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6. DA IRRECORRIBILIDADE E PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS PROCESSUAIS

6.2. DO PRINCÍPIO DO JUIZ NATURAL

Como já foi visto, Carreira Alvim asseverava que a decisão monocrática do relator sempre comportou recurso, pois no fundo, trata-se de uma decisão singular ad referendum do colegiado. Nelson Nery Júnior acerca do princípio do juiz natural ensina:

“O princípio do juiz natural, entre nós estabelecido no art. 5º, incs. XXXVII e LIII, da Constituição, tem como conteúdo não apenas a prévia individualização do órgão investido de poder jurisdicional que decidirá a causa (vedação aos tribunais de exceção), mas, também, a garantia de justiça material, isto é, a independência e a imparcialidade dos juízes.”28

Segundo Ada Pellegrini Grinover, o princípio do juiz natural não é apenas um direito subjetivo da parte, mas sim a garantia da própria jurisdição, seu elemento essencial. "Sem o juiz natural, não há função jurisdicional possível". 29

Os Professores Luiz Guilherme Marinoni e Sérgio Cruz Arenhart30 escrevem acerca do regime anterior de agravo da opção da lei por manter o juiz natural do recurso nas mãos do colegiado. :

“Fica clara, pois a opção da lei por manter o juiz natural do recurso em mãos do colegiado, limitando-se a delegar a função decisória da insurgência ao relator (sem necessária cooperação dos demais membros da Corte) em casos em que a questão for evidentemente de solução. Não houve, portanto, uma cisão do antigo recurso em dois novos – um inicialmente dirigido ao relator, e outro posteriormente ao colegiado. Ocorreu, na voz de BARBOSA MOREIRA, apenas a transformação do relator em “porta-voz avançado” do colegiado, em situações excepcionais. O relator, nesses casos, não age em nome próprio, mas sim como representante do colegiado.” (grifei)

Completam os ilustres professores:

“Por essa razão, tratando-se de delegação legal, não se pode imaginar que constitua a previsão mera faculdade do relator, e que ficaria a seu exclusivo alvitre julgar monocraticamente o recurso

28 NERY JUNIOR, Nery.Princípios do Processo Civil na Constituição Federal, pág. 64, Ed. RT, 2ª ed., 1995.

29 GRINOVER, Ada Pellegrini; e outros. As Nulidades no Processo Penal. 8ª ed. revista e atualizada. São Paulo:

Editora Revista dos Tribunais, 2004.p 25

30 MARINONI, Luiz Guilherme e ARENHART, Sérgio Cruz, Manual do Processo de Conhecimento, 4ª ed. Pg 572-573.

ou submete-lo ao colegiado. Embora não se trate recurso novo, evidencia o dispositivo legal formulação de competência funcional do relator, motivo pelo qual não lhe é dado desvencilhar-se de sua atribuição, remetendo a causa à análise do colegiado. É preciso, assim, tomar cum grano salis a dicção do art. 544, §3º, quando alude a que o relator “poderá” conhecer o agravo e dar-lhe provimento. Este “poderá” (como aliás ocorre em diversos casos da legislação brasileira) não representa faculdade, mas sim um dever-poder atribuído ao magistrado.“

Observa-se que, conforme o regime anterior à lei vigente, por ser passível de apreciação pelo colegiado a decisão monocrática do relator, não havia que se falar em infringência ao princípio do juiz natural. Tratava-se de delegação, cuja decisão era apta a ser revista pelo colegiado.

A irrecorribilidade traz nova peculiaridade quanto a esse aspecto. Merece análise a questão de mera delegação pelo juiz natural ao relator, pois na lei vigente, pode-se entender que o relator é o juiz natural para o juízo de admissibilidade e, em assim sendo, deve-se analisar a constitucionalidade dessa nova atribuição de juiz natural diante da tradicional e quiçá constitucional figura dos colegiados como juízes naturais dos recursos nos tribunais.

