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Esta subseção abordará os resultados alcançados por nossa pesquisa, de acordo com objetivos propostos e as questões que nortearam o estudo.

O primeiro discurso analisado foi Invólucros de Luis Fernando Veríssimo. Por meio de nossa análise, verificou-se que o tema central do discurso é evolução. Em cada parágrafo analisado, o sentido de evolução é diferente. A princípio, evolução refere-se à teoria darwiniana, a qual sugere que a espécie evolui por meio da seleção natural: os seres que permanecem são aqueles que melhor se adaptam às novas condições do ambiente. No caso do discurso, as pessoas de dedos finos sobreviveriam, e as de dedos grossos desapareceriam. Explicitamos esse sentido de evolução ao contrastar as entidades lexicais obsoletas e evolução. Dessa forma, as pessoas de dedos grossos se tornariam obsoletas. Outro segmento relacionado à obsolescência é o desaparecimento de dois dos cinco dedos de cada mão, já que eles seriam inúteis. Nesse discurso, algo obsoleto pode ser expresso pelo aspecto fora de uso DC inútil. Esse aspecto está implícito nos enunciados:

a. Se vale a teoria da seleção natural de Darwin, as pessoas com dedos grossos se tornarão obsoletas, não se adaptarão ao mundo da microtecnologia e logo desaparecerão.

b. Há quem diga que, como os miniteclados impossibilitam a datilografia tradicional e, com o advento das calculadoras, os cinco dedos em cada mão perderam a sua outra utilidade prática, que era ajudar a contar até dez, os humanos do futuro nascerão só com três dedos em cada mão [...]

Podemos resumir o primeiro parágrafo pelo bloco semântico: o que não tem necessidade desaparece. Percebe-se isso com o desaparecimento das pessoas de dedos grossos, não mais úteis à sociedade tecnológica, e dos dedos que ficarão sem uso com o desaparecimento da datilografia tradicional. Contudo, o locutor também assume outro bloco semântico: o que tem necessidade permanece. É o caso dos outros três dedos da mão. Dessa forma, o sentido de evolução no primeiro parágrafo pode ser resumido nos aspectos recíprocos: necessário DC se mantém e neg necessário DC neg se mantém, como mencionamos na análise.

O tema evolução permanece no segundo parágrafo, porém, com um sentido diferente. Se no primeiro parágrafo tratava-se de uma evolução que selecionava seres e características, no segundo parágrafo, é uma evolução que promove o aprimoramento da espécie humana.

Evolução toma esse sentido por meio de sua relação com aperfeiçoamento. É nesse ponto do discurso que o locutor justifica o título. Os invólucros do qual o título trata não são quaisquer invólucros, mas dois em específico: primeiramente os de celofane que envolvem a maioria dos produtos adquiridos atualmente, e, em seguida, a pele humana. Relacionando esses dois tipos de invólucros à evolução, o locutor propõe dois tipos de aperfeiçoamento do ser humano. São eles: o nascimento com dente cuneiforme para abrir invólucros de celofane e o nascimento dos bebês futuros com pele de celofane, em lugar da pele normal.

O sentido de evolução nesse parágrafo pode ser obtido a partir dos aspectos: dispositivo natural ao homem DC evolução e pele de celofane DC evolução. Vê-se, com isso, que não se trata da mesma evolução do primeiro parágrafo. A progressão temática do primeiro para o segundo parágrafo se dá, principalmente, por questões lexicais. No primeiro parágrafo tínhamos o aspecto neg necessidade DC desaparecimento, proveniente de obsoleto. Já no segundo parágrafo temos o aspecto necessidade DC surgimento, proveniente de aperfeiçoamento.

Assim como aconteceu com o segundo parágrafo, o terceiro também mantém o tema evolução. Nesse parágrafo, evolução é aquilo que põe fim a certos problemas sociais, como o racismo. Evolução passa a ter esse sentido, principalmente, em relação com a palavra equalizador. A pele de celofane, com a qual os bebês nasceriam, seria uma evolução do ser humano que teria por consequência o fim do preconceito racial. O sentido principal do parágrafo pode ser retomado pelo aspecto evolução DC igualdade.

