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jogadores, bem como de toda a equipa. Desta forma ela terá de ser altamente eficaz e variada (Hercher, 1983).

Araújo (1992) aponta a abordagem inicial dos gestos básicos do jogo, como um dos aspectos mais importantes a ser ponderado na preparação técnica do Basquetebol.

O lançamento surge como sendo uma habilidade específica que permite uma avaliação rápida e objectiva do desempenho em Basquetebol, sendo considerado como uma das variáveis de maior diferenciação do valor dos atletas (Brooks e col. 1987, cit. por Brandão, 1995).

Hercher (1983), considera o Lançamento como a parte final de todos os ataques. Para o mesmo autor, o lançamento é o elemento mais difícil da técnica do Basquetebol, pois este deverá ser preciso e harmonioso. Adelino (2003) vai mais longe ao afirmar que o lançamento é o elemento técnico mais importante do Basquetebol, pois é em função dele que se definem os principais objectivos do jogo: marcar cesto não deixando o adversário fazer o mesmo.

5 . 1 . N ú m e r o d e L a n ç a m e n t o s p o r Z o n a s d e F i n a l i z a ç ã o

e m F u n ç ã o d o N í v e l d e C o m p e t i ç ã o

O Gráfico 5.1. apresenta a frequência do número de lançamentos realizados face ao nível de competição/ escalão etário.

Total

Escalão Zona 1 Zona 2 Zona 3 Zona 4 Zona 5 Zona 6 Zona 7 Zona 8 Zona 9

Iniciados 173 32 75 21 31 68 21 338 262

Cadetes 242 48 53 26 32 36 19 246 144

Juniores 214 74 72 24 58 67 20 214 270

0 50 100 150 200 250 300 350 NºLançamento 1 2 3 4 5 6 7 8 9Iniciados Juniores Seniores Cadetes Escalao Zonas Total de Lançamentos

Iniciados Juniores Seniores Cadetes

Gráfico 5.1. Total de Lançamentos nas diferentes zonas de Finalização face ao nível de competição.

De acordo com a análise deste gráfico, o perfil do número total de lançamentos é semelhante para os diferentes níveis de competição. O número de lançamentos realizados ao cesto nas zonas 1, 8 e 9 destaca-se das outras zonas de finalização, o que não surpreende visto que estas são as zonas mais próximas do cesto.

As características do lançamento ao cesto, que nitidamente fazem distinguir o Basquetebol dos outros JDC, provem da posição horizontal do aro, da altura a que ele se encontra do solo, e das dimensões reduzidas que apresenta face ao diâmetro da bola. Trata-se de um conjunto de particularidades que hoje quase passam despercebidas, mas que, na sua origem, foram consequências das preocupações do Dr. Naismith em procurar arranjar um jogo onde a destreza se sobrepusesse à força. Por tal, o jogador de Basquetebol, tem necessidade de possuir uma maior capacidade de destreza, uma maior acuidade visual, e principalmente, uma fina coordenação óculo-manual, a fim de garantir a maior precisão deste gesto (Adelino, 2003). Contudo, apesar das zonas 1, 8 e 9 serem as mais próximas do cesto, o dominó da força e pontaria deverão ser elevados.

Por outro lado, as zonas 4 e 7, apresentam os valores mais baixos de tentativas de lançamento ao cesto nos diferentes níveis de competição.

Na generalidade, os jogadores de basquetebol preferem realizar o lançamento com o apoio da tabela, uma outra característica que distingue o Basquetebol dos outros JDC. A tabela é um suporte muito importante para o lançamento o cesto, é uma referência fundamental para os

jogadores, por esta razão é que as zonas 4 e 7 não são tão solicitadas como as restantes zonas de finalização.

Neste domínio, parece evidente uma menor predisposição dos jogadores para lançarem ao cesto sem a referência da tabela. Por outro lado, estes resultados podem expressar um nível de jogo pouco profundo, em termos de jogo no “campo todo”.

