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3.Noções básicas de contabilidade

3.3. Documentos bancários Cheque

O cheque é um documento escrito que representa: • Uma ordem (mandato);

• Dirigida por um cliente/titular da conta ao seu Banco;

• No sentido de o Banco efectuar o pagamento de determinada quantia;

• A um terceiro, ao portador do cheque ou ao próprio titular da conta. Sacado, sacador e beneficiário

Nos termos da lei, as várias entidades/pessoas envolvidas no processo de emissão e pagamento do cheque têm denominações/nomes específicos:

 O cliente, que ordena ao Banco o pagamento da quantia referida no cheque, chamamos sacador;

 Ao Banco, que realiza o pagamento, chamamos sacado;

 Ao beneficiário da ordem de pagamento, aquele a quem o Banco paga, chamamos beneficiário.

O cheque constitui um importante meio de pagamento, que tem merecido a confiança dos agentes comerciais. Porém, alguns factos recentes têm abalado a confiança que os comerciantes depositam no cheque como instrumento de pagamento.

Nos termos das determinações do Banco de Portugal, obrigatórias para todas as instituições de crédito, se encontram em vigor as seguintes

medidas tendentes a conferirem confiança ao cheque como meio de pagamento:

 Os Bancos estão obrigados a pagar, não obstante a falta ou insuficiência de provisão, qualquer cheque de montante igual ou inferior a € 62,35;

 Os Bancos só podem fornecer módulos de cheques aos clientes que preencherem as condições estabelecidas pelo Banco de Portugal e pela legislação aplicável;

 Os Bancos são obrigados a recusar a atribuição de módulos de cheques aos clientes que emitam cheques sem provisão;

 A rescisão da convenção de cheque abrange todos titulares da conta sacada. Os Bancos que violem o dever de rescisão da convenção de cheque, ficam obrigados a pagar qualquer cheque que, nessa circunstância, seja emitido desde que tenha sido por eles fornecido. Além de escrito, o cheque é um documento normalizado. Significa isto que a estrutura, o conteúdo e as dimensões dos cheques são obrigatoriamente iguais para todos os seus impressos, existindo apenas diferenças quanto ao aspecto gráfico (cor, tipos de letra, símbolos, etc.) escolhido por cada entidade bancária.

Enquanto documento normalizado, o cheque deve conter, obrigatoriamente, certas indicações escritas:

 Apalavra «cheque», inserida no próprio texto e expressa na língua empregue para a sua redacção (no nosso caso, o português);

 A ordem, pura e simples, de pagar uma determinada quantia;

 O nome de quem deve pagar: o sacado (trata-se do Banco no qual o sacador tem conta aberta);

 A indicação do lugar no qual o pagamento se deve efectuar (em geral, indicado do lado direito em relação ao nome do sacado);

 A indicação da data em que o cheque é passado;

 A indicação do lugar no qual o cheque é passado;

 A assinatura de quem passa o cheque (sacador); a assinatura deve ser sempre idêntica à que consta da ficha de assinatura de cliente existente no Banco.

• Uma ordem (mandato);

• Dada por uma pessoa (sacador); • A uma outra pessoa (sacado);

• No sentido de esta realizar a um tomador/beneficiário (que pode ser um terceiro ou o próprio sacador, ou à sua ordem);

• O pagamento de determinada quantia; • Em determinada data.

A letra é o mais utilizado dos títulos de crédito, depois do cheque. Mas existem alguns aspectos a ter em conta na distinção entre a letra e o cheque:

• No cheque, o sacado é sempre o Banco no qual o sacador tem o dinheiro depositado;

• Na letra, o sacado pode ser qualquer entidade com a qual o sacador mantenha relações.

Além disso, existe uma inversão no que respeita ao sacador:

• No cheque, o sacador era o devedor de certa quantia, o qual dava ordem ao seu Banco para que pagasse, ao credor, esse montante; • Na letra, o sacador é o credor de certa quantia, o qual ordena ao seu devedor que lhe pague esse montante.

Vantagens da utilização da letra

As principais vantagens da utilização de letra são:

• A letra, tal como o cheque, constitui título executivo (prova a existência de um crédito);

• Antes da data de vencimento, o portador da letra pode realizar o seu desconto num Banco, transformando o título de crédito na importância em dinheiro correspondente ao seu crédito;

• O sacador (credor) pode transmitir a letra, utilizando-a para pagar as suas próprias dívidas.

Enquanto documento normalizado, a letra deve conter, obrigatoriamente, certas indicações escritas:

 A palavra «letra», escrita no próprio texto do documento e expressa na língua utilizada na redacção deste (no nosso caso, o português);

 A ordem, pura e simples, de pagar uma determinada quantia;

 O nome de quem deve pagar (ou seja, do sacado);

 A indicação do lugar no qual o pagamento se deve efectuar;

 O nome do tomador/beneficiário (ou seja, da pessoa à qual, ou à ordem da qual, a letra deverá ser paga);

 A indicação da data e lugar nos quais a letra foi emitida;

 A assinatura de quem emite a letra (sacador). Livrança

À semelhança do cheque e da letra, trata-se de um documento escrito e normalizado, comprovativo da existência de uma dívida, apto a ser processado através de meios informáticos.