Há corrente que afirme que, por ser o colegiado o órgão de segundo grau de jurisdição e, portanto, “o juiz” do agravo de instrumento, há clara violação ao princípio do juiz natural pois ao obstaculizar o exame, em sede de liminar, pelo colegiado, afronta o texto constitucional.

José Carlos Teixeira Giorgis tem a seguinte posição:

“Por outro lado, como reforça a doutrina, em órgãos colegiados é impossível pensar em decisão do relator que não seja suscetível de exame pelo colegiado. Como o colegiado é órgão competente para conceder ou denegar a liminar, também o é para julgar o feito. E, se não há delegação ao relator, tal exclui não a competência do colegiado. Dizer-se irrecorrível a decisão do relator sobre a medida liminar é dar-lhe competência não delegada, que não tem respaldo na lei nem justificativa na ciência ou técnica jurídica.” 31

Barbosa Moreira também entende como problema a ampliação dos poderes do relator:

“o ‘juiz natural’ do recurso é o órgão colegiado; não há bloquear o caminho até ele. Pode-se

31 GIORGIS, José Carlos Teixeira. Notas sobre o agravo. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 1996.p.86-87.

equiparar o papel do relator ao de um ‘porta-voz avançado’: o que ele diz, supõe-se que o diga

‘antecipando’ a decisão do colegiado. Ao interessado, ressalva-se o direito de desencadear um mecanismo de controle, capaz de mostrar se a ‘antecipação’ corresponde ou não ao entendimento ‘antecipado’, em outras palavras, se merece crédito o porta-voz.” 32

A estrutura constitucional do poder judiciário, por prever a pluralidade em seus tribunais, impede que se vede qualquer pretensão que impossibilite o acesso aos colegiados e atribua poder absoluto a um juízo monocrático.

Portanto, entende-se que essa delegação, sem previsão de revisão pelo colegiado, é de duvidosa constitucionalidade.

Eduardo Talamini também apresenta o tema:

“Está implícita na estruturação constitucional do Poder Judiciário a pluralidade na composição dos tribunais locais e federais. Isso não impede que a lei delegue a prática de certos atos a um dos integrantes do colegiado – em regra, o relator da causa (como se dá no artigo 558 do CPC).

Contudo, terá de existir – sob pena de inconstitucionalidade - um mecanismo que permita a conferência, por parte do órgão colegiado, do correto desempenho da atividade delegada. As partes necessariamente terão de dispor de um instrumento que lhes permita levar decisões individuais do relator a um órgão colegiado. Essa é a forma de verificar-se se o relator correspondeu, na prática ao ato que lhe foi delegado, ao pretendido pelo órgão. Em outros tantos casos, o código expressamente previu cabimento de recurso para que se proceda tal revisão (art.

532,545 e 557). Assim, o art. 558 deve ser interpretado conforme a Constituição: estende-lhe a previsão, constante daqueles outros preceitos, de recurso, para o órgão competente para o julgamento do agravo originário, no prazo de 5 dias. Mais do que isso, em face da urgência de que se reveste a situação, o recurso terá de ser apreciado pelo colegiado na primeira sessão subseqüente à interposição do agravo (postergação de tal apreciação caracterizará omissão judicial atacável por mandado de segurança).33

José Paulo Sepúlveda Pertence, enquanto Procurador Geral da República fez constar em seu arrazoado:

“Tribunal, na tradição do sistema constitucional brasileiro, é órgão de julgamento colegiado, conclusão que independeu sempre de norma constitucional explícita. Daí, quando a própria Constituição ou a lei ordinária, federal ou estadual, outorgou a um tribunal a competência para julgar determinado processo, sempre se tem entendido que os atos de jurisdição de seus órgãos individuais – presidente ou relator- deverão ser recorríveis para o órgão colegiado competente”34

32 BARBOSA MOREIRA, José Carlos. Reformas do CPC em matéria de recursos. Revista de Direito Renovar 75/76, jan.-abr. 2001.

