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Cláusula 22.ª

Princípio geral

1- As entidades empregadoras e os trabalhadores médicos, no cumprimento das respetivas obrigações, assim como no exercício dos correspondentes direitos devem proceder de boa-fé.

2- Na execução do contrato de trabalho devem as partes colaborar na obtenção da maior produtividade, eficácia e efi- ciência bem como na promoção humana, profissional e so- cial do trabalhador.

Cláusula 23.ª

Deveres da entidade empregadora

1- Sem prejuízo de outras obrigações, a entidade empre- gadora deve:

a) Respeitar e tratar com urbanidade e probidade o traba- lhador médico;

b) Pagar pontualmente a retribuição e outras prestações pecuniárias, de forma justa e adequada;

c) Proporcionar boas condições de trabalho, tanto do pon- to de vista físico como moral;

d) Promover e facilitar a formação profissional dos traba- lhadores médicos nos termos da lei e do presente acordo afe- tando para o efeito os recursos financeiros necessários;

e) Respeitar a autonomia e competência técnica e cien- tífica, bem como a deontologia profissional do trabalhador médico;

f) Não se opor nem de qualquer forma impedir, o exercício de cargos em organizações representativas dos trabalhadores médicos;

g) Prevenir riscos e doenças profissionais, tendo em conta a proteção da segurança e saúde do trabalhador médico, e indemnizá-lo dos prejuízos resultantes de acidentes de tra- balho;

lho, as medidas que decorram da aplicação das prescrições legais e convencionais vigentes;

i) Fornecer aos trabalhadores médicos uniformes e outro vestuário para uso profissional, nos termos definidos em re- gulamento próprio e providenciar pela sua limpeza e higie- nização;

j) Fornecer ao trabalhador a informação e a formação ade- quadas à prevenção de riscos de acidente e doença;

l) Manter permanentemente atualizado o processo biográ- fico do trabalhador médico;

m) Dar publicidade às deliberações que diretamente respei- tem aos trabalhadores médicos, designadamente afixando-as nos locais próprios e divulgando-as através de correio eletró- nico interno, de modo a possibilitar o seu conhecimento, em tempo oportuno, pelos interessados, sem prejuízo do estabe- lecido no número 2 da presente cláusula;

n) Em geral, cumprir e fazer cumprir o ACT e a lei. 2- O dever de publicidade, a que se refere a alínea m) do número anterior, tem como limite os termos em que a enti- dade empregadora se encontra legalmente obrigada a prestar informações às estruturas de representação coletiva dos tra- balhadores, não abrangendo, nomeadamente, as informações que possam ser prestadas a estas com menção expressa de confidencialidade, nem aquelas cuja natureza ou divulgação geral seja suscetível de prejudicar ou afetar gravemente o funcionamento da entidade empregadora ou de algum dos seus serviços, nos termos previstos nos artigos 412.º e 413.º do CT.

Cláusula 24.ª

Deveres do trabalhador médico

1- Sem prejuízo de outras obrigações, o trabalhador mé- dico deve:

a) Respeitar e tratar com urbanidade e probidade a enti- dade empregadora, os superiores hierárquicos, os colegas de trabalho, e as demais pessoas que estejam ou entrem em relação com aquela, nomeadamente utentes, doentes e acom- panhantes ou visitas;

b) Comparecer ao serviço com assiduidade e pontualidade; c) Realizar o trabalho com zelo e diligência;

d) Cumprir as ordens e instruções da entidade emprega- dora em tudo o que respeite à execução e disciplina do tra- balho, salvo na medida em que se mostrem contrárias aos seus direitos e garantias, à deontologia profissional e às boas práticas;

e) Guardar lealdade à entidade empregadora, nomeada- mente não divulgando informações referentes à sua organi- zação, métodos de produção ou atividade;

f) Guardar rigoroso sigilo de acordo com as normas de- ontológicas, as boas práticas e ética profissional quanto a quaisquer factos e informações relativos aos doentes, salvo quando instado pelas entidades judiciais competentes;

