 1995).

Um dado importante remete para o facto de serem feitas referências ao não consentimento por parte da vítima que o abuso implica, o que pode sugerir que esta questão possa ser reforçada junto da comunidade desportiva, aumentando a consciência sobre este

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fenómeno, procurando-se minimizar a probabilidade de manter um segredo, típica das situações de abuso sexual (Habigzang, Koller & Ramos, 2011).

A criança surge como principal vítima de situações de abuso sexual onde o agressor exerce poder sobre ela. Também é mencionado por todos os participantes o facto de a vítima ser maioritariamente do sexo feminino (Adami et al., 2017; Hartill, 2009) e de existir uma relação assimétrica, em termos de poder, estatuto e idade, entre agressor e vítima. Estes resultados mostram que os participantes têm uma representação próxima sobre características das vítimas e dos agressores, tendo em conta os dados de incidência, e o que é veiculado muitas vezes através dos media. A assimetria de poder vem também espelhada no contexto desportivo, o que vai ao encontro da literatura tendo em conta que os estudos indicam que os agressores sexuais normalmente são figuras de autoridade, nomeadamente treinadores ou elementos da equipa técnica (Brakenridge et al., 2008).

Existe uma patologização do agressor, havendo referência ao facto deste ter doença mental. Estes dados vão ao encontro de outros estudos não só de agressores sexuais como agressores em casos de violência doméstica (Conde & Machado, 2010).

O modus operandi do agressor é percebido pelos participantes, mesmo no contexto desportivo, dado fazerem referência ao facto deste procurar ter uma relação de confiança com a vitima (Adami et al., 2017; APA, 2018). O contexto desportivo torna-se, assim, um contexto de risco tendo em conta que implica uma relação de grande proximidade entre treinador e atleta (Agulhas & Alexandre, 2018).

Ainda que, com menos expressividade em termos de referências, o isolamento nos estágios foi também mencionado como fator de risco deste ambiente. Esta questão remete para algumas características que os agressores tentam encontrar nas vítimas: menor supervisão e isolamento (Agulhas et al., 2019)

Na dimensão do conjunto de sinais possíveis das vítimas de abuso sexual, os resultados revelam que a comunidade desportiva identifica emoções negativas, comportamentos internalizantes, sinais físicos, sinais psicopatológicos, comportamentos externalizantes e comportamentos sexuais. O medo e a baixa autoestima são as emoções negativas mais partilhadas na comunidade desportiva para representar alguns dos sinais das vítimas de abuso (com a exceção das dirigentes do sexo feminino). Sentimentos de revolta e raiva fazem parte também dos sinais da vítima partilhados pela comunidade, sendo mais expressivo o conhecimento partilhado pelas atletas e treinadoras do sexo feminino. A vergonha e tristeza são

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emoções negativas experienciadas pelas vítimas segundo a representação dos treinadores e atletas de ambos os sexos. O isolamento é o comportamento internalizante que toda a comunidade desportiva tem conhecimento partilhado, como sinal da vítima de abuso. A vítima tem sinais físicos, como marcas que foi partilhado por toda a comunidade, sem especificarem exatamente quais as lesões físicas. Contudo, foi mencionado uma vez pelas atletas do sexo feminino “consequências nos órgãos genitais”. Segundo Fazenda (2010), são identificadas algumas crenças que a sociedade suporta, nomeadamente: as situações de abuso deixam sempre marcas físicas do abuso. A depressão e sinais psicológicos sem especificação por parte da comunidade, foram conhecimento partilhado por toda a comunidade desportiva, de sinais psicopatológicos de uma vítima de abuso. A ansiedade, com menos expressividade, foi apontada como sinais das vítimas pelos treinadores e atletas. Como comportamentos externalizantes a comunidade identificou na sua maioria como mudanças de comportamento e a agressividade, conhecimento partilhado pelos treinadores e atletas na sua maioria. Os sinais das vítimas podem conter indicadores comportamentais, incluindo comportamentos externalizantes, que de facto é consistente com uma maior agressividade, irritabilidade e como exemplo de uma mudança de comportamento- o declínio do rendimento escolar (Agulhas & Alexandre, 2018). Nos comportamentos sexuais a comunidade com exceção das dirigentes femininas, identificou constrangimento na intimidade como sinal de uma vítima de abuso. Estes resultados revelam algum conhecimento partilhado à cerca dos sintomas das vítimas por parte da comunidade desportiva pois a literatura está de acordo que o abuso sexual tem impactos negativos na saúde mental das crianças e jovens vítimas, tendo consequências a curto e longo prazo na saúde da vítima. Estas consequências são manifestadas tanto física como psicologicamente.Maior agressividade, irritabilidade e mudança de comportamento (declínio do rendimento escolar) são exemplos de algumas consequências. Como também, manifestações físicas: gravidez indesejada, doenças sexualmente transmissíveis e outras lesões físicas; manifestações psicológicas: perturbação cognitiva, emocional e comportamental, sintomatologia ansiosa e depressiva associada a perturbação pós stress traumatico; manifestações sociais: o abandono escolar, disfunção familiar; e comportamentos sexualizados como: a prostituição, masturbação compulsiva, promiscuidade sexual, comportamento sexual inadequado para a idade e expressão sexualizada do afeto (Adami et al., 2017; Agulhas e Alexandre, 2018; Alaggia, 2010; APA, 2018). O facto de as crianças demonstrarem comportamentos explícitos de abuso sexual é identificado como uma crença que a sociedade suporta (Fazenda, 2010).

