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Organização e Metodologia

1. Enquadramento normativo-legal

1.1 Disposições da Igreja

podia della ser tirado, principalmente a instancia de Frei Custodio que, por sua profição, não podia ser elleito, vistas as palavras da instituiçam da cappella que falava em clerigos e não em frades, pedindo o dito autor embargante em concluzão o recebimento de seos embargos e justiça com custas e tomava por parte a frei Custodio, apresentado, segundo que tudo isto melhor e mais cumpridamente nos embargos do embargante se continha, nos quais foi dado vista ao provedor dos digo vista ao procurador dos reos embargados para contestarem sobre o recebimento delles, o qual veio com humas razoins contestando com ellas e o traslado da instituição e duação [fl. 2v] e duação do dito protunutairo que elle fes a Santa Mesericordia desta villa e o trasllado das elleiçoins que o provedor e irmãos da Santa Mesericordia fizerão dos capellains que apresentarão na cappella da ditta ermida de Sam Sebastião, por virtude da dita eleição. Com as quais razoens e traslado dos dos ditos papeis, a requerimento dos reos embargados, este feito e auttos me foi levado finalmente concluso. E visto por mim pronunciei nella a sentença seguinte:

E2vista a verba da insttituição da cappella do bem aventurado martir Sam Sebastião e como por

ella o provedor e irmãos da Mezericordia são os que ham-de apresentar a cappella da contenda e nessa posse estão à muntos annos, como consta das elleiçoens aqui juntas, pellas quais se mostra aprezentarem elles os cappellains na cappella da contenda e ao padre Pero Diz como cappellão e pella prezente aprezentação ao padre frei Custodio; o que tudo visto e o mais que dos autos consta allegado pello porvedor e irmãos da Mezericordia e pois pella parte do embargante nem de Diogo de Mesquita que o apresentou não se mos[fl. 3] nam se mostra poder elle aprezentar, nem numca aprezentar nesta cappella, mando que meo mandado se cumpra como nelle se contem e os embargados mandem dizer as missas da ditta cappela por cappellão, conforme a instituição do protunutairo, ficando seo direito resguardado ao embargante para requerer sua justiça acerca da propriedade desta cappella e restetuidos os embargados à sua posse, logo deponham aos artigos dos embargos do embargante quanto ao que toca à propriedade. A qual sentença foi por mim pubricada em pubrica audiencia que eu fazia em minhas pousadas, aos vinte e dous dias do mes de Abril de mil quinhentos e oitenta e hum annos, em pessoa dos procuradores dos reos embargados e se noteficase em pessoa ao autor embargante, por não estar prezente seo procurador e outrosim por elle não estar prezente, por bem do que lhe foi noteficada a elle autor em pessoa.

E estando o feito nestes termos, por o autor não seguir a cauza por deante sobre a propriadade, a requerimento dos reos embargados foi levada e foi requerido [fl. 3v] e foi requerido que se pronunciase nos autos sobre as custas, por bem do que forão levados conclusos ao lecenciado Manoel Alvares Carneiro, vigario que hora he desta Comarca, por eu ser absente e visto por elle pronunciou a sentença seguinte:

E vistos os autos e fundamentos da sentença em que foi pronunciado o provedor e irmãos da Mezericordia, devem ser conservados em sua posse e restituidos e pello conseguinte o embargante não os deve de molestar e nisso foi condenado, pello que o condeno tambem nas custas dos autos. A qual sentença foi por elle pubricada em pubrica audiencia que elle fes nas suas pousadas, aos dous dias do mes de Setembro do dito anno de mil e quinhentos e oitenta e hum annos, à reveria3das partes, em pessoa de seos

procuradores. E por de tudo os reos embargados lhe pedirem sentença lhe mandou dar a prezente, pella qual amoesta e manda ao ditto autor embargante condenado que da pubricação della a elle feita a nove dias primeiros seguintes que repartidos em tres partes lhe deo por toda ella tres canonicas amoestaçoens e termo [fl. 4] e termo peramptorio que lhe fara isso, deo por asignado e pague aos dittos reos embargados as custas que se nos autos fizerão, combem a saber: o sallario do escrivão delles, contado pello contador e dos procuradores dos dittos reos embargados e outras custas necessarias ao caso, feitio e sello desta sentença que junto fes a soma de mil quatrocentos e trinta e sinco reis, o que tudo este autor embargante não pagando

