• Nenhum resultado encontrado

CAPÍTULO 3: PRODUÇÃO DO GT 19 EDUCAÇÃO MATEMÁTICA DA ANPED

3.2 Distribuição e análise regional

Quanto à região, segundo a instituição a que estão vinculados seus autores55,

os trabalhos estão assim distribuídos:

Região da Instituição Número de instituições Número de trabalhos

Sudeste 28 60 (21 da PUC/SP e 6, MG)

Sul 14 12

Nordeste 4 12 (9 da UFPE)

Centro-oeste 4 6

Não informa - 1

Tabela 7: Distribuição dos trabalhos segundo as instituições

de origem de seus autores

55

O total excede o número de trabalhos analisados, porque existem trabalhos com mais de um autor, os quais pertencendo a mais de uma instituição ou mesmo um mesmo autor ligado a mais de uma instituição, sendo que nesta contagem, não são considerados duas vezes autores de mesmo trabalho e de mesma região, apenas os que estão ligados a mais de uma instituição de regiões diferentes.

É possível fazer algumas relações entre o que foi encontrado referente ao Grupo de Trabalho 19 com o levantamento feito no Banco de Teses da Capes, ainda que fique claro que aquele levantamento considera somente publicações de trabalhos completos de Programas de Pós-graduação strictu sensu, além de que foram selecionados trabalhos sobre o ensino de matemática para a criança (em geral até os anos iniciais do Ensino Fundamental) critérios diversos dos utilizados pelo comitê científico do GT 19 da Anped56. Por meio dessas relações percebe-se

que a concentração de trabalhos permanece na região sudeste, particularmente no Estado de São Paulo (o que indica, mas não afirma, que esta predominância está relacionada aos estudos sobre o ensino de matemática em geral e não especificamente sobre este ensino para a criança).

Entretanto no campo da Anped, a restrição é muito forte a uma única instituição, que representa mais da metade dos trabalhos apresentados por autores ligados a instituições do Estado de São Paulo, qual seja, a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Aliás, as PUC’s têm uma forte presença neste Grupo de Trabalho, contando com mais 11 trabalhos apresentados por autores ligados a este sistema (Campinas [2]57, Minas Gerais [6], Paraná [1], Rio de Janeiro [2]), além dos 21 de São Paulo.

Um outro dado a destacar é o fato de que dos 4 mandatos (de dois anos cada, portanto correspondendo a duas reuniões) de Coordenação do Grupo no período analisado pela pesquisa conte com um coordenador da PUC/SP (2000- 2001) e em outro mandato (2004-2005) com o sub-coordenador desta mesma instituição, além de, pelo menos em uma oportunidade (29a Reunião Anual – 2006), a coordenação do comitê científico. Os dados da coordenação, não estão completos nas páginas ligadas às Reuniões Anuais, de forma que apenas o nome do coordenador e a instituição a que estava ligado estão informados em todas as reuniões.

Sendo que os outros mandatos ficaram a cargo de pesquisadores ligados à Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - UFMS (2002-2003), à Universidade

56

Esta ressalva não será repetida, mas está considerada em todos os momentos do texto em que são feitas comparações entre estes dois levantamentos. Há ainda uma outra característica que diferencia fundamentalmente estas duas análises, o fato de que no Banco de Teses da Capes não foram lidos textos completos, mas apenas resumos, o que obviamente torna aquele levantamento apenas um panorama do que se pesquisa e não permite a maioria das análises elaboradas em relação aos trabalhos analisados do GT 19 da Anped.

Federal do Paraná - UFPR (2004-2005) e à Universidade de São Paulo - USP (2006-2007), contando neste último com sub-coordenador ligado à Universidade de São Francisco, ainda de São Paulo.

Uma outra concentração que se repete é na produção da região nordeste[12], a qual está concentrada em autores ligados à Universidade Federal de Pernambuco [9].

Chama atenção ainda que nenhum trabalho tenha sido publicado por pesquisador ligado à USP, ao contrário do caso de todas as outras instituições às quais estavam integrados os coordenadores, sendo que, todos os demais coordenadores constam, eles mesmos, com trabalhos apresentados em outras reuniões. Em sua própria análise, Fiorentini chama atenção para essa ausência, além da ausência de trabalhos de pesquisadores ligados à Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ e à Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS.

A maioria dos estudos analisados foi escrita por somente um autor (61% dos 93 analisados). O Professor Saddo Ag Almouloud, da PUC/SP, destacado na análise de Fiorentini, se configura como o que apresentou o maior número de trabalhos também neste estudo, 5 trabalhos ao longo destas 8 reuniões. Almouloud já tinha o maior número de trabalhos apresentados segundo a análise de Fiorentini. Este autor tem uma preocupação forte com três temas relacionados: a formação e o perfil dos professores de matemática, o ensino de geometria e a questão do ensino da estrutura lógica matemática (especialmente das provas e demonstrações).

Ana Coelho Vieira Selva apresentou 4 trabalhos neste período, tendo como objetos de estudo a representação de dados e a resolução de problemas por meio de gráficos, além da utilização de ferramentas que permitam outras representações de operações (adição e divisão inexata).

Há ainda 6 pesquisadores os quais publicaram 3 artigos em Reuniões Anuais no período analisado, são eles: Bairral; Fiorentini; Freitas; Frota; Manrique; Mesquita; Silva, Maria); outros 17 publicaram 2 artigos e 79 autores de apenas um trabalho apresentado cada, totalizando 104 autores diferentes que contribuíram para compor a produção analisada.

Destes trabalhos, apenas 18 (19%) informam ter sido realizados em Programas de Pós-Graduação, sendo 8 deles em nível de Mestrado, outros 8 em nível de Doutorado, 1 em nível de Pós-doutorado e ainda um deles ligado ao Programa de

Desenvolvimento de Engenharias do Ministério da Educação Brasileiro (MEC). Esta distribuição difere substancialmente da distribuição encontrada no Banco de Teses da Capes, que demonstrava uma concentração bastante expressiva nas pesquisas em nível de mestrado.

Entretanto este dado não é conclusivo, na medida em que a maioria dos trabalhos não informa ser ou não extrato de pesquisa realizada neste tipo de programa. Uma hipótese para a falta desta informação é a exigência para inscrição do trabalho que não seja possível identificar o(s) autor(es) no corpo do texto58, o que pode ter induzido aos autores a não mencionar sua vinculação, ou a vinculação de sua pesquisa com um Programa de Pós-Graduação.

Sobre isso Fiorentini levanta a hipótese de que as pesquisas sejam realizadas de maneira autônoma e independente dos programas. Esta não parece uma hipótese provável, na medida em que as pesquisas sobre a produção científica no Brasil mostram que estão maciçamente relacionadas com estes programas e por que o próprio Fiorentini chama atenção para o fato de que grande parte das pesquisas tem mais de um autor, vários deles tendo dois autores, parecendo indicar que um deles é o pesquisador e o outro o orientador, como é o caso de alguns trabalhos do próprio Fiorentini em reuniões seguintes.