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Capítulo II – Farmácia Hospitalar

4. Dose unitária

tomas. Após a validação eram emitidos perfis farmacoterapêuticos para cada doente de um determinado serviço e enviada a informação para os sistemas semiautomáticos Kardex e Fast

Dispensing System (FDS), iniciando-se a fase de preparação das cassetes. Para cada serviço,

era emitido um mapa terapêutico com os perfis farmacoterapêuticos da cada doente, sendo estes impressos para que os TDT procedessem à preparação.

A preparação começava com a identificação das gavetas através de uma etiqueta informática onde constava o nome do doente, serviço de internamento, nº da cama e nº do processo. Cada cassete é constituída por quatro compartimentos, o primeiro corresponde à medicação para ser administrada ao pequeno-almoço, o segundo para a administrada ao almoço e o terceiro para a administrada ao jantar. O último compartimento destinava-se à medicação a ser administrada em SOS. O Serviço de Psiquiatria era uma exceção pois no último compartimento para além da medicação a ser administrada em SOS, também devia constar a medicação a ser administrada na ceia.

As cassetes depois de serem preparadas eram enviadas para a sala de validação onde se procedia à confirmação e validação das mesmas. Era necessário confirmar, os dados do doente, o medicamento prescrito, a quantidade e a posologia (1id, 2id, 3id e SOS).

Após validação eram enviadas para os respetivos serviços nos horários acordados. Todas as alterações de medicação até ao envio da medicação para o serviço eram realizadas pelo farmacêutico, e por mim enquanto estagiária neste setor. Muitas vezes surgiam, altas ou a admissões, pelo que era necessário retirar as cassetes dos doentes com alta, ou se assim fosse, introduzir as cassetes contendo a medicação para os doentes admitidos. Era também frequente ocorrer alteração de medicação, pelo que nestes casos era revista a cassete e feitas as alterações necessárias.

Relativamente à preparação propriamente dita, esta era feita no armazém de apoio à dose unitária (armazém 12), com o apoio do stock do sistema semiautomático Kardex, gavetas, prateleiras, e sistema de frio. O Kardex é um sistema semiautomático, constituído por gavetas que consoante a informação recebida pelo mapa terapêutico abre a gaveta correta para que o TDT retire a medicação destinada a cada doente em específico. [4]

O FDS é outro dos sistemas semiautomáticos e permite o reembalamento de formas orais sólidas (cápsulas e comprimidos).

Os pedidos de medicação urgentes são outro processo que se executa neste setor, pelo que também pude colaborar na satisfação destes. Os diferentes serviços realizavam os pedidos urgentes através do sistema informático para os SFH. Assim, sempre que existissem pedidos urgentes procedia à sua satisfação, primeiramente no sistema informático e em seguida deslocava-me ao armazém 12, acompanhada pela requisição, para preparar a medicação. Depois de preparada e validada, era entregue a um AO pertencente ao serviço de requisição, que se deslocava aos SFH.

O setor da dose unitária também é responsável pelo desenvolvimento de atividades relativas à farmácia clínica e farmacocinética. O conceito de farmácia clínica tem por base uma intervenção farmacêutica baseada no doente e na melhor forma de dispensar os cuidados a fim de aumentar a segurança e eficácia dos tratamentos farmacológicos. Para isso, o farmacêutico hospitalar deve fazer parte da equipa clínica, acompanhando diretamente os doentes e prestando todo o seu apoio aos médicos e enfermeiros [5]

Assim, o acompanhamento na visita médica, a disponibilização de informação sobre medicamentos e atividades relacionadas com a farmacocinética clínica, são algumas das atividades que se realizam.