2 Na margem esquerda: “Sentença”. 3 Entenda-se “revelia”.

como dito he, passe e se espeça sentença de escomunhão por estes prezentes escriptos e conta e chancella, para declaração e mais procedimentos. E por esta forma alias e por esta sob a dita pena de escomunhão, mando a qualquer clerigo, rellegioso, tabalião ou notario da dita Comarca que sendo para ello requeridos a leião e pubriquem e dello lhe fação certos [sic] por seos asignados com os nomes das testemunhas a ello presentes. Dada na ditta Villa Real, sob o signal e sello que perante elle serve, aos dous dias do mes de Setembro de mil quinhentos e oitenta e hum annos. E posto que esta sentença va em nome do lecenciado Sebastião Gil, vigario que foi nesta Co[fl. 4v]nesta Comarca, vai asignada pelo lecenciado Manoel Alvares Carneiro, vigario que hora he nesta Comarca, por elle ter sido juis em munta parte della e não haja duvida nas emendas que dizem: da dita, estes, porque se fizeram na verdade. Vicente de Moraes, escrivão, o sobscrevi. E pagara mais o embargante vinte reis que mais acreseo no proceso, sobredito escrivão o escrevy. Manoel Alvares Carneiro.

Digo eu André Gonçalves, porteiro diante o senhor vigario, que he verdade que eu pubriquei esta sentença como nella he conthiudo e he ja pubricada pello senhor Manoel Alvares Carneiro a tempo e por verdade aqui me asigney, aos dezaseis de Febreiro de mil e quinhentos e oitenta e dous. André Gonçalves. Ao sello vinte e sete reis. Lugar do sello. Antonio Fernandes. Ao escrivão cento e dezanove reis. A folhas trezentas e secenta e duas verso do livro dezaseis ficam carregados duzentos e quarenta reis de sellos. Villa Real, vinte e seis de Janeiro de mil e oitocentos e trinta dias. Teixeira.

Diz o provedor e mais mesarios da Santa Casa da Mezericordia desta villa que percizão de que qualquer [fl. 5] qualquer tabalião deste Juizo a que for aprezentada a sentença junta, lha traslade em sua notta, pois que pella sua anteguidade não existem ja os autos de que foi extrahida. Pede a vossa senhoria, senhor doutor juis de fora, seja servido mandar se traslade e recebera merce na forma requerida. Guedes Mourão. Nada mais se contem em o ditto documento, petição e despacho nella posto, do que o que o dito fica e vai na verdade, conforme os originaes que me foram apresentados por Jeronimo Botelho Correia de Queiros Pimentel, desta villa, actual escrivão da Mezericordia da mesma, a quem os tornei a entregar que de como os recebeo asignou aqui, nesta Villa Real, aos honze dias do mes de Febreiro de mil e oitocentos e trinta annos e eu João Bernando Alvão, taballião do publico judecial e nottas em esta Villa Real e termo que este aqui trasladei, depois de concertado e conferido com outro offecial de justiça comigo ao concerto abaixo asignado e por verdade me asigney em publico e razo. Lugar do signal publico. Em teste[fl. 5v] em testemunho de verdade. O tab[el]ião, João Bernardo Alvão e comigo escrivão ajudante, José Bernardo Pereira, Jeronimo Botelho Correia de Queiros Pimentel.

Esta conforme a oreginal que fica e minha nota a folhas trinta e sete, dia mes e anno era ut supra e eu João Bernardo Alvão, tabalião que o sobrescrevi e asignei em publico e razo.

(Sinal).

Em testemunho de verdade o tabelião. (Assinatura) João Bernardo Alvão.

Importa (?) ___________________________________________________________ 300. Papel ________________________________________________________________ 240. Escrita da notta e concerto ________________________________________________ 400. Rubricas e sello da notta ___________________________________________________ 90. 1.030 Despesa e custas que ha-de pagar da notta ____________________________________ 140. Conta _________________________________________________________________ 50. 1$220 (Assinatura) Teixeira.

Doc. 2

1584, Março 12, Lisboa – Alvará do arcebispo de Lisboa, D. Jorge de Almeida, em resposta a uma petição

do provedor e irmãos da Misericórdia de Setúbal, ordenando que os capelães da referida Misericórdia possam celebrar missa na sua capela aos Domingos e dias santos, sem embargo de capítulos de visitações que dispunham o contrário. Em traslado de 16 de Março de 1618.

Arquivo Distrital de Setúbal – Misericórdia de Setúbal, Livro de Registo de Provisões, s. d., n.º 484, fl. 69-70.