33 TALAMINI, Eduardo. A nova disciplina do agravo e os princípios constitucionais do processo. RePro 80/136

34 “Constitucional. Mandado de injunção. Seguimento negado pelo relator. Competência do relator para negar seguimento a pedido ou recurso: RISTF, art. 21, § 1°; Lei 8038/1990, art. 38; CPC, art. 557, redação da Lei 9756/1998: Constitucionalidade. Mandado de injunção: pressupostos. CF, art. 5°, LXXI. Legitimidade ativa. I- É legítima, sob o ponto de vista constitucional, a atribuição conferida ao relator para arquivar ou negar seguimento a

Os argumentos até aqui trazidos tiveram relevante fundamentação, porém, não se baseiam na literalidade da lei.

Contrariando as alegações dos que acreditam que está implícito na formação dos tribunais o colegiado e ser o julgamento dos recursos por ele tradição no sistema brasileiro, de fato não se encontra previsão legal nesse sentido a ponto de obstar que o relator, órgão do tribunal que é, possa exercer o juízo de admissibilidade do agravo e proferir as liminares cabíveis.

Com a previsão expressa da irrecorribilidade, é notável que não se tratou de mera delegação do juízo de admissibilidade do colegiado ao relator. Houve, sim, uma transferência da competência do juízo de admissibilidade, uma vez que não mais se comporta a hipótese de revisão pelo colegiado. E, não existindo óbice legal para a transferência de competência de um órgão para outro dentro do mesmo tribunal, não há afronta ao princípio do juiz natural.

Destarte, viu-se que o legislador optou pela irrecorribilidade sem prejuízo de previsão legal que obste a outorga do legislador dos poderes ao relator, pra que decida de forma soberana.

6.3. DOS PRINCÍPIOS DO ACESSO À JUSTIÇA E DA INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO

A Constituição assegura o princípio do acesso à justiça, que se desdobra em direito à prestação jurisdicional adequada, efetiva e tempestiva.

O princípio na inafastabilidade do controle jurisdicional determina que se deve oferecer soluções úteis aos jurisdicionados. Preconiza a não exclusão de apreciação, pelo Judiciário, de lesão ou ameaça a direito.

pedido ou recurso – RISTF, art. 21, § 1°; Lei 8038/1990, art. 38; CPC, art. 557, redação da Lei 9756/1998 – desde que, mediante recurso, possam as decisões ser submetidas ao controle do colegiado. II – (...). III – (...).IV – Negativa de seguimento do pedido. Agravo não provido.”

Podem-se mencionar vários argumentos que digam que a irrecorribilidade dessas decisões do relator são infringências do princípio do acesso à justiça e o da inafastabilidade da jurisdição.

Nesse particular, necessário transcrever as lições de Cappelletti e Garth, quando aduz o seguinte:

“A expressão acesso à justiça é reconhecidamente de difícil definição, mas serve para determinar duas finalidades básicas do sistema jurídico – o sistema pelo qual as pessoas podem reivindicar seu direitos e/ ou resolver seu litígios sob o auspícios do Estado. Primeiro o sistema deve ser igualmente acessível a todos; segundo, ele deve produzir resultados que sejam individualmente e socialmente justos35.

Ada Pelegrini Grinover mencionando Mauro Cappelletti destaca que o acesso à justiça pode ser considerado o direito mais importante, "na medida em que dele depende a viabilização dos demais"36.

Entretanto, a transformação do agravo de instrumento na modalidade retida não se configura uma negação ao direito de defesa, posto que haverá o exame da questão pelo órgão superior hierárquico, entretanto pode ser motivo de perda do objeto recursal.

Esta prerrogativa concedida ao relator visa, justamente, atender ao princípio da celeridade processual sem, contudo, atropelar os preceitos constitucionais da ampla defesa e do contraditório, bem como o devido processo legal.

Assim, caso se entendesse que as decisões liminares do relator comportam recurso, o princípio de que se trata estaria sendo violado.