Durante o meu estágio neste setor tive a oportunidade de participar no acompanhamento de visitas médicas, nomeadamente, aos Serviços de Gastroenterologia e Cirurgia. Estas visitas ocorriam no período da manhã e eram compostas por médicos, enfermeiros, um farmacêutico (e eu enquanto estagiária) e um assistente social. Para cada doente era explicado o seu estado clínico atual, o seu estado clínico antecedente, doenças concomitantes, evolução, medidas tomadas e terapêutica. Nas vezes que eu participei o farmacêutico pode intervir através de partilha de informação acerca da terapêutica, mais concretamente, foi lhe pedida a opinião do sobre a melhor alternativa para um doente que necessitava de suplementação hiperproteica, mas intolerante à lactose. O farmacêutico explicou que toda a suplementação hiperproteica existente no CHCB possuía lactose, mas que já existia no mercado suplementação isenta de lactose e que se houvesse mesmo a necessidade poderia ser proposto um pedido de compra.

Para além das visitas médicas, os farmacêuticos deste setor desenvolvem o controlo do tempo de antibioterapia nos diversos serviços e o controlo sobre a utilização de antibióticos de uso restrito. Para o efeito disponibilizam listas que contêm os tempos de curso da antibioterapia. Estas listas são entregues no respetivo serviço e analisadas com intuito de minimizar os riscos da antibioterapia prolongada e contribuir assim para a diminuição das resistências. Neste âmbito, tive a oportunidade de colaborar na elaboração dessas listas e posterior entrega nos serviços correspondentes.

A farmacocinética clínica consiste na aplicação de princípios farmacocinéticos e farmacodinâmicos à prática clínica, permitindo um controlo terapêutico individualizado.

4.1

Farmácia clínica

4.1.1 Acompanhamento na visita médica

A monitorização dos níveis séricos dos fármacos permitem à equipa clínica administrar a dose correta de forma a evitar perigos de sobredosagem ou subdosagem. [1, 5]

Nos SFH do CHCB faz-se a monitorização sérica da vancomicina e da gentamicina.

Durante o meu período de estágio neste setor tive a oportunidade de acompanhar e colaborar no processo de monitorização sérica dos níveis de vancomicina e estabelecimento do esquema posológico para uma doente idosa. O processo iniciou-se com a requisição da monitorização sérica, que através da amostra do doente é feito o doseamento do fármaco. Após conhecimento do nível sérico, efetuou-se a interpretação do resultado segundos os critérios farmacocinéticos e farmacodinâmicos. Com ajuda de um programa informático determinou-se os parâmetros farmacocinéticos individuais da doente e efetuou-se a proposta do novo regime posológico ajustado.

A informação sobre medicamentos é uma atividade farmacêutica de elevada importância, que permite fornecer informação relacionada com os medicamentos, quer aos doentes quer a outros profissionais de saúde. No decorrer do meu estágio neste setor foi-me possível colaborar na informação de medicamentos, mais concretamente sobre um antídoto.

O setor do ambulatório é uma área dos SFH que é responsável pela distribuição de medicamentos aos doentes sujeitos a regime de ambulatório e pela distribuição de medicamentos que apresentem circuitos especiais de distribuição (MEP e Hemoderivados).

A dispensa para além de ser gratuita, visa reduzir os custos com o internamento permitindo que o doente continue com o tratamento em ambiente familiar. Nos casos em que os doentes possuem dificuldades económicas permite que estes não abandonem a terapêutica pelo facto de os medicamentos serem 100% comparticipados. Permite também uma maior vigilância e controlo de determinadas patologias crónicas bem como na necessidade de fazer face a situações de emergência em que o fornecimentos dos medicamentos não possa de alguma forma ser assegurado pelas farmácias comunitárias. [1, 3, 5]

O espaço físico reservado ao ambulatório é uma pequena sala com acesso para o exterior que garante as condições adequadas de privacidade durante o atendimento dos utentes bem como condições ideais de temperatura, luminosidade e humidade para conservação dos medicamentos. O armazém presente neste setor denominado armazém 20 é constituído por: um cofre metálico com um sistema de dupla fechadura para armazenamento dos MEP; um armário com prateleiras para o armazenamento de alguns medicamentos (leites, anticoncecionais, entre outros); dois sistemas de refrigeração para os medicamentos que

4.1.3 Informação de Medicamentos

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