Allvara do Arcebispo para que os capellais possam dizer misa nesta Caza as oras que possam yr ayudar as misas das fregesias sem embargo das visitasoes aos Domyngos e festas.

E as diram quando quizerem porque não tem obrigasam a perochia. Pitisão.

Dizem o provedor e irmãos da Caza da Mysericordia da vylla de Setuvall que tendo eles licença do doutor Amtonio da Crus, vizitador de Vossa Senhoria Ilustrisima pera poder dizer misa aos dias samtos e Domyngos na dita Caza as oras que lhes paresese, o lesemsado Joam Gonçallvez Aresia [sic] que ora vizitou a dita vylla por comtempllasam do prior da ygreja de Samta Marya que não tem boa vomtade aos supllicamtes, por rezão da Bulla da Charidade que sertos comfrades da dita ygreja ympetrarão com ymformasão não verdadeira que elles supllicamtes ympugnão, lhes mandaram com pena de excomunhão aos cleriguos da dita Caza, dixesem a misa della muito sedo e fora de oras e a tempo que nimguem va a ella e se percão as esmollas com que se a dita Caza e os emfermos do seu Ospital se sustemtão e se fazem as outras obras pias de sua imstituisam. [fl. 69v] Pedem, portamto, a Vosa Senhoria Yllustrisima que avemdo respeito ha lisemsa que aprezemtarão do dito visitador Amtonio da Crus e a pose em que sempre estiveram, aya por bem que dizemdo sua mysa da dita Caza athe as oito oras e meia cumprão e satisfasam com a dita visitasam e nam emcorram os seus capellais na pena della e reseberam merse.

Allvara.

Dom Jorge, metropollitano Arcebispo de Lisboa etc. Fazemos saber aos [que] este noso allvara vyrem, que avemdo respeito ao que na pitisam atras dizem o provedor e yrmãos da Caza da Mysericordia da vylla de Setuvall, avemos por bem que os capellais da dita Caza e capella possam dizerem misa nella aos Domyngos e diaz samtos de guarda, a oras que posam yr ajudar as mysas da freguezia, sem embargo das vizitasois em comtrairo etc. Dado em Lisboa, sob noso sinall e sello, a doze de Marso. Alle[i]xo Barboza o fez, de mill e quinhemtos oitenta e quatro. Yeronymo Borges Coutinho o fez escrever. O Arcebispo de Lisboa.

Ao sello trimta reis. Gaspar Framsisco.

A Vosa Yllustrisima Senhoria por bem que os capellais da Caza da Misericordia da villa de Setuvall posam dizerem misa nella aos Domingos e dias samtos de guarda a oras que posam yr ajudar as misas [fl. 70] da freguezia, sem embarguo das vizitasoes em comtrayro.

Ho quall tresllado de allvara eu, Domingos Allveres, tabeliam publico de notas e judicyall por el Rei noso senhor como governador e perpetuo admenystrador que he do Mestrado e Hordem de Santyago nesta vylla de Setuvall, fiz treslladar bem he fiellmente do propreo a que me reporto que fica no cartoreo da Misericordia e com ho hoffecyall habaixo asinado concertei-o, escrevi, asinei de meu publico sinal que tall he. Oye dezaseis de Março de mill e seyscentos e dezoito anos. E asinou aquy ho licenciado Fernão Pimto de Magalhais, juiz de fora nesta vylla, na forma da provysão de Sua Magestade. (Sinal do tabelião).

(Assinaturas) Fernão Pinto de Magalhaes. E comigo tabeliam Domyngos Alvares.

Doc. 3

1584, Junho 22, Coruche – Determinação do provisor do arcebispado de Évora dirigida ao vigário de

Coruche, para que este visite a igreja da Misericórdia e verifique se ela reúne condições para ali se celebrar missa. Inclui o pedido feito pela referida Misericórdia e outros despachos.

Arquivo da Misericórdia de Coruche – Licenças, A.2.3, cx. 1, doc 3.

O licenciado Diogo Nunez Figueira, thesoureiro da Sancta See d’Evora e que ora sirvo de provissor en este arcebispado, pello Illustrissimo senhor Dom Theotonio de Bragança, arcebispo d’Evora etc.

Ao reverendo vigairo da villa de Curuche saude em Jesu Christo Nosso Salvador.