g) Comparecer espontaneamente, e logo que possível, no local de trabalho em caso de catástrofe ou grave emergência, mesmo fora do horário de trabalho, respeitando o plano de emergência da entidade empregadora;

h) Velar pela conservação e boa utilização dos bens rela-

cionados com o seu trabalho que lhe forem confiados pela entidade empregadora;

i) Aceitar e desempenhar ativamente incumbências e fun- ções em grupos ou comissões para que seja nomeado, no âm- bito da sua atividade profissional, salvo motivo justificado;

j) Cooperar para a melhoria do sistema de segurança, hi- giene e saúde no trabalho, nomeadamente por intermédio dos representantes dos trabalhadores eleitos para esse fim;

l) Cumprir nos termos da lei as prescrições de seguran- ça, higiene e saúde no trabalho aplicáveis, designadamente sujeitando-se, sempre que para tal solicitado, aos exames de saúde, iniciais, periódicos ou ocasionais;

m) Em geral, cumprir e fazer cumprir o ACT e a lei. 2- O dever de obediência, a que se refere a alínea d) do número anterior, respeita tanto às ordens e instruções dadas diretamente pela entidade empregadora como às emanadas dos superiores hierárquicos do trabalhador médico, dentro dos poderes que por aquela lhes tiverem sido atribuídos.

3- Sem prejuízo do conteúdo funcional inerente à respetiva categoria, os trabalhadores integrados na carreira médica es- tão obrigados, no respeito pelas legis artis, com observância pela autonomia e características técnico-científicas inerentes a cada especialidade médica, ao cumprimento dos seguintes deveres profissionais:

a) Exercer a sua profissão com respeito pelo direito à pro- teção da saúde dos utentes e da comunidade;

b) Esclarecer devidamente o utente sobre os cuidados a prestar e prestados, assegurando a efetividade do consenti- mento informado;

c) Exercer as suas funções com zelo e diligência, assegu- rando o trabalho em equipa, tendo em vista a continuidade e garantia da qualidade da prestação de cuidados e a efetiva articulação de todos os intervenientes;

d) Participar em equipas para fazer face a situações de emergência ou catástrofe;

e) Observar o sigilo profissional e todos os demais deveres éticos e princípios deontológicos;

f) Atualizar e aperfeiçoar conhecimentos e competências na perspetiva de desenvolvimento pessoal, profissional e de aperfeiçoamento do seu desempenho;

g) Colaborar com todos os intervenientes no trabalho de prestação de serviços de saúde, favorecendo o desenvolvi- mento de relações de cooperação, respeito e reconhecimento mútuo.

Cláusula 25.ª

Garantias do trabalhador médico

É proibido à entidade empregadora:

a) Opor-se, por qualquer forma, a que o trabalhador mé- dico exerça os seus direitos, bem como despedi-lo, aplicar- -lhe outras sanções, ou tratá-lo desfavoravelmente por causa desse exercício;

b) Obstar, injustificadamente, ao normal exercício da ati- vidade profissional, nomeadamente, mantendo o trabalhador médico inativo;

c) Exercer pressão sobre o trabalhador médico para que atue no sentido de influir desfavoravelmente nas suas condi-

ções de trabalho ou dos companheiros;

d) Diminuir a retribuição, salvo nos casos previstos na lei ou no presente ACT;

e) Baixar a categoria do trabalhador médico, salvo nos ca- sos previstos na lei ou no presente ACT;

f) Transferir o trabalhador médico para outro local de trabalho, salvo nos casos previstos na lei ou neste ACT ou quando haja acordo escrito do trabalhador médico;

g) Obrigar o trabalhador médico a adquirir bens ou a uti- lizar serviços fornecidos pela entidade empregadora ou por terceiro por ela indicado;

h) Fazer cessar o contrato e readmitir o trabalhador médi- co, mesmo com o seu acordo, havendo o propósito de o pre- judicar em direitos ou garantias decorrentes da antiguidade;

i) Explorar, com fins lucrativos, quaisquer cantinas, refei- tórios, economatos ou outros estabelecimentos diretamente relacionados com o trabalho, para fornecimento de bens ou prestação de serviços aos trabalhadores médicos.

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