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O que dizem os documentos sobre as ações do coordenador pedagógico e a formação continuada dos docentes no IFAL

PEDAGÓGICOS

3.4 O que dizem os documentos sobre as ações do coordenador pedagógico e a formação continuada dos docentes no IFAL

Alguns documentos institucionais foram analisados, sob o foco do objeto de pesquisa, a função do coordenador pedagógico voltada para a formação continuada docente, com o objetivo de saber quais informações os documentos trazem a respeito das atribuições do coordenador pedagógico como articulador da formação continuada dos docentes e quais concepções de formação continuada são apresentadas nos documentos do IFAL, principalmente as particularidades e conceitos desse processo.

Procuramos obstinadamente documentos que fizessem alusão ao trabalho do coordenador pedagógico e a uma política de formação continuada na instituição. Para tanto, pesquisamos o corpus acessível na Proen, assim como, textos oficiais que pudessem abordar esses pontos do nosso objeto de pesquisa. Primeiramente, analisamos o Ofício Circular nº 015/2005/CGGP/SAA/SE/MEC, de 28 de novembro de 2005,cujas informações iniciais foram obtidas em diálogos com a Proen, quando nos

127 informou que as ações do coordenador pedagógico correspondem às mesmas atribuições dos pedagogos da instituição, segundo Ofício Circular nº 015/2005/CGGP/SAA/SE/MEC, de 28 de novembro de 2005. Este documento ampara e descreve o cargo de pedagogo quando são lançados os editais dos concursos para contratação de pedagogos. A descrição do cargo corresponde a:

Implementar a execução, avaliar e coordenar a (re)construção do projeto pedagógico de escolas de educação infantil, de ensino médio ou ensino profissionalizante com a equipe escolar; viabilizar o trabalho pedagógico coletivo e facilitar o processo comunicativo da comunidade escolar e de associações a ela vinculadas. Assessorar nas atividades de ensino, pesquisa e extensão.

DESCRIÇÃO DE ATIVIDADES TÍPICAS DO CARGO

• Estudar medidas que visem melhorar os processos pedagógicos, inclusive na educação infantil.

• Elaborar e desenvolver projetos educacionais.

• Participar da elaboração de instrumentos específicos de orientação pedagógica e educacional.

• Organizar as atividades individuais e coletivas de crianças em idade pré- escolar.

• Elaborar manuais de orientação, catálogos de técnicas pedagógicas; participar de estudos de revisão de currículo e programas de ensino; executar trabalhos especializados de administração, orientação e supervisão educacional.

• Participar de divulgação de atividades pedagógicas. • Implementar programas de tecnologia educacional.

• Participar do processo de recrutamento, seleção, ingresso e qualificação de servidores e discentes na instituição.

• Elaborar e desenvolver projetos de ensino-pesquisa-extensão. • Utilizar recursos de informática.

• Executar outras tarefas de mesma natureza e nível de complexidade associadas ao ambiente organizacional. (BRASIL, 2005, grifos nossos).

O referido ofício possui marcas destacadas nos nossos grifos de que há atribuições voltadas para a formação continuada dos professores, porém, este documento não é específico para a função gratificada do coordenador pedagógico, apenas para o cargo efetivo do pedagogo. Até o ano presente, o IFAL não construiu um documento institucional que tenha descritas as atribuições deste profissional.

O Projeto Político Pedagógico Institucional – PPPI é um documento de referência que orienta e organiza a ações do IFAL. Não há nesse texto registros que impliquem a atuação do coordenador pedagógico na formação continuada dos professores da instituição, mas há esclarecimentos no PPPI (BRASIL, 2013), entre os aspectos legais citados, sobre a formação continuada, pois menciona que a formação continuada está

128 relacionada à participação dos docentes em cursos de pós-graduação (BRASIL, 2013, p. 23). Quanto às diretrizes gerais do projeto, apresenta-se o objetivo de instituir uma política de formação continuada para os profissionais da Instituição (Brasil, 2013, p.42) sobre a qual encontramos a afirmação de que deve ser estabelecida uma cultura de formação permanente que venha contemplar todos os servidores, já que o conceito de desenvolvimento profissional a que o PPPI se refere é entendido como processo contínuo de formação (BRASIL, 2013, p.60), embora não mencione o coordenador pedagógico como articulador dessa cultura de formação permanente.

Evidenciamos que a formação continuada a que nos referimos não se desenvolve apenas pela participação dos docentes em cursos, palestras, pós- graduações. A formação que defendemos está relacionada às ações que desenvolvem o professor para seu exercício profissional docente consciente a partir da realidade da escola, cuja identidade profissional é assumida e a formação contempla a profissionalização.