Se acaso seja compreendido que o tribunal deva regulamentar a hipótese de revisão pelo colegiado, a decisão será apreciada pelo colegiado, aí não haveria motivo para se falar em afronta a esse princípio. Em contrapartida, é sabido que os regimentos internos dos tribunais não podem contrariar a legislação federal (art. 96, inc. I, "a" da Constituição Federal). Assim, vislumbra-se sua tácita derrogação quanto à permissão de recursos sobre as decisões do relator cujo conteúdo equivalha aos incisos II e III do art.

35 CAPELLETTI, Mauro e GARTH, Bryan. Acesso à Justiça. Porto Alegre: fabris, 1998, p 08

36 GRINOVER, Ada Pelegrini. Novas tendências do Direito Processual. São Paulo: Forense Universitária, 1990, p.244

527 do CPC. Infere-se, destarte, que o agravo interno teve sua utilidade bastante minimizada, hoje restrita aos casos do § 1o do art. 557.

Poderia também ser aventada a hipótese de necessidade de controle da atividade do magistrado, o que seria recomendável, porém também não seria afronta a princípio constitucional, pois se assim fosse, o duplo grau de jurisdição seria garantia constante na carta magna e se trata de recomendação para a boa administração da justiça .

A decisão poderá ser objeto de pedido de reconsideração ao relator e, em sendo negativa a tentativa, poderá ser questionada pela via do mandado de segurança.

Com esse mecanismo, poderão perecer direitos se não preenchidos os requisitos do mandado de segurança e, além disse, acredita-se que o pedido de reconsideração será pouco útil, pois se trata de tentativa de mudar a opinião já exarada pelo próprio relator, faze-lo voltar atrás seria uma tarefa muito difícil, pois já construiu seu convencimento.

Todavia, ainda que esse não seja o entendimento, poderia ser aventada a hipótese de necessidade de controle da atividade do magistrado, o que seria recomendável, porém também não seria afronta a princípio constitucional, pois se assim fosse, o duplo grau de jurisdição seria garantia constante na carta magna e se trata de recomendação para a boa administração da justiça .

Assim, adotando-se a posição de que a decisão do relator não gera recurso, visto que o agravo interno anteriormente cabível não é um recurso propriamente dito, aqui não há que se falar em violação à inafastabilidade da jurisdição, eis que se parte do pressuposto de que o relator, por ter competência para proferir as liminares em sede de admissibilidade do agravo de instrumento, analisará os requisitos para direcionar sua decisão.

Desta forma, foi dada uma maior credibilidade ao juízo monocrático pelo sistema, primando pela maior celeridade processual.

6.4. DO PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA

Nenhuma decisão judicial é infalível, sendo, por isto, indispensável seu controle antes que produza efeitos na realidade concreta, entretanto, não são todas as decisões que merecem ter recurso específico.

A recente reforma é fruto de polêmica eis que a irrecorribilidade de decisão liminar proferida pelo relator que não originária de um colegiado, pode causar grave insegurança jurídica, pois somente poderia ser reformada se o próprio relator a reconsiderar. Imagine-se por hipótese, uma tese cujo entendimento é pacífico no tribunal, que seja distribuído a um desembargador que isoladamente tenha opinião diversa do colegiado e a entenda como incabível pela via recursal de agravo de instrumento.

Observe-se que a decisão não seria passível de análise pelo colegiado que lhe seria favorável por maioria de votos, isso traria indiscutível prejuízo à parte.