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Conclusões

Este estudo veio permitir analisar que os elementos da comunidade desportiva têm uma representação do abuso sexual em geral, das vítimas e dos agressores, espelhado num conhecimento mais adequado desta problemática. Esta questão é fundamental se pensarmos na importância de realizar ações de prevenção junto destes públicos. Visto que a média de idades dos participantes é de 33 anos e que se considerou atletas com mais de 18 anos, seria interessante usar este conhecimento para futuramente trabalhar com atletas de idade inferior em ações preventivas. Na perspetiva das representações sociais da comunidade desportiva resultaram construções de conhecimento partilhado enquanto indivíduos, mas também enquanto profissionais da área de desporto.

É de notar a importância desta amostra com um número de participantes significativo neste estudo, pois existem poucos estudos em Portugal sobre esta problemática no contexto do desporto. Apesar do estudo ter sido divulgado junto de várias potenciais funções na organização desportiva, as respostas dos participantes foram na sua maioria de treinadores e atletas, não tendo havido oportunidade de adicionar médicos, fisioterapeutas, árbitros ou outros membros de uma organização desportiva na análise. Esta será uma questão importante a considerar em estudos futuros.

Tendo em conta que o número de unidades de registo sobre fatores de risco específicos do contexto desportivo foi menos expressivo do que para as outras dimensões, seria importante explorar em investigações futuras que se foquem apenas neste ponto, tendo em conta que o facto da perguntas serem abertas pode ter gerado um menor número de unidades de risco sobre esta matéria considerando-se que era uma das últimas questões do questionário.

Não obstante estas questões espera-se que este estudo venha a abrir caminho, realização e ações de formação em clubes, envolvendo entidades maiores (IDPJ e Comité Olímpico de Portugal). Em que se crie uma ligação entre a academia com estas entidades para promover sistemas de proteção das crianças.

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Anexos Anexo A: Questionário

“Quais as Representações Sociais sobre o Abuso Sexual na Comunidade Desportiva” Introdução:

A investigação para a qual solicitamos a sua colaboração está a ser desenvolvida no âmbito do Mestrado em Psicologia Comunitária e Proteção de Crianças e Jovens do ISCTE-IUL – Instituto Universitário de Lisboa, pela mestranda Maria Gama, sob supervisão da Professora Doutora Joana Alexandre.

Pretende-se com esta investigação averiguar que representações existem sobre a problemática do abuso sexual em contextos desportivos. Para o efeito gostaríamos que participassem apenas pessoas que estão ligadas a este contexto: dirigentes, atletas maiores de 18 anos, treinadores, médicos, fisioterapeutas ou outros profissionais que atuem neste contexto.

A sua participação nesta investigação é de enorme importância pois confere um contributo de grande relevância à temática em questão. Não existem respostas certas ou erradas, queremos apenas a sua opinião.

A sua participação é naturalmente voluntária e é livre de desistir a qualquer momento se assim o desejar. O questionário demora apenas 10 minutos a ser respondido. Caso aceite participar, pedimos-lhe que responda a todas as questões, mesmo que seja de forma breve.

Os dados recolhidos são confidenciais e anónimos, sendo tratados de forma global e não individualizada.

Ao aceitar preencher o questionário declara ter tomado conhecimento dos objetivos do estudo e do que lhe é pedido, participando voluntariamente e concorda que os dados sejam trabalhados anonimamente pelos investigadores envolvidos no estudo, não restringindo o uso dos resultados para os quais o estudo se dirige.