Como analisado, as entidades lexicais promovem a progressão temática do discurso. Outro recurso também utilizado pelo locutor é o uso de articuladores. Como previmos na introdução desta pesquisa, os articuladores, quando em uso, nem sempre apresentam a significação que a Linguística Textual lhes confere. Dos diversos articuladores e analisados, muitos deles não tinham a função de somar ideias. Um exemplo disso é o articulador e presente no enunciado: ―Telefones celulares, agendas eletrônicas e computadores portáteis cada vez mais compactos, e, portanto com teclas cada vez menores, pressupõem usuários com dedos finos‖. Como comentamos na análise, não se trata de uma soma de características ser compacto e ter teclas menores. Uma característica é dependente de outra, porque ser compacto pode indicar outras continuações, como, por exemplo, ser compacto e ser fácil de carregar. Portanto, o uso dos articuladores em si não promove a coesão, como também não se pode afirmar que o articulador isolado tem um sentido completo: da mesma forma como as

entidades lexicais só completam seu sentido na relação com as demais a sua volta, os articuladores também não podem ser vistos isoladamente. Não se quer afirmar, contudo, que se poderia, então, usar qualquer articulador em qualquer situação. Assim como os demais elementos linguísticos, eles têm em si orientações de uso, que apontam de que formas eles podem, ou não, ser utilizados. O que se argumenta é que não se pode esperar que o articulador, isoladamente, determine o tipo de relação existente entre dois enunciados ou segmentos.

Com o que foi analisado, pode-se afirmar que o discurso em questão apresenta coesão e coerência. A Linguística Textual concebe coesão como as ligações entre os elementos da superfície do texto, segundo Koch (2012A). A autora fala em coesão sequencial, e foi nesse tipo de coesão que nos detivemos, mormente, nesta análise. Como visto na fundamentação teórica deste trabalho, coesão sequencial é aquela que se utiliza de elementos como articuladores e relações semânticas entre os elementos para fazer com que o texto progrida. Observamos que, no discurso Invólucros, há o uso de articuladores e elementos lexicais para fazer com que o tema progrida.

É possível construir um sentido a partir do todo o texto, dessa forma, afirma-se que o texto é coerente. Já afirmamos na fundamentação teórica e reiteramos agora: coesão e coerência são fenômenos que, na maioria das vezes, acontecem juntos.

Da mesma forma como em Invólucros, no discurso intitulado Não dê sua opinião observamos os fenômenos coesão e coerência. Pode-se construir um sentido global do discurso, o que o faz ser coerente, e os elementos de sua superfície estão interligados, seja por meio de elementos lexicais, ou por articuladores. O tema central desse discurso é a diferença entre ter e dar opinião. O locutor desenvolve seu discurso a partir dos aspectos dar opinião DC obter resultado ruim e ter opinião DC obter resultado bom. Da mesma forma como o discurso anterior em que evolução apresenta diferentes sentidos em cada parágrafo, em Não dê sua opinião, o ato de dar opinião também apresenta nuances diferentes de sentido ao longo do discurso. No entanto, diferentemente de evolução que adquire sentidos negativos e positivos, como o desaparecimento de certos membros da espécie, e o aprimoramento, respectivamente, dar opinião sempre aponta para resultados negativos. Ao longo do discurso, o locutor justifica sua posição, segundo a qual ―Dar opinião faz mal‖.

O locutor dá continuidade ao seu discurso explicando por que dar opinião é negativo. Seu discurso progride, primeiramente, por meio de uma suposta acusação que lhe poderiam

