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1 INTRODUÇÃO

2.14 Grandezas dosimétricas

2.14.3 Dose Glandular Média, D G

Como já foi citado existe um risco de carcinogênese induzida por raios X na realização de uma mamografia. A determinação da dose glandular é uma parte importante do controle de qualidade de sistemas mamográficos, pois é a grandeza dosimétrica que melhor caracteriza esse risco. A dose glandular média (DG) é definida como sendo a dose média absorvida no tecido

glandular no interior de uma mama comprimida no exame de mamografia (DANCE, 2000). A dose glandular média (DG) é determinada a partir do Kerma no Ar Incidente, (Ka,i) e

dos coeficientes de conversão de acordo com a seguinte equação 7 (DANCE, 2000; SEFM,2011): s c g K DG = a,i. . . (7)

Onde o Ka,i é o kerma no ar incidente medido sem retroespalhamento, o coeficiente g

converte o Ka,i em DG para uma mama com 50% de glandularidade.O coeficiente c corrige a

diferença de gladularidade em relação à glandularidade de 50%. E o valor do coeficiente s depende da combinação ânodo/filtro (Tabela 2) (SEFM, 2011).

Tabela 2 - Valores de fator s definidos por Dance para diferentes combinações de anodo e filtro.

Combinação anodo/filtro Fator s Mo/Mo 1 Mo/Rh 1,017 Rh/Rh 1,061 Rh/Al 1,044 W/Rh 1,042 Fonte: Dance, 2000.

Para o cálculo da dose glandular das diferentes espessuras de PMMA são utilizados os valores do produto de g por c em função da camada semi-redutora (Tabela 3) (DANCE, 2000, SEFM 2011).

Tabela 3 - Produto dos coeficientes g por c para mamas simuladas com PMMA. Espessura de PMMA (mm) Espessura de mama equivalente (mm) Glandularidade de mama equivalente CSR (mm Al) 0.30 0.35 0.40 0.45 0.50 0.55 20 21 97 0,336 0,377 0,415 0,450 0,482 0,513 30 32 67 0,245 0,277 0,308 0,338 0,368 0,399 40 45 41 0,191 0,217 0,241 0,268 0,296 0,322 45 53 29 0,172 0,196 0,218 0,242 0,269 0,297 50 60 20 0,157 0,179 0,198 0,221 0,245 0,267 60 75 9 0,133 0,151 0,168 0,187 0,203 0,230 70 90 4 0,112 0,127 0,142 0,157 0,173 0,194

Fonte: Dance, 2000; SEFM, 2011.

Tabela 4 - Produto dos coeficientes g e c para mamas simuladas com PMMA. Espessura de PMMA (mm) Espessura de mama equivalente (mm) Glandularidade de mama equivalente CSR (mm Al) 0.60 0.65 0.7 0.75 0.80 20 21 97 0,539 0,570 0,586 0,606 0,627 30 32 67 0,427 0,452 0,475 0,496 0,517 40 45 41 0,351 0,377 0,398 0,417 0,436 45 53 29 0,321 0,343 0,362 0,38 0,397 50 60 20 0,296 0,318 0,336 0,353 0,368 60 75 9 0,253 0,273 0,288 0,303 0,264 70 90 4 0,215 0,232 0,247 0,260 0,272 Fonte: SEFM, 2011.

3 MATERIAIS E MÉTODOS

A amostra

Para a realização do estudo, foram coletados dados e realizados testes em 68 (sessenta e oito) estabelecimentos de assistência à saúde com serviço de radiologia digital em mamografia, dentre clínicas especializadas em mamografia, clínicas de radiodiagnóstico e hospitais com serviços de mamografia.

O número de mamógrafos convencionais em uso que consta no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES) é de aproximadamente 453 convencionais e 24 digitais. Mamógrafos convencionais podem ser usados com um sistema de radiografia computadorizada e provavelmente aqueles que fazem uso de processamento CR não estão sendo contabilizados como digitais (BRASIL, 2013). Portanto, é possível que os vinte e quatro digitais que constam no CNES são referentes a mamógrafos DR. Segundo uma projeção feita pela Vigilância Sanitária de Minas Gerais – VISA-MG e pelo Centro de Desenvolvimento de Tecnologia Nuclear – CDTN, o Estado atualmente conta com cerca de 200 mamógrafos digitais englobando tecnologias CR e DR.

