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Documentos de Habilitação (artigo 81.º CCP)

 Trata-se de uma obrigação reservada unicamente ao adjudicatário, após a notificação da decisão de adjudicação.

 Os documentos de habilitação destinam-se à verificação da aptidão do adjudicatário para celebrar o contrato em causa.

 A sua apresentação é realizada através de correio eletrónico ou de outro meio de transmissão escrita e eletrónica de dados, cf. o n.º 1 do artigo 83.º.

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 Quando os documentos de habilitação (com exceção da declaração emitida conforme modelo constante do anexo II ao CCP) se encontrem disponíveis na Internet, o adjudicatário pode, em alternativa, indicar à entidade adjudicante o endereço do sítio onde aqueles podem ser consultados, bem como a informação necessária a essa consulta.

 Nos casos em que o adjudicatário é um agrupamento, deverá atentar-se ao constante na norma do artigo 84.º.

 Existe a obrigação da simultaneidade da notificação da apresentação dos documentos de habilitação pelo adjudicatário, cf. o artigo 85.º.

 De acordo com o n.º 1 do artigo 89.º, a adjudicação caduca se, por facto que lhe for imputável, o adjudicatário não apresentar os documentos de habilitação, devendo ser adjudicada a proposta ordenada em lugar subsequente, cf. o n.º 3 do artigo 89.º.

23. Caução

(artigo 88.º do CCP)

 O Decreto-Lei n.º 190/2012, de 22 de agosto criou um regime excecional de liberação de cauções prestadas para garantia da execução de contratos de empreitadas de obras públicas, aplicável aos contratos celebrados ou a celebrar até 1 de julho de 2016.

Sempre que o preço contratual seja igual ou superior a 200.000 €, é obrigatória a prestação de caução, cujo valor é de 5% do preço contratual, cf. o n.º 1 do artigo 89.º.

 Este valor é majorado para 10% no caso do preço total resultar de uma proposta com um preço anormalmente baixo, cf. o n.º 3 do artigo 88.º.

Abaixo de 200.000 € a entidade adjudicante pode proceder à retenção de 10% do valor dos pagamentos a efetuar, desde que esta faculdade seja prevista no caderno de encargos.

 Pode tornar-se não exigível a prestação de caução quando o adjudicatário apresente seguro da execução do contrato, cf. o n.º 4 do artigo 88.º.

 O modo de prestação da caução está previsto no artigo 90.º.

 As consequências da não prestação da caução é a caducidade da adjudicação, cf. o artigo 91.º.

24. Minuta do Contrato

(artigos 98.º e 100.º a 102.º do CCP)

 Na medida em que a fase concorrencial (pré-contratual) não versa sobre minutas do clausulado a contratar e não existindo um documento fechado entre as partes que seja imediatamente transponível para o próprio documento contratual, existe a necessidade de fundir os documentos que foram sendo forjados ao longo do procedimento (caderno de encargos e proposta) de modo a definir-se uma base comum que reflita a vontade recíproca de contratar.

25. Contrato

(artigo 96.º do CCP)

 A elaboração do contrato deve respeitar a equidade e o equilíbrio de partilha de riscos, evitando-se as cláusulas que potenciam o seu agravamento financeiro.

 No contrato de locação ou de aquisição de serviços ou de aquisição de bens não é exigível a redução a escrito do contrato quando o preço contratual não exceda 10.000 €, podendo a mesma ser dispensada no caso do n.º 2 do artigo 95.º.

 A outorga do contrato encontra-se regulada no artigo 104.º, cujas alíneas do n.º 1 são de verificação cumulativa.

A norma da alínea a) do n.º 1 do artigo 104.º consiste numa cláusula de

stand still, na medida em que fixa um prazo suspensivo mínimo

razoável, isto é, sendo a outorga do contrato obrigatória no prazo de 30 dias contados da data da aceitação da minuta ou da decisão sobre a reclamação, mas nunca antes de decorridos 10 dias contados da data da notificação da decisão de adjudicação a todos os concorrentes.

 Este prazo de 10 dias referido na alínea a) pode ser afastado nos casos previstos no n.º 2.

 Em relação aos ajustamentos ao conteúdo do contrato regem os artigos 99.º, 101.º, n.º 3 do 102.º e 103.º, destacando-se o fundamento (exigências de interesse público), o pressuposto (demonstração objetiva de que a ordenação das propostas não seria alterada se os ajustamentos propostos tivessem sido refletidos em qualquer delas) e os limites (previstos no número 2 do artigo 99.º).

decisão de contratar deve adjudicar a proposta ordenada em lugar subsequente (artigo 105.º).

26. Comunicação da Comissão ao Parlamento Europeu e

ao Conselho n.º COM (2015) 454 final, de 9.9.2015

(sobre as normas de contratos públicos relacionadas com a atual crise de asilo)

Cf. a introdução da Comunicação em epígrafe:

A União Europeia enfrenta atualmente vários desafios, devido a um aumento súbito e pronunciado do afluxo de requerentes de asilo. Por outro lado, os Estados-Membros têm de satisfazer de forma rápida e adequada as necessidades mais imediatas dos requerentes de asilo (alojamento, fornecimentos e serviços).

A presente comunicação apresenta uma panorâmica das possibilidades de que dispõem as entidades adjudicantes do setor público para fornecer rapidamente infraestruturas (alojamento), fornecimentos e serviços de primeira necessidade.

As regras europeias em matéria de contratos públicos fornecem todas as ferramentas necessárias para satisfazer essas necessidades, ao abrigo das disposições da atual Diretiva 2004/18/CE, assim como da mais recente Diretiva 2014/24/UE relativa aos contratos públicos.

Esta última diretiva tem de ser transposta até 18 de abril de 2016, sendo atualmente aplicável apenas nos Estados-Membros em que as medidas de transposição já entraram em vigor.

A presente comunicação baseia-se na Diretiva 2004/18/CE, mas indica as especificidades da Diretiva 2014/24/UE sempre que estas sejam relevantes para as circunstâncias atuais.

A presente comunicação não cria regulamentação nova; antes traduz o entendimento que a Comissão tem dos Tratados, as diretivas relativas aos contratos públicos e a jurisprudência do Tribunal de Justiça da União Europeia («Tribunal»). Importa salientar que, em qualquer caso, a interpretação do direito da União incumbe, em última análise, ao Tribunal.

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