fazer: a de que ele diz aos outros que não opinem, no entanto, ele próprio opina. Ele admite opinar, mas diz que tenta opinar cada vez menos. Neste ponto do discurso, ele explora o quão difícil é não opinar. Percebe-se essa dificuldade por meio do aspecto dificuldade PT tentativa, que é a AI de esforço no discurso analisado. É o bloco semântico não dar opinião é difícil que o locutor desenvolve nesse ponto. Ele elenca os motivos pelos quais é tão difícil não opinar: e o faz por meio da relação entre esforço e instando. O locutor, bem como os seus interlocutores, devem fazer um esforço para não opinar, pois as oportunidades de opinar são muito variadas e, mais do que isso, há certos momentos em que as pessoas são, de certa forma, forçadas a opinar: em eleições, em pesquisas, etc. Com o enunciado ―E isso faz mal‖, o locutor retoma tudo o que foi dito até o momento no discurso por meio do pronome isso. A Linguística Textual chama esse fenômeno de Encapsulamento Anafórico. Ele é anafórico porque remete a uma porção anterior do discurso. Pela ANL, podemos dizer que, no discurso analisado, o sentido de isso pode ser explicitado pelo aspecto posicionar-se DC opinar. Isso não é um pronome vazio, como seria em uma lista de pronomes na gramática. No discurso, ele adquire esse sentido de ―dar opinião faz mal‖ por se relacionar com as demais entidades linguísticas presentes.

O fazer mal, nesse discurso, está relacionado ao aspecto: apoiar uma opinião DC rechaçar outra opinião, que é a AI de tomar partido. O locutor diz que, ao tomar partido, as pessoas podem vir a ser dependentes de sua opinião, e, dessa forma, transformar a divergência entre opiniões em um problema pessoal com o indivíduo de opinião diferente. Esse é um dos malefícios consequentes de dar opinião. Outro é o de se tornar excessivamente crítico e ver o mundo apenas por um ângulo negativo.

O discurso Não dê sua opinião faz constantemente um jogo de retomadas de tema e rema: o rema de um enunciado passa a ser o tema de outro. Como vimos na análise, os aspectos abaixo mostram isso:

atrelar-se à opinião DC fazer mal

atrelar-se à opinião DC tornar a opinião parte de si

tornar a opinião parte de si DC neg poder mudá-la

neg poder mudar de opinião DC ser vítima da coerência

Essa estratégia é uma das citadas pela Linguística Textual como sendo promotoras da coesão textual. Outra estratégia, já citada, é a utilização dos conectores.

Da mesma forma que em Invólucros, nesse discurso os articuladores nem sempre se prestam à função que a Linguística Textual lhes garante. Assim como no primeiro discurso, nesse segundo o conector e também não é usado com o sentido de adição. No enunciado ―Não falo sobre TER opinião, e sim de emiti-la‖, o articulador e marca uma relação de oposição entre ter e emitir uma opinião. Como mencionamos na análise, e poderia ser substituído por mas, ou outro articulador da mesma ordem. Novamente conclui-se que, embora o articulador tenha em si uma orientação de uso, ele sozinho não tem sentido: seu sentido se constrói na relação com os segmentos que por ele ligados.

Assim como os outros discursos analisados, o terceiro Em caso de despressurização também apresenta o que a Linguística Textual chama de coesão e coerência: seus elementos de superfície estão interligados fazendo com que seja possível construir um sentido global.

O bloco semântico que perpassa o discurso é Para poder ajudar aos outros, devo ajudar-me primeiro. Contudo, esse bloco não é o primeiro ponto de vista a ser apresentado no discurso. O primeiro ponto de vista é o das mães que, ao verem as instruções nos voos que pedem para que as máscaras de oxigênio sejam postas primeiro em si e somente depois nos seus dependentes, chocam-se com o pedido, pois para elas, o lógico seria salvar o outro, para depois salvar-se, representado pelo aspecto salvar ao outro primeiro DC salvar-se depois. O locutor rejeita esse ponto de vista e apresenta o seu, explicitado no aspecto neg estar em condições DC neg poder ajudar. É nesse ponto que o locutor apresenta o bloco semântico.