Faço-lhe saber que Sua Senhoria vio a petiçam atras contheuda nesta outra mea folha, e me cometeo o despacho della. E sendo-me apresentada e vista por mim, pronunciey meu despacho, por bem do qual mandei passar o presente, pello que sendo-lhe a presente [sic] veraa e vissitaraa a capella da Igreja da Missericordia dessa dita villa, de que na dita petição se faz menção, e achando-a que esta decentemente ornada do necesario, dou licença pera nella se dizer missa. E o Arcebispo lhe fez esmolla do marco de prata que pertencer a sua Chamcellaria. Dado em Évora, sob meu sinal soomente, aos xxij dias do mes de Junho. Bras de Figueiredo a fez de MDLxxxiiij.

(Assinatura) Diogo Nunez Figueira.

[fl. 2] Dizem-nos [o] provedor e irmão [sic] da Misericordia da vila de Coruche que eles tem feito a Caza da Misericordia da dita vila, a qal se fes com esmolas. Pedem a Vossa Senhoria lhe de licemsa para nela dizerem misa e lhe fasa esmola do marquo de prata que pertemse a Chanselaria de Vossa Senhoria no que receberão merce.

4Que apresente ho despacho do provisor que lhe da licenssa para se dizer missa estando como

esta a dita Igreja. Evora, a xii de 7bro84.

Passe pera o vigairo de Coruche visitar a capella da Ygreja da Misericordia da villa de Coruche e achando que esta decentemente ornada, se podera dizer missa nella e o arcebispo lhe fez esmola do marco de prata.

(Assinatura) Diogo Nunes Figueira.

Doc. 4

1586, Outubro 7, Braga – Provisão do arcebispo de Braga, D. João de Meneses, concedendo à Misericórdia

de Viana do Castelo uma esmola anual de mil reais.

Arquivo Distrital de Viana do Castelo – Bulário das provisões, privilégios, regalias, sentenças e outros papéis, cota 3.24.2.28, fl. 239v.

Dom João Afonso de Meneses arcebispo e senhor de Braga, primas das Hispanhas etc. Avendo respeito ao contheudo na pitição retro proxima do provedor e irmãos da Casa da Sancta Mysericordia de Vianna Foz de Lima e a outros justos e de serviço de Noso Senhor, pela presente avemos por bem de dar e fazer esmola a dita Casa de mil reais em cada hum anno enquanto não mandarmos o contrairo e que seja sem perjuizo algum do direito dos conegos da igreja Collegiada da dita villa. E a dita esmolla se arrecadaraa

pollo recebedor das nossas rendas, ao qual mandamos de e pague a dita Casa os ditos mil reais em cada hum anno da maneyra sobredita e com asignado do provedor e irmaos della, de como os recebem delle, lhe serão levados em conta. Dada em Braga, sob nosso signal e sello, a sete dias do mes de Octubro. Manuel de Lemos, scrivão da camara da comarca de Vallença a fez, de mil quinhentos oytenta e seys anos.

(Assinatura) João Arcebispo Primas. Pera vossa illustrissima senhoria ver. Vista (assinatura) Freitas.

Ao sello – esmolla. Ao sprivão XXX reais.

Doc. 5

1587, Fevereiro 13, Punhete (actual Constância) – Licença do bispo da Guarda, D. Manuel de Quadros,

para se poderem sepultar defuntos na Igreja da Misericórdia de Constância.

Arquivo Distrital de Santarém – Misericórdia de Constância, pasta 1, nº 21, fl. 3.

Dou licença pera se poderem enterrar defuntos na igreija da Misericordia desta vila de Punhete e ao tempo do abrir das covas se fara a benção que esta no manual.

Em Punhete, a 13 de Fevereiro de 1587. (Assinatura) O bispo da Guarda.

Doc. 6

1587, Maio 14, Lisboa – Carta testemunhável emitida pelo desembargador e vigário geral do arcebispado

de Lisboa, na qual se registam depoimentos de testemunhas que referem ter sido a Misericórdia de Lisboa instituída por frei Miguel de Contreiras.

IAN/TT – Manuscritos da Livraria, Manuscrito 1902, fl. 32-37.