Outro documento analisado corresponde ao Plano de Desenvolvimento Institucional – PDI, que assim como no PPPI, existem objetivos que propõem a formação continuada dos servidores, porém, transfere a tarefa de formação para cursos de qualificação e capacitação que não correspondem ao processo de formação continuada como estudo, análise e crítica da práxis pedagógica no próprio contexto de atuação. Em nenhum desses documentos o coordenador pedagógico tem uma função que revele a significância de sua atuação.

O EDITAL Nº 60/2016, DE 12 DE MAIO DE 2016, publicado no D.O.U. de 13 de maio de 2016, Seção 3, p. 46, consta resumidamente a descrição das atribuições do pedagogo, igual a que consta no Ofício Circular nº 015/2005/CGGP/SAA/SE/MEC, de 28 de novembro de 2005, conforme trecho abaixo:

Implementar a execução, avaliar e coordenar a (re)construção do projeto pedagógico de instituições de ensino médio ou ensino profissionalizante; viabilizar o trabalho pedagógico coletivo e facilitar o processo comunicativo da comunidade escolar e de associações a ela vinculadas; assessorar nas atividades de ensino, pesquisa e extensão.

Observa-se que os editais de concurso para pedagogo no IFAL se amparam no Ofício Circular nº 015/2005/CGGP/SAA/SE/MEC, com a finalidade de situar e descrever

129 as atribuições que os candidatos terão que realizar quando forem empossados no cargo de pedagogo.

Durante a realização das entrevistas com os gestores da Proen, obtivemos o dado de que a CDCP - Coordenação de Desenvolvimento e Capacitação de Pessoal é o setor responsável por desenvolver a formação continuada no IFAL. Esse setor faz a pesquisa sobre as necessidades de formação de todos os servidores por meio de questionário que é disponibilizado no site oficial do IFAL, normalmente no final de cada ano letivo. Destacamos que esse questionário não é rígido e dá opções para os professores escreverem quais cursos necessitam, inclusive como ele deve ser ofertado, pois os espaços são livres para escrever e sugerir como seriam os cursos. A partir das informações que são obtidas, deve-se definir os cursos, que, na medida do possível, buscam atender às solicitações feitas em cada ano. Se os professores não se pronunciam por meio desse instrumento, logicamente, suas necessidades não serão conhecidas.

A partir desse dado, fomos em busca de como se desenvolver de fato essa formação continuada. Analisamos o EDITAL 06/2017 – CDCP/IFAL que oferta os cursos de formação após o referido levantamento. Observamos que os cursos possuem carga horária entre 20 e 24 horas, têm um número limitado de 20 a 30 vagas e acontecem no campus Maceió. É uma formação que não contempla a realidade do corpo docente dos campi, mas atende a alguns servidores, pois oferta apenas 220 vagas. Além disso, as temáticas ofertadas atendem mais aos servidores da área técnica, isto porque dos 6 cursos ofertados, 4 deles apresentam as seguintes temáticas: Rotinas e Procedimentos administrativos; Governança na Gestão Pública; Nova versão do Sistema de Concessão de Diárias e de Passagens; SCDP/Básico (turma I); Nova versão do Sistema de Concessão de Diárias e de Passagens e SCDP/Intermediário (turma II). Apenas dois cursos dizem respeito à formação pedagógica.

Diante da descrição desse documento, também não encontramos nenhum registro que conte com a ação do coordenador pedagógico para a formação continuada dos docentes do IFAL, tampouco, reconhecemos essa forma de formação ofertada pela CDCP como contínua para os docentes a partir da realidade do campus.

Anexo à Portaria, nº 153/DGCM, publicado em 02 de agosto de 2017, o Normativo Interno 001/GDG-IFAL, Campus Maceió. (p.51) é um documento que apresenta a coletânea das competências e atribuições das coordenações e demais

130 setores do Campus Maceió e é um referencial para esclarecer sobre as ações de cada espaço. Como é um documento recente, ainda está passivo de sofrer alterações a partir das audiências públicas que acontecerão. No caso deste documento, apenas o apontaremos como uma atitude institucional que pode esclarecer as atribuições dos setores, consequentemente, as atribuições dos profissionais que neles atuam, conforme algumas descrições abaixo:

§2º São Competências e Atribuições da Coordenação Pedagógica. I- Identificar contradições, dificuldades e interferências, no desenvolvimento do ensino, na instituição, provocando a tomada de conhecimento e a busca conjunta de formas de enfrentamento e ou redimensionamento;