A princípio, trata-se apenas da situação de possível necessidade em voos, mas, embora o bloco Para poder ajudar aos outros, devo ajudar-me primeiro seja retomado, há o que a LT chama de progressão temática. Pela ANL, analisamos essa progressão temática pelas relações que o bloco apresentado tem com os diferentes enunciados que se referem situações cotidianas apresentadas pelo locutor. No primeiro parágrafo, trata-se de colocar a máscara de oxigênio em si próprio para continuar consciente e ter a capacidade de colocar a máscara em tantas pessoas quantas precisarem de ajuda. No decorrer no discurso, o ajudar-se passa a ser aprender, cuidar da saúde, ter bons relacionamentos, entre outros.

O aspecto ajudar o mundo DC ajudar-se primeiro é um aspecto genérico, ou seja, a partir dele, muitos enunciados podem ser construídos com o mesmo sentido. O locutor apresenta tal aspecto no enunciado ―se quer colaborar com o mundo, comece por você‖, mas

faz seu discurso progredir por meio de exemplificações que apresentam situações mais específicas que remetem àquele aspecto. Os aspectos que especificam aquele são os que seguem, que correspondem às AI dos enunciados:

casa limpa DC cidade limpa

justiça com a empregada DC mundo justo

atitude de bom motorista DC trânsito melhor

solução dos próprios problemas DC vida melhor para todos

Aqui, o bloco semântico Para poder ajudar aos outros, devo ajudar-me primeiro é novamente recuperado. Seu sentido agora é o de que pequenas atitudes podem dar origem a grandes mudanças na sociedade.

Vimos, novamente, nessa análise, que as retomadas não são meramente um recurso para evitar repetições. Na retomada de salvar o mundo por essa missão heroica e tão bem intencionada não temos apenas uma referência a uma expressão anterior, mas um acréscimo, muito relevante, de sentido. O salvar o mundo não é uma atitude simples ou comum, mas algo que demanda heroísmo e bravura. Esse sentido pode ser expresso nos aspectos tarefa difícil DC atitude de extrema grandeza e salvar o mundo DC missão heroica, respectivamente AI de missão heroica e AE de salvar o mundo.

O bloco semântico principal continua sendo retomado no discurso. Nesse ponto, contudo, o locutor prevê que pode haver críticas a seu ponto de vista. Ele afirma que muitos podem compreender o ajudar-se primeiro como estar com a vida perfeita, sentido expresso pelo aspecto ter vida perfeita DC ajudar o outro. Contudo, o ponto de vista do locutor é neg ter vida perfeita PT ajudar o outro. Isso mostra que, de fato, a relação entre os sentidos dos enunciados, expressos por suas AI são capazes de promover a progressão temática. Para justificar seu ponto de vista, o locutor diz que as pessoas que têm problemas são mais capazes de se comover com os problemas dos outros de forma a mudar a sua vida e a dos demais. Esse tipo de pessoa é caracterizado pelo aspecto ter problema DC resolver, que é a AI de agir.

Novamente, a relação entre uma entidade lexical e seu cotexto determina seu sentido. Percebe-se isso pela continuidade dada ao discurso. Primeiramente, trata-se apenas de agir, ou seja, fazer algo para solucionar problemas. No parágrafo seguinte, agir ganha um acréscimo e seu sentido, e passa a ser agir com coerência. Esse sentido é explicitado pelos aspectos:

vestir camiseta pró-ecologia PT poluir

vestir camiseta pró-ecologia PT desperdiçar

Como nos discursos anteriores, os articuladores estão presentes nesse e sua função pode ser explicada pela ANL. No segundo parágrafo, temos o articulador porque. A LT o classificaria como explicativo, mas pela ANL, o vemos como marcando uma relação normativa entre os segmentos, representada pelo aspecto: colocação da máscara em si próprio primeiro DC imagem aflitiva. O articulador e, também no terceiro parágrafo, pode ser visto como marcando uma relação normativa entre os segmentos, explicitada no aspecto: salvar o outro primeiro DC salvar-se depois.

