Trata-se de uma obrigação reservada unicamente ao adjudicatário, após a notificação da decisão de adjudicação.
Os documentos de habilitação destinam-se à verificação da aptidão do adjudicatário para celebrar o contrato em causa.
A sua apresentação é realizada através de correio eletrónico ou de outro meio de transmissão escrita e eletrónica de dados, cf. o n.º 1 do artigo 83.º.
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Quando os documentos de habilitação (com exceção da declaração emitida conforme modelo constante do anexo II ao CCP) se encontrem disponíveis na Internet, o adjudicatário pode, em alternativa, indicar à entidade adjudicante o endereço do sítio onde aqueles podem ser consultados, bem como a informação necessária a essa consulta.
Nos casos em que o adjudicatário é um agrupamento, deverá atentar-se ao constante na norma do artigo 84.º.
Existe a obrigação da simultaneidade da notificação da apresentação dos documentos de habilitação pelo adjudicatário, cf. o artigo 85.º.
De acordo com o n.º 1 do artigo 89.º, a adjudicação caduca se, por facto que lhe for imputável, o adjudicatário não apresentar os documentos de habilitação, devendo ser adjudicada a proposta ordenada em lugar subsequente, cf. o n.º 3 do artigo 89.º.
23. Caução
(artigo 88.º do CCP) O Decreto-Lei n.º 190/2012, de 22 de agosto criou um regime excecional de liberação de cauções prestadas para garantia da execução de contratos de empreitadas de obras públicas, aplicável aos contratos celebrados ou a celebrar até 1 de julho de 2016.
Sempre que o preço contratual seja igual ou superior a 200.000 €, é obrigatória a prestação de caução, cujo valor é de 5% do preço contratual, cf. o n.º 1 do artigo 89.º.
Este valor é majorado para 10% no caso do preço total resultar de uma proposta com um preço anormalmente baixo, cf. o n.º 3 do artigo 88.º.
Abaixo de 200.000 € a entidade adjudicante pode proceder à retenção de 10% do valor dos pagamentos a efetuar, desde que esta faculdade seja prevista no caderno de encargos.
Pode tornar-se não exigível a prestação de caução quando o adjudicatário apresente seguro da execução do contrato, cf. o n.º 4 do artigo 88.º.
O modo de prestação da caução está previsto no artigo 90.º.
As consequências da não prestação da caução é a caducidade da adjudicação, cf. o artigo 91.º.
24. Minuta do Contrato
(artigos 98.º e 100.º a 102.º do CCP) Na medida em que a fase concorrencial (pré-contratual) não versa sobre minutas do clausulado a contratar e não existindo um documento fechado entre as partes que seja imediatamente transponível para o próprio documento contratual, existe a necessidade de fundir os documentos que foram sendo forjados ao longo do procedimento (caderno de encargos e proposta) de modo a definir-se uma base comum que reflita a vontade recíproca de contratar.
25. Contrato
(artigo 96.º do CCP) A elaboração do contrato deve respeitar a equidade e o equilíbrio de partilha de riscos, evitando-se as cláusulas que potenciam o seu agravamento financeiro.
No contrato de locação ou de aquisição de serviços ou de aquisição de bens não é exigível a redução a escrito do contrato quando o preço contratual não exceda 10.000 €, podendo a mesma ser dispensada no caso do n.º 2 do artigo 95.º.
A outorga do contrato encontra-se regulada no artigo 104.º, cujas alíneas do n.º 1 são de verificação cumulativa.
A norma da alínea a) do n.º 1 do artigo 104.º consiste numa cláusula de
stand still, na medida em que fixa um prazo suspensivo mínimo
razoável, isto é, sendo a outorga do contrato obrigatória no prazo de 30 dias contados da data da aceitação da minuta ou da decisão sobre a reclamação, mas nunca antes de decorridos 10 dias contados da data da notificação da decisão de adjudicação a todos os concorrentes.
Este prazo de 10 dias referido na alínea a) pode ser afastado nos casos previstos no n.º 2.
Em relação aos ajustamentos ao conteúdo do contrato regem os artigos 99.º, 101.º, n.º 3 do 102.º e 103.º, destacando-se o fundamento (exigências de interesse público), o pressuposto (demonstração objetiva de que a ordenação das propostas não seria alterada se os ajustamentos propostos tivessem sido refletidos em qualquer delas) e os limites (previstos no número 2 do artigo 99.º).
decisão de contratar deve adjudicar a proposta ordenada em lugar subsequente (artigo 105.º).
26. Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu e
ao Conselho n.º COM (2015) 454 final, de 9.9.2015
(sobre as normas de contratos públicos relacionadas com a atual crise de asilo) Cf. a introdução da Comunicação em epígrafe:
A União Europeia enfrenta atualmente vários desafios, devido a um aumento súbito e pronunciado do afluxo de requerentes de asilo. Por outro lado, os Estados-Membros têm de satisfazer de forma rápida e adequada as necessidades mais imediatas dos requerentes de asilo (alojamento, fornecimentos e serviços).
A presente comunicação apresenta uma panorâmica das possibilidades de que dispõem as entidades adjudicantes do setor público para fornecer rapidamente infraestruturas (alojamento), fornecimentos e serviços de primeira necessidade.
As regras europeias em matéria de contratos públicos fornecem todas as ferramentas necessárias para satisfazer essas necessidades, ao abrigo das disposições da atual Diretiva 2004/18/CE, assim como da mais recente Diretiva 2014/24/UE relativa aos contratos públicos.
Esta última diretiva tem de ser transposta até 18 de abril de 2016, sendo atualmente aplicável apenas nos Estados-Membros em que as medidas de transposição já entraram em vigor.
A presente comunicação baseia-se na Diretiva 2004/18/CE, mas indica as especificidades da Diretiva 2014/24/UE sempre que estas sejam relevantes para as circunstâncias atuais.
A presente comunicação não cria regulamentação nova; antes traduz o entendimento que a Comissão tem dos Tratados, as diretivas relativas aos contratos públicos e a jurisprudência do Tribunal de Justiça da União Europeia («Tribunal»). Importa salientar que, em qualquer caso, a interpretação do direito da União incumbe, em última análise, ao Tribunal.