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3. AS MEDIDAS SOCIOEDUCATIVAS E AS NORMATIVAS

3.3 DO FINANCIAMENTO

O CREAS, que é o equipamento que tem a finalidade de executar as Medidas Socioeducativas em meio aberto poderá ser implantado com abrangência local ou regional, isso irá depender do porte, nível de gestão ou demanda do município. Ao que tange ao CREAS de abrangência local, poderá ser implantado em municípios habilitados em gestão inicial, básica e plena.

Os municípios em gestão inicial e básica que implantarem os CREAS, deverão ofertar o serviço de enfrentamento ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes podendo, no entanto, de acordo com sua capacidade e por meios próprios, ampliar o atendimento para as demais situações de risco e violação de direitos de crianças e adolescentes (MPGO, p. 6).

O CREAS implantado em municípios em gestão plena deverá ampliar o atendimento voltado às situações de abuso, exploração e violência sexual de crianças e adolescentes para ações mais gerais de enfrentamento das situações de violação de direitos relativos ao nível de proteção social especial de média complexidade, de acordo com a incidência das situações de violações de direitos, devendo disponibilizar todos os

serviços especificados no item 5, que serão cofinanciado pelo Governo Federal.(MPGO, p. 6).

Ao que tange ao Título I, capítulo VII que trata do financiamento e das prioridades, da lei 12.594 de 2012, às Medidas Socioeducativas serão cofinanciadas com recursos dos orçamentos fiscal e da seguridade social, além de outras fontes. O parágrafo 2º do artigo 30 discorre que: “Os entes federados que tenham instituído seus sistemas de atendimento socioeducativo terão acesso aos recursos na forma de transferência adotada pelos órgãos integrantes do SINASE”. O Ministério do Desenvolvimento Social, em 2008 instituiu através da resolução Nº 05/2008 da CIT22 a necessidade de execução das Medidas Socioeducativas em meio aberto através dos Centros de Referência Especializado de Assistência Social; logo o recurso para execução desse serviço, para os municípios que possuem mais de 50 mil habitantes teve designação direta, ou seja, o MDS cofinanciou essas execuções. Já para os municípios com menos de 50 mil habitantes, ditos como pequeno porte I e II não há um cofinanciamento direto, pois o recurso cofinanciado está vinculado ao recurso ofertado para execução do Programa de Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos- PAEFI23.

Ainda em 2008 com a publicação da portaria nº 222 do MDS24, regulamentou-se a transferência do cofinanciamento federal para a execução dos CREAS que executam Medidas Socioeducativas em meio aberto; os critérios para implementação desse serviço foram estabelecidos através do artigo 2º da portaria 222/2008-MDS. Em relação aos valores para esse cofinanciamento, via transferência fundo-a-fundo foi normatizado conforme disposto no artigo 4º da portaria supracitada:

Art. 4º Os valores do cofinanciamento federal para a implementação do Serviço de Proteção Social aos Adolescentes em Cumprimento de Medidas

22 O processo de gestão do Sistema Único da Assistência Social (Suas) conta com instâncias de pactuação:

a Comissão Intergestores Tripartite (CIT) e as Comissões Intergestores Bipartite (CIB). A CIT é um espaço de articulação e expressão das demandas dos gestores federais, estaduais e municipais.

23 Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (Paefi). O Paefi é um serviço

de orientação e acompanhamento de famílias que possuem um ou mais indivíduos em situação de vulnerabilidade, como ameaça ou violação de direitos.

24 Dispõe sobre o cofinanciamento Federal do Piso Fixo de Média Complexidade para a implantação de

Centro de Referência Especializado de Assistência Social – CREAS e implementação do Serviço de Proteção Social aos Adolescentes em Cumprimento de Medidas Socioeducativas em Meio Aberto no âmbito da Proteção Social Especial do Sistema Único de Assistência Social - SUAS, com recursos do Fundo Nacional de Assistência Social.

Socioeducativas em Meio Aberto de Liberdade Assistida - LA e de Prestação de Serviço à Comunidade - PSC, são:

I - para os municípios que recebem mensalmente R$3.100,00 (três mil e

cem reais) do Piso Fixo de Média Complexidade para o custeio dos

serviços do CREAS, o valor do cofinanciamento será acrescido de R$

4.068,00, (quatro mil e sessenta e oito reais) a cada grupo de até quarenta adolescentes;

II - para os municípios que recebem mensalmente valor igual ou superior a R$ 6.900,00 (seis mil e novecentos reais) do Piso Fixo de Média

Complexidade para o custeio dos serviços do CREAS, o valor do

cofinanciamento será acrescido de R$ 2.068,00, (dois mil e sessenta e oito

reais) a cada grupo de até quarenta adolescentes;

Parágrafo único. A partir da formação do primeiro grupo de quarenta adolescentes atendidos, o cofinanciamento será acrescido, em valores iguais na forma deste artigo, para cada grupo subsequente de quarenta adolescentes, considerando o quantitativo mínimo de dez adolescentes para a formação de novo grupo.

Visando o aprimoramento dos serviços vinculados e executados pelo Sistema Único de Assistência Social, em 2014, o MDS através do Conselho nacional de Assistência Social publicou a resolução 18 que dispõe sobre expansão e qualificação do Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medidas Socioeducativas em Meio Aberto de Liberdade Assistida e Prestação de Serviços à Comunidade.

Esta resolução em seu artigo primeiro aprovou a elegibilidade e a partilha dos recursos de cofinanciamento para expansão do Serviço de Proteção Social a Adolescentes em Cumprimento de Medida Socioeducativa de Liberdade Assistida e Prestação de Serviços à Comunidade no âmbito do Sistema Único de Assistência Social – SUAS (CNAS, 2014, p. 2) Esta mesma resolução trouxe subsidiariamente a necessidade de maneira complementar as atividades do Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos; também trouxe a complementariedade do que é executado do pelo CRAS a

partir do PAIF e do Programa Nacional de Promoção do Acesso ao Mundo do Trabalho- Acessuas Trabalho25

A partir e uma fundamentação teórica acerca das normativas que subsidiam as Medidas Socioeducativas, no próximo capitulo será apresentado a sistemática de construção do Plano Estadual de Atendimento Socioeducativo vigência 2015 a 2026, essa análise será descritiva a partir dos capítulos apresentados no Plano, conforme aprovação do Conselho Estadual dos Direitos de Crianças e Adolescentes.

4. O PLANO ESTADUAL DE ATENDIMENTO SOCIOEDUCATIVO DA

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