Neste estudo foram avaliados 69 (sessenta e nove) mamógrafos, 65 (sessenta e cinco) sistemas de radiografia computadorizada e 3 (três) de radiografia digital utilizados em mamografia, com um total de 72 combinações mamógrafo/CR e DRs, o que corresponde a aproximadamente 14% do total de mamógrafos atualmente em uso no Estado de Minas Gerais e cerca de 34% dos mamógrafos digitais em uso (CRs e DRs).

3.1 MATERIAIS

Neste item serão descritos os materiais utilizados na execução dos testes de desempenho dos sistemas CRs, DRs e na avaliação da DG dos serviços de mamografia avaliados. Foram

utilizados os seguintes equipamentos e materiais que estão disponíveis no Laboratório de Radioproteção Aplicada à Mamografia – LARAM do CDTN, sendo que os IP de fósforo fotoestimulável utilizados foram os do próprio serviço avaliado.

3.1.1 ImageJ

O programa computacional ImageJ (Figura 18) é um software livre empregado para a medida de parâmetros da imagem. O ImageJ foi utilizado para determinar através de

histogramas, o valor médio do pixel (VMP) e o desvio padrão (DP), de uma determinada região de interesse (ROI – region of interest) selecionada na imagem mamográfica.

Figura 18 - Barra de ferramentas do Software ImageJ.

3.1.2 Phantom CDMAM

Para avaliação da qualidade da imagem mamográfica foi utilizado o phantom CDMAM tipo 3.4 (Figura 19) produzido pela Artinis Medical Systems que é um simulador de contraste e detalhes. O phantom CDMAM é composto por uma placa base de alumínio de 99,5% de pureza com espessura de 0,5 mm. Essa base possui anexada a ela, através de uma técnica de vaporização, discos de ouro de 99,9999% de pureza, de várias espessura e diâmetros, sendo que a base de alumínio com os discos de ouro estão ligadas a uma cobertura de acrílico. Esse arranjo do phantom em condições de exposição padrão com uma combinação alvo/filtro de Mo/Mo e uma energia de 28 kV produz uma atenuação do feixe de raios X equivalente a 10 mm de PMMA(Thijssen et al., 2006).

Os discos de ouro são arranjados em 16 linhas e colunas (16x16), formando células. Dentro de uma linha o diâmetro do disco é constante, com um aumento exponencial da espessura de 0,03 a 2,00 µm. Dentro de uma coluna a espessura do disco é constante, com um aumento exponencial do diâmetro de aproximadamente 25% que corresponde a uma área de 50%, e que vai de (0,1 mm a 2 mm) (SEFM, 2011; Thijssen et al., 2006).

Cada célula contém dois discos idênticos, um no centro e outro aleatoriamente escolhido em um canto, com objetivo de evitar a previa memorização do observador. O phantom CDMAM foi projetado de tal forma que cerca de 50% dos discos serão detectados por um observador experiente quando o mamógrafo é usado em condições de exposição padrão (Thijssen et al., 2006).

O simulador ainda possui quatro placas de acrílico (polimetilmetacrilato – PMMA), para simular diferentes espessuras de mamas, cada uma das placas de PMMA possui 10mm de espessura, com as mesmas dimensões do phantom e que correspondem a dimensão de um filme de mamografia padrão de 18 x 24 cm.

Figura 19 - Phantom CDMAM. Fonte: (Thijssen et al., 2006).

Uma grande vantagem desse simulador é que as suas imagens podem ser avaliadas de maneira clássica com filmes e um observador humano ou utilizando a avaliação automatizada através do software CDMAM Analyser, que é o software de análise de imagens comercializado juntamente com o phantom CDMAM.

O uso de sistemas digitais faz com que seja possível a avaliação automática de imagens feitas com o phantom CDMAM. Isso aumenta o uso desse simulador e a demora da avaliação manual é significativamente reduzida. Além disso, outra vantagem é a eliminação na subjetividade na identificação visual das estruturas quando realizada por observadores humanos, pois a habilidade de visualizar estruturas em uma imagem pode variar entre observadores.

3.1.3 Monitor

Na avaliação visual das imagens foi utilizado um monitor específico de laudos mamográficos com resolução de 5 mega pixels, da marca PLANAR, modelo GX5MP que permitiu uma melhor avaliação visual das imagens do que a feita em um monitor comum, devido a sua melhor resolução (Figura 20).

Figura 20 - Monitor específico para laudos mamográficos de 5 Mega Pixels. 3.1.4 Placas de alumínio

Para criação de uma região de contraste, foram utilizadas duas placas de alumínio com grau de pureza de 99,9%, cada uma com uma espessura de 0,1 mm ± 5%, de tamanho 20 x 20 mm, da marca Gammex, modelo RMI 115H (Figura 21).

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