Assim, inúmeras são as teorias que afirmam que a valorização das decisões minoritárias são causas de insegurança jurídica e têm o condão de ofender o princípio das decisões colegiadas que rege a disciplina dos processos nos tribunais. Bruno Dantas Nascimento37 escreve acerca da irrecorribilidade nos seguintes termos:

“É inegável que, ao estabelecer que “A decisão liminar, proferida nos casos dos incisos II e III do caput desse artigo, somente é passível de reforma no momento do julgamento do agravo, salvo se o próprio relator a considerar”, a norma fortalece entendimentos minoritários, em detrimento das teses prevalecentes no colegiado, cuja adoção poderá ser postergada até o momento do julgamento do mérito do agravo de instrumento (isso se o agravo não tiver perdido seu objeto, fato comum, em virtude do tempo que leva o relator para submetê-lo à apreciação da turma ou câmara).”

Ainda adenda o autor:

“Além disso, não se pode olvidar que a nova redação do caput do art. 522 e dos incisos II e III do art. 527, assim como a remissão ao art. 558, todos do CPC, ao mencionar as expressões

37 DANTAS NASCIMENTO, Bruno. Inovações na Regência do Recurso de Agravo Trazidas pela Lei 11.187/2005.

In: ARRUDA ALVIM WAMBIER, Teresa e NERY JR, Nelson Nery.(Coord.). Aspectos Polêmicos e Atuais dos Recursos Cíveis. São Paulo: RT, 2006 p. 70-71.

“decisões suscetíveis de causar à parte lesão grave e de difícil reparação” e “relevante fundamentação” guardam consigo conceitos vagos, que, para Teresa Arruda Alvim Wambier, embora possam causar problemas de ordem interpretativa, não criam para a situação concreta mais de uma solução juridicamente correta. Em outras palavras: não há que se falar em várias soluções corretas para o mesmo caso concreto, embora o esforço do intérprete seja maior e mais complexo, e, portanto, as chances de interpretação incorreta de um conceito impreciso sejam maiores. Ademais, partindo da definição do Mestre Arruda Alvim sobre os conceitos indeterminados, como os que permeiam os arts. 522, 527 e 558 do CPC, já tivemos a oportunidade de afirmar que a conclusão que se extrai é de que, “quando o legislador opta por transferir ao julgador a incumbência de dirimir as dúvidas conceituais que se apresentam em decorrência da utilização dos conceitos vagos ou indeterminados nas normas jurídicas, acaba por transferir-lhe, igualmente, o ônus da manutenção da segurança jurídica, de modo que há de ser estabelecido algum mecanismo que possibilite ao próprio aplicador da lei zelar por este elevado valor.”

Neste sentido, conclui o jurista:

“É nesse contexto que o reexame pelo colegiado das decisões liminares adotadas pelo relator do agravo de instrumento é necessidade imperiosa, e a sua vedação é verdadeira razão de insegurança jurídica.”

Note-se que a vedação da reapreciação da decisão pelo colegiado não seria motivo de maiores preocupações, eis que se trata de um juízo de admissibilidade em que o relator não emite juízo de valor definitivo sobre a questão, a análise preliminar do relator deverá ser feita com base no fato, de sorte que, coincidente o modelo normativo com a realidade subjacente, a decisão estará predeterminada.

Partindo-se do pressuposto que esse será o método de julgamento do relator, não haverá necessidade de revisão, pelo contrário, o procedimento se beneficiará se não houver mais uma via de tentativa de revisões.

Note-se que o duplo grau de jurisdição não é garantia constitucional, mas o é a razoável duração do processo, portanto, a efetiva tutela jurisdicional não diz respeito a duplo juízo. Os professores Luiz Guilherme Marinoni e Sérgio Cruz Arenhart trazem a lição de Cappelletti neste sentido:

“Nas causas em que é racionalmente justificável a dispensa de duplo juízo sobre o mérito, a exigência de dois juízos para a definição do litígio acaba por atentar contra o direito à tempestividade da tutela jurisdicional. Ora, o direito à adequada tutela jurisdicional- como inclusive já reconheceu CAPPELLETTI - é muito mais importante do que o duplo grau, mas o

primeiro- que é garantido em quase todas as Constituições modernas – dificilmente poderá ser realizado em um sistema que sempre exige dois juízos repetitivos sobre o mérito.” 38

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