O doctor João de Lucena Homem, desembargador e vigairo geral nesta cidade de Lixboa em seu arcebispado, pello muito ilustre e reveremdissimo senhor, o senhor Dom Migel de Castro, metropolitano arcebispo de Lixboa etc. A quãotos esta minha carta testemunhavel dada com o teor de h˜ua petição e ditos de testemunhas nela pergumtadas virem, saude em Jesus Christo Nosso Senhor. Faço saber que o reverendissimo padre provimcial da Hordem da Santissima Trindade nestes reinos de Portugal, me emviou dizer que lhe hera necessario treslado de h˜ua petição he testemunhas por ella pergumtadas, que estava em poder de hum escrivão que esta sobescreveu e mãodei que se t[r]esladace e o treslado de verbo ad verbum é o segimte:

Senhor, dizem o padre provimcial da Hordem da Sanctissima Trimdade nestes reinos de Portugal e os mais padres, que semdo o padre frei Bernardo da Madre de Deus procurador geral da dita Hordem que semdo digo emformado como os senhores deputados da Mesa da Comciencia mãodavão fazer de novo h˜ua gramde copia de caixas dos captivos pera estarem pollas igrejas, os paineis se pimtavão hordinariamemte com Nossa Senhora e huns cativos de h˜ua parte e outros da outra. E vendo o padre Frei Bernardo quão proprio e devido era e quãoto comforme a rezão estar acompanhada a pimtura asima dita daqueles paineis de hu[m] religioso dos de seu abito e Hordem pollos(?) acompanhavão os ditos cativos omde quer que se achavão em seus trabalhos e cativeiro, falãodo e emtercedemdo por hums e comçolãodo, quietãodo e

esforçãodo outros e finalmente fazemdo o pocivel por todos elles, asim pellos remediar [fl. 32v] e favorecer em seus trabalhos, como em os por em liberdade, padecendo sobre esto tamtas e tão gramdes afliçois e afromtas ao habito dos …… por lhes dar liberdade, ficamdo muitas vezes prezos, afromtados e mettidos em masmorras, deles andãodo de porta em porta por esta cidade de Lixboa, pedimdo esmolas por amor de Deus, pera lhe mãodar mezinhas pera serem curados com ellas em Berberia, ate finalmente se captivarem por lhe dar liberdade e morrerem alguns por lhe dar vida com comçolação he liberdade, pello que ordenou o dito padre Frei Bernardo hum debuxo pera que por elle, daqui por diamte, se pintarem os paineis das ditas caixas dos captivos nesta forma .scilicet. a mão direita de Nossa Senhora hum religioso de seu habito da Santissima Trindade, tirãodo pella borda do mãoto de Nossa Senhora com h˜u[a] mão e com outra apomtãodo para huns captivos que da outra bamda estão defromte della e com hum rotollo que lhe saia da boca que dis: ó Mater

Dei salve vincula reis, o qual debuxo o dito padre Frei Bernardo acostou a h˜ua petição que fez a Mesa da Comciencia, com que lhe relatava case tudo asima dito, dizemdo mais <alem> que a dita pimtura ser muito mais piadosa e devota pera mover os fieis christãos a piedade, pera darem suas esmolas pera os captivos, ficava tãobem servimdo, despertados a todos os religiosos de seu habito, pera quãodo a vissem se lhe representace sua obrigação e profição, que era fazer o pocivel pera comprirem com ella, assim como dis, pedimdo-lhe misericordia pera os comformar na fe e dar fortaleza e paciencea nos trabalhos e constamcia, como com os homens em os presuadir a os socorrerem e ajudarem com suas esmolas, a os remedear e por em liberdade, disendo mais na dita petição que não menos se homrravão de amdar hum religioso de seu habito pimtado nos tais paineis por esta causa, do que se homrravão amdar outro religioso de seu habito pimtado em todas as bamdeiras da Santa Misericordia <e paineis de suas caixas> nestes reinos de Portugal <por haver sido o estituidor da Yrmandade da Sãota Misericordia>, como o dito padre Frei Bernardo os annos passados provara, fazendo-lhe [fl. 33] por tres letras na borda do habito que são hum F. M. I., que querem dizer Frey Migel Instituidor, como se pode ver nas bãodeiras da dita Irmandade da Santa Misericordia. O que semdo tudo visto dos senhores deputados da Mesa da Comciencia e as eficases rezois que o dito padre Frei Bernardo dava, com que se obrigava a comdecederem ao que lhe pedia [sic], mãodavão ao momposteiro moor dos captivos que se pimtasem, dali por diamte, os paineis das caixas dos captivos comforme ao debuxo que o dito padre Frei Bernardo ordenara e lhes aprensemtara, o qual logo o dito padre Frei Bernardo foi por em execusão, como se pode ver por todas as ygrejas em as caixas dos captivos que estão nellas pimtadas

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