De acordo com Ibáñez-Godoy (2001), Tsitskaris et al (2002), Silva (2003) e Silva (2004) os níveis de competição mais evoluídos apresentam um maior número no total de lançamentos de 2 pontos realizados e convertidos.

O presente estudo encontra resultados semelhantes visto ser no escalão de Iniciados que se realizam, na generalidade o menor número de lançamentos ao cesto, com a excepção da zona 8 onde se destaca ligeiramente dos outros escalões.

É nossa opinião que, os diferentes níveis de competição apresentam em média baixos valores de lançamentos por jogo, podendo e devendo realizar mais lançamentos. Aumentando o número de lançamentos por jogo, é obvio que se aumenta também a possibilidade de converter mais cestos e assim apresentar uma eficácia mais elevada. Por outro lado, apesar dos níveis de competição superiores revelarem valores maiores de lançamentos ao cesto, parece-nos que este número é reduzido nomeadamente quando comparados com resultados obtidos por Ibáñez- Godoy (2001).

5 . 2 . N ú m e r o d e L a n ç a m e n t o s p o r E f i c á c i a e m F u n ç ã o d o

N í v e l d e C o m p e t i ç ã o

O Gráfico 5.2. apresenta a frequência de Eficácia do lançamento face ao nível de competição/ escalão etário.

Eficácia

Escalão Zona 1 Zona 2 Zona 3 Zona 4 Zona 5 Zona 6 Zona 7 Zona 8 Zona 9

Iniciados 41,0% 12,5% 25,3% 9,5% 12,9% 16,2% 23,8% 43,5% 35,6%

Cadetes 50,4% 27,1% 32,1% 30,8% 18,8% 25,0% 21,1% 45,1% 34,0%

Juniores 52,3% 24,3% 16,7% 41,7% 24,1% 20,9% 30,0% 49,5% 39,3%

0% 20% 40% 60% Percentagem 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Iniciados Juniores Cadetes Seniores Zonas Escalão Eficácia

Iniciados Juniores Cadetes Seniores

Gráfico 5.2. Eficácia nas diferentes zonas de Finalização face ao nível de competição.

Da análise ao Gráfico 5.2. constata-se que de uma forma geral o escalão de Seniores apresenta uma maior eficácia nas diferentes zonas de finalização, ao contrário do que se verifica com o escalão de Iniciados.

O escalão de Juniores apresenta o perfil de eficácia mais irregular nas diferentes zonas de finalização consideradas.

As características que distinguem o tipo de jogo do escalão de Iniciados dos Seniores parecem expressar os resultados do presente estudo. Assim, durante o jogo, os Iniciados finalizam o ataque fundamentalmente em contra-ataque, e quando isso não acontece finalizam o ataque de forma irreflectida. Este é o escalão mais inexperiente, impulsivo e ingénuo. Já o escalão de Seniores realiza um jogo com ataques mais demorados e conscientes, revelando maior experiência relativamente aos outros escalões. Isto poderá talvez ser explicado pelo número de anos de prática da modalidade, pelo maior nível de competitividade que este escalão tem relativamente aos outros escalões e, sobretudo, por um domínio mais eficiente da técnica de lançamento.

Uma visão global dos resultados obtidos permite verificar que o investimento nos lançamentos de longa distância é reduzido. Esta constatação pode significar uma menor confiança na capacidade de associação entre força e habilidade necessárias para a realização, com sucesso, destes lançamentos. Por outro lado, pensam que o treino do lançamento é normalmente “esquecido” pelos treinadores, não na sua quantidade mas fundamentalmente na

qualidade e correcção da sua execução. Importa não esquecer que é no treino que o valor de uma equipa e dos jogadores se constrói e é no jogo que se traduz as aquisições conseguidas durante a preparação (Araújo, 1992).

6. CONCLUSÕES

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