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2 GESTÃO DO CONHECIMENTO E A GESTÃO DE ODEA

3.1 DEFINIÇÃO DA ESTRATÉGIA METODOLÓGICA

3.1.4 Domínio metodológico

Esta pesquisa é de natureza teórico-prática, pois sua motivação responde à necessidade de se elaborar um modelo para a aplicação de princípios teóricos da Gestão do Conhecimento de forma prática para a resolução de problema encontrado na realidade da educação virtual (BARROS; LEHFELD, 2000).

Em relação aos seus objetivos, esta é uma pesquisa exploratória e descritiva (GIL, 1991). É uma pesquisa exploratória, pois visa proporcionar uma maior familiaridade com a questão da gestão de ODEA,

explicitando-a e buscando soluções que permitam abarcar toda a complexidade desse processo. É uma pesquisa descritiva, pois busca descrever a gestão dos ODEA, identificando e estabelecendo relações entre as variáveis que a influenciam (GIL, 1991).

Quanto aos seus procedimentos técnicos, esta pesquisa se baseia em revisões de literatura, aplicando as técnicas de revisão sistemática e bibliográfica combinadas com experimentações e resultados de outras pesquisas do grupo e análise documental. Para atender aos objetivos específicos, foram utilizados como base teórica livros e trabalhos científicos (artigos, teses e dissertações) e documentos primários (normas, padrões, relatórios).

O desenvolvimento desta pesquisa se sustenta em alguns princípios do método da complexidade, o qual facilita perceber e relativizar a ordem, a desordem e a desintegração e enucleação conceitual. O método da complexidade, neste caso, é tomado como uma abordagem de pensamento e não, propriamente, como uma metodologia; é uma visão a ser aplicada. O método complexo opera com seu próprio paradoxo, promove a autonomia, pois aquele que pensa segundo o método da complexidade pensa por ele mesmo e incita à organização e reorganização dos princípios que comandam a inteligibilidade (MORIN; LE MOIGNE, 2000).

O pensamento complexo não se reduz nem à ciência nem à filosofia, mas permite a comunicação entre elas como se fosse uma naveta para unir os fios [...] trata com a incerteza e é capaz de conceber a organização. (MORIN; LE MOIGNE, 2000, p. 213).

Considerando os prolongamentos que postulam a compreensão do método da complexidade com o que concerne à gestão do conhecimento, esta pesquisa trata de delinear um modelo de gestão de ODEA aproximando estas duas abordagens: a da gestão do conhecimento e a do método da complexidade.

Para a organização do modelo, elege-se como categorias conceituais as dimensões da Gestão do Conhecimento: socialização, externalização, internalização e combinação. Da complexidade, elege-se como categorias observáveis para organização do modelo em complexidade: contexto, determinações e incertezas, e em Gestão do Conhecimento: socialização, externalização, combinação e

internalização. Organizam-se as categorias definidas para o modelo em uma matriz problematizadora, que sustenta o modelo Gênesis.

Esta pesquisa está estruturada nas seguintes etapas:

1. Revisão bibliométrica e sistemática – para compreender o contexto, a problemática e as contribuições científicas dispostas da pesquisa.

2. Revisão sistemática – para identificar os ciclos de vida. 3. Revisão sistemática – para analisar modelos de

elaboração.

4. Experimentação 1 – Linux Educacional

5. Análise de repositórios e de Ambientes Virtuais de Ensino-Aprendizagem.

6. Experimentação 2 – Repositório AtelierTCD 7. Organização e triangulação dos dados. 8. Proposição do modelo.

Para identificar o ciclo de vida dos ODEA (primeiro objetivo específico desta pesquisa) e identificar os principais processos empregados para a elaboração de ODEA na literatura (segundo objetivo específico da pesquisa), foi utilizada a técnica de revisão sistemática proposta por Khan et al. (2001), com exceção da fase 9, como mostra o quadro 6.

Quadro 6 – Estágios de uma revisão sistemática

Estágio I Planejando a revisão

◦ Fase 0 Identificação na necessidade da revisão

◦ Fase 1 Preparação de uma proposta para a revisão sistemática

◦ Fase 2 Desenvolvimento de um projeto da revisão Estágio II Conduzindo a revisão

◦ Fase 3 Identificação da literatura ◦ Fase 4 Seleção dos estudos

◦ Fase 5 Avaliação da qualidade dos estudos

◦ Fase 6 Extração dos dados e monitorização do progresso ◦ Fase 7 Síntese dos dados

Estágio III Apresentação do relatório e divulgação ◦ Fase 8 Relatório e recomendações

◦ Fase 9 Transferindo evidências para a prática

As revisões sistemáticas fornecem subsídios para o levantamento de requisitos do modelo. Esse método foi escolhido com o intuito de garantir um grau de rigor da pesquisa, possibilitando a sua reprodução. Uma revisão sistemática disponibiliza um resumo das evidências científicas relacionadas a uma temática e a uma estratégia de intervenção específica, mediante a aplicação de métodos explícitos e sistematizados de busca, apreciação crítica e síntese da informação selecionada.

Para atender ao terceiro objetivo específico desta pesquisa, que é elencar os requisitos mínimos necessários para a elaboração de ODEA, realizou-se uma análise dos processos empregados para a elaboração de ODEA identificados na literatura, cruzando-os com um experimento de desenvolvimento de um ODEA.

O quarto objetivo específico desta pesquisa, estabelecer critérios para identificar repositórios que atendam à demanda dos ODEA, teve como intuito investigar e definir quais os critérios que precisam ser analisados para estabelecer se é possível utilizar um repositório já existente para atender a uma determinada demanda de ODEA ou se será necessário desenvolver um repositório específico.

Para tanto, identificaram-se e analisaram-se 79 repositórios no site do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (IBICT).17 Os critérios definidos para serem verificados foram: propósito, políticas, padrão de metadados, tipo de licença, informação para autores, taxonomia de navegação e ferramenta utilizada. Essas categorias buscam garantir que existam informações suficientes para que autores e grupos possam planejar a elaboração do objeto de aprendizagem caso queiram utilizar o repositório. Elas foram elencadas baseadas nas experimentações geradas no Grupo de Pesquisa PCEADIS18 CNPq núcleo AtelierTCD para selecionar um repositório para compartilhar os ODEA desenvolvidos por este grupo. Como experimento, para verificar quais as principais ações da gestão, implementou-se um repositório utilizando o modelo conceitual adaptado de Druziani, Kern e Catapan (2012); Diretrizes Básicas de Druziani (2014) e Processos para o planejamento de Repositórios de OA de Salve

17 O IBICT, órgão nacional de informação e unidade de pesquisa do

Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), disponibiliza em seu site uma lista com 79 repositórios brasileiros de acesso aberto. Esses repositórios foram identificados pelos pesquisadores do IBICT em listas nacionais e diretórios internacionais de repositórios digitais. Disponível em: www.ibict.br/informacao- para-ciencia-tecnologia-e-inovacao%20/repositorios-digitais/repositorios- brasileiros.

(2010).

Atendendo ao quinto objetivo específico, a partir da seleção das informações em relação aos princípios teóricos elencados e aspectos relevantes observados da prática, elaborou-se um modelo de gestão de ODEA. Para o desenvolvimento desse modelo utilizou-se a técnica de triangulação entre os dados extraídos das revisões sistemática e bibliométrica e dos repositórios, considerando os postulados teóricos e observações diretas extraídas de situações experimentais.

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