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2.3 FATORES DE RISCO

2.3.2 FATORES DE RISCO INFLUENCIÁVEIS

2.3.2.1 Dislipidemias

Segundo YAZEBEK (1994), dislipidemias são distúrbios do metabolismo lipídico, níveis aumentados de um ou mais constituintes do sangue (hiperlipidemias), com elevação plasmáticas de uma ou mais classes de lipoproteínas (dislipoproteinemias), predispondo o indivíduo a desenvolver a aterogênese.

Para SOCIEDADE DE CARDIOLOGIA DO ESTADO DE SÃO PÀULO (SOCESP, 1994), as dislipidemias são caracterizadas por transtornos do metabolismo das lipoproteínas, sendo consideradas primárias, quando relacionados a condições genéticas e ambientais e secundárias quando associadas a outras enfermidades. As principais causas das dislipidemias secundárias são diabete Melito, obesidade, hipotiroidismo e doença hepática.

Para DECOURT (1988). A Organização Mundial de Saúde, aponta cinco tipos de hiperlipoproteinemias familiares primárias, que segundo a SOCESP (1994) devem ser levadas em consideração na prevenção da aterosclerose:

• Tipo I: tem como características o colesterol plasmático pouco elevado, aumento na trigliceridemia, elevação de quilomicrons e diminuição da atividade lipase- lipoprotéica, que é caracterizada por alteração genética, de caráter autossômico recessivo.

• Tipo II.: (hipercolesterolemia)

- subtipo lia: colesterolemia elevada e triglicerídios normal, aumento de LDL e VLDL, pode ser caracterizada por fatores ambientais como hábitos dietéticos ou alguma desordem genética.

- subtipo Ilb: apresenta um aumento da colesterolemia, LDL e VLDL tendo como característica uma alteração genética, de caracter autossômico dominante, sendo que a principal conseqüência, é o desenvolvimento prematuro da aterosclerose.

• Tipo III: caracteriza-se pelo aumento da fração VLDL e colesterol e triglicerídios endógenos no plasma sangüíneo, sendo que os portadores dessa dislipidemia apresentam aterosclerose acelerada.

• Tipo IV: (hipertrigliceridemia) aumento de triglicerídios endógenos estando associada, a obesidade e a intolerância a glicose.

• Tipo V: aumento de quilomicrons e VLDL no plasma, com pouca elevação do colesterol.

Segundo BRAUNWALD (1991) a hipercolesterolemia, corresponde a um dos fatores de risco, mais importante, para o desenvolvimento da aterosclerose, visto que, estudos realizados no século XIX, demonstram que as placas ateroscleróticas, apresentam, um alto nível de colesterol, sendo o colesterol um ingrediente essencial para a aterosclerose.

Segundo o AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE (1994), o colesterol é um constituinte predominante da lesão aterosclerótica.

DECOURT (1988), CARVALHO e MACRUZ (1989), SKINNER (1992) e BRAUNWALD (1991), colocam que as manifestações clínicas da doença aterosclerótica, estam diretamente ligadas aos níveis aumentados de colesterol no plasma e a um nível elevado de LDL, portanto quanto maior os níveis de colesterol e LDL no plasma, maior o risco de desenvolver coronariopatias. O rebaixamento da LDL, com elevação da HDL, são capazes de regredir a progressão da aterosclerose.

Para MUNIZ (1982) “a aterosclerose é uma doença metabólica, sendo determinada principalmente pelo depósito de colesterol na camada interna das artérias, sendo que, os outros fatores, facilitariam esse depósito de colesterol”.

Segundo YAZEBEK (1994), aumentos nos níveis de HDL, podem ser observados em alguns indivíduos após a redução de peso, prática de exercício físico e interrupção do fumo, sendo que o aumento da HDL, proporciona maior proteção para o sistema cardiovascular, contra o desenvolvimento da aterosclerose.

Para DECOURT (1988), as taxas de LDL e VLDL, são aumentadas pelo aumento da colesterolemia, proporcionando maior incidência da aterosclerose.

Segundo CARVALHO e MACRUZ (1989) a dieta é um fator determinante no que diz respeito aos níveis de colesterol, LDL e HDL no plasma sangüíneo, sendo necessária uma dieta balanceada para controlar os níveis de colesterolemia, para prevenir quanto a aterosclerose.

Para SERRO AZUL et. al. (1988), a idade é fator importante a ser levada em consideração, ao analisar o perfil lipídico de um paciente, isto porque, com o avanço da idade os limites superiores de colesterolemia e triglicerídios, aumentam progressivamente.

Segundo DECOURT (1988) estudos comparativos realizados nos Estados Unidos, onde existe uma alimentação rica em gordura saturada, verifica-se um aumento na presença de aterosclerose e os níveis de colesterol no sangue não superiores a 220%mg, em comparação a populações da Guatemala, onde a alimentação é pobre em gordura saturada e os níveis de colesterol no sangue oscila entre 160%mg, a incidência de aterosclerose é muito menor. Em certas regiões do Japão, onde a colesterolemia é normal, existe baixa incidência de aterosclerose, já estudos feitos em japoneses, que vivem nos Estados Unidos submetidos a uma ingesta maior de gordura saturada, existe uma incidência muito maior de aterosclerose.

Segundo BRAUNWALD (1991) e CARVALHO e MACRUZ (1989), o papel da trigliceridemia, como fator de risco independente para coronaripatia, ainda apresenta inúmeras controvérsias.

É possível que a trigliceridemia, possa representar, um fator de risco para a coronariopátia, mas com uma participação indireta, isto porque, para CARVALHO e MACRUZ (1989), estudos estatísticos demonstram relação inversa entre valores de trigliceridemia, e de HDL no sangue e baixos valores de HDL representam maior risco para carionariopatias.

Para AZEVEDO (1984) níveis plasmáticos de colesterol, considerados desejáveis são de 140 a 200mg%, e os limítrofes são de 200 a 280%mg e os anormais superiores a 280%mg, sendo que quanto mais alto o nível de colesterol no sangue, maior o risco de doença coronária aterosclerótica. Mas é importante ressaltar que segundo MI11ER E GONÇALVES (1995) o colesterol total deve ser fracionado, observando os níveis plamáticos de LDL e HDL, visto que um indivíduo pode apresentar um nível de colesterol total normal, mas apresenta altos índices de LDL e baixos níveis de HDL, evidenciando

um nível normal de colesterol que pode ser considerado um diagnóstico errado para evidenciar o risco para desenvolver a aterosclerose.

Portanto segundo estes autores os níveis plasmáticos para o colesterol são relatados na tabela a seguir:

Critérios de Avaliação de Risco no Diagnóstico Lipídico Valores em mg/dl

Isento de risco Suspeita de risco Requer tratamento

• Triglicerídios <150

□ Colesterol HDL >55 D Colesterol HDL 35-55 □ Colesterol HDL <35

□ Colesterol HDL > 65 □ Colesterol HDL 45-65 □ Colesterol HDL < 45

Prognóstico favorável Risco padrão Indicador de risco

ASSMANN, G. Simpório Internacional de Lipídios, Viena, 1979.

Fonte\ OTTO, MILLERe GONÇALVES, Paul Reis. Laboratório para o clínico. 8°ed. São Paulo, editora Atheneu, 1995.

É importante ressaltar que os níveis de trigliceridemia, devem ser levados em consideração, pois geralmente estão associados a obesidade, diabete e hipertensão, que representam fatores de risco para a doença aterosclerótica.

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