A livrança é muito semelhante à letra. Na verdade, as diferenças entre ambos os títulos de crédito resume-se quase a isto:

• A letra é emitida por um sacador que dá uma ordem ao sacado no sentido de este pagar uma quantia determinada ao beneficiário ou à sua ordem;

• A livrança é emitida por uma pessoa que promete pagar a outrem, ou à sua ordem, uma quantia determinada.

Resumindo, enquanto que:

• A letra é uma ordem de pagamento;

• A livrança é uma promessa de pagamento.

A principal utilização da livrança ocorre no meio bancário. É habitual o uso da livrança como garantia de cumprimento de empréstimos bancários de curto prazo.

Enquanto documento normalizado, a livrança deve conter, obrigatoriamente, certas indicações escritas.

 A palavra «livrança», escrita no próprio texto do documento e expressa na língua utilizada na redacção deste (no nosso caso, o português).

 A promessa, pura e simples, de pagar uma determinada quantia.

 O nome da pessoa a quem, ou à ordem de quem, a livrança deve ser paga.

 A indicação do lugar no qual o pagamento se deve efectuar

 A indicação da data em que a livrança deverá ser paga.

 A assinatura de quem emite a livrança. Proposta de Desconto

de um título de crédito, mediante o pagamento de uma certa importância. O processo de desconto inicia-se com o estabelecimento de contactos entre a entidade que pretende o financiamento e o funcionário responsável do Banco (por exemplo, o gerente de conta). Como é óbvio, a entidade cedente deve ter conta aberta no balcão ou agência do Banco onde se dirige para apresentar a proposta de desconto.

Na sequência desses contactos será elaborada uma proposta (escrita) de desconto, a qual, mais tarde, ao ser aprovada pelo Banco, se transforma num contrato de desconto.

A proposta deve ser subscrita pelo cedente (entidade que pede o desconto bancário) dela podendo constar, pelo menos, as seguintes informações:

• A data da proposta;

• O nome e assinatura do cedente (o portador da letra que a entrega ao Banco);

• O número de conta do cedente;

• A data dos títulos de crédito a descontar (também chamados efeitos);

• O montante dos títulos;

• As datas de vencimentos dos títulos; • O nome do sacado;

• Os nomes e moradas de todos os intervenientes nos títulos; • O local de pagamento dos títulos;

• A indicação da ordem na sucessão dos endossos.

Apresentada a proposta, esta será presente à aprovação do escalão do Banco (chefe de agência, subgerente, gerente de filial, etc.) competente, em razão do montante em causa, para a concessão do crédito.

Aprovada a proposta, em princípio, o montante acordado será de imediato creditado na conta da entidade cedente.

Proposta de Cobrança

A operação de cobrança inicia-se com a redacção de uma proposta de cobrança, a qual deve ser acompanhada pelos títulos (efeitos) a cobrar pelo Banco.

A proposta de cobrança, redigida em impresso fornecido pelo Banco, inclui obrigatoriamente os seguintes elementos:

• Número da conta e nome do balcão onde se apresenta a proposta; • Nome e morada (ou denominação e sede) do titular da conta; • Data da proposta;

• A data dos títulos de crédito a cobrar (também chamados efeitos); • O montante dos títulos;

• As datas de vencimentos dos títulos; • O nome do sacado;

•Os nomes e moradas de todos os intervenientes nos títulos; • O local de pagamento dos títulos;

• A indicação da ordem na sucessão dos endossos;

• Assinatura do cedente (entidade que pede a cobrança).

Recebida a proposta, o Banco confirmará os dados, codificará (para efeitos internos e de lançamento em conta corrente) a operação, e procederá, nos prazos previstos, à cobrança. Após o que entregará ao cedente o valor do efeito cobrado, creditando essa importância na sua conta.

Bibliografia

AA VV: Manual de processos-chave: Centro de Apoio Domiciliário, Programa de cooperação para o desenvolvimento da qualidade e segurança das respostas sociais, Ed. Instituto da Segurança Social, 2005

AA VV. Segurança Alimentar na Restauração. Volume V - Aquisição, Recepção e Armazenamento, Ed. Qualigénese/ IEFP, 2005

Alves, Ana Paula et al. Noções de Saúde: Manual do Formando, Projecto Delfim, GICEA - Gabinete de Gestão de Iniciativas Comunitárias do Emprego, 2000

Almeida, Maria do Céu, Gestão e economia familiar: Manual do Formando, Projecto Delfim, GICEA - Gabinete de Gestão de Iniciativas Comunitárias do Emprego, 2000

Webgrafia

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