Outro articulador também marca uma relação de interdependência semântica entre os segmentos do enunciado, representado no aspecto: querer ajudar o mundo DC ajudar-se primeiro. Trata-se do articulador se. Os demais articuladores presentes no discurso também podem ser analisados em termos da ANL, como descrevemos ao longo das análises. É importante ressaltar, mais uma vez, que não são os articuladores por si que estabelecem o tipo de relação existente entre os enunciados, sua função é marcar essa relação. Isso pode ser observado no último parágrafo, em que não há articuladores entre os enunciados, porém sua relação pode ser explicitada, como vemos nos aspectos abaixo:

querer salvar o mundo DC analisar o próprio comportamento

analisar o próprio comportamento DC ser egoísta

analisar o próprio comportamento PT neg ser egoísta

cuidar do espírito DC ajudar aos outros

cuidar do humor DC ajudar aos outros

arrumar o cotidiano DC ajudar aos outros

estar bem consigo próprio DC ensinar aos outros

Colocar articuladores entre os enunciados somente tornaria a relação entre os segmentos mais evidente. Isto é, comprova-se aqui o que consta na fundamentação teórica: o conector deve ser escolhido de acordo com a relação que os segmentos mantêm entre si, não é o conector que promove a relação.

Na seção seguinte, faremos a conclusão do trabalho que abordará a pesquisa como um todo, repassando todo seu processo de construção.

4 Considerações Finais

Esta pesquisa se fundamenta na Teoria da Argumentação na Língua, cujos preceitos básicos são: a língua é essencialmente argumentativa, ou seja, cada palavra ou expressão na língua orienta para uma continuação, isto é, apresenta orientação argumentativa, que permite certas continuidades e veta outras; e o sentido é construído na relação entre os elementos de um enunciado ou discurso. A motivação para a pesquisa surgiu durante os estudos sobre a Teoria da Argumentação na Língua. A ideia de relação, sempre presente nos textos de Ducrot e Carel, parecia estar estreitamente ligada ao conceito de coesão, uma vez que ambos lidam com a ligação entre elementos. Porém, a Linguística Textual, responsável pelo trabalho com coesão, apenas descreve os processos pelos quais a coesão acontece. Entendemos que é esse seu papel, pois se trata de uma teoria descritiva. Assim sendo, a LT faz o que se propõe a fazer. A maioria dos textos teóricos que trabalham com coesão afirmam que esse fenômeno ocorre juntamente com o de coerência, que diz respeito ao sentido, mas, novamente, há, nos trabalhos já existentes, uma descrição dos processos pelos quais o leitor percebe, ou não, a coerência de um texto. Dessa forma, surgiu a hipótese de que a ANL poderia, por meio de uma análise explicativa, auxiliar a explanar de que forma os sentidos são construídos em um texto dito coeso e coerente. Além disso, quando a LT trata da coesão referencial, pouca relevância é dada às diferenças de sentido obtidas quando da substituição de um vocábulo por outro10. Sendo uma teoria enunciativa, a ANL pode apontar nessas substituições lexicais as marcas do locutor e seu posicionamento frente ao que é dito, o que a LT não pode fazer. Isso porque a ANL/TBS tem por objetivo a descrição semântica das entidades lexicais e a explicitação dos sentidos resultantes das relações entre os elementos de um texto/discurso. Contudo, é importante ressaltar que a ANL concentra seus estudos no sistema da língua, buscando nele suporte para as explicações sobre o que acontece no discurso.

Nosso objetivo, ao iniciar este trabalho, era o de explicar os fenômenos coesão e coerência por meio da aplicação da ANL, investigando de que forma poderíamos explicitar, por meio de encadeamentos argumentativos, as relações existentes entre os elementos de um discurso, os quais fazem com que ele seja coerente e coeso. Constatamos que é, de fato,

10

Referimo-nos, aqui, aos estudos tradicionais de Linguística Textual citados na fundamentação teórica do trabalho. Os estudos mais atuais sobre Referenciação já apresentam uma abordagem diferenciada dos processos referenciais que ocorrem nos textos. Ver, por exemplo, Referenciação. Organizadoras : Mônica Cavalcante, Bernardete Biasi Rodrigues, Alena Ciulla. São Paulo : Contexto, 2003.

possível analisar os fenômenos coesão e coerência em termos na ANL. Para alcançar os objetivos, buscamos, na fundamentação teórica, os conceitos e processos utilizados pela