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Doenças causadas por fungos

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2.6. Parâmetros para o cultivo comercial

2.7.1. Pragas (insetos e ácaros) 1 Insetos Sugadores

2.7.2.2. Doenças causadas por fungos

PADILLA & MONTERROSO (1999) identificaram a murcha do fruto causada pelo fungo Alternaria sp.. Os sintomas observados foram a precocidade de maturação de frutos pequenos e a flacidez do pedúnculo. Estes mesmos autores teceram considerações sobre a mancha circular causada pelo fungo Dothiorella sp., que se caracteriza por pequenas manchas circulares e amarelas. Em ataques severos, a folha se cobre de manchas amarelas como se fossem sardas.

No Ceará, em acessos de pinhão manso foram detectadas a ocorrência de doenças como a Antracnose causada por duas espécies de Colletotrichum – C. gloeosporioides (Penz.) Sacc. e C. capsici (Syd.) Butl. & Bisby. A doença ocorreu durante o período chuvoso e os sintomas iniciais caracterizaram-se por pequenas lesões foliares, de formato arredondado, de

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cor castanho-clara, separadas. À medida que a doença evolui, há uma mudança na coloração das manchas passando para castanho-escura, o que pode levar a queima completa das folhas. Pode ocorrer infecção dos frutos, porém, as lesões apresentam coloração marrom-escura (FREIRE & PARENTE, 2006).

Doenças fúngicas já foram detectadas em diferentes acessos de pinhão manso. Esta espécie pode ser infectada por oídio tornando-se um grave problema fitossanitário, no período de seca. Esta doença também foi detectada em Pajeú-PE causando desfolha em diferentes acessos de pinhão manso. Também em mudas, observaram-se sintomas de secamento da região apical e das folhas cotiledonares e estes foram associados ao fungo C. gloespoiroides. De manchas necróticas no caule foram constatadas a presença de Fusarium sp. e C dematium (UNGARO & REGITANO NETO, 2007).

Também com relação a ocorrência de oídio, em Planaltina-DF, foram observadas lesões escuras cobertas por micélio branco na face abaxial de folhas de pinhão manso que se tornaram cloróticas com o avanço da colonização pelo patógeno. Com o aumento da severidade da doença, o patógeno foi disseminado por folhas, pecíolos e caule das plantas. Na análise do tecido vegetal infectado observaram-se conidióforos simples e eretos, formando conídios cilíndricos, unicelulares, hialinos, produzidos em cadeia basipetal. A disseminação do patógeno no campo pode ocorrer por meio da utilização de mudas infectadas por oídio, oriundas de casa-de-vegetação (DIANESE & CARGNIN, 2008). Adicionalmente, de acordo com MELLO et al. (2008), a incidência de oídio foi maior em plantas de áreas de alta fertilidade do que naquelas áreas de baixa fertilidade. Em Tatuí-SP, plantas adultas sofreram ataque intenso de oídio. A época de maior ocorrência desta doença foi de novembro a dezembro. Existem fungicidas registrados para o controle de Oidium sp. em pinhão manso, sendo um de contato e o outro sistêmico (AGROFIT, 2001).

Em Jales-SP, Nova Porteirinha e Barbacena-MG, foi identificada doença em plantas adultas e esta foi associada ao fungo Lasiodiplodia theobromae, que ataca principalmente plantas submetidas a estresse hídrico. Os sintomas observados inicialmente foram o amarelecimento e murcha, seguidos de apodrecimento do colo e das raízes e, por fim, morte das plantas (PEREIRA et al., 2009).

Também foi observada pela primeira vez, em junho de 2007, em Londrina-PR a ocorrência da ferrugem (Phakopsora jatrophicola) tanto no campo experimental como em viveiro de mudas na estação experimental do IAPAR. Inicialmente, os sintomas descritos para esta espécie foram folhas com pequenos pontos de coloração amarelada na face superior com correspondência, na parte inferior da folha, lesões cinzentas correspondendo às pústulas salientes onde os esporos são produzidos. Com a evolução da doença, os pontos amarelados se tornam necróticos circundados por um halo amarelado (DIAS et al., 2007).

Segundo levantamentos realizados pela equipe da Embrapa Agropecuária Oeste, em 2008, a ferrugem provocou desfolha total do terço inferior e parcial do terço médio das plantas de pinhão manso. Esta doença já foi registrada em Mato Grosso do Sul, nos municípios de Eldorado, Dourados, Rio Brilhante, Maracaju, Campo Grande e Chapadão do Sul (ROESE et al., 2008). Em Bauru-SP, fungicidas estão sendo testados em mudas de pinhão manso, com o objetivo de definir estratégia de controle da doença, como medida de controle emergencial (FISCHER et al., 2012).

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VIEIRA JÚNIOR et al. (2009), em fevereiro de 2008, detectaram pela primeira vez em Porto Velho-RO a ocorrência da mela causada por Thanatephorus cucumeris em mudas de pinhão manso produzidas de sementes vindas de diferentes regiões produtoras. Os sintomas observados foram pequenas manchas de aspecto aquoso apresentando uma coloração mais clara do que as partes sadias da folha e com os bordos variando de castanho-escuro a marrom. Com a evolução da doença, a planta apresentava características típicas de escaldadura, como se a planta estivesse queimada. Condições de elevada temperatura e umidade favorecem o aparecimento da doença. O fungo T. cucumeris se multiplica rapidamente nos tecidos tenros do pinhão manso e libera enzimas que o degradam, provocando perda de conteúdo celular e queima dos tecidos. Devido à elevada resistência das hifas do fungo na sua fase anamórfica, uma característica que pode ser observada, é a aderência dos tecidos mortos à planta. A doença é disseminada pelo contato entre plantas e pela irrigação por aspersão. A disseminação por longas distâncias pode ocorrer pelos basidiósporos produzidos pelos tecidos atacados por meio de ventos e respingos de chuva atingindo o solo ou substrato. Ainda, assinalaram que para evitar sua instalação em viveiro, seria recomendável o uso de substrato tratado ou solo proveniente de área livre de espécies suscetíveis ao patógeno, a aplicação semanal de calda fungicida à base de cobre, a realização de inspeções diárias no viveiro e a queima de mudas doentes ou adjacentes. Finalizaram observando que se deveria evitar a irrigação por aspersão e o plantio adensado.

CARNEIRO et al., (2009) estudaram a ocorrência da ferrugem do pinhão manso no Paraná, apresentando uma descrição da mesma. Os urediniósporos liberados apresentavam cor pardo-amarelada no início, e posteriormente coloração marrom claro, de formato oval a elíptico, levemente equinulados, hipófilos, medindo 29,3 µm (20-35 µm) de comprimento e 20,8 µm (16,5-27,5 µm) de largura. Quando a severidade da doença era alta, ocorria o desenvolvimento de manchas de cor castanha com formato irregular. Não foram observados teleósporos.

Em frutos secos foi observado o Penicillium spp. e em frutos verdes, o Colletotrichum sp. foi diagnosticado causando lesões de coloração marrom escura e superfícies deprimidas. As espécies C. capsici e C. gloeosporioides são patogênicos a plântulas e frutos de pinhão manso. Estes fungos são transmitidos de frutos a sementes, mas não são de sementes para plântulas de pinhão manso. Os fungos transportados pelas sementes do pinhão manso encontram-se externamente ao tegumento (SÁ et al., 2011).

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