Caso tenha alguma questão relativa ao questionário queira por favor enviar um email para maria_gama@iscte-iul.pt

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Gratas pela sua disponibilidade e colaboração!

1. O que entende por abuso sexual?

2. Sabe se o abuso sexual é um crime para qual existe uma moldura penal especifica? Sim ou Não

3. Quem são habitualmente as vítimas de abuso sexual? 4. Que sinais podem apresentar as vítimas de abuso sexual? 5. Quem são os agressores e quais as suas características?

6. Já alguma vez se viu numa situação em que achou estar na presença de um/a atleta menor de idade, vítima de abuso sexual?

Sim Não

Prefiro não responder

7. Em caso afirmativo, o que o levou a pensar nisso? 8. Como reagiu?

9. Conhece os mecanismos existentes para apresentar uma queixa? Sim

Não

10. O que leva as pessoas a não reportar uma eventual situação de abuso sexual? O que pesa nessa decisão (de reportar ou não)?

11. No contexto Desportivo, considera haver fatores de risco específicos que aumentem a probabilidade de ocorrência de situações de abuso sexual?

12. Considera que existem sistemas internos de proteção de crianças e jovens que visem prevenir potenciais situações de abuso sexual (i.e dentro de organizações desportivas a proteção das crianças é assegurada por exemplo através de regulamentos de conduta em balneários). Em caso afirmativo, quais?

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13. Consideraria útil serem pensadas formações ou workshops sobre a temática do abuso sexual (por ex., aumento de conhecimentos sobre o tema, competências para lidar com uma potencial situação de abuso sexual) para profissionais da área desportiva?

14. Para finalizar gostaríamos de lhe pedir alguma informação pessoal. Sexo:

Masculino Feminino

15. Idade: _____

16. Dentro da organização desportiva à qual pertence, que função ocupa: -Atleta -Dirigente -Treinador -Médico -Fisioterapeuta -Árbitro -Outra

Se respondeu outra, qual? ______

17. Este espaço é seu. Use-o se quiser deixar algum outro comentário sobre a problemática em questão.

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Anexo B: Abuso sexual - Consentimento

Consentimento Unidades de registo

Não há consentimento 213 Incapacidade de consentimento 15

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Anexo C: Abuso sexual - Outras formas de violência

Outras formas de violência Unidades de registo Crimes contra a liberdade sexual

Assédio 11

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Anexo D: Abuso sexual - Motivos do agressor

Motivos do agressor Unidades de registo

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Anexo E: Abuso sexual- Enquadramento penal

Enquadramento penal Unidades de registo

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Anexo F: Sinais da vítima- Comportamentos sexuais

Comportamentos Sexuais Unidades de registo Constrangimento na intimidade 15

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Anexo G: Definições operacionais dos resultados

Abuso sexual

1. Consentimento: Este tema surgiu dos dados da amostra. De acordo com o Código Penal, o consentimento informado é a escolha de participar voluntariamente numa determinada situação, que implica ter capacidade de compreensão da natureza e consequências desta. 1.1. Não há consentimento: este subtema surgiu através dos dados dos participantes, e

consiste na inexistência de consentimento por parte das vítimas

1.2. Incapacidade de consentimento: surgiu através dos dados dos participantes, e consiste na incapacidade de as vítimas darem o consentimento, seja verbal ou fisicamente.

2. Comportamentos Abusivos: Este tema surgiu através dos dados, sendo que os participantes mencionaram diferentes tipos de comportamentos que se enquadravam em comportamentos físicos e emocionais, isto é, no que estes entendem por abuso sexual foi necessário para os participantes tipos de comportamento que representem o abuso sexual.

2.1. Físicos: este subtema surgiu dos dados da amostra e está também descrito na lei. Os atos sexuais que envolvem comportamentos que estão descritos na lei, são na sua maioria comportamentos físicos.

2.1.1. Ações sexuais: este código surge dos dados da amostra, e consiste na descrição de abuso sexual (comportamentos) que os participantes usam na maioria das suas respostas, descrevendo sempre como uma atividade sexual com comportamentos específicos sexuais também.

2.1.2. Interação íntima e física: este código surge dos dados da amostra, quando os participantes descrevem que o abuso sexual é um ato onde envolve interação física e íntima.

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2.1.3. Violência e ataque à integridade física: este código surge dos dados da amostra, e consiste na descrição dos participantes para quando a vítima é atacada

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